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As histórias de fantasia são de um gênero chamado de ficção especulativa, que continua a crescer todos os anos. Geralmente, histórias de fantasia são cheias de criaturas míticas, elementos de magia e mundos inspirados no passado, apesar de não haver nenhuma “regra” sobre o que deve ser incluído nos enredos. Caso se interesse em escrever uma história épica de fantasia, concentre-se primeiramente nos aspectos da narrativa e depois desenvolva o enredo, transformando-a em ficção especulativa.

Parte 1
Parte 1 de 3:

Criando uma boa história

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  1. Muitos escritores de histórias do gênero se concentram demais nos elementos fantásticos da história, negligenciando o desenvolvimento do próprio enredo. No entanto, antes de conseguir escrever uma obra cativante de ficção fantasiosa, é necessário saber os elementos que constituem histórias que atraiam os leitores. [1] Por isso, pode ser útil delinear a base do enredo, definindo o que acontecerá na narrativa e com os personagens. [2]
    • Todo enredo deve ter elementos que fazem com que a história progrida. Pode ser um conflito externo ou interno, mas algo precisa acontecer para que o enredo se desenvolva.
    • A ação crescente — onde a história se desenvolve e há um acúmulo de tensão —, o clímax de tal ação e as consequências dela são todos elementos cruciais de um bom enredo.
    • O desfecho ou resolução, onde o fruto da tensão é totalmente resolvido, é essencial para progredir o enredo na direção de seu final lógico.
  2. Um bom conflito é algo crítico, caso deseje criar uma boa história para qualquer tipo de ficção. Os conflitos motivam os personagens, catalisando o enredo e criando tensão para cativar o leitor. [3]
    • Uma estratégia comum é expor as motivações do antagonista em conflito direto com as do protagonista. Isso cria uma grande tensão, permitindo que o leitor se identifique e simpatize com o protagonista.
    • Os conflitos podem ser entre uma pessoa e sua própria maneira de agir, entre dois indivíduos ou até entre uma pessoa e um conceito abstrato: a sociedade, deuses e deusas, etc.
    DICA DE ESPECIALISTA

    Julia Martins

    Bacharela em Inglês, Stanford University
    Julia Martins é uma escritora aspirante que vive em Sâo Francisco, na Califórnia. Graduou-se na Stanford University e publicou na Rainy Day Magazine, da Cornell University; na Leland Quarterly, da Stanford University; e na Quarterly, da Bards and Sages.
    Julia Martins
    Bacharela em Inglês, Stanford University

    Tendo problemas para criar um conflito? Julia Martins, escritora criativa, aconselha você a começar pelo seu personagem principal. "Pense no que seu personagem principal quer mais que tudo. Depois, pense no motivo pelo qual ele não consegue tal coisa. Aí está! Você acabou de criar um conflito para sua história."

  3. Na verdade, os personagens da obra são até mais importantes que a trama; mesmo ao não achar o enredo muito atrativo, o leitor poderá continuar acompanhando o livro pois gosta de um ou mais personagens. [4]
    • Os personagens devem possuir motivações claras e bem definidas. Desejos, necessidades, objetivos ou simplesmente traços de personalidade são aspectos importantes, mas é necessário deixar claro o que serve de “combustível” para cada um deles.
    • Eles devem ser contraditórios e complicados, não unidimensionais. Isso os deixa mais realistas.
    • Lembre-se de que ninguém é totalmente do bem ou do mau na vida real. Isso também vale para personagens fictícios.
    • Os personagens devem ter vulnerabilidades. Seja emocional ou física, algum tipo de sofrimento ou vulnerabilidade humana faz com que os leitores se identifiquem com eles.
    • ”Mapeie” características e motivações para cada personagem principal e que serão incluídas explicitamente na história. Saber o que os deixam felizes, assustados, tristes e irritados, por exemplo, pode influenciar a maneira com que você o cria de maneiras sutis.
    DICA DE ESPECIALISTA

    Julia Martins

    Bacharela em Inglês, Stanford University
    Julia Martins é uma escritora aspirante que vive em Sâo Francisco, na Califórnia. Graduou-se na Stanford University e publicou na Rainy Day Magazine, da Cornell University; na Leland Quarterly, da Stanford University; e na Quarterly, da Bards and Sages.
    Julia Martins
    Bacharela em Inglês, Stanford University

    Julia Martins, escritora criativa, sugere: "Para melhor entender seu personagem, preencha um perfil para ele, como esses que você encontra na internet. Até mesmo detalhes, como a cor predileta do personagem ou algo de que ele não gosta, pode ajudar você a entendê-lo melhor."

  4. Adicionar detalhes vívidos e desenvolvimentos complexos na história fará com que ela ganhe vida para os leitores. Tente incorporar a maior quantidade possível de detalhes sensoriais que puder, para que eles possam saber o que os personagens estão sentido e como é esse mundo fictício. [5]
    • É preciso incluir aspectos únicos ao mundo fantasioso, mas não esqueça dos gostos, cheiros e sentimentos táteis dele.
  5. Não faça com que o enredo se arraste por vários capítulos após a resolução do conflito principal, mas não apresse o final também. Saiba para onde o enredo deve progredir e terminar de forma lógica, considerando o que os leitores sabem sobre os personagens em um ou dois capítulos que seguem a resolução do conflito. [6]
    • Os personagens devem resolver seus conflitos. Não faça com eles sejam resolvidos por um outro personagem, um milagre ou em ações da natureza. Isso afasta rapidamente os leitores.
    • Caso a história faça parte de uma saga maior, é necessário equilibrar o final de forma lógica, resolvendo a tensão, mas dando “pistas” do que acontecerá na próxima obra.
    • Se a história não possuir continuação, pense quais as questões que podem persistir após o fim do conflito. Leve em consideração o que acontece com os protagonistas e com o mundo após a questão principal ser resolvida.
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Entendendo e incorporando elementos da fantasia

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  1. Caso queira escrever um épico de fantasia, é uma boa ideia ler obras essenciais do gênero, porque tentar criar uma história de algo que você não entende ou tem familiaridade produzirá um resultado medíocre, fazendo com que leitores ávidos do gênero reconheçam a falta de conhecimento em sua escrita. [7]
    • Alguns dos escritores de livros de fantasia mais conhecidos e queridos são: C.S. Lewis, T.H. White, Fritz Leiber, J.R.R. Tolkien, Susanna Clarke e Kelly Link. [8]
    • Peça conselhos para um bibliotecário ou peça que um funcionário de uma livraria recomende romances de fantasia clássicos que serviram de referência aos escritores iniciantes.
  2. Nem todas as obras do gênero de fantasia possuem magia, mas as que incluem tais aspectos estabelecem um senso de “ordem” no reino da magia. Deve haver algum método e lógica para o uso de elementos mágicos, deixando-os claros e não ambíguos aos leitores. [9]
    • Planeje e desenvolva os elementos mágicos com cuidado. Leve em consideração se eles precisam de explicação ou exposição para fazerem sentido aos leitores. Defina as “regras” ou os limites da magia no mundo que você criar.
    • Quando a história ocorrer em uma sociedade histórica (ou uma sociedade fictícia baseada em uma cultura histórica real), pesquise bem sobre os elementos que a constituem, de forma que você incorpore-os de maneira precisa e honesta.
  3. É importante conseguir a atenção de seus leitores desde o começo, ainda mais no gênero de fantasia. Leitores fãs de obras desse tipo vão querer saber se vale a pena investir tempo em seu livro; não conseguir chamar a atenção deles desde as primeiras páginas pode fazer com que percam o interesse com o desenvolver do enredo. [10]
    • Não é necessariamente preciso “chocar” os leitores logo cedo ou fazer uma revelação. No entanto, dê indícios de que muitos fatos interessantes acontecerão futuramente.
    • Também será preciso entregar os acontecimentos que você sinalizar nas primeiras páginas. Evite falsas promessas ou coisas que nunca se concretizarão.
  4. Muitos escritores de obras de fantasia abrem a história com uma cena de batalha; isso até pode prender a atenção do leitor e expor certas características dos personagens principais, mas a verdade é que os leitores não saberão quem são eles e por qual motivo suas mortes (ou triunfos) são importantes para o enredo. [11]
    • Não há problema nenhum em ter uma batalha logo no começo. Porém, saiba que como os leitores ainda não estão “fisgados” pelo livro, eles não se sentiram muito interessados.
    • Caso opte por iniciar com uma cena dramática, diminua o ritmo após um ou dois parágrafos para que os personagens sejam melhores desenvolvidos e ganhem mais vida.
    • Dê nome para os personagens logo que forem introduzidos. Evite tentar manter um clima de mistério usando apenas “ele” ou “ela”, pois isso poderá afastar os leitores.
  5. Os detalhes são ótimos para darem sustentação e desenvolver a narrativa; no entanto, ser muito descritivo pode atrapalhar a história com elementos que acabam causando distrações e dando informações tangenciais. O mundo criado precisa ganhar vida e você deve escolher os detalhes mais importantes e relevantes. [12]
    • Em vez de expor explicitamente todos os detalhes, tente encontrar maneiras de detalhar através de exposições, reflexões e diálogos. Isso deixa a narrativa menos pesada, permitindo que ela se desenvolva melhor.
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Revisando e editando a história

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  1. Ao terminar a história, você provavelmente ainda estará muito apegado aos personagens, ao mundo e ao enredo criado, dificultando com que você consiga editar e retirar partes desnecessárias, já que tudo parece perfeito e essencial para um bom entendimento. Porém, como está tudo fresco em sua cabeça, você pode acabar preenchendo buracos da história com seu próprio conhecimento da narrativa, o que não acontece com os leitores, que ficarão confusos. [13]
    • “Esqueça” a história por alguns dias ou por uma semana antes de iniciar a revisão e a edição. Não a leia de jeito nenhum e resista à tentação.
    • Se não confiar em si mesmo e achar que não conseguirá revisar a obra com a “cabeça aberta”, uma boa ideia é pedir para que um colega ou amigo de confiança leia a história. Peça para alguém que você valorize a opinião, sabendo que ela será honesta e franca.
  2. Ao criar uma história curta, é fácil perder a noção do tom empregado na narrativa, em especial ao trabalhar em seu desenvolvimento em períodos pequenos e de uma só vez durante várias semanas. Revisar a história e manter um tom equilibrado permitirá que ela seja desenvolvida com mais clareza e eloquência para os leitores, sendo muito mais interessante para eles no final. [14]
    • Encontre um parágrafo da história que, em sua opinião, incorpore o tom ideal dela. Imprima uma cópia desse parágrafo e deixe ao lado do computador ou simplesmente leia-o novamente antes de começar a trabalhar na edição e revisão da história.
  3. Uma das frases mais comuns em círculos de escrita criativa é “Mostre, não conte”. Isso significa deixar o leitor ver as coisas se desenvolverem na página, ou através da narrativa ou de detalhes bem colocados. Mostrar ao leitor que um personagem está triste (descrever a linguagem corporal, as reações dele, etc.), são melhores alternativas do que escrever que ele está triste, por exemplo. No fim, isso fará uma grande diferença no enredo. [15]
  4. Ao realizar a revisão, será necessário tirar alguns parágrafos ou seções, que podem acabar sendo reescritas ou totalmente tiradas do livro. De qualquer forma, leia o rascunho com um “pente fino”, perguntado a si mesmo se certas partes são mesmo necessárias para a história. [16]
    • Se algo estiver confuso ou exposto com pouca clareza para um leitor em potencial, reescreva essa passagem se ela for vital à história. Do contrário, corte-a.
    • Procure por tangentes, descrições e outras distrações desnecessárias e irrelevantes. Corte-as para ver se a história ainda terá sentido sem elas.
  5. Depois de resolver os maiores problemas do enredo, é necessário tratar os aspectos menores, mas não menos importantes. Enquanto os problemas evidentes podem fazer com que o leitor abandone o livro, os detalhes podem, aos poucos, frustrá-lo devido à falta de consistência da história. Edite e reescreva-as quando necessário. [17]
    • Cuidado com erros de digitação e gramática.
    • Pergunte a si mesmo se os adjetivos empregados são descritivos ou se são “vazios”, sem sentido.
    • Corte advérbios desnecessários. De forma geral, o excesso de advérbios faz com que o enredo fique arrastado.
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Dicas

  • Os personagens devem se desenvolver de forma lenta, gradual e sutil. Às vezes, é até melhor que eles não percebam que estão mudando; as alterações podem ser simples e complexas, dependendo da história.
  • Experimente adicionar assuntos que você goste, se isso contribuir para o contexto da história. Tolkien criava idiomas fictícios, mas outros toques interessantes são mitos, arte, poesia, narrativa e outros aspectos, por exemplo.
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Avisos

  • Não copie nada de outros autores. É possível se inspirar neles sem fazer plágio de suas obras.
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Materiais Necessários

  • Papel e lápis, caneta ou computador.

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