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Infelizmente, algumas pessoas têm gota e diabetes ao mesmo tempo. Nesses casos, elas devem evitar alimentos que possam afetar os níveis de ácido úrico e insulina no organismo — e, portanto, as dietas recomendadas para esse grupo de indivíduos costumam ser mais específicas. Leia este artigo e descubra mais!

Parte 1
Parte 1 de 3:

Cuidando da sua alimentação

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  1. Como o organismo produz ácido úrico a partir da metabolização da purina, é melhor evitar alimentos que contenham esse composto químico. Cristais de urato podem acumular nas articulações quando o ácido está em alto nível, agravando a dor na região que caracteriza a gota.
    • Essa elevação no ácido úrico pode aumentar a resistência à insulina, ou seja, reduzir a resposta do corpo ao hormônio. [1] De quebra, isso aumenta a glicemia (o nível de açúcar no sangue) e leva aos sintomas do diabetes.
    • Anchovas, carnes de órgãos, cavala, cerveja, enlatados, ervilhas, feijão seco, macarrão instantâneo e vinho são alguns exemplos de alimentos ricos em purina.
  2. Produtos ricos em frutose consomem bastante trifosfato de adenosina (ATP, da sigla em inglês) quando são metabolizados pelo organismo. O ATP é uma molécula que gera energia às células. Quando é consumida em excesso, ela se esgota e gera substâncias como os ácidos lático e úrico. Isso, por sua vez, aumenta a presença deste último no sangue.
    • A frutose é um tipo de açúcar. Consumir alimentos ricos nessa substância eleva a glicemia no organismo e leva a sintomas dos problemas.
    • Evite alimentos como amendoim, aspargo, banana, bebidas com gás, brócolis, cebola, cereais matinais, chocolate, enlatados, feijão, figo, ketchup, maçã, massas, melão, passas, pera, repolho, sucos de frutas e tomate.
  3. O álcool impede que os rins façam a devida eliminação do ácido úrico do organismo. Ao ser convertido em ácido lático, ele reduz o volume do ácido úrico em si — afinal, esses dois tipos "competem" em termos de excretação pelos rins na forma de urina.
    • Quanto maior é o nível de de etanol (álcool) no organismo, maior é a produção de ácido úrico e ATP. O ATP é convertido em monofosfato de adenosina (AMP, da sigla em inglês), um precursor do ácido úrico. [2]
    • De quebra, o álcool é capaz de afetar a sensibilidade do corpo à insulina.
  4. A fibra alimentar absorve o ácido úrico na corrente sanguínea, o que facilita a sua eliminação pelos rins. [3] Ademais, a pectina, um tipo de fibra solúvel em água, absorve o colesterol e reduz o seu nível no corpo. [4]
    • Níveis altos de colesterol no organismo podem aumentar a pressão arterial e levar a sintomas de diabetes.
    • Inclua pelo menos um alimento rico em fibras em cada refeição e lanche: abacaxi, aveia, cenoura, cevada, laranja, pepino, psyllium, salsão etc. A ingestão diária recomendada é de 21 g. [5]
  5. As antocianinas impedem a cristalização do ácido úrico, o que reduz o seu acúmulo nas articulações. [6] Além disso, elas estimulam a atividade hipoglicêmica no organismo, levando a uma redução no açúcar no sangue. [7]
    • Ameixa, berinjela, cereja, oxicoco, pera vermelha, romã e uvas são alguns exemplos de alimentos ricos em antocianinas.
    • Inclua pelo menos um desses alimentos em cada refeição ou lanche no dia a dia.
  6. Aumentar a ingestão de ômega-3 pode ajudar a reduzir a sua resistência à insulina — que acontece quando o corpo é capaz de produzir insulina, mas não a usa corretamente. Por consequência, isso diminui o risco de diabetes tipo 2. [8] .
    • O ácido eicosapentaenóico (EPA), presente no ômega-3, consegue reduzir os níveis de colesterol e ácido úrico no organismo. A ingestão diária recomendada desse ácido graxo é de, no máximo, 3 g. [9]
    • Camarão, couve-de-bruxelas, couve-flor, linhaça, moranga, nozes, salmão, sardinha, soja e tofu são alguns exemplos de alimentos ricos em ômega-3.
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Mudando os seus hábitos alimentares

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  1. A cada dia, tente fazer três refeições normais e três lanches intercalados. As orientações gerais para diabéticos são:
    • Ingerir de 45 a 64% de calorias vindas de carboidratos.
    • ingerir de 25 a 35% de calorias vindas de gorduras.
    • Ingerir de 12 a 20% de calorias vindas de proteínas.
  2. Basicamente, cada grama de carboidratos e proteínas deve corresponder a 4 calorias, ao passo que cada grama de gordura deve trazer 9 calorias.
    • Por exemplo: se você consumiu 100 g de gordura em uma refeição, é porque ingeriu 900 calorias (9 x 100); se consumiu 100 g de proteínas, é porque ingeriu 400 calorias (4 x 100); se consumiu 200 g de carboidratos, é porque ingeriu 800 calorias (4 x 200).
    • Depois de calcular o número de calorias que você ingeriu a partir de gorduras, carboidratos e proteínas, some tudo para chegar ao total do dia. No exemplo acima, a conta seria 900 + 400 + 800 = 2100 calorias. Em seguida, você pode finalmente determinar a porcentagem final de calorias que ingeriu.
    • Para isso, divida o número de calorias de cada nutriente pelo número total de calorias que você ingeriu nesse dia; depois, multiplique por 100. Sendo assim: para gorduras, faça (900 / 2100) x 100 = 42,8%; para proteínas, faça (400 / 2100) x 100 = 19%; para carboidratos, faça (800 / 2100) x 100 = 38%.
    • Depois de ter uma ideia geral do que uma pessoa diabética precisa ingerir a partir desse cálculo básico, você vai saber se a sua alimentação está ou não dentro dos conformes.
  3. De acordo com especialistas, cada um dos seguintes alimentos (nas porções indicadas) contém cerca de 15 g de carboidratos:
    • 200 ml de leite ou suco de laranja.
    • ½ mamão papaia.
    • 115 g de outras frutas.
    • 5 colheres de sopa de feijão.
    • 1 xícara de sopa.
    • 1 fatia de pão.
    • ½ xícara de aveia.
    • 1/3 xícara de arroz ou massa.
    • 4 a 6 bolachas de sal.
    • ½ pão de hambúrguer.
    • 85 g de batata assada.
    • 2 biscoitos doces pequenos.
    • Fatia de bolo sem glacê com 5 cm.
    • 6 tirinhas de frango.
    • ½ xícara de ensopado.
  4. Por exemplo: se você pesa 65 kg, a ingestão diária recomendada de proteínas é de 52 g (0,8 x 65).
    • A qualidade de uma fonte de proteína pode ser definida pelo chamado escore químico de aminoácido corrigido pela digestibilidade proteica (PDCAAS, na sigla em inglês). [10] Criado nos Estados Unidos, ele é uma espécie de sistema de avaliação que vai de 1,0 (a pontuação mais alta) a 0,0 (a pontuação mais baixa). Veja alguns exemplos comuns:
    • 1,0: caseína, derivados da soja, clara de ovos, proteína do leite.
    • 0,9: carne bovina e soja.
    • 0,7: feijão preto, grão de bico, frutas, verduras e legumes.
    • 0,5: cereais e amendoim.
    • 0,4: grãos integrais.
  5. Para diabéticos, é ideal ingerir de 1500 a 1800 calorias por dia. Nesse sentido, cada 1 g de gordura traz 9 calorias.
    • Faça o seguinte para calcular a ingestão diária recomendada em gramas: se você (ou outra pessoa diabética) ingerir 1500 calorias por dia, por exemplo, o correto é multiplicar 1500 por 0,25 e 0,35 para chegar ao intervalo de 375 a 525; em seguida, deve-se dividir cada valor por 9 para chegar a 41,6 (375 / 9) e 58,3 (525 / 9).
    • Nesse exemplo, a ingestão diária recomendada seria de 41,6 a 58,3 g. [11] Além disso, especialistas recomendam que diabéticos ingiram ômega-3 e outros ácidos graxos.
  6. Se pular refeições, você corre o risco de sofrer um episódio de hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue), já que o corpo usa a reserva de glicose armazenada quando não recebe energia na forma de alimentos.
  7. Isto vai ajudar o seu corpo a criar uma rotina em termos de ingestão de glicose, o que evita a ocorrência de hipoglicemia ou hiperglicemia (alto nível de açúcar no sangue).
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Entendendo a gota e o diabetes

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  1. A gota é uma forma de artrite causada pelo acúmulo de ácido úrico no organismo, o qual é produzido durante a metabolização da purina. A purina, por sua vez, é um composto que contém nitrogênio e pode surgir dentro do corpo ou ser encontrada em certos alimentos e bebidas.
    • A gota acontece em função do acúmulo de cristais de urato nas articulações, causando fortes dores e inflamação. Eles surgem quando o nível de ácido úrico no sangue está alto.
    • A gota causa ataques bruscos e extremos de dor, vermelhidão e inchaço. Ela costuma afetar o dedão do pé, mas também pode ocorrer nos tornozelos, nos pés, nos joelhos, nos pulsos e nas mãos.
  2. O diabetes é uma doença que afeta o uso de glicose do corpo — ou seja, a nossa fonte de energia. Para usar a glicose, o organismo precisa de insulina, hormônio que ajuda a transportar o açúcar do sangue às células.
    • Quando o organismo tem níveis insuficientes de insulina, as células não conseguem absorver o açúcar, que acaba ficando no sangue. Nesse sentido, o diabetes é caracterizado pela incapacidade do organismo de produzir ou utilizar a o hormônio. A doença tem dois tipos:
    • Diabetes tipo 1: quando o próprio sistema imunológico do corpo ataca e destrói as células beta do pâncreas, as quais são responsáveis pela produção de insulina.
    • Diabetes tipo 2: quando o pâncreas ainda consegue produzir insulina, mas o corpo não reage bem a ela (que, no fim, acaba não funcionando).
    • Nesses dois tipos de diabetes, a glicose não entra nas células: ela fica na corrente sanguínea, aumentando o nível de açúcar nas vias do corpo.
  3. A gota e o diabetes tipo 2 costumam acontecer simultaneamente, já que ambos os quadros têm fatores de risco em comum. São eles:
    • Fatores não modificáveis:
      • Idade : conforme o corpo envelhece, suas funções passam a se deteriorar. Ele pode ficar incapaz de eliminar ácido úrico (o que leva à gota) ou usar insulina (o que leva ao diabetes).
      • Histórico de família : a gota e o diabetes podem ser hereditários. Se alguém da sua família tem um desses quadros, há chances de você desenvolvê-lo também.
      • Gênero : a gota e o diabetes são mais comuns em homens do que em mulheres, visto que eles têm níveis mais altos de ácido úrico e menor sensibilidade à insulina em comparação a elas. [12]
    • Fatores modificáveis:
      • Obesidade : quanto maior é a presença de tecido adiposo, maior é a secreção de ácido úrico — o que pode levar à gota. [13] Além disso, a insulina não costuma se agregar à gordura, o que gera o risco de diabetes.
      • Alimentação e estilo de vida : a ingestão excessiva de álcool pode afetar a eliminação normal do ácido úrico, levando à gota. Ademais, o álcool é capaz de afetar a sensibilidade do organismo à insulina, o que causa diabetes. [14]
  4. São eles:
    • Inflamação e dores nas articulações : esses sintomas são causados pela presença maior de depósitos de ácido úrico cristalizado nas articulações. O ácido irrita a área, levando à inflamação e a uma dor que pode ser aguda e lancinante.
    • Problemas renais : altos níveis de ácido úrico podem levar à formação de pedras nos rins. Elas causam problemas de urinação, podendo até impedir a passagem da urina.
  5. Os sintomas de diabetes surgem quando a glicemia fica abaixo do nível normal ( hipo glicemia) ou acima dele ( hiper glicemia). Esse nível normal varia de 70 a 110 mg/dl (miligrama por decilitro). Os sintomas da hipoglicemia incluem:
    • Visão embaçada ou reduzida : em função da baixa em glicose (que, conforme dito, dá energia ao organismo), certas partes do corpo, como os olhos, ficam enfraquecidas.
    • Confusão e delírios : a falta de glicose também pode afetar o funcionamento de órgãos vitais, como o cérebro.
    • Fome excessiva, que leva à alimentação exagerada : o corpo tenta compensar a falta de energia produzindo grelina, o hormônio da fome, que faz com que a pessoa sinta uma vontade muito forte de comer. [15]
    • Sede excessiva, que leva ao consumo exagerado de líquidos : quando o corpo perde fluidos em função da produção constante de urina, ele acaba secretando vasopressina, o hormônio antidiurético, que ativa o mecanismo da sede e estimula o aparelho renal a reabsorver a água. [16] Nesses casos, a pessoa passa a se hidratar muito além da conta.
    • Arritmia ou taquicardia : como o corpo não tem a sua fonte de energia (glicose), o coração começa a bombear o sangue aos órgãos vitais de forma acelerada.
    • Fraqueza ou fadiga : como o corpo não tem glicose suficiente, a pessoa pode sentir fraqueza e fadiga extremas.
  6. A hiperglicemia é caracterizada por uma alta nos níveis de açúcar no sangue. Seus sintomas incluem:
    • Visão embaçada ou reduzida : níveis muito altos de glicose no sangue podem levar a um inchaço nas córneas, o que deixa a visão embaçada. [17]
    • Confusão e delírios : apesar de a hiperglicemia ser marcada por uma alta no açúcar no sangue, ele não é transportado para as células — devido à falta de insulina ou à sua inação no organismo. Essa falta de fonte de energia afeta o funcionamento de órgãos vitais, como o cérebro.
    • Sede excessiva, que leva ao consumo exagerado de líquidos : quando o corpo perde fluidos em função da produção constante de urina, ele acaba secretando o hormônio vasopressina, que ativa o mecanismo da sede e estimula o aparelho renal a reabsorver a água. [18] Nesses casos, a pessoa passa a se hidratar muito além da conta.
    • Vontade frequente de urinar : com a hiperglicemia, o corpo fica incapaz de reabsorver todo o açúcar no sangue. Parte dele é levado à urina, que absorve mais água do organismo. [19] Nessas horas, os rins tentam reduzir a glicose eliminando o excesso pela urina.
    • Dores de cabeça : na tentativa de eliminar o excesso de açúcar, o corpo aumenta a produção de urina. Essa produção, por sua vez, causa desidratação e um desequilíbrio nos eletrólitos — os quais, enfim, levam às dores de cabeça. [20]
    • Arritmia ou taquicardia : como o corpo não tem a sua fonte de energia (glicose), o coração começa a bombear o sangue aos órgãos vitais de forma acelerada.
    • Fraqueza ou fadiga : como o corpo não tem energia suficiente (em função da incapacidade de as células absorverem a glicose), a pessoa acaba sentindo fraqueza e fadiga extremas.
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Referências

  1. Johnson, R., Nakagawa, T., 2013
  2. Bupa's Health Information Team, 2004, April 16
  3. Moghul, S., 2013, June 23
  4. Joslin Diabetes Center, n.d.
  5. Coleman, E., n.d.
  6. Moghul, S., 2013, June 23)
  7. Grace, M., Ribnicky, D., 2009, May
  8. Gutierrez, D., 2013, April 17
  9. University of Maryland Medical Center, n.d.

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