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De que adianta ter a melhor melodia do mundo se as letras das suas músicas deixam a desejar? Não se preocupe: o wikiHow vai ajudar você a desenvolver o seu lado compositor num piscar de olhos. Leia as dicas abaixo para se familiarizar com estruturas musicais e encontrar a sua voz!

Parte 1
Parte 1 de 6:

Entendendo estruturas básicas

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  1. A estrutura AABA é a mais comum na música popular moderna. No estudo das estruturas possíveis, "A" indica o verso e "B" indica o refrão. Isso quer dizer que, nos exemplos desse tipo, há dois versos, um refrão e o verso final. Experimente essa forma básica antes de avançar às mais avançadas. [1]
  2. Uma canção é composta por várias partes, mas nenhuma é necessariamente obrigatória e depende do compositor. Além disso, elas podem ser organizadas de maneiras variadas — você só tem que entender um pouco do assunto antes de começar. [2] São elas:
    • Introdução: seção inicial que leva às demais partes da música. Ela pode soar diferente do restante, ser mais acelerada ou mais lenta ou até não estar presente. Muitas músicas não têm esse trecho introdutório. [3]
    • Verso: é a parte principal da música. Geralmente, corresponde a 50% ou até ao dobro de tamanho em relação ao refrão (o que também não é obrigatoriedade). O que destaca o verso de uma canção é que ele tem a mesma melodia, mas palavras diferentes das demais partes. [4]
    • Refrão: o refrão é a parte da música que se repete, sem mudar de letra ou melodia (ou, pelo menos, sem mudar muito ). Ademais, costuma ser a parte mais chamativa e até repetitiva da composição e vem depois do gancho. [5]
    • Ponte: outra parte que não existe em toda composição. No geral, ela vem depois do segundo refrão e tem um som completamente diferente. Além disso, a ponte é mais curta, contendo um ou dois versos, e pode anteceder uma mudança de clave. [6]
  3. Além de AABA, existem diversas estruturas musicais comuns: AABB, ABA, AAAA, ABCBA, ABABCB, ABACABA etc.
    • Geralmente, "C" indica a ponte, enquanto as demais letras que porventura surgirem costumam indicar que essas seções da música não contêm as partes tradicionais — e sim são únicas (como, por exemplo, quando uma canção faz um sample de outra).
  4. Você tem toda a liberdade de tentar compor músicas que fujam completamente dessas regras e estruturas caso queira algo mais complexo. No entanto, isso não é recomendado para quem está começando.
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Parte 2
Parte 2 de 6:

Buscando inspiração

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  1. Para isso, basta você começar a anotar tudo o que passa na sua cabeça sem parar. Essa é a melhor estratégia para capturar ideias antes que elas se percam.
    • Faça esses exercícios todos os dias para fazer com que as ideias floresçam. Em tempo, isso pode ajudar você a escrever letras melhores.
  2. Busque inspiração em composições já conhecidas. Dá para aprender bastante a partir delas, ainda mais se você levar o seu gosto musical em consideração. Pense nos assuntos que elas tratam, nas rimas que incorporam, no ritmo das letras etc.
    • Lembre-se de que sua definição de "música consagrada" pode ser diferente da dos outros. Foque no tipo de som que você prefere.
    • Você pode escrever letras diferentes para músicas de que gosta para pegar prática. Você pode mudar alguns versos da canção ou escrever uma letra completamente nova para ela.
  3. Como dito no passo anterior, é o seu gosto musical pessoal que deve ditar que tipo de letras compor. Você é um artista em construção e, portanto, tem condições de traçar a sua própria trajetória e formular opiniões de outros artistas, mais conhecidos e consagrados. Por exemplo: não há problema algum em ter um estilo mais parecido com o da Pitty do que com o do Caetano Veloso.
    • Se não souber qual tipo de música deseja compor, escute suas canções prediletas e procure semelhanças entre elas.
    • Aprofunde-se quanto aos artistas que escreveram suas músicas prediletas. Depois, confira a obra deles com atenção para identificar padrões e avaliar o estilo de cada um.
  4. Você tentou, mas está com muita dificuldade para compor o seu próprio material? Adapte poemas já existentes, como de Oswald de Andrade ou Vinícius de Moraes (ainda mais considerando que eles podem estar um pouco datados). Já pensou em transformar um texto de Rubem Braga em samba? A sua imaginação é o único limite aqui, mas é certo que a sua habilidade vai ficar cada vez maior. [7]
  5. Não fique se comparando a outros músicos e compositores. Cada pessoa tem um estilo próprio: algumas conseguem abrir e expandir a mente, enquanto outras são mais específicas. Por mais que o mundo da música seja repleto de regras e convenções, no fim das contas ainda envolve todo um processo criativo e individual .
    • Compor é uma forma de arte; por isso, você tem de desenvolver seu próprio estilo. Não se sinta tentado a seguir algo só porque ele está na moda.
  6. Compre um diário e comece a anotar tudo o que passa pela sua cabeça até chegar ao que realmente interessa. É assim que funciona o processo criativo: você vai ter que vasculhar em meio ao que não presta até encontrar algo que presta. Escreva o quanto conseguir até sentir que terminou ou se cansar, mesmo que chegue a uma única palavra interessante. Deixe a música fermentando!
    • Uma composição pode passar por várias edições. Não se preocupe se o que você está colocando no papel não parecer uma boa canção logo de cara. Você dará melhor forma a ela depois.
    • Guarde todos esses registros, mesmo que contenham apenas uma palavra.
    • Tudo bem se as músicas não parecerem boas no início. Você pode revisá-las e melhorá-las mais tarde.
  7. Isso mesmo: comece escrevendo sobre qualquer coisa: o que você sente, o mundo à sua volta, uma pessoa importante na sua vida etc. Esse processo vai ajudar na busca pelas palavras certas, que formarão a base das suas composições (sejam elas poemas completos ou frases soltas que deem liga de alguma forma). Por fim, lembre-se de que esses textos não precisam ser tensos, tristes ou demonstrar qualquer outra emoção! Com o investimento certo, qualquer assunto vira música.
    • Fragmentos de um diário podem inspirar grandes canções. Por exemplo, se estiver passando por um momento difícil, componha uma música que mostre sua frustração, desespero ou esperança. Assim, seus ouvintes poderão se identificar com o que você está dizendo.
    • Você terá momentos em que não conseguirá escrever nada. Isso acontece com todo mundo. Sempre que sentir que as ideias não estão vindo, apenas coloque as palavras no papel. Não se preocupe se elas são boas ou não.
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Parte 3
Parte 3 de 6:

Estudando música

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  1. Lembra quando você estudou a questão da matéria nas aulas de física da escola? Nada pode ser destruído completamente . Esse princípio também se aplica à música. Estude o sistema de notação musical (compasso, medidas, notas etc.) para aprender a encaixar cada elemento nas letras que for compor. De modo geral, tente sempre criar versos com números pares de sílabas e com rimas adequadas (sem tentar enfiar palavras demais em pouco tempo).
    • Imagine que cada seção da composição tem quatro xícaras de água. Você pode transferir metade de uma dessas xícaras a uma quinta, mas isso só quer dizer que vai ter duas xícaras que não estão cheias. Não dá para colocar mais água na primeira, na segunda e na terceira, correto? O mesmo vale para a batida de uma música. Incorpore algumas pausas de vez em quando!
  2. Se possível, comece a compor pegando melodias que já existem. Isso facilita a vida de muitos músicos inexperientes. Você pode fazer tudo sozinho, pedir ajuda a um amigo versado nessas artes ou até adaptar uma melodia clássica (desde que ela seja de domínio público).
  3. Nem todo mundo tem a extensão vocal de uma Elis Regina da vida. Sempre que for compor novas melodias, leve em consideração a extensão de quem vai cantar (seja você ou outra pessoa).
    • Se estiver compondo para si, encontre sua extensão vocal. Primeiro, aqueça sua voz. Depois, comece a fazer um som de "umm" com os lábios fechados e diminua o tom da voz ao menor nível possível. O menor tom que você conseguir atingir produzindo o som de "umm" claramente é o ponto mais grave de sua extensão vocal. Repita o exercício, só que agora subindo o tom. Se conseguir manter o tom alto do "umm" por três segundos, esse é um agudo dentro de sua extensão vocal.
    • Se quiser aumentar sua extensão vocal, repita esse exercício, mas tentando passar um pouquinho do limite que você sabe que consegue atingir.
  4. Como todo ser humano, cantores também precisam respirar. Inclua de duas a quatro batidas extras na música de vez em quando para o intérprete não perder o ar e até ajudar o ouvinte a entender o que está acontecendo. [8]
    • O Hino Nacional do Brasil é um bom exemplo de composição que dá espaço para respirar ao intérprete (quando está nas partes instrumentais).
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Parte 4
Parte 4 de 6:

Encontrando as palavras certas

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  1. Letras do tipo "Minha mulher me largou/ Meu coração chorou..." não são só bregas, mas também completamente esquecíveis. Em qualquer composição (e até mesmo em poemas tradicionais), o mais legal é despertar emoções genuínas e sutis por meio das palavras. Não seja descritivo! [9]
    • Busque exemplos de letras interessantes em músicas na MPB, como "Quem de nós dois", da cantora Ana Carolina: "No vão das coisas que a gente disse/ Não cabe mais sermos somente amigos/ E quando eu digo que já nem quero/ A frase fica pelo avesso/ Meio na contramão...".
    • Faça um brainstorming e veja o que você consegue produzir de interessante em termos de música.
  2. Sabe quando você dá de cara com uma música que tem letras toscas e sem sentido? Muitas vezes, isso acontece porque o compositor por trás dela não é tão bom de rima. Não termine todo verso com sons parecidos e tente sempre ser natural, sem incluir palavras que não têm nada a ver com nada. Nesses casos, é até melhor deixar as letras diferentes.
    • A música "Quem de nós dois", citada acima, é um bom exemplo de composição que não precisa de rimas constantes para ser agradável aos ouvidos.
    • Não adianta criar rimas que são pobres, como "Eu te amo mais que tudo/ Você é o meu tudo/ Vamos fugir para o mundo...".
    • De qualquer forma, você deve levar o gênero em consideração — pois alguns têm mais espaço para rimas do que outros (a exemplo do hip-hop e do rap). É questão de estilo.
  3. Que tal você experimentar estilos de rimas diferentes para não cair na mesmice ou ficar brega? Não se sinta preso a estruturas tradicionais e fixas. Explore figuras com assonância, consonância, aliteração etc.
    • Por exemplo: a música "Minha história", de Chico Buarque, traz a figura da aliteração: "Esperando/ Parada/ Pregada na pedra do porto".
  4. Qualquer composição fica pobre quando é construída com base em clichês, que ainda por cima limitam um pouco o talento musical das pessoas. Evite lugares-comuns, como "Eu te amo mais que tudo", "Bebi todas na mesa do bar" e assim por diante. [10]
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Parte 5
Parte 5 de 6:

Terminando a composição

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  1. O que as suas músicas contam ao mundo? Elas formam narrativas? Trazem declarações? São descritivas? E se forem filosóficas? E se nem fizerem sentido ? Comece a trocar as palavras de lugar até tudo se encaixar. Pense na mensagem que quer transmitir ao mundo e em como dá para fazer isso por meio das palavras. Elas têm vários significados? Vale a pena recorrer à repetição? Lembre-se de que quem ouvir a canção pela primeira vez só vai se apegar às partes mais memoráveis.
  2. Quem disse que não dá para mudar o que já está escrito? Se você curtiu a composição do jeito que ela está, tudo bem! A maioria dos compositores gosta de lapidar o material até chegar a um resultado agradável de verdade. Dependendo do caso, é normal cortar versos inteiros.
    • Tente escrever um bom verso inicial para conquistar a atenção do ouvinte.
    • A revisão é a melhor técnica de composição musical. Você só conseguirá boas letras quando revisá-las o bastante.
  3. Depois de terminar a composição, mostre-a a algumas pessoas de confiança. Pode ser até na forma escrita, mas peça para elas ajudarem você a encontrar pontos sem ritmo ou que precisem de ajustes. Nem sempre é legal mostrar o material a muita gente, mas a crítica certa pode fazer toda a diferença! [11]
  4. Hoje em dia, todo mundo compartilha tudo o que faz e cria com os outros. Você pode até ser tímido — e não é obrigado a cantar o que compuser! Mas tente pelo menos compartilhar esse talento com o maior número possível de pessoas.
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Parte 6
Parte 6 de 6:

Buscando mais auxílio

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  1. Aprenda a compor a parte instrumental . Se você compôs a letra, mas não a parte instrumental da canção, peça ajuda a alguém que tem experiência no ramo. O processo não é tão diferente — e também envolve certas regras básicas.
    • Pegando prática, você conseguirá aprender sozinho como tocar um instrumento musical . Porém, é sempre interessante entrar em um curso. As aulas tornarão o aprendizado mais fácil, ajudando-o a entender conceitos importantes do universo musical.
    • Além disso, aprender a compor melodias ajudará você a criar uma música completa, e não só a letra.
  2. Aprenda a ler partituras . Embora isso não seja pré-requisito, o fato de você saber ler partituras vai facilitar bastante na hora de compor (até para outra pessoa cantar!).
  3. . Quem canta bem tem mais facilidade para compor. Treine o seu vocal e veja o que acontece.
  4. Mais uma vez, esse conhecimento facilita todo o processo de composição musical. Por exemplo: comece aprendendo a tocar piano ou violão e guitarra , que não são tão complicados.
  5. Tente criar uma melodia original no violão e, em seguida, acrescente percussão e teclado para completar a composição.
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Dicas

  • Lembre-se de que não existem regras fixas quando se trata de composição musical. O que importa é ser criativo.
  • Cante suas músicas em voz alta ou na sua cabeça e veja o que acha.
  • Não jogue fora os seus rabiscos de letras. Você pode acabar tendo ideias novas a partir deles e compor músicas completas e interessantes.
  • Não seja repetitivo nas suas composições, mas também não tenha medo de repetir alguns versos.
  • Nunca julgue uma música como "boba demais". Boa parte dos clássicos de qualquer gênero fala de assuntos para lá de não convencionais.
  • Compre um caderno ou crie uma pasta no computador só para as suas composições. Fica mais fácil organizar ideias assim.
  • Pense em quem você imagina ouvindo as suas músicas. Que emoções espera despertar?
  • Sempre que você tiver alguma ideia, anote-a imediatamente para não se esquecer! Ande com lápis e papel no bolso o tempo todo.
  • Anote palavras isoladas e, depois, busque o maior número possível de sinônimos. Use um dicionário, como o Aurélio, mas também a internet.
  • Tente compor músicas que pelo menos tenham algum significado.
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Avisos

  • Não copie as composições de outras pessoas. Isso é considerado plágio e pode virar problema de justiça. De qualquer maneira, claro que você tem o direito de se inspirar nos seus estilos e artistas favoritos. Gosta de Legião Urbana? Los Hermanos? Algo mais pop, como Ivete Sangalo? Vá em frente!
  • Não exagere nas rimas, a menos que seja de propósito. Veja o exemplo abaixo:
    • Minha vida está complicada/ Porque deixei minha gata/ Na minha ex-namorada/ Que de boba não tem nada... (é um trecho bobo, mas que ilustra bem o problema).
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Materiais Necessários

  • Lápis ou caneta (dependendo de como você prefere compor).
  • Um instrumento (violão, guitarra, piano etc. — para criar as melodias).
  • Papel ou computador.
  • Aplicativo de notas do celular (opcional).

Sobre este guia wikiHow

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