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Uma boa história precisa de personagens fortes que atraiam o interesse do leitor por meio da dinâmica das ações. Porém, criar personagens impactantes com os quais o leitor consiga se identificar não é fácil. Você quer construir uma personalidade inesquecível? Comece buscando inspiração em pessoas reais ou em outros personagens admiráveis. Depois de ter uma ideia geral, dedique um tempo para definir traços que o tornem único e marcante. Por fim, crie um enredo bem amarrado e defina qual é a participação dele na história.

Parte 1
Parte 1 de 3:

Encontrando inspiração para criar um personagem

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  1. Um personagem que tenha características de pessoas da vida real é mais verdadeiro e desperta uma identificação maior. [1] Pense nas pessoas que conhece e que o marcaram. Que traço ficou em evidência? Se tivesse que resumir tais pessoas em poucas palavras ou frases, o que diria?
    • Dá para se inspirar em amigos, familiares, professores, figuras públicas ou até mesmo em alguém que você conheceu só de passagem.
    • Anote os principais traços. Ela é tímida ou extrovertida? Entusiasmada e animada ou mais reservada quando fala? Que hobbies e interesses ela tem? Quais são os seus sonhos e crenças?
    • Inspirar-se em pessoas reais não significa fazer uma cópia fiel de alguém. Apenas pegue emprestado alguns traços mais interessantes, como a malandragem do seu melhor amigo ou o medo de voar do seu irmão.
  2. Faça uma análise detalhada de alguns dos seus personagens de ficção favoritos e procure estabelecer quais traços chamam mais a sua atenção. [2] Descreva a personalidade deles em poucas palavras e faça uma lista com os elementos que os tornam atraentes, realistas ou humanos.
    • Por exemplo, talvez você fique fascinado com a complexidade de um deles ou se identifique com os seus defeitos e inseguranças. Pode ser que o personagem tenha um discurso ou interaja com os outros de uma forma bem realista.
    • Só uma coisa: você não precisa gostar dele para admirá-lo como construção! Os grandes vilões e anti-heróis podem ser um lixo, mas, ainda assim, são fascinantes se tiverem complexidade.
  3. O arquétipo é um símbolo ou um exemplo típico de algo que todos podem identificar na hora. Ele pode ser um excelente ponto de partida ou base para fundamentar a criação de personagens bem elaborados. Pense em um arquétipo que se encaixe melhor ao seu personagem e imagine como pode brincar com as “regras” e subvertê-las para tornar a sua criação única.
    • Os exemplos mais conhecidos de arquétipos são o herói, o vilão, o guerreiro, o líder, o tolo, a femme fatale ou a sábia.
    • Alguns gêneros têm os próprios arquétipos. Por exemplo, no ambiente estudantil da ficção juvenil é provável encontrar o atleta, o nerd, a líder de torcida e a patricinha.
    • Pense como o seu personagem se encaixa nesses arquétipos, mas também em como ele foge do padrão. Por exemplo, talvez a menina seja líder de torcida, mas também faça parte do centro acadêmico. Esse é um jeito interessante de evitar clichês e estereótipos.
  4. Alguns testes de personalidade, como o Myers-Briggs , podem ser uma forma excelente de definir com mais clareza o jeito dos personagens e descobrir mais sobre o comportamento e as motivações deles. Já tem uma ideia geral do que planeja criar? Faça o teste como se fosse o personagem para ter insights mais profundos. [3]
    • Encontre versões gratuitas desse teste e de outros em sites como o 16Personalities (em português), Truity e Humanmetrics (em inglês).
    • A maioria dos testes de personalidade exibe algumas frases, como: "Eu tenho uma imaginação intensa" ou "Sempre penso no destino da humanidade", e pede para que você avalie com que intensidade concorda ou discorda dessas frases. Coloque-se no lugar do personagem e responda cada pergunta como se fosse ele.
    • Os testes como o Myers-Briggs dividem as personalidades em "tipos" pré-definidos. Por exemplo, se o personagem for um líder forte, ele pode ser classificado como ENTJ (extrovertido, intuitivo, analítico e julgador).
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Definindo as características principais do personagem

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  1. Os sentimentos, crenças e ações dele só farão sentido se você tiver noção de quais são os desejos, necessidades e objetivos que os movem. Descubra quais objetivos o personagem quer alcançar e pense no motivo e no modo como ele pretende chegar lá. [4]
    • Os objetivos e motivações podem ser grandes ou pequenos. Por exemplo, em uma determinada cena, o objetivo do personagem talvez seja sair de fininho de uma festa por estar se sentindo um peixe fora d’água e querer ficar só (o que seria a motivação).
    • Em um plano mais amplo, talvez o objetivo dele seja ganhar um concurso literário. A motivação secundária seria conquistar a aprovação do professor favorito ou ser melhor do que um rival da escola.
    • O desejo do personagem nem sempre é o que ele precisa. Ele pode querer ser um astro de cinema, mas só precisa mesmo ser aceito e amado.
  2. Os medos são tão importantes quanto os desejos e as motivações. Pense no que o personagem evita e no porquê de tal comportamento. Como os medos afetam as escolhas e reações dele diante das situações da vida? [5]
    • Por exemplo, talvez ele tenha medo da rejeição. Pode ser que ele evite se declarar para a pessoa de quem gosta por conta desse temor.
  3. Ele com certeza vai parecer mais real se tiver hobbies, interesses, crenças e opiniões bem definidas. Pense em coisas que ele gosta de fazer nas horas vagas, nos tipos de livros ou filmes que curte ou como se sente em relação a um tema controverso. [6]
    • Os interesses e opiniões do personagem não precisam ser iguais aos seus. Na verdade, ele será mais denso e interessante se divergir do autor em várias questões.
    • Pesquise sobre os interesses, hobbies e opiniões do personagem para retratá-los de modo realista. Por exemplo, se ele gosta de apicultura, leia tudo que puder sobre o tema.
  4. Ninguém é perfeito na vida real, portanto um personagem só fica verossímil se tiver pelo menos alguns defeitos e imperfeições. Ele pode ter um defeito grande e outros vícios menores. Reflita sobre a maneira como essas características moldam as ações e escolhas dele. [7]
    • Por exemplo, talvez ele sempre se meta em encrencas, pois tem dificuldade em dizer não para os amigos quando eles pedem algum favor, por mais que o pedido seja ridículo.
    • Evite defeitos que o deixem ainda mais certinho (por exemplo, fazer um personagem "bondoso em excesso" ou "lindo demais").
    • Da mesma forma, os vilões e os “malvados” podem ser mais interessantes e realistas se tiverem qualidades redentoras aqui e acolá!
  5. A personalidade de seu personagem pode se desenvolver a partir de pensamentos e sentimentos, mas também é importante pensar na imagem que ele passa. Pense em características que possam destacá-lo dos demais. Pode ser qualquer coisa, da aparência até um jeito de falar. [8]
    • Por exemplo, talvez ele use um bordão (como "Jesus amado!" ou "Não pode ser, cara!") ou talvez tenha a mania de ajeitar a roupa de um jeito nervoso enquanto fala.
    • A personalidade pode ser expressa visualmente por meio das vestimentas ou de um penteado.
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Inserindo o personagem no contexto

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  1. O passado do personagem pode interferir nas opiniões, desejos, medos, escolhas e atitudes dele. Esboce alguns eventos importantes da vida dele e pense no modo como eles moldaram certos jeitos e comportamentos. [9]
    • Por exemplo, se o personagem sofreu um acidente de carro grave, ele pode ter medo de dirigir ou de andar de carro. Talvez ele tenha que enfrentar esse medo em algum momento da trama para levar a história adiante.
  2. O lugar de origem também pode impactar nas crenças, objetivos e motivações. Pense nas oportunidades, desafios e pressões sociais vivenciados por ele na infância e no local onde for criado. [10]
    • Talvez o personagem seja uma jovem de uma cidade pequena nos anos 50. Ela pode viver dividida entre a pressão para se casar e ter uma família e a vontade de criar o seu próprio destino, sair da cidade e conquistar várias coisas (como fazer faculdade).
  3. Na maioria das histórias, um personagem não age de modo isolado. Ele interage com os outros, seja com um par romântico, com um rival, um concorrente, colegas de trabalho, amigos, inimigos ou, em algumas ocasiões, um misto de tudo! Pense na maneira como o jeito do seu personagem afeta o relacionamento dele com todos que o cercam. [11]
    • Por exemplo, se ele for determinado e competitivo, pode bater de frente com outros personagens que compartilhem os mesmos traços, mesmo que estejam todos do mesmo lado.
    • Um personagem introvertido pode se sentir intimidado por outro com um temperamento forte. Um dos objetivos dele na narrativa pode ser superar os medos e aprender a enfrentar figuras mais impositivas.
  4. Para que o personagem tenha valor na história, ele deve contribuir com a trama de alguma forma. A maneira como ele age será, pelo menos em parte, determinada pela personalidade dele e o enredo também afetará o seu comportamento, pois os dois elementos se retroalimentam. Pense em motivações, metas e ações que ajudem a impulsionar a história e encaminhá-la para um desfecho. [12]
    • Digamos que o personagem brigue com o filho por uma diferença irreconciliável de valores. Esse conflito pode levar o filho a fugir de casa, colocando, assim, a narrativa em movimento.
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