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No mundo ideal, as palmadas não deveriam nem existir. Mas alguns pais acham que, em casos mais extremos, essa é a única saída. Este artigo não tem a intenção nem de promover, nem desencorajar esse ato, mas fazer com que os pais entendam o que há por trás desse castigo e como aplicá-lo da melhor forma possível.

As palmadas são alvo de muito debate e grande parte dos psicólogos não as recomendam como forma de disciplina. Mesmo assim, muita gente acha que quando aplicado com carinho, esse castigo é tão eficaz quanto outros. A decisão de usá-lo ou não é dos pais e deve estar sempre de acordo com as leis.

Parte 1
Parte 1 de 3:

Disciplinando de maneira não violenta

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  1. Não bata no seu filho por qualquer coisa. Antes de mais nada, tente resolver tudo na conversa, com um método não violento. Mas, se achar que essa é a única forma, tenha certeza de que todas as outras opções se esgotaram antes.
    • A palmada esporádica (palmadinhas bem leves em crianças entre dois e seis anos que desobedeceram outra forma de disciplina mais leve) é menos arriscada em um primeiro momento, de acordo com alguns estudos. [1]
  2. Talvez ela não tenha nem percebido que fez alguma coisa errada ou tenha interpretado mal o que aconteceu. Através da conversa, você saberá se seu filho não percebeu que tomou a decisão errada ou entenderá que ele nem se comportou mal no fim das contas.
    • Se estiver chateado demais para manter a calma, apenas diga “agora estou muito nervoso e preciso de um tempo para me acalmar”. Quando isso acontecer, afaste-se da confusão, respire fundo e apenas depois lide com o que houve.
  3. As mais velhas conseguem perceber por si próprias quando fazem algo errado. Pergunte a elas como acham que as outras pessoas se sentem pelo que aconteceu ou quais foram as consequências do que fizeram. Você pode usar a comunicação não violenta e falar na primeira pessoa, em situações como “quando você faz tal coisa, EU me sinto de tal forma”. A seguir, confira alguns exemplos:
    • “Como acha que sua irmã ficou quando você quebrou o brinquedo dela?”
    • “Quando eu não encontrei você no mercado, fiquei muito preocupado. Eu preciso que fique sempre pertinho de mim, para saber que está tudo bem com você.”
    • “Como acha que o papai se sentiu quando teve que limpar o cocô da banheira?”
  4. Nem toda oportunidade de aprendizado precisa envolver um castigo.
    • Se ele muda de comportamento depois de uma conversa, por exemplo, não é preciso voltar a castigá-lo: ele aprendeu a lição.
    • Às vezes, quem está precisando aprender é você. Há momentos em que esperamos demais dos nossos filhos ou os colocamos em situações estressantes, com as quais eles não sabem lidar. Nem sempre as crianças têm as ferramentas necessárias para resolver as coisas de forma madura. Nesses casos, deixe passar e, da próxima vez, leve as limitações do seu filho em consideração.
  5. Seja firme e paciente ao disciplinar seu filho, explicando as consequências dos atos dele. As palmadas nunca devem ser o primeiro recurso quando existem muitos outros modos de discipliná-lo. [2] [3] [4] [5]
    • Diga um não bem firme. Dê uma resposta curta, clara e num tom de voz mais rígido, como “não pode chutar a bola no rosto das pessoas.”
    • Chame a atenção. Se a criança for bem pequena, bata as mãos alto o suficiente para chamar a atenção dela. Depois, diga um “não” bem firme ou lembre-a das regras nesse mesmo tom.
    • Apresente as consequências lógicas. Diga a seu filho para limpar a bagunça que ele fez, arrumar algo que quebrou ou pagar alguma coisa que não possa ser arrumada. Com isso, ele aprende a corrigir os próprios erros. (Se ele for pequeno demais para limpar ou pagar alguma coisa, ajude-o.)
    • Dê o direito de escolha. Dê duas ou três opções para a criança e deixe-a escolher. Se ela estiver apresentando muita resistência na hora de se vestir, por exemplo, diga “o que você quer primeiro? Colocar a calça ou a camiseta?”
    • Compense. Se a criança fez alguma coisa para alguém, diga a ela para compensar de alguma forma. Por exemplo, se ela brigou com a irmã, diga para fazer alguma coisa legal por ela, dando sugestões, caso não consiga pensar em nada sozinha.
    • Peça um tempo. Coloque a criança em um banquinho, para que ela tire um tempo para se acalmar ou pensar no que fez. Você deve dar à ela um minuto por ano de vida (exemplo: se ela tem dois anos, deve refletir por dois minutos).
    • Tire privilégios. Se seu filho tem mania de empurrar os outros durante as brincadeiras, tire um brinquedo que ele goste muito por um tempo e explique o porquê.
  6. Ser pai não é uma tarefa fácil e é normal perder a paciência de vez em quando. Se perceber que vai explodir, saia de cena e tente se acalmar. Quando estiver mais tranquilo, aí sim poderá disciplinar seu filho.
    • Diga a ele: “estou tão bravo, que não sei nem o que fazer. Preciso descansar um pouquinho para esfriar a cabeça.”
  7. Às vezes, se ela não segue uma regra com muita frequência, pode ser porque não consegue (e não por pura desobediência). Pergunte a ela qual o problema em fazer determinada coisa e entenda o que está acontecendo. Depois, trabalhem juntos, como uma equipe, para resolver a situação.
    • Se é sempre uma briga na hora de arrumar o quarto, ajudar seu filho pode ser uma boa solução.
  8. Às vezes, ela se comporta mal porque realmente não sabia o que estava fazendo. Pergunte se ela sabe o que poderia ter feito naquela situação ou sugira outras formas de lidar com ela, caso se repita. Uma boa conversa pode ajudar bastante a criança a saber como se comportar no futuro.
    • Se a criança concordar em se comportar melhor da próxima vez, então nem precisa castigá-la. Senão, imponha um castigo baseado nas consequências do que ela fez, como limpar a bagunça ou pedir desculpas a quem machucou. O que importa é o aprendizado e o castigo nem sempre é necessário para isso.
  9. Faça com que ele saiba que você também está lá para reconhecer quando ele age bem. Assim, você o motiva a sempre fazer a coisa certa. Veja abaixo, alguns exemplos de como agir:
    • “Parabéns por esperar a sua vez de brincar na balança!”
    • “Eu vi que você brincou direitinho com o seu irmão, sem brigar com ele, nem nada, porque você já aprendeu a lição. Quando crescer, você será uma pessoa muito boazinha!”
    • “Obrigado por colocar os sapatos rapidinho! Agora teremos ainda mais tempo para brincar no parque!”
  10. Seu filho aprende a se comportar observando você, então aja como gostaria que ele agisse, mesmo que ele não esteja prestando atenção. Com o tempo, ele acabará pegando os seus hábitos.
    • Evite a hipocrisia. Se você dá uma palmada no seu filho e depois diz que é errado bater nos outros, ele não levará você a sério.
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Preparando-se para a palmada

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  1. As palmadas devem ser usadas apenas em último caso, depois de tentar todos os castigos não físicos descritos anteriormente. Pense muito bem antes de qualquer coisa e esteja 100% seguro de que quer mesmo fazer isso, antes de dizer a seu filho que ele levará umas palmadinhas.
    • O castigo físico é proibido em vários países e, mesmo que seja legal no seu, pode haver várias restrições.
    • Entenda que muita gente considera a palmada como um tipo de abuso, ainda mais se você bate com força. Se você é favorável a essa forma de punição, nunca bata forte, com outra coisa além da sua mão ou deixe marcas na criança. Maus tratos infantis é crime e o Conselho Tutelar será acionado.
    • Leia mais sobre outras formas de disciplina além da palmada. [6]
  2. Muitos estudos de longo-prazo mostram que o castigo físico piora o comportamento em vez de melhorá-lo. Depois de apanhar, a criança se sente rejeitada, ressentida e achando que os pais não a amam. No lugar de aprender a não fazer coisa errada, ela aprende a não ser pega. [7] Além disso, estudos também comprovam que pessoas submetidas a castigos físicos na infância têm mais chances de: [8] [9] [10] [11]
    • Ter menos matéria cinzenta no cérebro;
    • Apresentar dificuldades de aprendizagem;
    • Desenvolver problemas mentais, como depressão e ansiedade;
    • Abusar de drogas e álcool;
    • Não confiar nas pessoas;
    • Ser abusivo nos relacionamentos;
    • Envolver-se em atividades criminosas;
    • Morrer jovem.
    • Levando essa pesquisa em consideração, pense se o castigo físico é realmente uma boa opção. O melhor pode ser encontrar alguma alternativa, como as sugeridas na seção “Disciplinando de maneira não violenta”. Mas, se você acha que essa é a única maneira, siga os passos abaixo.
  3. Nunca faça isso na frente de terceiros, principalmente quando são amigos ou irmãos da criança. Isso gera um sentimento de ressentimento que contribui negativamente na educação dela. É ainda mais importante ter um pouco de privacidade, se você prefere dar palmadas no bumbum descoberto.
    • Dar palmadas já é forte o suficiente. Não piore as coisas humilhando seu filho na frente de outras pessoas.
  4. É provável que ela fique triste, brava, ressentida e até entre em pânico. Essas reações são normais e você deve lidar com isso, mantendo-se firme à sua decisão.
    • É normal que a criança chore antes, durante e depois da palmada. Não puna esse tipo de comportamento.
    • Tente dar um último aviso, como “eu vou contar até dez, se você não soltar o cabelo dela, vai levar uma palmada”. Às vezes isso já é o suficiente para controlar a criança.
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Dando as palmadinhas

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  1. De outro modo, você pode acabar machucando a criança.
    • Se estiver fora de si, areje a cabeça e não aplique nenhum castigo físico.
  2. Eles podem machucar tanto seu filho, quanto suas mãos, e a ideia não é essa. Além disso, se tiver alguma coisa nos bolsos que possa deixar a criança desconfortável enquanto estiver no seu colo, tire-a, também.
    • Dar palmadas no bumbum descoberto ajuda a ver se você está machucando a criança e a parar na hora certa, mas também a deixa menos protegida e ainda pode ter um efeito de humilhação.
  3. Sente-se e coloque a criança sobre suas pernas, de barriga para baixo. Depois, peça a ela que não se levante e diga quando estiver pronta.
  4. Também é importante que ela não esteja se contorcendo e que as pernas estejam bem firmes.
    • Não diga nada durante as palmadas. Deixe para conversar com seu filho depois.
  5. Não precisa de muita força para disciplinar uma criança e o excesso dela pode acabar machucando. Além do mais, o significado dessa ação é muito mais importante do que a dor ela causa. Por isso, sempre ouça seu filho para saber se está batendo forte demais.
    • Para não machucá-lo, mantenha uma distância segura das genitais, cóccix e rins do seu filho.
  6. Diga a ele que sempre o amará, mesmo quando ele fizer escolhas erradas. Enfatize a ideia de que sabe que ele é uma pessoa boa, que apenas tomou uma decisão ruim e nunca, em hipótese alguma, dê outro castigo além do físico. As palmadas devem ser seguidas apenas pelo perdão imediato.
    • Depois das palmadas, a criança pode achar que é uma pessoa ruim ou que você não a ama. Essas concepções equivocadas podem acabar levando a um comportamento ainda pior posteriormente. [12]
    • Depois da palmada, não force a criança a receber afeto, se ela não quiser. Pesquisas mostram que ser carinhoso com uma criança depois de castigá-la fisicamente pode acabar piorando o sentimento de ansiedade. [13] Isso pode deixá-la confusa, pensando que os pais são imprevisíveis. Se ela quiser correr para o quarto, deixe que vá.
    • Cuidado para não dizer coisas como “só estou fazendo isso porque amo você”. Se seu filho aprende que a violência faz parte do amor, então quando crescer poderá achar normal que o parceiro bata nele ou ele próprio será o agressor. Existem muitas pesquisas que correlacionam as palmadas com a violência doméstica. [14] [15]
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Dicas

  • Não use castigos físicos com frequência. Se você sempre precisa dar palmadas no seu filho, quer dizer que esse método não está dando resultado (já que cada criança é diferente da outra) ou ele está se acostumando, o que não deve acontecer em hipótese alguma. A palmada deve ser uma coisa bem pontual, que acontece pouquíssimas vezes por ano (e isso quando acontece).
  • A melhor idade para introduzir as palmadas na disciplina da criança é entre os quatro e cinco anos. Nunca aplique castigos físicos em crianças mais novas e, quando ela estiver velha o suficiente para entender o que está acontecendo, converse antes de apelar para as palmadas.
  • Não escolha o castigo com base no gênero da criança. Se quando quem se comporta mal é uma menina, você tem paciência para conversar, mas quando é um menino, parte logo para as palmadas, está sendo muito injusto. Isso pode fazer com que ele fique ainda mais ressentido, então você deve sempre disciplinar meninas e meninos do mesmo jeito.
  • É preciso que a criança saiba porque está recebendo as palmadas.
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Avisos

  • Sempre dê palmadas no bumbum, evitando, principalmente, a cabeça e o torso.
  • Se na sua região existem leis que regulem ou proíba as palmadas, respeite-as.
  • Lembre-se de que, ainda que a criança não esteja nesse estágio, o bumbum é uma parte sexualizada do corpo. Dar palmadas nessa região pode levá-la a um comportamento sadomasoquista quando crescer.
  • Nunca dê palmadas em uma criança se você estiver bravo.
  • Se você decidir por dar palmadas no seu filho em público, esteja pronto para ser confrontado por pessoas que condenam essa prática, já que nem todo mundo concorda com esse tipo de castigo.
  • No Brasil, é proibido qualquer tipo de castigos físicos em ambientes de ensino.
  • Apenas dê palmadas numa criança se você for o pai ou guardião legal dela (a menos que eles tenham autorizado você a isso). Uma babá, por exemplo, nunca deve dar palmadas em uma criança.
  • Dar palmadas em adolescentes ou em bumbuns descobertos pode ser considerado um tipo de abuso.
  • Nunca dê as palmadas em veículos em movimento, especialmente no transporte público.
  • Se não tiver jeito e você tiver que recorrer às palmadas, não dê mais nenhum outro tipo de castigo, pois isso já é suficiente.
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