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Uma das lesões mais comuns em hospitais é a fratura das falanges — ou a quebra dos dedos da mão. Mas, antes de correr para um, pode ser uma boa ideia tentar descobrir se o seu dedo realmente está quebrado. Entorses e rompimentos de tendões são bastante dolorosos, mas não exigem uma ida ao pronto-socorro. A fratura óssea, no entanto, pode causar sangramentos internos ou outros danos que precisam de cuidados imediatos.

O que você precisa saber

  • Procure por sintomas de fratura, como dor aguda e imediata, inchaço e/ou vermelhidão, dificuldade de movimento ou dedo dobrado em um ângulo estranho.
  • Se suspeitar de um dedo quebrado, consulte um médico ou vá ao pronto-atendimento para fazer exames físicos e Raios-X de forma a confirmar o diagnóstico assim que possível.
  • Coloque gelo e comprima o dedo enquanto procura o médico. Siga as recomendações do médico em relação a medicamentos, talas ou cirurgia.
Método 1
Método 1 de 4:

Reconhecendo os sinais de um dedo quebrado

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  1. O primeiro sinal de uma fratura no dedo é a dor, cuja intensidade dependerá de sua gravidade. Depois da lesão, é importante tratar o dedo com cuidado e continuar atento aos níveis de dor. [1]
    • Pode ser difícil identificar uma fratura no dedo no primeiro momento, já que uma dor aguda e a sensibilidade aumentada também são sintomas de deslocamentos e entorses.
    • Se o dedo parecer mais dormente do que dolorido, ele pode estar deslocado, e não quebrado.
    • Se você não sabe qual é a gravidade da situação, atente-se à presença de outros sintomas e procure um médico.
  2. Depois de lesionar o dedo, você deverá sentir uma dor aguda, seguida por inchaço ou vermelhidão — que são reações naturais do organismo. Logo que a fratura acontece, o corpo ativa uma reação inflamatória que vem acompanhada de inchaço, resultado dos fluidos que são liberados em direção aos tecidos adjacentes. [2]
    • Esse inchaço costuma ser seguido por vermelhidão. Ela surge porque os capilares que circundam a lesão ficam inchados ou se rompem por causa do aumento da pressão decorrente do acúmulo de fluidos. [3]
    • O inchaço e a vermelhidão podem até mesmo se espalhar para outros dedos ou descer até a palma da mão.
    • Você provavelmente notará o inchaço e a vermelhidão cinco a 10 minutos depois das primeiras sensações de dor no dedo.
    • Ainda assim, a presença de inchaços pequenos ou a ausência de vermelhidão imediata podem indicar que se trata de uma entorse, e não de uma fratura.
  3. Uma fratura de dedo, em poucas palavras, é a quebra de um segmento ósseo em um ou mais pontos. Nesses casos, pode haver deformações do osso na forma de saliências estranhas ou no entortamento do dedo, fazendo com que aponte para uma direção errada. [4]
    • Geralmente, torna-se impossível movimentar o dedo depois de uma fratura devido ao fato de que uma ou mais seções do osso foram desconectadas.
    • O inchaço e a vermelhidão também podem endurecer o dedo e dificultar sua movimentação.
  4. A fratura acontece quando uma parte do osso racha ou se quebra em um ponto ou mais. Isso pode causar deformidades, como caroços estranhos, uma mudança súbita no ângulo do dedo ou, em certos casos, uma dobra não-natural.
    • Se o dedo estiver muito desalinhado, está quebrado.
    • Normalmente, é mais fácil identificar o desalinhamento em dedos das extremidades, como o mindinho, o polegar e o indicador.
  5. Se você pensa ter quebrado um dedo, vá até o pronto-socorro ou hospital mais próximo. Fraturas são lesões complicadas e a gravidade não é facilmente determinada a partir de sintomas externos. Algumas delas exigem um tratamento mais aprofundado para uma recuperação plena. Caso você não saiba ao certo se a lesão é realmente uma fratura, vale a pena ir pelo caminho da precaução e consultar um médico. [5]
    • Se você estiver com muita dor, inchaço, vermelhidão, deformidades ou movimentos limitados no dedo, consulte um médico imediatamente. [6]
    • Crianças com lesões nos dedos devem sempre consultar um médico. Ossos jovens e em fase de crescimento são mais suscetíveis a lesões e complicações se o problema não for tratado adequadamente.
    • Se a fratura não for tratada por um profissional, o dedo e a mão talvez continuem rígidos e doloridos na movimentação normal.
    • O osso, quando cicatriza fora do alinhamento correto, pode atrapalhar ainda mais o processo de cura da mão.
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Método 2
Método 2 de 4:

Diagnosticando um dedo quebrado no consultório médico

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  1. Se você suspeita ter fraturado um dedo, consulte um médico. Durante o exame, o profissional avaliará a lesão e determinará a gravidade da fratura. [7]
    • O médico observará a amplitude de movimentos do dedo e pedirá a você que feche o punho. A seguir, também serão observados sinais visuais, como inchaço, vermelhidão e deformidades ósseas.
    • O profissional também fará um exame manual do dedo para observar se o fluxo sanguíneo está reduzido na região e se há lesões nervosas.
  2. Se não for possível encontrar a fratura no dedo com um exame convencional, pode ser necessário fazer um exame com imagens para concluir o diagnóstico. Dentre eles, incluem-se a radiografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética.
    • Radiografias, ou raio-X, geralmente são os primeiros testes a serem feitos no diagnóstico de uma fratura. O médico coloca o dedo entre o canhão de raios-X e o detector, para então enviar ondas de baixa radiação na direção do membro afetado. Esse processo é concluído dentro em poucos minutos e é completamente indolor. [8]
    • Na tomografia computadorizada, ou TC, são feitas radiografias a partir de diferentes ângulos da lesão. O médico pode optar pela tomografia computadorizada quando as radiografias forem inconclusivas ou se houver a suspeita de que há lesões em tecidos moles causadas pela fratura. [9]
    • A ressonância magnética, ou RM, pode ser necessária se o médico suspeitar de uma fratura por estresse, aquela resultante de lesões repetidas ao longo do tempo. Ressonâncias magnéticas revelam detalhes mais minuciosos e podem ajudá-lo a diferenciar as lesões de tecidos moles das fraturas por estresse no dedo. [10]
  3. Pode ser necessário estudar essa possibilidade em situações mais graves, como no caso de fraturas compostas. Algumas delas são instáveis e precisam de uma cirurgia que recoloque os fragmentos ósseos no lugar, firmando-os com cabos e parafusos para uma cicatrização perfeita. [11]
    • Qualquer fratura que atrapalhe gravemente a mobilidade da mão, desalinhando-a, provavelmente exige uma cirurgia que devolva ao dedo a movimentação normal.
    • Pode se tornar incrivelmente difícil fazer tarefas cotidianas sem o uso pleno dos dedos. Profissionais como quiropratas, cirurgiões, artistas e mecânicos usam suas habilidades motoras intensamente na realização de seus trabalhos. Por isso, cuidar bem de uma fratura no dedo é crucial.
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Método 3
Método 3 de 4:

Tratando um dedo quebrado

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  1. Para minimizar o inchaço e a dor, coloque gelo no local, aplique pressão sobre ele e eleve o dedo. Quanto antes esses primeiros socorros forem aplicados, melhor. Lembre-se também de que essa é uma forma de descansar o dedo afetado. [12]
    • Aplique gelo. Envolva uma toalha fina sobre uma sacola com vegetais congelados ou uma compressa de gelo e aplique-a cuidadosamente sobre o dedo, para diminuir a dor e o inchaço. Aplique o gelo imediatamente depois de sofrer a lesão, mas não por mais de 20 minutos, de acordo com a necessidade.
    • Comprima o local. Gentilmente, mas com firmeza, envolva o dedo com uma bandagem elástica macia, a fim de tratar o inchaço e imobilizar o dedo. Em sua primeira consulta médica, pergunte se você deve manter o dedo comprimido para evitar que o inchaço aumente ou que ele atrapalhe a movimentação dos outros dedos.
    • Eleve a mão. Quando possível, mantenha o dedo mais alto do que o coração. Em seu caso, por exemplo, pode ser mais confortável manter-se assentado com as pernas sobre almofadas, e o pulso e os dedos apoiados nas costas do sofá.
    • Evite usar o dedo lesionado nas atividades do dia-a-dia até receber alta do médico.
    • Proteja o dedo de lesões evitando movimentá-lo ou aplicando uma tala ou esparadrapo.
  2. As talas servem para imobilizar o dedo fraturado e impedir que ela sofra maiores danos. Você pode fazer uma tala improvisada usando um palito de picolé e uma bandagem, que protegerão o dedo até que o médico possa usar algo melhor. [13]
    • O tipo de tala necessário varia de acordo com o dedo que sofreu a lesão. No caso de fraturas pequenas, pode ser útil imobilizar o dedo afetado com fita adesiva, unindo-o ao dedo vizinho.
    • A tala curva evita que o dedo lesionado se dobre para trás. Esse tipo de tala macia é aplicado para manter o dedo ligeiramente encurvado na direção da palma, e fica firme no lugar com o auxílio de prendedores.
    • A tala de alumínio em U é um modelo rígido que impede a extensão do dedo. Ela é colocada atrás do dedo lesionado, mantendo-o completamente imóvel. [14]
    • Em casos mais graves, o médico pode colocar uma tala rígida à base de fibra de vidro, que começa no dedo e chega além do pulso. Basicamente, trata-se de um mini-gesso para o dedo.
  3. O médico pode recomendar que você tome anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para lidar com a dor associada à fratura no dedo. AINEs minimizam os efeitos negativos da inflamação em longo prazo e aliviam a dor e a pressão colocadas sobre nervos e tecidos próximos. Além disso, esses medicamentos não atrapalham em nada o processo normal de cicatrização. [15]
    • Alguns dos AINEs mais comumente usados no tratamento da dor associada a fraturas incluem o ibuprofeno (Advil) e o naproxeno sódico (Aleve). Outra opção é o paracetamol (Tylenol), sendo importante notar que não se trata de um AINE, ou seja, não minimiza os níveis de inflamação. [16]
    • Se necessário, tome um medicamento (como Ibuprofeno) antes de consultar o médico para reduzir a dor e o inchaço.
    • O médico também pode prescrever um medicamento que trate de dores fortes em curto prazo. Ela provavelmente estará mais forte no início da recuperação e a posologia prescrita será diminuída com o tempo, à medida que o osso se recupera.
  4. A cirurgia costuma ser necessária para tratar adequadamente e cicatrizar a fratura quando a mera imobilização for insuficiente. Em geral, fraturas que precisam de cirurgia são mais complicadas do que aquelas tratadas com a imobilização pura. [17]
    • Fraturas compostas, instáveis, que contenham fragmentos ósseos soltos ou que comprometam uma articulação são alguns dos tipos que exigem cirurgia em seu tratamento. Nesses casos, os fragmentos de ossos quebrados devem ser colocados de volta na posição adequada para uma cicatrização correta.
  5. Geralmente, você deverá marcar um retorno algumas semanas depois do início do tratamento. As radiografias talvez tenham de ser repetidas depois de uma ou duas semanas, para observar o andamento da cicatrização. O acompanhamento é essencial para se confirmar que tudo está ocorrendo como deveria.
    • Se você tem dúvidas com respeito à fratura ou outros assuntos, converse com o seu médico.
  6. Em geral, a cicatrização de fraturas nos dedos acontece muito depois da consulta médica inicial e do período de recuperação, que vai de quatro a seis semanas. Os riscos de haver complicações depois de uma fratura no dedo são muito pequenos, mas ainda assim é importante estar atento a eles: [18]
    • Rigidez na articulação, resultante da formação de tecido cicatricial ao redor do local da fratura. Ela pode ser tratada com fisioterapia, fortalecendo os músculos do dedo e diminuindo a quantidade de tecido formado.
    • Uma parte do dedo pode girar durante a cicatrização, resultando em uma deformidade óssea que exigirá uma cirurgia que restaure a capacidade de agarrar objetos.
    • As duas seções de osso podem não se fundir adequadamente, resultando em instabilidade permanente no local da fratura.
    • Uma infecção de pele pode se desenvolver se houver lacerações no local da fratura ou a limpeza anterior à cirurgia não houver sido adequada.
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Método 4
Método 4 de 4:

Entendendo os tipos de fraturas

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  1. A mão humana é composta por 27 ossos: oito no pulso (carpais), cinco na palma da mão (metacarpais) e três conjuntos de falanges presentes nos dedos (14 ossos). [19]
    • As falanges proximais são as partes mais longas dos dedos e também as mais próximas da palma da mão. As falanges intermediárias, ou centrais, vêm a seguir, sendo as falanges distais as mais distantes, que compõem as "pontas" dos dedos. [20]
    • As lesões agudas, como quedas e acidentes, e as esportivas representam as causas mais comuns de fraturas nessa região. As pontas dos dedos representam um dos locais mais propensos a lesões em todo o corpo, já que estão envolvidos em praticamente todas as atividades do dia-a-dia. [21] [22]
  2. Fraturas estáveis são aquelas em que há um osso quebrado, mas com pouco ou nenhum deslocamento em qualquer das extremidades. Também chamadas de fraturas sem deslocamento, elas são mais difíceis de identificar e podem trazer sintomas similares a outras formas de trauma. [23]
    • Descanso e o uso de uma tala geralmente bastam para tratar esse tipo de fratura.
  3. Esse é o tipo em que o osso está quebrado e ambos os lados da fratura se desalinharam ou cessaram o contato.
    • As fraturas com deslocamento normalmente exigem intervenção cirúrgica.
  4. Essa fratura é aquela na qual o osso quebrado se deslocou e uma parte dele chegou a atravessar a pele. Devido à gravidade dos danos causados ao osso e aos tecidos adjacentes, esse tipo de lesão sempre exige tratamento médico imediato.
    • As fraturas compostas podem infeccionar se não forem tratadas o quanto antes e geralmente levam mais tempo para sarar.
  5. Essa é a fratura na qual o osso foi esmiuçado em três ou mais pedaços. Com frequência, embora nem sempre, ela está associada com danos graves aos tecidos próximos. Graças à dor extrema e à imobilidade do membro afetado que geralmente acompanham a fratura, esse tipo de lesão é facilmente diagnosticável.
    • As fraturas cominutivas são comuns em ossos maiores, como os dos braços e das pernas, mas podem acontecer nos dedos se eles forem finos e compridos.
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Avisos

  • Independente das recomendações acima, se você pensa ter sofrido uma lesão grave, procure cuidados médicos imediatamente.
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