Baixe em PDF Baixe em PDF

Uma educação sexual adequada é crucial para se promover a vida saudável tanto mental quanto fisicamente. Ensiná-la, por sua vez, pode ser um desafio se você não souber por onde começar, como abordar o tema ou mesmo o que ensinar. Felizmente, há diversas formas de ensinar educação sexual para crianças, adolescentes e até mesmo adultos.

Parte 1
Parte 1 de 9:

Entendendo os programas de educação sexual

Baixe em PDF
  1. Cada escola, cidade, estado ou país pode ter seu conjunto de normas quanto à forma desse tema ser ensinado. Na maioria dos casos, se você for um educador profissional é provável que precise seguir um certo programa oferecido previamente. Não há currículo de educação sexual unificado no Brasil, mas pode-se constatar sua presença em outros países — como, por exemplo:
    • Nos Estados Unidos, o Departamento de Saúde e Serviços Sociais identifica 28 currículos baseados em evidências científicos à disposição para serem ensinados. [1] As escolas ou os programas podem oferecer ao professor materiais e informações a eles relacionados.
    • No Canadá, a Agência de Saúde Pública oferece as Diretrizes Para a Educação Sexual. Trata-se de um guia oferecendo programas específicos e estratégias de ensino a respeito da educação sexual. A educação sexual canadense ensina conceitos vitais como saúde, promoção da saúde, sexualidade, saúde sexual e direitos sexuais. [2]
    • No Reino Unido, a educação sexual é compulsória depois dos 11 anos de idade e foca em ensinar às crianças temas como reprodução, sexualidade e saúde sexual. [3] A Educação Sobre Sexo e Relacionamento (da sigla inglesa "SRE") é parte integrante do programa nacional e se baseia na estrutura de conhecimento Educação Pessoal, Social e de Saúde (da sigla inglesa "PSHE"). [4] As diretrizes podem ser encontradas na página do governo britânico.
  2. Em certos países, culturas, religiões e escolas, a educação sexual para crianças não é compulsória ou obrigatória. Nessas situações, ensinar essa disciplina para crianças pode ser um desafio por diversas razões. Por exemplo, a educação sexual pode não ser bem-vinda e você pode se deparar com obstáculos no caminho antes mesmo de sequer começar a dar aulas. Antes de ensinar educação sexual, você talvez tenha que:
    • Entrar em contato com as autoridades responsáveis sobre a implementação da disciplina em sua área. Isso pode englobar as escolas, a comunidade ou mesmo funcionários do governo.
    • Prepare recursos e evidências quanto à necessidade da educação sexual.
    • Faça parte de uma organização ou de um grupo que defende a implementação dessa disciplina em prol da comunidade.
    • Planeje o seu próprio programa de educação sexual. Você pode conseguir ensiná-la, mas há poucos recursos disponíveis na internet capazes de oferecer programas testados e de boa reputação que possam ser ensinados em sua área. Nesses casos, talvez seja preciso fazer pesquisas bastante extensas, conversar com profissionais de saúde sexual e colaborar com instituições para idealizar um programa eficaz.
  3. Em diversos lugares, esses programas defendem a necessidade de uma educação sexual ampla, onde múltiplos temas são debatidos e ensinados de forma extensa. Dentre as questões mais importantes estão contracepção, gênero, sexualidade, abstinência, aborto, infecções sexualmente transmitidas e muito mais. A educação sexual feita de forma ampla está correlacionada a menores taxas de gravidez na adolescência e menores taxas de adolescentes relatando ter tido sexo vaginal. [5] Algumas outras abordagens incluem: [6]
    • Educação sobre vida em família: esse programa enfatiza o preparo das crianças para a vida e a reprodução.
    • Educação sobre população:' esse programa se concentra nas consequências sociológicas, ambientais e econômicas do crescimento populacional.
    • Educação médica e sobre doenças: esse programa se concentra na importância de evitar doenças e oferece informações médicas sobre a saúde sexual.
    • Abordagem baseada no medo: esse programa enfatiza os riscos das infecções e doenças sexualmente transmissíveis, bem como no HIV.
    • Educação baseada na abstinência: esse programa se concentra na abstinência do sexo como meio de evitar gravidez, sem oferecer muito a respeito de como usar métodos contraceptivos, como ter sexo seguro e como funcionam as STI e o HIV. Pesquisas demonstram que não se trata de um método eficaz em evitar o sexo ou a gravidez na adolescência [7] — e áreas com educação baseada na abstinência relatam taxas de natalidade na adolescência mais elevadas. [8]
    • Educação sobre sexualidade: essa abordagem põe mais ênfase na atividade, na sexologia, na biologia e no comportamento da atividade sexual individual. Ela apresenta a sexualidade como parte integrante da vida e engloba a mensagem de que tanto ela como o sexo podem ser prazerosos.
  4. Alguns programas de educação sexual podem já conter planos detalhados a serem seguidos, enquanto outros podem apenas oferecer diretrizes e esperar que você idealize as próprias aulas. Caso tenha que planejá-las por si só, é melhor seguir os programas já estabelecidos e corretos sobre a educação sexual em sua escola, comunidade ou instituição de saúde. Esses currículos foram testados por sua eficácia e oferecem conselhos, abordagens e estratégias bastante úteis em ajudá-lo a ensinar a educação sexual.
    • Entre em contato com outros educadores que já implementaram ou lecionaram educação sexual. Pergunte o que foi eficaz, o que não funcionou e como abordaram o tema com os alunos.
    • Pode ser necessário estabelecer o seu próprio programa se estiver ensinando grupos que requeiram atenção especial, como alunos com deficiências intelectuais, membros da comunidade LGBT+ ou pessoas da comunidade com crenças específicas e visões religiosas.
Parte 2
Parte 2 de 9:

Preparando-se para ensinar educação sexual

Baixe em PDF
  1. Para melhor se preparar para responder quaisquer perguntas dos alunos, é importante entender o material que será ensinado. Você pode ir na internet ou na biblioteca ou livraria mais próxima para encontrar informações sobre sexo, saúde sexual e sexualidade. Há ainda muitas organizações que oferecem cursos e materiais a fim de ajudar os educadores no ensino dessa temática.
    • A educação sexual vai muito além de apenas ensinar sobre comportamentos sexuais. [9] Isso significa que você deve também educar a si mesmo em questões como abstinência, imagem corporal, gênero, sexualidade, desenvolvimento sexual, infecções sexualmente transmissíveis, saúde sexual e prazer sexual.
    • Faça uso de fontes educacionais e programas de renome e comprovação para ajudá-lo em suas pesquisas. Há muitos mitos e equívocos que circundam a educação sexual e o sexo em geral. Saber o que é a verdade e ter informações precisas sobre a temática pode ajudá-lo a ensinar melhor e evita que passe informações imprecisas ou negativas aos alunos.
    • Educar a si mesmo sobre sexo pode ajudá-lo a aumentar os níveis de conforto ao falar com as pessoas sobre o assunto ou outros relacionados.
  2. A idade é um fator importante que moldará como você ensina sexo aos seus alunos. Certos pais, guardiões e educadores se sentirão desconfortáveis com o fato da temática ser ensinada a crianças no jardim de infância, por exemplo. Entretanto, usar informações apropriadas à idade no ensino da educação sexual pode ajudar a aliviar preocupações e desconfortos sobre o ensino de um assunto tão sensível como o sexo. [10] [11]
    • Diferentes questões ou temas serão ensinados a depender da idade do aluno. Programas já bem estabelecidos terão versões personalizadas à idade de cada um.
    • Conhecer o estágio de desenvolvimento sexual dos alunos o ajudará a responder perguntas e oferecer informações apropriadas à idade, bem como recursos úteis ao aprendizado. Dessa forma, você pode evitar situações onde ultrapassaria os limites do ensino para além do que é apropriado.
  3. Estipular objetivos e o que gostaria que os alunos aprendessem com o seu ensino é uma ótima forma de organizar e apresentar as aulas. Em geral, a maioria dos educadores da área tem como objetivos:
    • Diminuir os resultados negativos de comportamentos sexuais, como gravidezes indesejadas ou sem planejamento e infecções decorrentes de doenças sexualmente transmissíveis. [12]
    • Oferecer conhecimento e habilidades apropriadas aos alunos para tomar decisões saudáveis sobre sua vida e seu futuro sexual.
    • Desenvolver a autoconfiança dos alunos.
    • Ajudá-los a desenvolver relações e experiências positivas com a própria sexualidade.
    • Oferecer informações medicamente precisas sobre conceitos como abstinência, contracepção e outras preocupações de saúde.
    • Respeitar valores e crenças individuais, sociais e comunitários com relação ao sexo.
  4. Se você é um professor ou alguém que trabalha para a comunidade ou uma organização de saúde sexual, é provável que estará lecionando em uma sala de aula. Quer seja um professor, um pai, um guardião ou um amigo, é importante preparar um ambiente seguro no qual se falar sobre sexo. Esse ambiente seguro:
    • Permite aos alunos que se sintam positivos e confiantes ao aprender e fazer perguntas.
    • É livre de julgamentos negativos.
    • Desencoraja a censura e, em seu lugar, estimula um ambiente aberto e transparente.
    • Pode existir em uma sala de aula, em um centro comunitário ou em casa.
  5. Gênero, sexo e sexualidade são conceitos diferentes que se confundem com frequência. Ao diferenciá-los, você pode diminuir a confusão de um aluno sobre a própria identidade, especialmente no caso daqueles com lutas internas "não-normativas". Essas identidades incluem pessoas com problemas de identidade de gênero, como a juventude trans ou aqueles questionando a própria sexualidade.
    • Entre em contato com a comunidade para conseguir um melhor entendimento dessas questões tão complexas. Há inúmeras organizações dentro da comunidade LGBT+ que poderão oferecer materiais, recursos e até mesmo programas para você seguir.
    • Defenda a implementação de políticas mais seguras com respeito a temas como homofobia e transfobia. A juventude trans e LGBT+ corre mais risco de sofrer assédios e abusos verbais, físicos e sexuais. Ao educar ou abordar a comunidade a respeito desses temas, você ajuda a salvar vidas de indivíduos LGBT+ e nutre um ambiente de maior aceitação.
    • Faça parceria com profissionais especializados em certos assuntos a fim de garantir que o seu programa englobe tudo de forma precisa e eficaz. Você poderia, por exemplo, convidar um membro da comunidade LGBT+ para liderar uma aula, conversar sobre as próprias experiências e compartilhar seu conhecimento sobre saúde sexual e bem-estar para os alunos.
    • Garanta que o seu programa é apropriado à idade, sensível culturalmente e respeitoso para com crenças e valores de grupos divergentes. Esse pode ser um grande desafio, mas não é impossível. Ao receber um retorno de outros educadores, profissionais e pais ou guardiões dos alunos, você ajuda a garantir que se trata de um programa adequado.
  6. Isso pode ser muito útil se você considera o tema da educação sexual algo desconfortável de se debater. Experimente conversar casual e abertamente com um amigo ou colega de trabalho sobre saúde sexual. Ou, ainda, pratique lecionar a sua aula para alguém próximo a você. Esse exercício o ajudará a se habituar a falar sobre o assunto e ainda trará um retorno sobre quão eficaz tem sido o seu ensino. [13]
    • A prática o ajudará a evitar erros como criticar demais a opinião alheia sobre sexo, rir em momentos de desconforto ou vergonha ou dar broncas ou falar de modo condescendente enquanto ensina.
  7. Quando estiver ensinando alunos jovens, é extremamente importante manter os pais e guardiões envolvidos no processo da educação sexual. Envie para eles uma carta detalhando o programa de educação sexual que você estará ensinando para seus filhos. Dessa forma, os alunos podem escolher entre não participar de certa aula ou inclusive fazer comentários antes de começar.
    • Um grande número de organizações e programas de saúde sexual podem dar aos educadores uma carta de amostra a ser usada e enviada para pais e guardiões.
    • Você pode enviar esboços simples de cada aula ou um resumo detalhado do programa completo.
    • Se estiver dando aulas para adultos, é também importante que saibam o que você planeja ensinar. Alguns podem ter crenças e valores divergentes, podendo escolher não participar de certas aulas ou mesmo do programa inteiro a ser lecionado.
Parte 3
Parte 3 de 9:

Ensinando crianças jovens

Baixe em PDF
  1. O pensamento de que ensinar educação sexual para crianças jovens pode parecer assustador, um tabu até, mas a maioria dos pais, guardiões e cuidadores já as ensina a respeito do tema mesmo sem sabê-lo. Do início da vida até os três anos, as crianças começam a explorar seus corpos, aprendem as diferenças entre homens e mulheres cisgênero e começam a formar suas próprias identidades de gênero. A educação sexual para crianças toma forma como o ensino infantil sobre seus corpos, ajudando-as a formar relações e laços saudáveis com seus cuidadores. [14]
    • Se você está ensinando saúde sexual para crianças, é provável que seja um pai, guardião ou cuidador primário. A maioria das instituições reconhece a importância da educação sexual infantil, mas é improvável que haja programas educativos formais voltados para crianças nessa idade.
    • Ao ter esse esforço consciente de ensinar às crianças a respeito dos próprios corpos, de gênero e ao promover boas relações, você cria uma base positiva para seu bem-estar sexual futuro.
  2. Crianças começam a aprender sobre as partes de seu corpo muito jovens e geralmente ouvem de seus cuidadores que mostrem o nariz, os olhos e as orelhas, por exemplo. Nesse ponto, a elas deve também ser ensinado os nomes corretos de sua genitália. Ao ensiná-las desde cedo, elas se sentirão mais confortáveis e familiarizadas com os próprios corpos e se tornarão mais cientes de problemas de saúde sexual ou reprodutiva à medida em que amadurecem, estando mais propensas a buscar ajuda.
    • Faça uso de oportunidades como a hora do banho ou as trocas de fralda para ensinar às crianças sobre seus corpos. Esse passo não precisa ser complicado, podendo se restringir a apontar para o órgão genital da criança e dizendo " este é o seu pênis " ou " essa é a sua vulva ".
    • Você também pode começar a formar associações entre sexo e genitália dizendo " a maioria das mulheres tem vaginas " e " a maioria dos homens tem um pênis ". Isso ensina fatos e ainda abre a possibilidade de que a criança entenda e aprenda a respeitar colegas, amigos e familiares transgênero.
  3. Muitas delas desenvolvem curiosidade sobre o próprio corpo mesmo a partir dos dois anos de idade. Pode ser que comecem a apresentar certos comportamentos, como perguntar a outras crianças sobre seus corpos, observá-las no banheiro ou mesmo mostrar suas partes íntimas entre si. Crianças jovens também podem começar a abraçar, beijar e tocar umas às outras. Nesse ponto, é importante conversar com elas a respeito das regras básicas de privacidade, como: [15]
    • O seu corpo é apenas seu. As crianças devem aprender que o próprio corpo pertence a elas e que ninguém pode tocá-lo sem sua permissão. Elas devem aprender a dizer " não " para beijos, abraços e outras formas de contato físico que não querem, seja ele apropriado ou não.
    • O toque bom e o toque ruim. As crianças devem aprender a reconhecer e diferenciar o toque apropriado do inapropriado. Uma boa forma de ensinar é usar a regra da roupa íntima. Em outras palavras, o toque em qualquer parte coberta pela cueca ou pela calcinha será considerado inapropriado. Elas também devem aprender a dizer a um adulto ou familiar de confiança quando um toque ruim acontecer.
    • Segredos bons e segredos maus. Ensinar às crianças que há segredos bons e ruins ajuda a evitar que abusadores sexuais as manipulem a guardar em silêncio acontecimentos como toques inadequados ou situações de abuso.
  4. Aos dois anos de idade, uma criança começará a entender o que é o gênero, passando até mesmo a identificar o seu próprio. Entretanto, é comum que comecem a fazer experiências com seu gênero através de brincadeiras e trocas de roupas. É importante estar ciente das expressões de gênero de sua criança, estando preparado para certas situações:
    • Algumas crianças podem exibir sinais de ser trans .
    • Crianças podem fazer perguntas ou assumir coisas sobre o que é o comportamento correto de um gênero específico. Diga a elas sobre estereótipos, se necessário, e assegure-as de que não há problema algum em quebrá-los (como um garoto brincar com bonecas ou uma garota se sujar praticando esportes).
    • Outras pessoas ou crianças podem discordar da expressão de gênero de uma criança, fazendo-a sofrer por conta disso. Nessa situação, ajude-a a lidar com o problema e conforte-a garantindo que está tudo bem ser ela mesma.
  5. Crianças nessa idade começarão a fazer perguntas sobre bebês, como " de onde eu vim? " ou " de onde vêm os bebês? ". Você pode começar a ensiná-las sobre os pontos fundamentais da reprodução:
    • Bebês crescem no útero de uma pessoa (quase sempre uma mulher). [16] Você pode diferir no uso da linguagem, como " você veio da barriga da mamãe " ou " a mamãe fez você e o papai ajudou ".
    • Duas pessoas fazem bebês. Por exemplo, " a mamãe e o papai fizeram você porque queríamos ter um filho ".
    • É sempre recomendável fazer uso de uma linguagem precisa e correta para eliminar confusões futuras e permitir que as crianças se sintam confortáveis ao conversar sobre temas reprodutivos.
Parte 4
Parte 4 de 9:

Ensinando crianças no ensino fundamental

Baixe em PDF
  1. Crianças desde os oito anos de idade começam a passar pela puberdade tanto física quanto mentalmente. É importante conscientizá-las sobre as mudanças que poderão ocorrer, como:
    • Alterações físicas como o crescimento genital, o desenvolvimento dos seios e a menstruação e o estirão de crescimento.
    • Sentimentos sexuais que podem levar à atração sexual por outros e à masturbação.
    • Alterações emocionais que afetam como as crianças veem a si mesmas e à sua imagem pessoal e como se relacionam com outras pessoas, como pais, amigos e familiares.
  2. Crianças em idade fundamental podem começar a agir de forma íntima entre si e começar a namorar e beijar ou a se tocarem mutuamente. Algumas talvez cheguem inclusive a explorar o pensamento de se tornarem sexualmente íntimas com outra pessoa.
    • Fale sobre a importância da permissão quando se trata do toque mútuo. Caso se depare com outra criança tentando tocar alguém à força (tentando beijar uma criança sem a mesma vontade, por exemplo), dê uma bronca imediata e diga que isso não é apropriado. Algo como " ele disse que não e você precisa ouvir! ", por exemplo.
    • Alguns programas educativos começam a ensinar crianças em idade fundamental sobre preservativos e métodos contraceptivos durante a relação sexual, bem como os efeitos de infecções sexualmente transmissíveis e do HIV e da AIDS.
    • A educação sexual contínua em ensiná-las que seus corpos pertencem apenas a elas as ajuda a ter relações seguras e saudáveis com outras pessoas.
  3. Nesse ponto, ela se deparará com desafios em se expressar ou terá problemas em entender o que acontece com o início da puberdade. É importante lidar com questões como:
    • Sexualidade. Como crianças nessa idade começam a desenvolver a atração umas pelas outras, algumas podem ter dificuldade em ajustar sua sexualidade, especialmente quando se identificarem como gays, lésbicas, bissexuais, assexuais ou algo diferente do que é considerado a norma. Ofereça referências úteis e console-a para ajudá-la a se ajustar à própria sexualidade.
    • Identidade de gênero. Algumas crianças talvez estejam expressando seu gênero de forma diferente ou se identificando como transgênero. Valide essas diferenças oferecendo ferramentas e recursos para melhor navegarem pelo próprio gênero e ainda protegê-las de bullying ou discriminação.
    • Masturbação. Na maioria dos programas de educação sexual, a masturbação é vista como uma atividade normal e saudável. Muitas crianças podem ter questionamentos a esse respeito ou sobre o súbito desenvolvimento de sentimentos sexuais intensos que podem levar a incidentes como a polução noturna.
    • Vida familiar. A vida em família pode acabar afetada, uma vez que pais ou familiares podem começar a entregar mais responsabilidades a crianças mais velhas e dividir tarefas igualmente com base no gênero. Nesse ponto, a discriminação por sexo ou gênero é um assunto importante a ser abordado.
    • Imagem corporal. Com todas as mudanças físicas que estão acontecendo, é importante trabalhar de forma saudável problemas com autoestima ou desafios com imagem corporal.
Parte 5
Parte 5 de 9:

Ensinando crianças mais velhas e adolescentes

Baixe em PDF
  1. Alguns adolescentes de 15 a 19 anos estarão já sexualmente ativos, sendo importante conversar sobre o que é consentimento e como se parece uma relação consensual, destacando sua importância. Ensinar o consentimento diminui a probabilidade de violência sexual e ainda incentiva a formação de relações saudáveis e de uma melhor saúde sexual de modo geral. Uma síntese do consentimento envolve saber que:
    • O consentimento consiste em um voluntário e entusiástico " sim ". Ele não se baseia em silêncio, atividades sexuais anteriores ou em como a outra pessoa está se vestindo. [17]
    • O consentimento precisa ser pedido e dado livremente. Ambas as pessoas devem perguntar uma à outra se gostariam de participar de certa atividade sexual e ambas devem responder.
    • O consentimento não envolve coação. Pressionar alguém, fazer ameaças, intimidação, chantagem ou culpabilização a fim de conseguir favores sexuais são formas de coação.
  2. A depender do programa de estudos, pode ser necessário ensiná-los como usar preservativos ou métodos contraceptivos. Você talvez precise oferecer demonstrações e referências, além de mencionar os benefícios e efeitos adversos do uso de cada um.
    • Lembre-se de explicar sobre a ampla variedade de métodos disponíveis. Camisinhas, por exemplo, podem ser usados tanto por homens quanto por mulheres.
    • Ensine aos adolescentes sobre as consequências do sexo desprotegido. Dentre elas, estão uma gravidez indesejada ou não planejada e a contração e a transmissão de doenças.
Parte 6
Parte 6 de 9:

Adotando diferentes estratégias de ensino

Baixe em PDF
  1. Se estiver seguindo um programa específico, é provável que você receberá estratégias de ensino a serem aprendidas e usadas. Na maioria dos casos, elas foram já testadas, pesquisadas e julgadas como o melhor método de ensino para um programa de educação sexual específico.
    • Alguns programas serão bastante específicos, oferecendo planos de aulas detalhados, atividades e estratégias.
    • Muitos educadores trabalham de forma conjunta com a escola, a comunidade ou alguma organização de saúde sexual a fim de determinar as melhores abordagens ao ensino da educação sexual. Se houver estratégias específicas que você acredita ser eficazes, haverá sempre um meio de se envolver na forma como esse assunto é ensinado a outros. Entre em organizações, faça parte do conselho escolar ou converse com as autoridades sobre quais são os melhores métodos para aprimorar a educação sexual em sua área.
  2. A maioria das organizações de saúde sexual incentiva os educadores a adotar estratégias de aprendizagem cooperativa. Isso significa que alunos ou aprendizes estarão trabalhando uns com os outros em tarefas, debates e projetos, o que os deixa mais envolvidos no próprio aprendizado e os ajuda a construir sentido por conta própria a partir das informações recebidas. Alguns exemplos de estratégias de aprendizado cooperativo incluem:
    • Aprendizado baseado em perguntas: essa abordagem põe perguntas, ideias e observações dos alunos como o centro da experiência de aprendizado. Você agirá como agente provocador, alguém que apresenta a eles ideias ou assuntos que são de seu interesse ou que têm grande importância em suas vidas. Os alunos são assim guiados a investigar e procurar por respostas usando habilidades de pensamento crítico e de resolução de problemas, além do raciocínio baseado em evidências.
    • Aprendizado baseado em problemas: [18] essa abordagem começa apresentando-se um problema aos alunos antes que recebam qualquer conhecimento sobre um certo assunto. O método oferece a você maior controle sobre quais temas ou problemas terão o seu foco. Depois que estiverem informados do problema, eles serão encorajados a buscar conhecimento e soluções juntos, de forma cooperativa. Você poderia elaborar um problema hipotético como, por exemplo, " Sara não quer ter relações sexuais com seu namorado; como poderia dizer isso a ele? ", e pedir a eles que imaginem uma solução.
    • Aprendizado baseado em projetos: essa abordagem leva os alunos a trabalhar em um projeto de longo prazo que trabalha e investiga questionamentos, problemas ou desafios complexos sobre educação sexual. Uma abordagem baseada em projetos bastante popular seria a simulação de como é ter um bebê. Os alunos levam para casa um boneco similar a um bebê, que chora, come, faz cocô e faz xixi, com a responsabilidade de dele cuidar por um certo período de tempo. O projeto os ajuda a entender que cuidar de uma criança pode ser difícil, ensinando-os a importância da responsabilidade. Se você já teve um bebê, cuide do boneco por conta própria e diga a eles como essa experiência pode ser comparada aos cuidados de um ser humano real — é mais fácil ou mais difícil?
  3. Você pode usar imagens, diagramas, vídeos ou demonstrações visuais para manter os alunos compenetrados enquanto estiver dando aulas. Experimente fazer as seguintes atividades:
    • Preencha os diagramas em branco. Isso é ainda mais útil para demonstrar o corpo humano e outros temas relacionados, como o ciclo menstrual, a genitália, áreas afetadas pela puberdade ou o ciclo reprodutivo.
    • Assista a vídeos informativos. A maioria dos programas de educação sexual vem com vídeos incluídos para auxiliar no ensino dos alunos.
    • Demonstre como fazer coisas importantes. Em muitos cursos de educação sexual, os educadores demonstram com objetos como usar uma camisinha, um tampão ou um absorvente, como funcionam os métodos contraceptivos e como ocorrem as infecções sexualmente transmissíveis. [19] É importante que essas demonstrações sejam apenas simulações do mundo real. Você talvez já tenha visto educadores pondo camisinhas em bananas ou usando pequenos copos de água para demonstrar como funciona um absorvente.
  4. Escrever um diário os incentiva a registrar, refletir e escrever sobre o próprio aprendizado de saúde. Muitos trabalhadores da área da saúde encorajam pessoas de todas as idades a manter um diário para melhor registrar suas preocupações sobre a própria saúde. Esse diário pode ajudar a:
    • Manter um registro da própria saúde. É mais fácil detectar padrões se o aluno cultiva o hábito de anotar preocupações de saúde que venha a ter no momento em que acontecem. Uma dor constante poderia indicar um problema maior se estiver presente há dias ou semanas. Uma lesão passada, por sua vez, pode explicar uma nova preocupação atual.
    • Manter um registro de medicamentos. O diário pode ajudá-lo a se lembrar de quando tomá-las, a fazer testes regularmente ou a informá-lo do que já tomou no passado.
    • Oferecer uma visão geral da saúde de uma pessoa. Mesmo que apenas tenha registrado tudo o que se refere a essa área da vida, o diário pode oferecer uma síntese bastante fiel da saúde de uma pessoa.
  5. Depois de ensiná-los, é importante analisar quão eficaz tem sido o seu ensino. Há muitas formas de realizar essa avaliação:
    • Faça um teste de compreensão. Você poderia simplesmente pedir a eles que reiterem o que aprenderem depois de uma aula ou, ainda, dar um teste de perguntas ou um exercício de revisão.
    • Observe os alunos. Você talvez observe alguns deles distraídos ou perceba que certos assuntos deixam a todos com uma sensação desconfortável. Ao observar os seus alunos, você pode avaliar quão eficaz foi a sua aula.
    • Analise projetos e trabalhos de acordo com um esboço. Essa é uma forma mais precisa de se mensurar o êxito da aula passada. Muitos programas oferecidos pela escola ou por uma organização de saúde terão esboços a fim de ajudá-lo a analisar o aprendizado dos alunos.
Parte 7
Parte 7 de 9:

Administrando os alunos durante as aulas

Baixe em PDF
  1. Regras ajudam a criar um debate seguro e aberto ao longo do processo de ensino. Diga aos alunos que:
    • Ouçam e falem de forma apropriada no decorrer da aula. Isso pode incluir levantar a mão, falar apenas quando forem chamados e fazer uso de uma linguagem apropriada ao ter a palavra.
    • Respeitem os outros alunos. Alguns deles talvez hesitem em compartilhar informações ou fazer perguntas que possam parecer bobas aos olhos dos demais. O respeito mútuo significa não julgarem um ao outro.
    • Mantenham a confidencialidade durante as aulas. Experiências e informações pessoais podem ser mencionadas durante a aula e é importante dizer aos alunos que não as compartilhem para pessoas de fora.
  2. Deixe-os saber que você está aqui apenas para debater fatos e opiniões sobre saúde sexual — e não para expô-los ou forçá-los a conversar sobre a presença ou ausência de experiências sexuais próprias.
    • Evite falar sobre as próprias experiências sexuais se não enriquecerem ou beneficiarem a aula e os alunos. Em certas situações, especialmente se você tiver uma relação bastante próxima ou casual com eles, compartilhar histórias e experiências pode ajudar a deixá-los mais relaxados e dispostos a se abrir quanto às próprias perguntas e opiniões. Entretanto, é melhor evitar que isso aconteça a menos que exista um entendimento mútuo bastante positivo com os alunos. Há certos casos em que compartilhar informações pessoais explícitas a respeito de si mesmo pode gerar desconforto entre os alunos.
  3. Um bom educador não é apenas alguém capaz de repassar informações aos alunos, mas também aquele que os ouve e os inspira. Há muitas formas de incentivar os seus alunos:
    • Evite tomar um lado a respeito de uma questão específica. Em vez disso, expresse uma atitude aberta e disposição para ouvir e falar sobre todos e quaisquer lados relacionados à saúde sexual.
    • Demonstre que você valoriza a opinião do aluno e está atento ao que tem a dizer. Faça uso de respostas ou frases cheias de validação, como " comentário interessante esse que você fez ", " acho que o que você disse é muito importante " ou " entendo a sua preocupação ".
    • Peça pela opinião dos alunos com respeito a um certo assunto. Depois de explicar um problema ou conceito, abra a discussão perguntando se alguém gostaria de questionar algo ou se tem preocupações ou comentários que poderiam compartilhar. Pergunte o que pensam a respeito do que você acaba de ensinar.
    • Seja flexível ao lecionar a sua aula. Em certos casos, os alunos terão diversas perguntas profundas que mal podem esperar para verem respondidas. Incentive-os e permita a eles que façam perguntas ou comentários sempre que se manifestarem, mesmo que a discussão seja desviada para um tema imprevisto em seu plano de estudos. Ainda assim, faça sempre uso de seu melhor julgamento: nem todo questionamento precisa ser respondido de forma imediata.
  4. Todo aprendiz ingressa em um curso ou em uma aula de educação sexual com ideias diferentes sobre como funciona o sexo ou a saúde sexual. Uma boa forma de facilitar essa transição no início da aula é pedir aos alunos que compartilhem o que sabem sobre certo assunto.
    • Essa atividade os incentiva a participar de forma ativa nos debates.
    • Estar ciente do que os alunos já sabem o ajudará a ter uma ideia de como abordar certa lição. Você terá uma melhor ideia sobre quais problemas merecem maior atenção e quais equívocos devem ser corrigidos.
  5. Em qualquer situação, haverá alunos tímidos ou desconfortáveis em fazer perguntas na frente de toda a classe. Ofereça essa oportunidade ao:
    • Oferecer referências. Direcione-os para recursos de boa reputação onde encontrem respostas para as próprias perguntas, como páginas da internet, livros ou informações de organizações de saúde sexual.
    • Oferecer um ponto de contato para falar sobre suas preocupações sobre saúde sexual. Ele pode ser um conselheiro escolar, um profissional ou serviço de saúde sexual ou até mesmo você.
    • Deixe que os alunos enviem perguntas de forma anônima. Uma atividade útil a incluir em sala de aula é pedir aos alunos que anotem suas perguntas ou preocupações em um pedaço de papel e o enviem anonimamente. Você poderá então respondê-las na frente de todos ou incorporar os questionamentos em uma aula futura.
Parte 8
Parte 8 de 9:

Respondendo perguntas

Baixe em PDF
  1. Embora seja importante encorajá-los a fazer perguntas de forma aberta, você deve também avaliar quais delas é adequado responder e quais são feitas apenas para se obter uma reação em vez de despertar o aprendizado. Diga aos alunos:
    • " Se eu não responder a uma pergunta, não é porque ela é uma pergunta ruim. Pode ser que eu sinta que não se trate de um tema de interesse a todos os alunos. "
    • " Se você fizer uma pergunta e eu não a responder, sinta-se à vontade para me perguntá-la novamente, em particular. "
  2. Mesmo que não responda um questionamento ou se depare com uma opinião ou pergunta que não pode responder, você ainda poderá validar o comentário do aluno. Alguns modos úteis de reagir ao que é dito incluem:
    • Ofereça afirmação: " obrigado por perguntar ", " essa é uma ótima pergunta " ou " por favor, me fale mais sobre o que você gostaria de saber ".
    • Peça por esclarecimento de forma positiva: " parece que você tem uma preocupação real a respeito; poderia me dizer mais sobre o que tem em mente? " ou " essa parece ser uma pergunta importante; poderia explicar um pouco melhor? "
    • Reconheça os sentimentos: algumas perguntas podem vir carregadas de sentimentos como vergonha ou nojo. Experimente começar a sua resposta dizendo algo como " todos nos sentimos constrangidos às vezes, mas é importante conversar a respeito ".
    • Normalize a pergunta: " muitas pessoas fazem esse mesmo questionamento " ou " isso é algo sobre o qual muitos já se perguntar ", mas evitando o termo " normal ". Esse não é um termo adequado para se usar devido ao pesado estigma social que o engloba, em contraste a sentidos mais médicos e clínicos. Em certa situação ou cultura, algo " normal " pode ser " anormal " em outra.
  3. Se houver um questionamento para o qual você não sabe a resposta, diga isso aos alunos. Ao mesmo tempo, valide suas perguntas ou preocupações e deixe-os saber que você os entende e que se esforçará por respondê-las assim que possível.
    • Se uma pergunta o deixa desconfortável, diga isso aos alunos. Você talvez não consiga controlar a própria reação ou os próprios sentimentos com respeito a um questionamento específico e dizer aos alunos como se sente pode ajudar a esclarecer a eles o porquê de não ter uma resposta. Experimente dizer algo como " eu me sinto um pouco desconfortável com essa pergunta " e prossiga com mais validação.
  4. Os alunos podem fazer perguntas sobre os próprios comportamentos pessoais e você pode ou não querer debater o assunto em sala de aula. Pode ser que receba questionamentos como " é normal...? " ou " você... quando era mais novo? ". Essas perguntas podem vir carregadas de forma cultural ou religiosa, podendo questionar morais em vez dos fatos sendo ensinados. Trabalhe-as:
    • Reforçando as regras fundamentais. Se você escolheu não responder a perguntas sobre comportamentos pessoais, diga aos alunos " não estaremos debatendo comportamentos pessoais em sala de aula ".
    • Direcione os alunos a outros recursos. Outros profissionais de saúde sexual, pais, guardiões ou organizações religiosas podem estar melhor equipadas para responder a perguntas sobre moral com respeito à saúde sexual.
    • Converse com os alunos em privado sobre suas preocupações. Uma pergunta sobre comportamentos pessoais pode ser melhor entendida dentro de seu próprio contexto. Você talvez descubra que a família de um aluno é religiosa depois que perguntou se é certo fazer um aborto. Você poderá então guiá-lo rumo à pessoa certa para conversar sobre algo assim.
  5. Alguns alunos talvez façam questionamentos com a finalidade de chocar os demais e despertar uma reação. Pode ser que tenham uma preocupação real, mas estejam constrangidas demais para lidar com ela de forma séria, e acabem sentindo a necessidade de mudar o foco do assunto em discussão. Jamais suponha que perguntas assim são tolas ou diga aos alunos que as considera dessa forma. Em vez disso, lembre-os das regras fundamentais e tente guiar o questionamento para que se torne algo útil ao ensino.
    • Reformule qualquer vocabulário de gírias a fim de ampliar o leque da questão. O aluno pode perguntar " por que as minhas bolas doem depois de um golpe? " Você poderia responder dizendo " em primeiro lugar, o termo certo para as bolas é testículos. Os testículos são muito sensíveis e realmente vão doer depois de um golpe físico ou trauma " e prossiga respondendo ao questionamento.
    • Os alunos podem criticar certos assuntos e dizer frases como " homens só querem sexo das mulheres! " Você poderia responder indicando a preocupação subjacente na pergunta ou afirmação. Nesse exemplo, poderia responder dizendo " parece que você tem preocupações sobre respeito no relacionamento ".
Parte 9
Parte 9 de 9:

Lecionando em comunidades conservadoras

Baixe em PDF
  1. Cada instituição de ensino, comunidade e país terão políticas distintas que ditam como a educação sexual deve ser ensinada. Elas podem vir da própria comunidade ou mesmo de autoridades do governo. Em certos casos, um grupo conservador terá visões específicas sobre como o sexo deve ser abordado e ensinado. Ainda assim, isso não necessariamente significa que a educação sexual deva ser passada dessa maneira. Em vez disso, o sistema educacional pode ter visões e políticas distintas quanto à forma de ensino concernente a certos temas de saúde sexual.
    • Converse com líderes da comunidade, educadores e organizações a respeito de como a educação sexual deve ser feita em uma área mais conservadora. Pode ser que tenham conselhos a dar ou mesmo ofereçam diretrizes quanto à forma de comunicação com alunos e suas famílias, ou mesmo sobre como administrar polêmicas e críticas a esse respeito.
    • Lembre-se de que o objetivo da educação sexual é encorajar a saúde sexual às pessoas que a aprendem. Faça o que é melhor para os alunos, mas usando sempre o seu melhor julgamento.
  2. Essas pessoas não se limitam às comunidades conservadoras. O primeiro a fazer ao se deparar com alguém que se opõe à educação sexual é ouvir seu ponto de vista e sua forma de pensar. Evite menosprezar ou antagonizar o que falam, dizendo que são desinformados ou destituídos de conhecimento. Em vez disso, responda a suas preocupações da forma mais calma e auxiliar possível. Há diversas razões pelas quais alguém pode se opor à educação sexual:
    • Não têm conhecimento sobre o programa e não sabem como a educação sexual será implementada. Dê a elas informações sobre o programa, as aulas a serem ensinadas e os objetivos do ensino. Se toda a comunidade se opuser por conta desse mesmo motivo, traga materiais escritos a respeito em encontros e entregue-os aos membros da comunidade, conversando com eles sobre o programa.
    • Temem que a educação sexual vá perturbar ou corromper os jovens. Esclareça que a educação sexual defende uma saúde sexual responsável e que não tem seu foco principal em atividades ou comportamentos sexuais.
    • Acreditam que conversar sobre sexo leva à atividade sexual. Há diversos estudos confiáveis e de be boa reputação indicando que a educação sexual não leva ao aumento da experimentação sexual. Na verdade, ela apenas muda a forma como o sexo é encarado, o que significa que pessoas sexualmente educadas estão mais propensas a fazer uso de métodos contraceptivos e testes de infecções sexualmente transmissíveis. Explique que a sua intenção é diminuir as taxas de gravidez na adolescência e que fará uso de métodos comprovados por pesquisas ao longo do processo.
    • Creem que a educação sexual se opõe a suas crenças morais, religiosas ou culturais. Diga a elas que não há problema algum caso não queiram participar dessa disciplina. Ou, ainda, diga que avisará quando certos assuntos serão mencionados e ofereça a possibilidade de que não precisem participar de aulas que vão contra uma crença em específico.

Dicas

  • Inclua os pais e a comunidade no ensino da educação sexual. Incentive-os a ser parte integrante da saúde sexual de todos. Alguns países incluem essa disciplina de forma obrigatória nas escolas, quer sejam públicas ou privadas.
  • Caso queira usar uma tela para um projeto, evite usar qualquer material impróprio, como pornografia ou filmes sobre temas sexuais. Lembre-se de que conteúdos assim não são educativos — isso é um mito.
  • Comece de forma bastante casual e leve os alunos a sentirem que se trata de algo natural.
  • Responda às perguntas de forma paciente e sincera e não se sinta tímido na presença deles.

Sobre este guia wikiHow

Esta página foi acessada 3 615 vezes.

Este artigo foi útil?