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O escitalopram, de nomes comerciais como Lexapro e Exodus, é um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS) bastante comum. Da classe dos antidepressivos, ele pode reduzir sintomas relacionados à depressão, à ansiedade, ao transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e a muitas outras condições. Fazer o desmame desse medicamento pode, de fato, trazer efeitos desagradáveis de abstinência, e por isso é necessário ter acompanhamento médico para diminuir o uso aos poucos, e não de uma só vez. Leia este artigo para saber como fazer o desmame de escitalopram, quais os efeitos colaterais mais comuns ao reduzir seu uso e como lidar com eles, se aparecerem.

O que você precisa saber

  • Não interrompa o uso do escitalopram de uma hora para outra. É importante buscar acompanhamento de um psiquiatra para que o desmame seja realizado de maneira controlada.
  • Com a orientação do especialista, você saberá como diminuir as doses aos poucos para minimizar efeitos desagradáveis.
  • Há manifestações adversas associadas com a abstinência do escitalopram e cada indivíduo reage de modo distinto ao não tomar mais o remédio bruscamente.
  • Cerca de 60% dos indivíduos que param de tomar o escitalopram não apresentam qualquer efeito colateral.
Método 1
Método 1 de 3:

Realizando o desmame do escitalopram

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  1. Interromper seu uso de maneira abrupta pode causar efeitos colaterais negativos, alguns até perigosos. Mesmo que ache que não terá nenhum sintoma, o acompanhamento médico nesse processo é fundamental para sua saúde. Na consulta, diga ao médico que deseja parar de tomar o fármaco para que você saiba como realizar o desmame. [1]
    • Não ministrar mais o remédio de uma hora para outra pode causar sintomas de abstinência de antidepressivos (ou síndrome de descontinuação de antidepressivo). [2] Eles são incômodos e incluem manifestações semelhantes à gripe, insônia, distúrbios sensoriais e de equilíbrio. [3]
  2. Como o escitalopram pode demorar até seis semanas para fazer efeito, interromper seu uso antes do indicado pode fazer com que seja difícil identificar se você está sofrendo com a abstinência do ISRS ou dos sintomas do distúrbio que tentou tratar. Dessa forma, quando possível, aguarde pelo menos seis semanas antes de consultar seu médico sobre o desmame do fármaco. [4]
    • Se a depressão, ansiedade ou outro distúrbio de saúde mental for causado por uma certa situação, resolva-a primeiro ou encontre outras maneiras de apoio antes de parar de tomar o medicamento.
    • O médico poderá ajudá-lo a determinar se sua condição melhorou.
    • Na maioria dos casos, é melhor continuar fazendo uso do antidepressivo por pelo menos seis a nove meses antes de parar, apesar de ser algo que depende da sua reação à medicação e à condição tratada.
  3. Será bem mais complicado interromper o uso do remédio se estiver lidando com problemas e situações estressantes. Quando possível, aguarde até que as coisas se acalmem para conseguir lidar melhor com possíveis sintomas de abstinência. [5] Por exemplo: talvez não seja o melhor momento para descontinuar o uso se algumas das situações a seguir estiverem ocorrendo em sua vida:
    • Separação.
    • Divórcio.
    • Demissão.
    • Mudança de residência.
    • Enfrentamento de uma doença.
    • Sentimento de tristeza.
  4. A meia-vida do escitalopram é curta, fazendo com que ele deixe o organismo rapidamente. Na verdade, são necessárias de 27 a 32 horas para que metade dele saia do corpo e por volta de seis dias para ter sido 99% eliminado. Como a abstinência desse antidepressivo é desconfortável, é importante dar tempo ao organismo para ajustar-se lentamente aos níveis cada vez menores do escitalopram. [6]
    • Pode demorar mais ou menos tempo para conseguir interromper o uso do escitalopram, dependendo de sua situação. Cada indivíduo reage de modo diferente ao desmame da medicação, logo, o psiquiatra deverá monitorá-lo de perto.
    • Muitas pessoas sofrem reações extremas ao desmame, como pensamentos suicidas. Por isso é tão importante realizar esse processo aos poucos. [7]
  5. Geralmente, ele dura algumas semanas ou meses; aos poucos, como a cada semana ou dez dias, a dose do medicamento será diminuída. [8]
    • A duração do desmame depende de quanto tempo você faz uso do escitalopram e da dosagem.
    • Por exemplo: por cinco dias, a dosagem será reduzida para 20 mg, depois para 15 mg, também em cinco dias, e 10 mg por 10 dias. Por fim, o médico talvez recomende 5 mg duas vezes por dia e termine indicando 5 mg uma vez por dia.
    • Dependendo do caso, a dosagem pode ser diminuída pela metade ou em ⅓. Por exemplo: se você toma 20 mg todo dia, ele poderá recomendar 20 mg dia sim, dia não.
    • Caso tenha algum sintoma de abstinência, talvez seja necessário aumentar a dosagem o desmame precisa ser feito mais lentamente. Converse com o psiquiatra ao notar qualquer efeito colateral!
  6. Mesmo que você se sinta muito bem, não fuja do que foi pedido; apesar de ser tentador diminuir a dosagem antes do recomendado, o especialista fez tal prescrição por um motivo, logo, você não pode alterar o plano dele para interromper o uso do medicamento. [9]
    • Caso tenha perguntas sobre o processo de desmame, entre em contato com o médico.
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Método 2
Método 2 de 3:

Monitorando e controlando os sintomas de abstinência

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  1. Você pode fazer um diário, escrevendo “Me sinto animado, mas não dormi bem à noite” ou simplesmente escrever como se sentiu a cada dia, de modo que possa monitorar os efeitos colaterais que surgiram ao longo dos dias. Além disso, será muito mais fácil detectar possíveis sinais da abstinência, que podem surgir aos poucos. [10]
    • Por exemplo: se você notar que há um padrão nas dores de cabeça enfrentadas nos últimos três dias, pode ser um sintoma de abstinência. No entanto, se houve cefaleia apenas uma vez, talvez ela tenha sido causada por outra coisa.
    • Quando não souber se algo pode ser um sintoma, entre em contato com o psiquiatra para sanar suas dúvidas.
  2. Cerca de 40% dos indivíduos que param de tomar escitalopram sofrerão efeitos adversos, que podem ser frustrantes, mas lembre-se de que são temporários. Veja as manifestações que podem surgir: [11]
    • Alterações de humor, como irritabilidade, fadiga, agitação, insônia e pesadelos.
    • Distúrbios cardiovasculares, como frequência cardíaca aumentada ou palpitações intermitentes.
    • Problemas gastrointestinais, como náuseas, vômitos ou aversão alimentar.
    • Confusão sensorial, como a sensação de “agulhadas” ou “pontadas”, confusão, paranoia ou ansiedade.
  3. Ao parar de ministrar o escitalopram, o problema de saúde mental que estava em tratamento, como depressão, ansiedade ou transtorno obsessivo-compulsivo, pode voltar à tona, ou seja, as manifestações que o afligiam antes do uso do medicamento possivelmente retornarão. Além disso, talvez elas sejam confundidas com a abstinência, mas há formas de fazer a distinção dos sintomas: [12]
    • Eles costumam aparecer rapidamente e serão passageiros. Também podem ser não específicos ou “vagos”, de modo que você sinta que não está se portando como o habitual.
    • As manifestações “rebote” serão parecidas com as causadas pelo distúrbio psiquiátrico que estava tratando, aparecerão aos poucos e serão mais persistentes. Se você sofria de pensamentos obsessivos, é bem provável que eles voltem com força e persistam.
    • Analise se os sintomas atuais são físicos e emocionais. Por exemplo: dor muscular e sensações de agulhadas geralmente não são decorrentes da depressão, mas fazem parte da abstinência do antidepressivo.
    • Apenas o seu médico poderá esclarecer com maior precisão o seu caso.
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Método 3
Método 3 de 3:

Lidando com os sintomas

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  1. Peça para que amigos e parentes estejam presentes quando você precisar de apoio emocional; você poderá ligar ou enviar um Whats para falar com eles quando estiver desanimado. Não hesite em buscar auxílio com as tarefas do dia a dia, se for necessário, ao sofrer com efeitos da abstinência. [13]
    • Por exemplo: diga ao seu melhor amigo “Eu vou parar de tomar escitalopram. Posso ligar para você se quiser conversar sobre o assunto?”
    • Quando precisar de ajuda, diga ao seu parceiro “Estou sentindo muita dor muscular e fadiga. Será que você pode colocar as roupas na máquina de lavar, hoje?” ou, no trabalho, fale “Estou meio tonto e com dor de cabeça. Será que você pode fazer a apresentação para eles sem mim?”
  2. Talvez isso não seja necessário se você fizer parte dos 60% que ministram ISRS e nunca sofreram efeitos de abstinência. Por outro lado, ao notar que há manifestações características da diminuição da dosagem do escitalopram no organismo, ligue para seu chefe ou falte alguns dias na escola ou faculdade. Reserve o dia para cuidar de si próprio e relaxar, sem se esforçar muito para permitir que o corpo se recupere. [14]
    • Deite no sofá, assista alguns filmes, fique debaixo das cobertas, na cama, lendo um bom livro, ou tome um banho mais longo enquanto ouve músicas relaxantes.
  3. Os exercícios físicos liberam, naturalmente, hormônios do prazer no organismo, fazendo com que você se sinta bem. Realizar 30 minutos de atividade física todo dia o ajudará a lidar tanto com os sintomas da abstinência quanto aqueles que retornarem devido ao problema de saúde mental. Veja algumas maneiras de manter o corpo em movimento: [15]
    • Dê uma caminhada ao cair da tarde.
    • Faça cooper pelo bairro.
    • Inscreva-se em aulas de dança .
    • Treine na academia.
    • Faça um treino aeróbico.
    • Nade de uma ponta a outra da piscina.
  4. Apesar de ser parte normal da vida, o excesso de estresse pode se tornar um problema, principalmente ao interromper o uso de um antidepressivo. Conseguir lidar com a ansiedade fará com que seja bem mais simples manter sob controle os efeitos colaterais. Veja algumas formas de cuidar bem de si próprio: [16]
    • Tenha uma boa noite de sono, seguindo uma rotina na hora de dormir.
    • Medite por cinco a 10 minutos todo dia para acalmar a mente.
    • Adote uma alimentação saudável com verduras frescas e proteínas magras para manter-se bem nutrido.
    • Evite bebidas alcoólicas .
    • Relaxe recorrendo aos seus hobbies, usando sua criatividade ou descansando.
    • Passe um tempinho ao lado dos entes queridos e de seus pets.
    • Pense em si próprio de maneira positiva para melhorar o seu humor.
  5. O médico poderá ajudá-lo a colocar as emoções no lugar para superar esse período complicado. Além de auxiliá-lo com a abstinência, o especialista pode monitorar os sintomas para saber se eles são decorrentes do seu distúrbio de saúde mental e indicará um outro tratamento, se julgar necessário. [17]
    • Se você ainda não consulta um psiquiatra ou psicólogo, peça uma indicação para o médico atual. Você também pode pesquisar na internet por um que atenda perto de sua casa ou faça parte de seu plano de saúde.
  6. Se as manifestações da abstinência interferirem com sua qualidade de vida, você pode falar com seu médico (ou consultar um psiquiatra) e perguntar sobre o uso de um remédio por um período mais curto para minimizar os sintomas mais debilitantes. Por exemplo: ele pode prescrever um sedativo ou antiemético para usar durante uma ou duas semanas se você estiver com dificuldade em dormir ou em se alimentar, respectivamente. [18]
    • Não volte a tomar o fármaco para tentar minimizar os efeitos colaterais da abstinência. Parece lógico que ministrar o ISRS vai ajudar a combater os sintomas que a abstinência dele causa, mas, na verdade, eles podem acabar se agravando. [19]
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