A doença de descompressão (DD), também conhecida como mal dos mergulhadores ou mal de descompressão, é um quadro causado por mudanças bruscas em pressão. Ela pode afetar mergulhadores no momento que eles voltam à superfície, gerando sintomas sérios quando as precauções adequadas não são tomadas para dar ao corpo tempo de se aclimatar às condições subaquáticas. A boa notícia é que, se você for mergulhar, vai ter um instrutor ou companheiro devidamente treinado para evitar qualquer inconveniente — já que isso é indispensável, por exemplo, para quem quer trabalhar na área. De modo geral, leia este artigo para entender mais do assunto! [1] X Fonte de pesquisa
Passos
O que é a doença de descompressão?
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É um quadro médico que acontece quando um mergulhador volta rápido demais à superfície. Quando uma pessoa faz um mergulho, ela respira ar comprimido rico em nitrogênio. Seu corpo sente a pressão subaquática, filtrando o nitrogênio com segurança por causa desse excesso de pressão. No entanto, se ela volta à superfície muito rápido, o nitrogênio não tem tempo de se dissipar na corrente sanguínea — e pode começar a formar bolhas. São essas bolhas que provocam uma série de problemas que caracterizam a doença de descompressão. [2] X Fonte Confiável Harvard Medical School Ir à fonte
- A doença de descompressão também pode afetar pessoas que trabalham na construção de túneis, na mineração ou na exploração espacial, assim como apresenta um risco durante voos despressurizados. Felizmente, isso não ocorre com tanta frequência — e esses profissionais aprendem a se prevenir antes mesmo de qualquer atividade prática onde haja possíveis perigos. [3] X Fonte Confiável Centers for Disease Control and Prevention Ir à fonte
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Os sintomas incluem dores nas articulações, fadiga e incômodo nos ouvidos ou nariz. Se você nadar até a superfície muito rápido e tiver um episódio da doença de descompressão, pode ser que sinta um dor estranha nos ouvidos, nariz ou boca. Também é comum sentir coceira e uma dor forte nas articulações. Além do mais, há chances de você ficar extremamente cansado, sem fôlego, tonto ou com dificuldade para se mexer. Vá ao pronto-atendimento imediatamente caso apresente qualquer um desses sintomas após um mergulho. [4] X Fonte de pesquisa
- Em casos extremos, você pode ter paralisia, perder o controle da bexiga ou desmaiar. [5] X Fonte Confiável Centers for Disease Control and Prevention Ir à fonte Também há o risco de apresentar dificuldade para enxergar ou sentir confusão. [6] X Fonte de pesquisa
- A doença de descompressão é extremamente perigosa quando não recebe tratamento. Por isso, não deixe de ir ao pronto-atendimento se você desconfiar que é o seu caso (mesmo se os sintomas forem leves). [7] X Fonte de pesquisa
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Como prevenir a doença de descompressão?
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Use uma tabela de descompressão de mergulho para fazer alguns intervalos na hora de voltar à superfície. Dá para prevenir a doença de descompressão voltando à superfície gradualmente e fazendo intervalos frequentes. O tempo de cada pausa depende da profundidade e do tempo da atividade. É por isso que as pessoas sempre levam uma tabela de descompressão quando vão mergulhar: ela serve de referência, uma vez que reúne todas as informações necessárias. [10] X Fonte Confiável Harvard Medical School Ir à fonte
- As tabelas de descompressão de mergulho são padronizadas, ou seja, não existe um modelo diferente para cada pessoa. Nunca mergulhe sem a sua! Se você não tem experiência, seu instrutor ou parceiro vai levar o material. [11] X Fonte Confiável US Occupational Safety and Health Administration Ir à fonte Além disso, muitos centros de mergulho ensinam a interpretar as informações! [12] X Fonte de pesquisa
- De modo bem geral, é preciso parar a cada 4,5 m por 5 minutos de cada vez. Quanto mais você for devagar, maior vai ser a sua segurança! [13] X Fonte de pesquisa
- A maioria dos computadores usados em mergulho tem essas tabelas no software. [14] X Fonte de pesquisa
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Não mergulhe se você tiver uma hérnia, cardiopatia congênita ou asma. Certos quadros podem tornar o corpo ainda mais vulnerável à doença de descompressão. Caso você tenha uma hérnia que ainda não tratou, o mergulho pode fazer o gás dentro dela se expandir — e contribuir com o risco do quadro. Pessoas com cardiopatias congênitas e asma também são mais suscetíveis às mudanças na pressão, não podendo mergulhar de jeito nenhum. [15] X Fonte Confiável Harvard Medical School Ir à fonte
- Embora isso não esteja relacionado à doença de descompressão, é preciso tomar cuidado ao mergulhar se você tem diabetes, já que a pressão pode fazer sua glicose oscilar descontroladamente.
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Não mergulhe se você estiver resfriado, tossindo ou com alguma infecção nos pulmões ou vias aéreas. Resfriados, crises de tosse e problemas nos pulmões ou vias aéreas podem causar o acúmulo de muco em certas regiões do peito. A pressão que o corpo sente debaixo d'água piora esses problemas, e assim fica mais difícil respirar bem à medida que você volta à superfície. Por segurança, não mergulhe caso você tenha qualquer problema respiratório. [16] X Fonte Confiável National Health Service (UK) Ir à fonte
- Caso você tenha dificuldade para respirar, vai ficar mais difícil conseguir o oxigênio necessário para filtrar o nitrogênio a tempo.
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Como minimizar o risco da doença de descompressão?
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Mantenha um peso saudável. Pessoas que estão acima do peso (sobretudo as obesas) também têm mais chances de apresentar a doença de descompressão. Acredita-se que o excesso de gordura no corpo dificulta a eliminação de todo o nitrogênio. Nesse sentido, manter um índice de massa corporal (IMC) saudável reduz esse risco. [17] X Fonte Confiável PubMed Central Ir à fonte
- O mais importante para evitar o mal é seguir a tabela de descompressão e ter calma na ascensão. Manter um IMC saudável reduz o risco, mas não substitui os protocolos de segurança.
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Nunca faça um mergulho depois de consumir álcool. Como o álcool aumenta a circulação e diminui a pressão arterial, o nitrogênio no sangue demora muito mais para ser filtrado. Isto torna as recomendações da tabela de descompressão inadequadas, além de aumentar bastante o risco da doença de descompressão. [18] X Fonte de pesquisa
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Troque a mistura de gás comum por ar enriquecido (EANx ou Nitrox). O ar enriquecido, também conhecido como EANx ou Nitrox, contém um volume menor de nitrogênio. Isto reduz bastante as chances de você ter a doença de descompressão. [19] X Fonte de pesquisa
- A principal desvantagem do ar enriquecido é que ele é mais caro que as misturas de gás comuns.
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Faça intervalos prolongados entre os mergulhos. Quanto mais você conseguir esperar entre as sessões de mergulho, mais tempo seu corpo vai ter para processar todo o restante do nitrogênio. Caso você passe de 3 a 6 m de profundidade no cotidiano, tire pelo menos um dia de descanso na semana. [20] X Fonte de pesquisa
- Isso é ainda mais importante se você é instrutor de mergulho. Muitos casos de doença de descompressão acontecem porque os instrutores não esperam tempo suficiente entre cada aula. É fácil ignorar esses intervalos quando se tem experiência, mas eles não deixam de ser muito importantes. [21] X Fonte Confiável PubMed Central Ir à fonte
- Se você tiver um episódio da doença de descompressão, espere pelo menos 30 dias após se recuperar para voltar a mergulhar. [22] X Fonte de pesquisa
- Tudo isso ajuda a minimizar os riscos de você ter o mal, mas não substitui os intervalos de descompressão quando você for voltar à superfície. Esta é a única forma 100% segura de evitar o quadro.
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A que profundidade a doença de descompressão ocorre?
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Muitas vezes, a doença de descompressão é um risco real a partir de 9 m de profundidade. Quanto mais profundo você for, maior é a chance de apresentar o quadro se voltar a subir muito rápido. A partir de 9 m, o mal passa a ser um problema real. Não ignore suas tabelas de descompressão, preste atenção ao seu medidor de pressão e marque o tempo dos intervalos com cuidado ao voltar à superfície. [23] X Fonte de pesquisa
- É por isso que a maioria das tabelas de descompressão começa em 11 m. Se você nadou em um corpo d'água de 9 a 11 m, mas não mais que isso, use as instruções de 11 m para voltar à superfície.
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É raro, mas a doença de descompressão pode acontecer em 3 a 6 m de profundidade. Embora ela não costume ser um problema a menos que você passe de 9 m, o seu tempo na água é um fator importante aqui: Se você passar mais de 30 minutos em águas mais profundas que 3 m, pode acabar tendo o quadro caso volte à superfície muito rápido. Volte devagar e faça um intervalo de 5 minutos quando estiver a 1,5 m — só para garantir que nada de errado vai acontecer. [24] X Fonte de pesquisa [25] X Fonte de pesquisa
- É muito raro a doença de descompressão acontecer em corpos d'água com menos de 9 m, então não entre em pânico se você não estiver fazendo os intervalos nos seus mergulhos. Caso nunca tenha apresentado sintomas, não precisa se preocupar.
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Referências
- ↑ https://www.tdisdi.com/wp-content/uploads/files/sandp/currentYear/SDI/part%202/pdf/individual/SDI%20Diver%20Standards_07_Open_Water_Scuba_Diver.pdf
- ↑ https://www.health.harvard.edu/a_to_z/decompression-sickness-a-to-z
- ↑ https://www.cdc.gov/niosh/topics/decompression/default.html
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- ↑ https://www.sportdiver.com/sportdiver-premium-how-to-avoid-DCS-bends
- ↑ https://www.similandivingtours.com/blog/blogs/information/dcs-the-most-common-serious-diving-injury-is-often-called-the-bends
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- ↑ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30241124/
- ↑ https://dtmag.com/thelibrary/alcohol-nicotine-divers-know/
- ↑ https://www.sportdiver.com/sportdiver-premium-how-to-avoid-DCS-bends
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- ↑ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12964853/
- ↑ https://www.scubadiving.com/how-long-should-you-wait-to-scuba-diving-after-getting-dcs-aka-bends
- ↑ https://www.scubadivingearth.com/how-deep-can-you-dive-without-decompression-no-decompression-stop-limits/
- ↑ https://www.undercurrent.org/UCnow/dive_magazine/1998/ShallowWaterBends199810.html
- ↑ https://www.theguardian.com/lifeandstyle/2011/jun/18/i-got-the-bends
- ↑ https://www.health.harvard.edu/a_to_z/decompression-sickness-a-to-z
- ↑ https://www.hopkinsmedicine.org/health/treatment-tests-and-therapies/hyperbaric-oxygen-therapy-for-wound-healing
- ↑ http://midlandsdivingchamber.co.uk/index.php?id=dci&page=11
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