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Projetar um jogo de videogame não é uma tarefa simples, mas se você tem uma ideia boa demais para não virar realidade, é preciso seguir em frente. Com o aumento dos desenvolvedores independentes, os famosos "indies", criar um jogo nunca foi tão fácil e barato. Siga as instruções abaixo para dar o pontapé inicial e compartilhar o jogo de seus sonhos com o mundo.

Método 1
Método 1 de 7:

Definindo o básico

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  1. Por mais que os jogos de sucesso sejam únicos, praticamente todos eles se encaixam em gêneros específicos. Escolha qual tipo de jogo deseja criar para poder analisar o que os "concorrentes" estão fazendo. Alguns gêneros comuns:
    • Arcade.
    • Shooters (tiro).
    • Quebra-cabeças.
    • Plataforma.
    • Corrida.
    • Aventura.
    • Corrida infinita.
    • RPG.
    • Tiro em primeira pessoa.
    • RPG voltado para história (JRPG).
    • Tower Defense .
    • Terror.
    • Luta.
    • Humor.
    • Sobrevivência.
  2. Trata-se de uma escolha que vai impactar significativamente o modo como o jogo será desenvolvido. A plataforma dita, principalmente, o modo como o jogo será controlado — os jogos de smartphone, por exemplo, normalmente funcionam à base de toques, enquanto os jogos de computador funcionam com o uso de teclado e mouse.
    • Existem exceções, mas no geral é mais fácil projetar um jogo com base em um único design de controle.
    • Se quer fazer um jogo para iPhone, é preciso enviá-lo até a Apple Store usando um computador Macintosh.
  3. Condensando tudo em uma página, escreva os conceitos fundamentais do jogo. A ideia é descrever a experiência para conseguir visualizar se ele é realmente viável como videogame.
  4. Em uma frase, defina a motivação por trás do jogo para chegar no cerne da sua ideia! Revisite a filosofia com frequência durante o desenvolvimento para ver se você não saiu muito do caminho. Alguns exemplos de filosofias:
    • O jogo simula a economia de uma estação espacial.
    • O jogo permite que você jogue como um carro vivo.
    • O jogo tem a intenção de testar os reflexos do jogador.
  5. A ideia é identificar tudo no jogo que o separa dos outros do mesmo gênero, portanto, comece listando ideias e conceitos. Transforme os conceitos em orações de ação. A ideia é ter de cinco a 15 ideias, como por exemplo:
    • Conceito: construção de uma estação espacial.
    • Característica: construa e gerencie sua própria estação espacial.
    • Conceito: dano dos asteroides.
    • Característica: lute por sua sobrevivência em ambientes agressivos, enfrentando asteroides e cometas.
    • Colocar as características do jogo no papel permite que você as expanda mais tarde na documentação do design. Listá-las logo no começo vai manter o projeto focado e evitará a inserção tardia de características.
    • Continue revisando as ideias até ficar satisfeito com a representação do jogo que deseja produzir.
  6. Guarde as ideias iniciais em uma gaveta e tente não pensar nelas por uma a duas semanas. Assim, quando retomar o projeto, você terá uma nova perspectiva e perceberá se ele está em um estado bom ou se é preciso voltar para os estágios iniciais de planejamento.
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Método 2
Método 2 de 7:

Escrevendo o documento de design

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  1. O documento de design é a espinha dorsal do jogo; ele contém descrições detalhadas das mecânicas, da trama, da ambientação, da estética e muito mais. O formato do documento não é importante, mas o conteúdo sim.
    • O documento de design é ainda mais importante se você for gerenciar uma equipe de programadores e artistas. Escreva o documento para eles , não para o consumidor final. Não seja vago: entre no máximo possível de detalhes quanto ao funcionamento das mecânicas.
    • Nem todo jogo tem um documento de design, e nenhum documento é igual. Use os passos abaixo como guia, mas não se prenda a eles. Crie o documento ideal para o seu jogo!
  2. Todos os aspectos do jogo devem ser descritos no sumário. A única coisa que pode ser deixada de lado é a história, a menos que ela seja extremamente conectada às mecânicas. [1]
    • Preencha o sumário como preencheria um manual do jogo. Comece com seções mais amplas, como "Criação de Personagens", "Combate" e "Interface Principal". Em seguida, expanda-as com subseções.
    • Pense no sumário como um delineamento para o jogo. É importante entrar em detalhes em todas as entradas do sumário.
  3. Depois de montar o esqueleto do sumário, comece a descrever as mecânicas em detalhes para que não haja confusão alguma na fase de programação. É importante explicar completamente as mecânicas para que todos da equipe estejam na mesma página na hora de implementá-las.
  4. Dependendo da sua abordagem para o jogo, a elaboração do design pode ser um processo bastante colaborativo. As ideias dos outros podem ajudar a manter o foco e a identificar partes ainda não bem definidas.
    • Indique à pessoa que você planeja lançar o jogo no futuro. Uma pessoa pode não fazer uma crítica legal se ela achar que o seu jogo é apenas uma ideia.
    • Mostrar o jogo a alguém muito próximo, como seus pais, pode não ser muito útil para receber críticas construtivas. Claro que você pode mostrar o jogo a eles, mas procure a opinião de outras pessoas, principalmente daquelas que costumam jogar.
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Método 3
Método 3 de 7:

Começando a programar

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  1. O "motor do jogo", a engine é a base de todos os jogos. Ela contém as ferramentas de desenvolvimento que facilitarão bastante a criação do seu projeto. É muito mais prático criar um jogo utilizando uma engine existente do que criar tudo do zero. Existe uma grande variedade de ferramentas disponíveis especificamente para desenvolvedores independentes.
    • Os motores de jogos costumam facilitar e muito a manipulação de gráficos, sons e inteligências artificiais.
    • Cada engine tem seus pontos fortes e fracos. Algumas são mais adequadas para produções 2D, enquanto outras são específicas para jogos tridimensionais. Algumas engines exigem um conhecimento de programação maior, enquanto existem diversas que podem ser utilizadas sem nenhum conhecimento prévio de linguagens de códigos. As engines independentes mais populares são:
      • GameMaker: Studio — uma das principais engines para jogos 2D do mercado.
      • Unity – uma engine 3D popular pela facilidade de uso e pela portabilidade.
      • RPG Maker VX — uma engine que utiliza scripts para a produção de JRPGs.
      • Unreal Development Kit – uma engine 3D que pode ser adaptada para diversos usos.
      • Source — uma engine 3D bastante popular, que é atualizada e modificada com frequência.
      • Project Spark — uma engine 3D otimizada, ideal para o usuário médio.
  2. Dependendo da sua escolha, pode ser preciso programar muita coisa no jogo. Você precisará de um tempo de aprendizado para compreender o funcionamento da engine, mesmo das mais simples. Se a programação estiver além de suas capacidades atuais, é preciso aprendê-la ou contratar um especialista.
    • Esse é o início da construção de sua equipe. Se você não souber programar, a primeira contratação para o time será um programador. Você pode deixar o pessoal da arte e do som para mais tarde, afinal, é preciso ter um protótipo funcionando antes que o projeto possa andar.
    • Há uma comunidade bastante ampla de desenvolvedores independentes no Brasil que pode ajudá-lo. Os programadores e artistas podem participar de seu processo com diferentes tipos de compensações e motivos. É por isso que um bom documento de design é importante: ele vai demonstrar seu compromisso com a ideia.
  3. Quando estiver familiarizado com a engine escolhida (ou tiver contratado um bom programador), construa um protótipo do jogo. Ele servirá como teste básico das funcionalidades principais. Não é preciso gráficos ou áudio para o protótipo; basta um cubo ou um boneco de palito em uma área de testes. [2]
    • Teste e melhore o protótipo inúmeras vezes para que o jogo seja divertido. Marque tudo que não funcione bem e reveja as mecânicas envolvidas. Se o protótipo não for divertido, é provável que o jogo final também não o seja.
    • Algumas ideias que pareciam simples ou possíveis podem simplesmente não funcionar no jogo em si. Esteja ciente de que o protótipo mudará várias vezes enquanto você arruma o que funciona e o que não funciona.
  4. A funcionalidade essencial de todos os jogos é a interação do jogador por meio do controle. Use o protótipo para verificar se os controles estão tão perfeitos quanto podem ser.
    • Jogos com controles ruins geram frustração nos jogadores. Já aqueles com controles perfeitos recompensam as habilidades dos jogadores.
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Método 4
Método 4 de 7:

Começando a criação

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  1. As necessidades do departamento de arte variam muito dependendo do tamanho do jogo. Alguns projetos são concluídos com o uso de formas geométricas simples e algumas cores, enquanto outros contêm mundos complexos criados por equipes gigantes de artistas visuais e sonoros. Seja realista com seus objetivos e contrate profissionais de acordo com as suas ambições.
    • A maioria dos jogos independentes é criada por equipes pequenas, muitas vezes compostas por uma única pessoa. Se for criar o jogo por conta própria, saiba que o projeto vai demorar um bom tempo para ficar pronto.
    • Há uma grande variedade de recursos gratuitos disponíveis em sites e fóruns voltados para o desenvolvimento de jogos. Lembre-se de dar os devidos créditos e de não utilizar nada que viole os direitos autorais de outra pessoa.
  2. Para começar a desenvolver a parte estética do jogo, é preciso criar artes para o protótipo. Quando estiver satisfeito, você começará a expandir o protótipo e criar o jogo propriamente dito.
    • Existem diversos estilos que podem ser utilizados. O pixel art é um estilo bastante comum entre os desenvolvedores independentes, pois é rápido e barato, sem que isso atrapalhe no resultado desejado. [3]
    • Se você tiver tempo e uma equipe capaz, experimente criar um jogo 3D. A criação de modelos tridimensionais básicos é possível com uma única pessoa na equipe, mas os detalhes mais complexos vão demorar bastante. Lembre-se também das texturas tridimensionais que precisarão ser empregadas por cima dos modelos.
  3. Quando tiver algumas artes para usar como referência, é hora de construir o jogo em si. Dependendo do estilho escolhido, pode ser preciso começar a criar fases ou áreas abertas. Se o jogo for de quebra-cabeça, comece a projetar os desafios.
  4. Dependendo do estilo escolhido, existem diferentes programas que se pode utilizar para a criação da parte visual, como:
    • Blender — um software de código livre muito popular para a criação de modelos tridimensionais. Existem inúmeros tutoriais disponíveis na internet que podem ajudá-lo.
    • Photoshop — essencial para a criação de texturas e de artes bidimensionais. Como trata-se de um programa caro que pode estar fora do orçamento, você também pode experimentar o Gimp, um software gratuito que tem as mesmas funcionalidades.
    • Paint.net — uma alternativa de código livre ao Paint Shop Pro que permite a criação de artes 2D gratuitamente. O programa é muito bom para a criação de gráficos no estilo pixel art.
    • Use o Adobe Illustrator — esse programa é ótimo para desenho vetorial. É caro, então, se não tiver muitos recursos, considere usar o Inkscape, a alternativa gratuita e de código aberto do Illustrator.
  5. O design sonoro de um jogo é essencial para a imersão da obra. Não importa se você tem ou não músicas, o modo como usa os efeitos sonoros e as vozes vai afetar e muito a conexão dos jogadores com o jogo.
    • Você pode encontrar gravações de áudio gratuitas na internet, que podem ser utilizadas se o orçamento estiver apertado e você estiver trabalhando sozinho. Também existem softwares para a criação de músicas.
    • Crie os seus próprios efeitos sonoros em casa!
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Método 5
Método 5 de 7:

Finalizando o jogo

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  1. Conforme montar todos os aspectos do jogo, jogue-o para verificar se tudo está funcionando e se a diversão ainda está presente. Se uma área não parecer bem-feita ou implementada, melhore-a ou corte-a do jogo final. Quando todas as fases ou áreas abertas estiverem completas, jogue o jogo do começo ao fim.
  2. Durante todo o desenvolvimento, é importante rever a filosofia que definiu no começo da produção para verificar se as suas ideias iniciais estão saindo do papel. Siga a lista de características e tome cuidado para não se atolar em excessos.
  3. O processo de desenvolvimento é um vaivém constante! É preciso retornar aos estágios iniciais da arte, do som e do design das fases para poder refinar os problemas e fortalecer o estilo. Sua habilidade de refinar as mecânicas rapidamente dependerá bastante do estilo de arte escolhido.
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Método 6
Método 6 de 7:

Testando o jogo

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  1. Quando tiver um jogo funcional, com começo e fim, é hora de procurar alguns jeitos de "quebrá-lo". Encontrar os famigerados "bugs" e acabar com eles é essencial para que as outras pessoas possam jogar sem problemas.
  2. Como cada jogador é único e tem uma mentalidade diferente, é preciso experimentar todas as interações possíveis com o mundo do jogo. É importante que as regras não possam ser contornadas ou quebradas.
    • Testar os bugs pode ser um processo bastante demorado; em alguns casos, ele leva quase tanto tempo quando o processo de criação. Quanto mais pessoas puderem ajudar com os testes, mais problemas você conseguirá consertar.
  3. Se você encontrar muitos bugs, mas tiver um tempo limitado para consertá-los, lide primeiro com aqueles mais sérios que podem realmente atrapalhar a jogatina. Por exemplo, se um bug permitia que os jogadores ganhassem pontuações infinitas em um jogo onde a pontuação é muito importante, cuide dele o quanto antes.
  4. Convide alguns amigos para ir até sua casa e veja como eles agem frente aos desafios do jogo e como interagem com o mundo virtual que criou. É bem provável que eles tentem fazer coisas que nunca passaram por sua cabeça.
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Método 7
Método 7 de 7:

Lançando o jogo

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  1. Cada engine tem um suporte diferente de acordo com as plataformas escolhidas, e pode ser preciso conseguir licenças para o lançamento. Por exemplo, ao utilizar o Game Studio na versão padrão, você pode lançar o seu jogo para Windows e Mac. Se quiser lançar o jogo para celulares e tablets, é preciso assinar a versão profissional do programa.
  2. Quando o lançamento estiver se aproximando, libere fotos e vídeos do jogo em comunidades voltadas para o mundo gamer — fóruns e redes sociais são excelentes opções. Entre em contato com portais voltados às notícias de jogos e informe-os de que lançará o jogo logo, enviando informações sobre data de lançamento, preço e características.
    • Crie um site para a sua empresa durante a produção para conquistar uma base de seguidores. Ter um fórum para o seu jogo é um ótimo meio de se criar uma comunidade de jogadores. Mantenha a página atualizada para chamar mais atenção.
  3. Alguns desenvolvedores independentes hospedam os jogos nos próprios sites, mas isso demanda uma estrutura e um custo extra, que pode ser exorbitante caso o jogo faça sucesso. Existem, entretanto, algumas plataformas para o lançamento de jogos independentes para PC e Mac OS X, como:
    • Steam.
    • Desura.
    • Humble Store.
    • GOG.
    • Os jogos para celular e consoles precisam ser lançados por meio de lojas específicas (App Store, Play Store e Windows Store para celulares; Xbox Live e Playstation Network para consoles).
    • Cada serviço pega uma porcentagem diferente das vendas dos jogos. Analise as opções e veja qual é a melhor para você. Tente entrar em contato com o atendimento dos serviços para encontrar mais informações.
  4. Depois do lançamento, dê suporte financeiro ao jogo, produzindo mais conteúdos e consertando os bugs. Na era atual de distribuição digital, é possível lançar atualizações com grande facilidade. Quando o público em geral começar a jogar, os bugs começarão a aparecer em disparada; faça o possível para consertá-los o quanto antes.
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Dicas

  • Não há um único modo de se produzir um jogo. Os passos acima servem como pontapé inicial, mas a ideia é seguir o seu próprio processo.
  • Não crie um jogo esperando vender milhões na primeira semana. O projeto deve ser algo movido à paixão; o dinheiro é apenas um bônus (muito bem-vindo, diga-se de passagem).
  • Algumas pessoas vão tentar desencorajá-lo. Desde que leve o projeto a sério, você conseguirá criar o seu jogo.
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Avisos

  • Fazer um jogo não é tão divertido quanto jogar um. Muitos jogadores jovens decidem criar jogos só pelo fato de gostarem de jogar, mas é bom frisar que são experiências completamente diferentes. Vai ser preciso jogar e repetir as mesmas coisas centenas de vezes, muitas vezes por anos. Alguns jogadores pacientes encontram sucesso na produção de jogos, enquanto outros desistem por conta do tédio.
  • Você encontrará contratempos no meio do caminho, mas não se deixe abalar. A criação de um bom jogo é demorada, mas o resultado valerá o esforço.
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