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Códigos são um recurso para alterar a aparência de uma mensagem com o intuito de ocultar seu real significado. Para decífrá-los, é geralmente necessário ter em mãos um livro-código ou uma palavra-código. A cifra é um processo capaz de ocultar ou criptografar uma mensagem, e basta revertê-la para que a informação seja decodificada ou traduzida. [1] Os dois são parte essencial das técnicas de comunicação segura, que recebem o nome de criptoanálise. [2]

Método 1
Método 1 de 5:

Usando códigos e cifras simples (para crianças)

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  1. Esta é uma maneira simples de codificar mensagens e impedir que elas sejam compreendidas com uma simples batida de olhos. Invertida, uma mensagem do tipo "encontre-me lá fora" seria: "arof ál em-ertnocne".
    • Esse código pode ser resolvido facilmente, mas é muito útil quando há o perigo de que alguém veja a mensagem de relance. [3]
  2. Numa folha de papel, escreva as letras do alfabeto de A até M numa única linha. Diretamente abaixo dela, escreva as letras de N a Z, também numa única linha. A partir daí, escreva suas mensagens trocando cada letra pela que se encontra diretamente acima ou abaixo dela nesse gabarito.
    • Usando esse gabarito, a frase como vai "Como vai?" se tornaria "Pbzb inv?". [4]
  3. Desenhe um jogo da velha num papel. Da esquerda para a direita e de cima para baixo, preencha cada espaço do sustenido com as letras do alfabeto, de A até I. Teremos assim:
    • As letras A, B e C na primeira linha;
    • D, E e F na segunda;
    • G, H e I na última. [5]
  4. Ao lado do primeiro sustenido, desenhe outro, também preenchido com letras do alfabeto, do J ao R. Por fim, marque pontinhos em cada compartimento do sustenido conforme descrito abaixo:
    • Na primeira linha, marque um ponto do lado inferior direito da primeira célula (correspondente à letra J), um no centro do lado inferior da segunda (Letra K) e outro no lado inferior esquerdo da terceira (letra L).
    • Na segunda linha, marque um pontinho no centro do lado direito da primeira célula (letra M), um no centro da parte inferior da segunda (letra N) e outro no centro do lado esquerdo da terceira (letra O).
    • Na terceira linha, marque um pontinho no canto superior direito da primeira célula (letra P), um no centro do canto superior da segunda (letra Q) e outro no canto superior esquerdo da última (letra R). [6]
  5. Cada célula do X será preenchida com uma letra do alfabeto, completando a chave da cifra. No segundo X, marque um pontinho próximo à quina de cada célula. Feito isso:
    • Escreva o S na célula superior do primeiro X (ou o que não tem pontos), o T na célula esquerda, o U na direita e o V na inferior.
    • Escreva o W na célula superior do segundo X, o X na célula esquerda, o Y na direita e o Z na inferior. [7]
  6. O formato das células (incluindo os pontinhos) deve substituir as letras. Para decifrar a mensagem, basta consultar o gabarito. [8]
  7. Escolha uma data. Pode ser uma que tenha um significado pessoal (digamos, um aniversário ou o dia em que você colou grau na universidade) ou impessoal (o descobrimento do Brasil). Escreva a data como uma sequência contínua de números. Essa é a chave numérica.
    • Para o aniversário de George Washington (2/22/1732 — note que, no exemplo, o mês aparece antes do dia), a chave seria 2221732.
    • Se você combinou usar esse tipo de cifra com outra pessoa, pode incorporar à mensagem uma palavra que ajude o destinatário a encontrar a chave (como “Washington”). [9]
  8. Escreva a mensagem original numa folha de papel. Sob cada letra da mensagem, escreva um dígito da chave. Sempre que chegar ao fim da sequência, volte ao primeiro número. Para cifrar a mensagem, desloque cada letra para a frente no alfabeto de acordo com o número da chave. Se usássemos o aniversário de George Washington (2/22/1732), teríamos:
    • Mensagem: Tenho fome
    • Codificação:
      t.e.n.h.o.f.o.m.e
      2.2.2.1.7.3.2.2.2
      Deslocando cada letra o número de casas ditado pela chave, obtém-se:
    • Mensagem cifrada: v.g.p.i.v m.r.o.g [10]
  9. Quando uma palavra se inicia por consoante, esta deve ser levada para o fim da palavra e sucedida por “um”. Isso também serve se a palavra começa por mais do que uma consoante em sequência. Quanto às palavras iniciadas por vogais, basta adicionar “um” no fim delas.
    • Exemplos iniciados por consoantes: porco = orcopum; mim = imum; também = ambémtum; molhado = olhadomum
    • Exemplos com grupos de consoantes: ctônico = onicoctum; lhama = amalhum; chamar = amarchum
    • Exemplos com vogais: explicar = explicarum; ovo = ovoum; acabar = acabarum; alimentar = alimentarum [11]
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Método 2
Método 2 de 5:

Decifrando códigos

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  1. Livros-códigos podem ser roubados, perdidos, destruídos. Técnicas modernas de criptoanálise e análise computadorizada podem quebrar mesmo os códigos mais possantes. Ainda assim, há códigos capazes de condensar longas mensagens numa longa palavra-sinal, o que ajuda a poupar muito tempo. [12]
    • Códigos treinam a capacidade de reconhecer padrões, que pode ser útil para codificar, decodificar, cifrar e decifrar mensagens.
    • Códigos costumam ser usados por amigos próximos. Pode-se pensar em piadas internas como uma espécie de "código". Tente criar com seus amigos uma linguagem codificada.
  2. Saber o propósito a que ele se destina evita trabalho desnecessário. Se você quer poupar tempo, talvez precise de apenas algumas palavras-código. Se quer transmitir mensagens detalhadas, talvez precise de um livro-código parecido com um dicionário.
    • Selecione as frases mais frequentes das mensagens que você deseja codificar. Elas devem ser as primeiras a serem convertidas em palavras-código.
    • Códigos podem se tornar ainda mais complexos usando-se diferentes gabaritos ou livros-código em rotação ou combinação. No entanto, quando maior o número de códigos, mais gabaritos ou livros-código serão necessários para a decodificação. [13]
  3. Condense frases comuns, como "ouço-o alto e claro", em algo como "Roy”. Para cada palavra ou expressão concebível em suas mensagens, designe uma palavra-código.
    • Às vezes, códigos parciais podem obscurecer a contento o conteúdo da mensagem. Suponha que "caminhar" corresponda a "dançar tango", "museu" a "restaurante" e "Roy" conserve o significado que determinamos acima:
      • Mensagem: "Sobre ontem, só queria dizer: Roy . Vou dançar tango até o restaurante como planejado. Câmbio e desligo."
      • Significado: "Sobre ontem, só queria dizer: ouço-o alto e claro . Vou caminhar até o museu como planejado. Câmbio e desligo." [14]
  4. Codifique-as usando as palavras do livro. É possível poupar bastante tempo deixando substantivos (nomes e pronomes como "eu", "mim", "ela") como estão, mas essa decisão pode variar de uma situação para a outra.
    • Em códigos de duas etapas, que são muito mais fortes do que os códigos simples, cada mensagem tem de passar por dois livros-código.
  5. É possível usar uma chave (que pode assumir a forma de uma mensagem, um grupo de palavras, letras ou símbolos, ou uma combinação desses) para codificar uma mensagem. [15] O destinatário também precisa ter acesso à chave para decodificar a mensagem. [16]
    • Supondo que a palavra-chave seja "SEGREDO", cada letra da mensagem seria convertida para o número de letras que existe no alfabeto entre ela e sua correspondente na palavra-chave. Por exemplo:
      • Mensagem: Como vai?
      • Decodificação:
        /C/ encontra-se a 16 letras de distância da sua correspondente na chave, /S/.
        /O/, a 10 letras da sua correspondente, /E/
        /M/, a 6 letras de sua correspondente, /G/.
        E assim por diante...
      • Mensagem codificada: 16 ; 10 ; 6 ; 3 ; 17 ; 3 ; 6
  6. Quando você receber uma mensagem codificada, terá de usar o livro-código ou a chave para compreendê-la. Isso será um pouco difícil no início, mas se tornará mais natural à medida que você ganhar intimidade com o código. [17]
    • Para aprimorar suas habilidades de codificação e decodificação, você pode convidar amigos para formar um grupo amador de criação de código e trocar mensagens entre si.
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Método 3
Método 3 de 5:

Aprendendo códigos comuns

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  1. Durante um período politicamente conturbado, a rainha Maria substituía letras e palavras frequentes do inglês por símbolos. [18] São estes alguns aspectos do código de Maria que podem ser úteis para o seu aprendizado:
    • O uso de formas simples para letras frequentes — Maria usava um círculo no lugar da letra /A/, o que poupa muito tempo.
    • Integrar símbolos comuns ao código. Maria usava o algarismo 8 para se referir ao "Y", por exemplo, o que pode confundir interceptadores a respeito de quais partes da mensagem foram codificadas e quais não.
    • Atribua símbolos às palavras comuns. O verbo "orar" e a palavra "portador", termos frequentes nos dias de Maria, ganharam símbolos especiais no código dela. Usar símbolos em lugar de termos e frases que você usa com frequência dá complexidade ao código. [19]
  2. Frases-código condensam uma grande quantidade de informações em poucas palavras. Sistemas de alertas militares como o DEFCON são conhecidos por exprimir o estado de prontidão do sistema de defesa de um país por meio de códigos simples. [20] Elabore algumas frases-código que se apliquem à sua vida cotidiana.
    • Por exemplo: em vez de dizer aos seus amigos, “Preciso ir até o meu escaninho", diga uma palavra-código: “desleixado", por exemplo.
    • Para avisar aos seus amigos que você tem interesse romântico em alguém que acaba de entrar na sala, você poderia dizer uma frase-código: "Meu primo Bruno também gosta de hockey".
  3. Livros são acessíveis. Após escolher um livro como a chave do código, você poderá consultá-lo indo a uma livraria ou biblioteca quando receber uma mensagem codificada.
    • Digamos que o livro escolhido seja Duna , de Frank Herbert, e que o sistema de código seja uma representação do número da página, da linha, e da palavra (da esquerda para a direita).
      • Mensagem codificada: 224.10.1 ; 187.15.1 ; 163.1.7 ; 309.4.4.
      • Mensagem decodificada: Estou ocultando minhas palavras.
    • Diferentes edições de um mesmo livro podem ter paginações diferentes. Ao estabelecer a chave, inclua, além do título, informações da publicação como edição, ano e assim por diante.
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Método 4
Método 4 de 5:

Lendo cifras

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  1. A cifra vale-se de um algoritmo, que é um processo de transformação ao qual toda a mensagem é submetida consistentemente. Isso quer dizer que ela pode ser traduzida por qualquer um que conheça a cifra. [21]
    • Cifras complexas podem confundir até os mais experientes criptoanalistas. A matemática por trás delas mostra-se, em certas situações, um ótimo meio de resguardar mensagens cotidianas.
    • Muitos criptógrafos usam também uma outra chave, como a data, para fortalecer a cifra ainda mais. Ela altera os valores de saída pelo número do dia do mês (no primeiro dia, todos os valores variariam por um e assim por diante). [22]
  2. Uma das cifras mais simples que se pode usar é a ROT1 (conhecida também como Cifra de César). Imaginando o alfabeto como um círculo, o nome ROT1 simplesmente sugere que cada letra da mensagem seja rotacionada uma casa para a frente. [23]
    • Mensagem: Olá.
    • Mensagem cifrada em ROT1: l ; m; b.
    • A Cifra de César pode ser modificada para alternar um número diferente um número diferente de letras do alfabeto. ROT1 e ROT13 são, em essência, a mesma técnica de criptografia.
    • Cifras podem ser incrivelmente complexas. Algumas requerem o uso de coordenadas, horários e outros valores para serem resolvidas. Existem até mesmo cifras que precisam ser processadas por computador.
  3. Use o algoritmo de sua escolha para cifrar a mensagem. À medida que você dominar o processo de criptografação, a velocidade com que você o realiza aumentará. Adicione uma variável ao algoritmo para torná-lo mais complexo. Por exemplo:
    • Varie a rotação do algoritmo de acordo com um número variável, como os dias da semana. Atribua um valor a cada dia da semana e ajuste a cifra de acordo com esse valor ao criptografar a mensagem do dia.
    • Inclua o número da página com a mensagem cifrada. As letras correspondentes dessa página serão a chave da mensagem, como no exemplo abaixo:
      • Mensagem cifrada: 1 ; 8 ; 3 ; 2 ; 12 ; 2 ; 12.
      • Chave do livro: "Uma_moça" (espaços não são levados em consideração).
        /U/ está a 7 letras do /A/.
        /M/, a 8 letras de /U./
        /D/, a 3 letras de /A/.
        E assim por diante...
      • Mensagem decifrada: "Tudo bem?" [24]
  4. Com a prática, você passará a interpretar cifras mais instintivamente, ou pelo menos com relativa facilidade. Como a aplicação do processo (algoritmo) é consistente, você passará a detectar tendências e poderá trabalhar de maneira mais intuitiva.
    • Há muitos clubes de criptografia amadores na internet. Boa parte deles é gratuita e disponibiliza cartilhas que cobrem os elementos básicos da cifragem moderna. [25]
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Método 5
Método 5 de 5:

Compreendendo cifras convencionais

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  1. Domine o código Morse . Apesar do nome capcioso, o código Morse é, na verdade, uma cifra. As letras do alfabeto são representadas por pontos e traços, que por sua vez representam, respectivamente, sinais elétricos longos e curtos — tecnologia que viabilizou a comunicação elétrica primordial (telégrafo). Entre as letras mais comuns do Morse, representadas por sinais longos (_) e curtos (.), estão:
    • R ; S ; T ; L : ._. ; _.. ; _ ; ._..
    • A ; E ; O : ._ ; . ; _ _ _ [26]
  2. Grandes nomes da história, entre os quais o gênio Leonardo da Vinci, escreviam as mensagens com o aspecto que elas teriam se fossem vistas por um espelho, o que rendeu a esse tipo de cifra o nome de "escrita espelhada". Dominá-la será difícil no começo, mas você conseguirá executá-la naturalmente em pouco tempo. [27]
    • Cifras de transposição geralmente lidam com o aspecto visual da mensagem ou com o formato das letras. A aparência da mensagem é transformada para ocultar seu significado. [28]
  3. Trata-se da linguagem composta por zeros e uns usada por computadores. É possível cifrar a mensagem a partir de combinações desses dois algarismos e decifrá-la com uma chave binária ou calculando-se os grupos de zeros e uns correspondentes a cada letra.
    • No sistema binário, o nome "Mateus" ficaria assim: 01001101 ; 01000001 ; 01010100 ; 01000101 ; 01010101 ; 01010011. [29]
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Dicas

  • Além das letras, encontre um modo de cifrar também os espaços. Isso dificultará ainda mais a interpretação da mensagem. Até letras podem ser usadas no lugar do espaço (E, T, A, O e N são as mais indicadas para esse fim). Esses caracteres recebem o nome de cifras nulas.
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Avisos

  • Codificar ou cifrar uma mensagem não a torna inviolável. É possível decifrá-la por meio de criptoanálise, e ela pode ser posta em risco por erro humano ou pela perda do livro-código.
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