Este artigo foi coescrito por Catherine Boswell, PhD
. A Dra. Catherine Boswell é Psicóloga e Cofundadora da Psynergy Psychological Associates, uma clínica de terapia em Houston, Texas. Com mais de 15 anos de experiência, a Dra. Boswell é especialista no tratamento de indivíduos, grupos, casais e famílias lidando com traumas, problemas de relacionamento e dores crônicas. É Doutora em Psicologia Terapêutica pela University of Houston. A Dra. Bowell dá aula para Mestrandos na University of Houston. É autora, palestrante e coach.
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“Eu bati em meu namorado... de novo. O que eu faço?” A violência doméstica nunca é justificável e admitir que você tem um problema é um passo inicial importante. O próximo — cessar os episódios de violência — exige bastante dedicação para mudar e disposição para aceitar ajuda, o que você pode conseguir com força de vontade. Leia este artigo e veja dicas para nunca mais agredir o seu namorado novamente.
Passos
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Livrar-se dos sentimentos de culpa e vergonha permitirá que você tome a direção certa. É natural se sentir mal após bater no homem, mas ater-se a tais emoções e não se desapegar delas atrapalhará a sua recuperação. Em vez disso, use-as como motivação para fazer as pazes, para deixá-las de lado e tenha concentração para seguir em frente em uma direção positiva. [1] X Fonte de pesquisa
- Você não é definida por essa atitude equivocada. Ela pode ser vencida e sair de sua vida a partir desse momento!
- Nota : se você agride o namorado para se defender e se proteger, não há razão alguma para se sentir culpada ou envergonhada! Concentre-se em seu bem-estar e segurança, e se precisar, entre em contato com a polícia através do número 190 ou à Central de Atendimento à Mulher no 180.
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O que desencadeia esta ação e qual a motivação que causa a agressão? A violência doméstica não acontece “do nada”; na verdade, ela é consequência de várias razões, incluindo tanto a motivação quanto o “gatilho” que leva a ela. Pense um pouco e analise as razões e o que faz com que perca o controle. [2] X Fonte Confiável PubMed Central Ir à fonte
- Alguns dos “gatilhos” mais comuns de brutalidade em um relacionamento são:
- Uso de álcool ou drogas.
- Brigas sobre dinheiro, cuidados com filhos ou pensão alimentícia.
- A recusa do namorado em interagir ou conversar com você.
- Fontes de estresse que tem pouca relação com seu parceiro.
- Abuso (físico ou emocional) por parte do companheiro.
- Algumas motivações comuns para violência doméstica são:
- Externar emoções, em especial negativas, que estavam “presas”, como raiva ou irritação.
- Exercer controle sobre o rapaz.
- Demonstrar ciúmes.
- Provar que não devem “mexer” com você (manter a aparência de que é “durona”).
- Defender-se contra o abuso do namorado.
- Alguns dos “gatilhos” mais comuns de brutalidade em um relacionamento são:
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O uso excessivo de substâncias como bebidas alcoólicas ou entorpecentes estão, ao menos muitas vezes, ligados aos episódios de violência doméstica. Qualquer substância que reduz sua capacidade de raciocínio e de autocontrole aumenta a possibilidade de agressões ao namorado. Todos os esforços para diminuir a irritação, controlar o estresse e melhorar a comunicação podem ser em vão se você permitir que o abuso de substâncias cause novos problemas. É importantíssimo procurar tratamento especializado se você sofre com alcoolismo ou uso de drogas. [3] X Fonte Confiável PubMed Central Ir à fontePublicidade
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Técnicas simples para se acalmar poderão evitar que a raiva progrida para episódios de brutalidade. Muitos indivíduos que agridem parceiros falam de uma sensação de que perderam o controle ou que se sentiram “no limite”; por sorte, você pode recorrer a estratégias comuns, como respirar fundo várias vezes e diminuir a irritação antes de chegar ao limite e perder a cabeça. [4] X Fonte Confiável American Psychological Association Ir à fonte Experimente técnicas para controlar a raiva , como as expostas abaixo:
- Respire de forma lenta e profunda usando o diafragma, de modo que sinta que cada vez que inspira o ar vem do abdômen.
- Repita uma palavra que a acalme, como “relaxar” ou “paz”.
- Visualize uma memória que seja reconfortante, como quando ajudava sua avó a fazer cookies, ou que a tranquilize, como uma bela praia isolada.
- Relaxe um grupo de músculos do corpo por vez, imaginando sua raiva sendo liberada junto à tensão muscular.
- Faça uma atividade física intensa, como corrida ou “shadow boxing”, para liberar a irritação acumulada.
- Realize mudanças no estilo de vida para garantir horas suficientes de sono, uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios.
- Faça um “diário da raiva” para monitorar seus sentimentos, gatilhos e tentativas de controle das emoções.
- Procure tratamento especializado para problemas com a raiva.
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Distanciar-se da situação pode ser importante para que a irritação diminua. As técnicas para acalmar funcionam muito bem contra emoções fortes, mas às vezes a melhor solução é sair de perto da outra pessoa. Vá para outro quarto e feche a porta, sente-se em seu carro ou dê uma volta na vizinhança. Use as técnicas para se acalmar quando estiver sozinha ou até que se sinta pronta para falar novamente com o namorado. [5] X Fonte de pesquisa
- Se o homem também estiver irritado e falar “Não vai me deixar falando sozinho, não” ou algo parecido, responda da forma mais tranquila e simples que puder: “Eu preciso de um tempinho para me acalmar. Quando eu conseguir raciocinar e agir com calma, voltarei.”
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O seu namorado está pagando o preço por outras situações que te tiram do sério? Cada fonte de estresse é outra “bolha” que pode fazer com que você exploda e desconte tudo em seu parceiro. É possível diminuir a chance de descarregar sua raiva e frustração através da violência; basta identificar e diminuir tudo que causa estresse em sua vida. [6] X Fonte de pesquisa
- Talvez você tenha que trabalhar menos horas, diminuir os compromissos sociais, parar de ser uma “mulher-maravilha” e realizar milhares de atividades, terminar uma amizade tóxica e, por fim, pedir ajuda a amigos e parentes.
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Um pedido de desculpas honesto deve incluir um plano de ação para evitar episódios futuros de violência. Mais do que falar “desculpa” sem parecer se importar, ter uma estratégia para não bater mais no rapaz é o verdadeiro pedido de perdão, portanto, comunique-o quando ambos estiverem calmos e você já tiver pensado bem o que deseja falar. Lembre-se das três palavras principais de um bom pedido de desculpas , arrependimento, responsabilidade e solução, tanto na hora de traçar o plano quanto ao contá-lo ao namorado. Fale do fundo do seu coração e deixe claro que está sendo honesta. [7] X Fonte de pesquisa
- Diga que percebeu que o seu uso de violência é errado, que não pode ser justificado de qualquer maneira e que você vai fazer tudo em seu poder para que não ocorra novamente. Por exemplo:
- “Pedro, me desculpe pelo tapa de ontem à noite. Eu sei que falei que não aconteceria mais e sinto muito por ter te agredido de novo. Eu quero mesmo parar com essas explosões e vou começar a fazer terapia. Espero que possa me perdoar e também aceitar que você tem todo o direito de me deixar.”
- Por não ser a primeira vez, o homem pode não aceitar as desculpas e preferir terminar o relacionamento. Respeite a decisão, mesmo que não concorde, e concentre-se em seu plano para dominar o estresse e a raiva para que o próximo relacionamento seja mais saudável.
Publicidade - Diga que percebeu que o seu uso de violência é errado, que não pode ser justificado de qualquer maneira e que você vai fazer tudo em seu poder para que não ocorra novamente. Por exemplo:
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O companheiro que decidirá se deseja compartilhar os detalhes, mas se ele concordar, ouça com atenção. O objetivo aqui não é punir a si própria ouvindo exatamente que tipo de sofrimento causou ao guri, mas sim entender melhor o impacto de seu abuso sobre ele, sobre o relacionamento e até sobre si própria. Além disso, é uma maneira de demonstrar sua dedicação em ser uma ouvinte mais atenta a partir deste momento. [8] X Fonte de pesquisa
- Veja uma forma de incentivá-lo a dar os detalhes a você: “Eu vou explicar como me sinto quando começo a te agredir. Depois, se você estiver à vontade, gostaria de ouvir o que você sente quando isso ocorre.”
- Pode ser que você saiba que ele experimenta emoções de medo, irritação, confusão, constrangimento, desrespeito ou uma combinação de todas elas ao mesmo tempo.
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A violência doméstica ocorre, com frequência, devido à ausência de comunicação. Caso o namorado se recuse a falar sobre algo com você — como suspeitas de infidelidade ou assuntos financeiros — sua reação pode ser dura, já que a comunicação, de sua parte, não é o ponto forte. Para conseguir desobstruir os canais de comunicação e melhorar, talvez seja uma boa ideia reservar uma parte do dia para desenvolver essa capacidade e falar sobre ela com honestidade e calma, a fim de expressar o que pensa. [9] X Fonte Confiável Centers for Disease Control and Prevention Ir à fonte
- Mulheres que usam essas agressões contra parceiros geralmente culpam a má comunicação como o “gatilho” e a motivação é “fazer o homem responder a mim”. É algo que pode acontecer em qualquer tipo de relacionamento íntimo. [10] X Fonte de pesquisa
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Buscar ajuda para mudar problemas de comportamento é um sinal de força. Claro que é possível parar de agredir o namorado por conta própria, mas não há vergonha alguma em admitir que precisa de ajuda para alcançar esse objetivo. O apoio do rapaz, assim como de amigos, parentes e professores será de grande valia, mas geralmente a parte mais importante é a orientação de um profissional em saúde mental. Vá para cada consulta de cabeça aberta, tenha determinação para mudar e acredite que pode ter sucesso. A terapia ajuda em várias áreas, como: [11] X Fonte Confiável PubMed Central Ir à fonte
- Tratamento de traumas do passado, que podem incluir sua própria experiência como vítima de violência doméstica.
- Desenvolvimento de técnicas para controlar a irritação, se não estiver conseguindo fazer isso sozinha.
- Aprimoramento de sua capacidade de lidar de forma adequada com situações de estresse e de decepção.
- Melhorar seu potencial em solucionar problemas para que empecilhos menores não virem uma “bola de neve”.
- Comunicar-se de modo mais eficaz e ter confiança no relacionamento fazendo terapia de casais junto ao namorado.
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Não se deixe cair em um ciclo de abuso sem fim. Bater no namorado não dá a ele o direito de fazer o mesmo com você além do mínimo para se proteger. Isso vale também se você for vítima de violência doméstica. Em um relacionamento em que as duas partes são ríspidas, será preciso que ambos se dediquem a mudar o comportamento ou o relacionamento precisa terminar. Do contrário, o ciclo de violência vai se repetir e piorar com o passar do tempo. [12] X Fonte Confiável Centers for Disease Control and Prevention Ir à fonte
- Se o guri optar por romper com você ou até denunciá-la às autoridades depois de ser agredido, ele está dentro de seu direito e será necessário arcar com as consequências de suas ações. No entanto, o homem não possui direito de dar o troco de maneira violenta porque considera que você “merece”, afinal essa também é uma atitude errada que não vai solucionar nada.
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Referências
- ↑ https://www.theguardian.com/lifeandstyle/2010/apr/17/i-used-to-hit-my-husband
- ↑ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2975361/
- ↑ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2975361/
- ↑ https://www.apa.org/topics/anger/control
- ↑ https://www.washingtonpost.com/news/soloish/wp/2018/10/25/i-verbally-abused-my-husband-heres-how-i-stopped/
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- ↑ https://www.theguardian.com/lifeandstyle/2010/apr/17/i-used-to-hit-my-husband
- ↑ https://www.cdc.gov/violenceprevention/pdf/ipv-technicalpackages.pdf
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