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O objetivo de um relato pessoal – ou narração pessoal – é contar, de forma cativante, uma história vivida pelo autor. Quando o relato pessoal é bem escrito, ele tem o poder de entreter e, ao mesmo tempo, oferecer conteúdo informativo. Então, para começar o seu relato, escolha uma história que viveu e estruture as ideias de modo que elas conduzam o texto para um desfecho marcante; e não se esqueça de escrever uma abertura arrebatadora, que prenda a atenção do leitor logo de cara.

Parte 1
Parte 1 de 3:

Escolhendo a história para contar

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  1. É fundamental que a história a ser contada tenha um significado profundo para você. Portanto, pergunte-se: “O que, de fato, ocorreu em minha vida que foi capaz de me ensinar algo de valor e provocar uma grande mudança de perspectiva?”. São episódios dessa magnitude que rendem bons relatos pessoais. [1]
    • Dois bons exemplos são a morte de um ente querido quando você ainda era criança e a superação de sua primeira derrota em uma competição esportiva.
  2. Um bom relato pessoal sempre ensina uma lição, pois o autor compartilha aquilo que aprendeu com a experiência que está relatando. Tente se lembrar de um fato – seja uma experiência de vida ou uma decisão moral – que tenha ajudado você a crescer como ser humano. [2]
    • Por exemplo, explique como foi duro aprender aos cinco anos de idade que, em uma competição, nem todos podem chegar em primeiro. Se preferir, conte sobre a carteira que encontrou na rua e decidiu devolver ao dono, o que deu origem a uma grande amizade, que vale muito mais do que todo o dinheiro do mundo.
  3. Assim, em vez de se ater ao simples relato de uma história, você pode discutir um tema, embasado em uma experiência de vida. Para isso, escolha um tema que seja de seu interesse e explore-o de acordo com o seu ponto de vista. [3]
    • Por exemplo, é possível falar de amor contando como foi crescer em um lar com dois pais. Se quiser falar sobre liberdade, conte todo o sofrimento que passou ao viver em um campo de refugiados.
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Estruturando o relato

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  1. A maior parte dos relatos pessoais faz uso do narrador personagem, o que torna mais fácil o desenvolvimento e a compreensão do texto. Portanto, quando for escrever, construa as frases usando o pronome “Eu”. [4]
    • A maioria dos professores prefere que o relato seja escrito no passado. Nos demais casos, a decisão de escrever no passado ou no presente fica a critério do autor.
  2. Mesmo que se trate de um relato pessoal, será preciso incluir uma tese no primeiro parágrafo, logo depois do gancho. Ela servirá para, de forma resumida, fazer uma exposição prévia dos eventos da história, descrever a lição que foi aprendida ou introduzir o tema principal que será abordado no relato. [5]
    • Por exemplo, no caso de estar escrevendo um relato sobre a sua experiência como refugiado, é possível falar sobre o tema “liberdade” na tese: “A minha jornada foi apenas uma dentre milhares. Chegamos a um país estrangeiro, carregando apenas esperanças e memórias”.
  3. As evidências são nada mais do que os eventos relatados no corpo do texto. Escreva-os em forma cronológica, para que a compreensão da história fique mais fácil. Entretanto, se preferir escrever de forma não linear, lembre-se de sempre empregar termos – como “hoje”, “antes”, “naquela época” – para não deixar o leitor perdido tempo. [6]
    • Reserve, por exemplo, três parágrafos no corpo do texto para expor as evidências relacionadas ao tema do relato. Voltando à história do refugiado, ele poderia usar um parágrafo para contar como era a vida no país de origem, seguir para a viagem no segundo parágrafo e, no terceiro parágrafo, contar como foi a vida dele no campo de refugiados do país estrangeiro.
  4. A maioria dos relatos pessoais termina com uma reflexão a respeito do impacto que a experiência em questão teve na vida do autor. Aproveite esse último parágrafo para contar o que mudou em sua vida e como os eventos relatados foram responsáveis por tais mudanças. [7]
    • Escreva sobre a lição ou a moral que você tirou da história que foi contada ou, se preferir, diga o que aquela experiência trouxe de positivo para a sua vida presente.
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Criando uma abertura forte para o relato

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  1. Antes de começar a escrever, é importante criar um plano para conseguir visualizar melhor a estrutura que terá o texto. Comece pensando em abrir o texto com um gancho que prenda a atenção do leitor. O objetivo do gancho é fornecer uma perspectiva de como será o texto, por isso ele deve ser curto, claro e de fácil compreensão. [8]
    • O gancho deve ser escrito logo na primeira linha do parágrafo de introdução do relato. Ele, normalmente, não tem mais do que duas linhas.
  2. Também é possível começar o texto em plena ação, mostrando o personagem principal (“Eu”) realizando algo dentro de uma cena bem detalhada e altamente visual. Em resumo, descreva a cena e coloque-se em ação dentro dela, a fim de conseguir prender a atenção do leitor. [9]
    • Por exemplo: “Escondi-me embaixo da cama do meu quarto. Com os cotovelos cheios de caruncho, escutava os gritos abafados do meu pai chamando o meu nome. Enquanto o ranger do piso de madeira o trazia para cada vez mais perto de mim, eu dizia para Deus que tudo o que eu queria era ter uma família normal”.
  3. Se preferir, comece fazendo uma pergunta que leve o leitor a pensar. Só tome o cuidado de questionar algo pertinente, dirigindo-se diretamente ao leitor. Faça uma pergunta curta e clara, de fácil entendimento. [10]
    • Por exemplo: “Já pensou como seria nunca mais poder ver as pessoas que ama?” e “Você sabe como é ser rejeitado pela própria família?”.
  4. Humor e curiosidade também podem ser utilizados para prender a atenção do leitor logo na primeira linha do relato. Pegue um fato interessante ou engraçado que sirva para fazer a ligação do tema ao seu relato. [11]
    • Por exemplo, comece com um fato curioso sobre paçocas e, depois, conte como vendê-las no semáforo durante a sua infância ensinou-lhe importantes valores éticos e morais. Contar algo engraçado sobre competições pode ajudá-lo a introduzir um relato sobre como você aprendeu a ser um bom perdedor.
  5. Por último, leve em conta a possibilidade de começar com uma historinha de, no máximo, três linhas que traga algum tipo de lição ou moral que o ajudará a introduzir a sua própria experiência de vida. Lembre-se de que, além de expor os pontos principais que serão abordados no relato principal, essa pequena história deve fazer o leitor pensar. [12]
    • Por exemplo, antes de começar a contar a história do pênalti que perdeu na final do campeonato, conte da memória vívida que tem de seu pai dizendo-lhe para não perder o seu primeiro jogo, aos cinco anos de idade. O refugiado poderia abrir seu relato contando como foi enfrentar a fila de 12 horas para tomar um banho no novo país. Depois de terminar o texto, revise-o com cuidado.
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