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A função de uma história de suspense é deixar o leitor tenso do começo ao fim. Em geral, o enredo acontece antes de um crime, ao contrário dos livros de mistério, que visam investigar o crime consumado. Um bom suspense deixa o leitor instigado, o surpreende e envolve pessoalmente com a história. Para escrever seu próprio suspense, comece elaborando personagens complexos e uma trama sólida, sempre arriscando a pele do protagonista e, por fim, revise-o até ficar perfeito.

Parte 1
Parte 1 de 3:

Iniciando a história

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  1. Para ter uma ideia melhor de sua história, comece pesquisando os vários tipos de suspense e escolhendo o que mais tem a ver com o que você quer escrever. Eis os mais comuns: [1]
    • Suspense psicológico. Em geral, essas histórias têm um protagonista com algum transtorno mental e o enredo foca nesse aspecto para se desenvolver, tratando das razões do personagem.
    • Suspense de mistério. Nesse caso, a trama acontece ao redor de um crime de difícil solução, com um ritmo frenético e caótico.
    • Suspense com ficção científica. É uma trama de suspense que se passa dentro de um universo de ficção científica, com coisas como futurismo, viagem no tempo, tecnologia, mutação, alienígenas, etc.
    • Suspense de espionagem, como 007. Espiões, segredos, requinte, alto escalão da política, crises internacionais, armas sofisticadas, etc.
    • Suspense militar. Costuma se desenvolver em meio a uma guerra, real ou fictícia.
  2. Pense em um enredo marcante. Os suspenses costumam ter um protagonista em conflito com outro(s) personagem(s), seja por ter sido a vítima ou o causador de algum mal, intencional ou não. Não tenha medo de escrever com base em seus gostos, conhecimentos e pontos de vista. [2]
    • Por exemplo, você pode gostar do tema “morte e renascimento”, e escrever uma história em que o protagonista não morre por pouco, causando uma mudança de consciência nele. Outra opção pode ser um herói tentando evitar que um crime aconteça.
    • Nessa mesma linha, seu herói pode lutar para que um desastre não aconteça e impulsionar um desenvolvimento na sociedade através da solução de um enigma.
  3. Um aspecto fundamental da história são os personagens. Eles são responsáveis pelo desenvolvimento da trama e o protagonista não pode ser uma pessoa ordinária. Providencie para que ele tenha uma história relevante e interessante. Assim, será mais fácil escrever algo imprevisível, que dará a energia para o enredo. [3]
    • Tente não usar personagens clichê, como o investigador atormentado, o agente frio e calculista do FBI ou a repórter curiosa e ambiciosa. Prefira algo mais criativo, faça personagens complexos e diferentes.
    • Por exemplo, seu detetive pode ser cego e sempre ter a companhia de um cão-guia em suas investigações; o agente do FBI pode ter um passado sombrio e precisar resolvê-lo. Saia das linhas tradicionais, use características que os tornem únicos, sem estereótipos.
  4. Quanto mais intimidade com o gênero você tiver, melhor. Vá atrás de todos os sub-gêneros, informe-se sobre o que tem sido publicado. Alguns bons exemplos são: [4]
    • ”O Silêncio dos Inocentes” de Thomas Harris.
    • “Millenium: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres” de Stieg Larsson.
    • “Rebecca” de Daphne Du Maurier.
    • “O Talentoso Ripley” de Patricia Highsmith.
    • “A Assombração da Casa da Colina” de Shirley Jackson.
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Escrevendo a história

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  1. . Ela é composta por contexto, conflito inicial, intensificação da trama, clímax, atenuação da trama e desfecho. Um esboço estruturado facilitará muito escrever a história. Além disso, seu personagem deve ter muito a perder, o que implica correr riscos sérios e se envolver em conflitos.
    • Use o método snowflake (ou “floco de neve”). Trata-se de sintetizar a história em uma frase, desenvolvê-la para um parágrafo introdutório, fazer a apresentação detalhada de cada um dos personagens e uma planilha com todas as cenas. Leia aqui mais detalhes dessa técnica.
    DICA DE ESPECIALISTA

    Lucy V. Hay

    Escritora Profissional
    Lucy V. Hay é uma autora, roteirista e blogueira que ajuda outros escritores através de workshops, cursos e de seu blog, Bang2Write. Lucy é produtora de duas séries de suspense britânicas e seu romance de estreia, "The Other Twin', está sendo adaptado pela Free@Last TV, que também produziu a série indicada ao Emmy "Agatha Raisin".
    Lucy V. Hay
    Escritora Profissional

    Crie um suspense extravagante para prender o leitor. A autora Lucy Hays diz: "A tensão e o mistério são elementos importantes para qualquer trama de suspense. Algo grande aconteceu e vai levar para um confronto no final".

  2. A primeira cena deve ser cheia de ação, para anunciar ao leitor que a experiência será intensa. Use esse momento para apresentar um impasse, que servirá como gancho para apresentar o protagonista. [5]
    • As primeiras páginas não devem conter o histórico dos personagens ou sua introdução, portanto deixe isso para depois. Prefira começar com algo mais cativante, que faça o leitor querer mais.
    • Por exemplo, comece o suspense com a descrição de um assassino perseguindo sua vítima. Isso fará seu leitor mergulhar de cabeça na história.
  3. Bote o herói para trabalhar. Quanto mais complicada for a situação dele, mais preso o leitor ficará. Ao longo da história, desenvolva bons conflitos entre os personagens e não se furte de inventar obstáculos para impedir o protagonista de alcançar seu objetivo – literalmente dificulte a vida dele com problemas e imprevistos. [6]
    • Digamos que seu herói é um jovem e ambicioso agente do FBI cuidando de um caso difícil. Para impedi-lo de simplesmente solucionar o caso, faça uma cena em que as provas e documentos sejam queimados em um incêndio ou que a testemunha desapareça.
  4. Em vez de adicionar informações que não adiantarão a trama em nada, faça com que a ação se intensifique continuamente. Preserve uma boa cadeia de acontecimentos surpreendentes, pois eles são parte fundamental de um bom suspense. [7]
    • Por exemplo, em vez de encher a história com detalhes do protagonista, prefira usá-lo ativamente ao longo das cenas. O histórico do herói pode ser inserido aos poucos no meio da trama, que deve estar sempre em movimento e evolução.
  5. Essa etapa do enredo costuma acontecer depois da metade do livro e é o momento de “tudo ou nada” para o protagonista, com o suspense em seu auge e o leitor, babando para saber o que vai acontecer a seguir. Você pode usar o clímax para o enfrentamento dos antagonistas, resolver o conflito central ou fazer com que os personagens cheguem a uma conclusão que mudará sua perspectiva sobre a vida.
    • Por exemplo, você poderia chegar ao auge da história com o herói arrancando a máscara do vilão, ou talvez descobrindo a resposta para uma charada impossível de resolver até então.
  6. Embora você possa dar as respostas para todas as pontas soltas, esse não é o único jeito de encerrar uma história. Você pode, por exemplo, deixar o leitor em dúvida sobre o que aconteceu depois de tudo; talvez o personagem principal tome uma decisão séria e surpreendente na última página, ou encerre sua participação refletindo sobre como tudo isso o mudou para sempre. [8]
    • Por exemplo, o fim da história pode ser uma caçada eletrizante entre o assassino e o agente do FBI.
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Revisando a história

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  1. Quando acabar de escrever, é hora de ler o rascunho. Leia em voz alta, repare se o ritmo do enredo está rápido ou lento, se há furos na história, detecte as partes que podem ser melhoradas e veja se os personagens precisam de aprofundamento.
  2. Peça a opinião de um professor ou mentor para saber quais pontos poderiam melhorados. Uma boa ideia é se matricular em um curso de produção textual e levar seu esboço para ser trabalhado lá.
    • Outra opção é mostrar o rascunho para seus amigos e familiares; eles certamente terão um ponto de vista diferente e interessante. Prepare-se para receber críticas construtivas, já que a ideia é aperfeiçoar o texto.
  3. Depois de receber as respostas das pessoas, releia o texto de olho nesses três quesitos. Quando ler uma cena, pergunte-se se acha que tem suspense o bastante; quando terminar, pense se a história como um todo foi emocionante como deveria e se realmente deixaria os leitores tensos e entretidos. [9]
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