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À medida que cresce a população de coelhos em áreas urbanas, a probabilidade de se encontrar um ninho de coelhinhos selvagens aumenta. Infelizmente, muitos humanos que encontram filhotes desacompanhados da mãe acham que ela abandonou o ninho, o que muitas vezes não é verdade, e os resgatam. Afastados da vida na natureza, esses bichinhos têm poucas chances de sobreviver sem os cuidados de um veterinário ou de um zoólogo. Em muitos países, manter coelhos selvagens sem a licença do governo é proibido. Se você quer saber como cuidar de um coelho selvagem até poder levá-lo a um veterinário ou zoólogo, este artigo vai ajudá-lo.

Parte 1
Parte 1 de 5:

Preparando um lugar para os coelhos

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  1. A mãe coelha costuma ser muito discreta — ela se afasta do ninho durante o dia para afugentar possíveis predadores —, portanto, ela não necessariamente abandonou seus filhotes. Se você encontrar um ninho de coelhinhos selvagens, deixe-os em paz, exceto quando estiver claro que eles precisam de ajuda (caso a mãe esteja morta, por exemplo). Assim sendo, resgate-os e leve-os a um zoólogo.
    • O filhote de coelho-de-cauda-de-algodão, antes de chegar ao desmame, pode possuir uma mancha na testa. Em alguns filhotes, essa mancha não aparece; outros a conservam durante toda a vida. Portanto, a presença ou ausência de manchas não é um indício concreto da idade do coelho, nem de que ele precisa de cuidados.
    • Caso seja necessário salvar o filhotinho de uma situação perigosa (a presença de um predador, por exemplo), apanhe-o apenas temporariamente. Mantenha-o em um lugar calmo e seguro até o perigo acabar, depois devolva-o ao lugar em que o encontrou. A coelha não vai passar a rejeitar os filhotes por causa do odor humano — devolvê-los ao ninho, na verdade, aumenta as chances que eles têm de sobreviver. Por outro lado, se o coelhinho foi atacado por outro animal, qualquer ferida causada por garras ou presas pode matá-lo em questão de dias. Logo, ele precisa ser atendido por um veterinário ou por um zoólogo e receber antibióticos adequados para coelhos.
  2. Uma caixa com bordas altas de plástico ou de madeira é o ideal. É importante que não haja nenhum vestígio de pesticida no interior da caixa e forrá-la com feno ressecado (nunca use grama úmida e nem nada do tipo).
    • Molde um ninho aconchegante no feno. Se possível, coloque na caixa o ninho em que os filhotes foram encontrados ou forre-a com pele de coelho. Não use pele de qualquer outro animal, especialmente de algum que seja predador do coelho.
    • Se você não possui pele de coelho, forre o ninho com uma grossa camada de lenços ou panos macios.
    • Deixe um dos lados da caixa sobre um painel aquecedor, sobre uma cama térmica ou dentro de uma incubadora. Desse modo, os filhotinhos sempre podem se aninhar na porção aquecida da caixa quando precisarem de calor. [1]
  3. Use luvas para manuseá-los, se possível. Além de hospedarem doenças, coelhos selvagens possuem uma mordida muito perfurante. A maioria dos adultos é infestada de pulgas. Esse tipo de problema é raro em filhotes, mas, quando presente, basta aplicar pó antipulgas na área afetada usando uma haste de algodão. Carrapatos são mais comuns, mas os filhotes costumam não ter mais do que um ou dois. Se você tem medo de removê-los, procure alguém com experiência no assunto. Lembre-se de que carrapatos devem ser manuseados com muito cuidado, pois algumas espécies transmitem doenças contagiosas a humanos. Por essa razão, é importante manter o coelho longe de áreas frequentadas por humanos e animais domésticos. E não tenha medo de acabar habituando o filhotinho ao cheiro dos humanos. Depois de reinserido na vida selvagem, os antigos instintos dele vão prevalecer.
    • Manuseie os filhotes tão pouco quanto possível. Mexer demais em coelhos selvagens pode matá-los de nervosismo. [2]
    • Para manter os filhotinhos aquecidos e seguros, cubra-os com um pedaço de pele de coelho ou com uma toalha limpa e velha.
    • Lembre-se de que coelhos selvagens podem transmitir doenças aos caseiros. Se você tem um coelho doméstico, lave bem suas mãos após manusear um coelho selvagem ou os dejetos dele.
  4. Se os coelhinhos não são recém-nascidos, é preciso impedir que eles pulem para fora da caixa — com algumas semanas de idade, coelhos já começam a se transformar em saltadores muito competentes! Além do mais, a tela protege o interior da caixa de luz excessiva. [3]
  5. Depois disso, você pode colocá-los em uma toca.
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Parte 2
Parte 2 de 5:

Planejando a dieta dos coelhos

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  1. Caso ele não pareça muito energético e vivaz, providencie hortaliças frescas, feno e água. A fórmula pode ser oferecida ao bichinho em uma tigela rasa, inclusive se ele já for adulto. Assim que tiver recobrado a saúde e voltado a saltitar, ele já pode ser devolvido ao lugar de onde veio (de preferência, enrolado em pano ou pele, para protegê-lo de predadores).
    • Qualquer coelho selvagem deve ter acesso constante a feno, água e hortaliças frescas (iguais às que ele comeria na natureza). Até filhotes muito pequenos precisam de pequenas porções de feno e hortaliças.
    • É provável que o filhotinho esteja desidratado logo após ter sido apanhado. Dê a ele Gatorade Lite em vez de Pedialyte nas primeiras refeições. Pedialyte não é prejudicial a quase nenhum tipo de animal, mas possui concentrações de carboidrato altas demais para coelhos.
  2. A mãe amamenta os filhotes por cerca de cinco minutos ao amanhecer e ao anoitecer. Então, sirva a fórmula duas vezes ao dia (porém, uma vez que a fórmula não é tão nutritiva quanto o leite de coelha, pode ser necessário amamentá-los mais vezes). Filhotes de coelho ficam com uma barriga pequena e redonda (mas nunca inchada) após a amamentação. É hora de amamentá-lo de novo quando a barriga perder o aspecto arredondado. [4]
    • A maioria dos zoólogos usa uma combinação de fórmula de leite para gatos e suplemento de leite para animais de estimação que pode ser adquirido em distribuidoras de produtos para o trato de animais selvagens. Se disponíveis, probióticos podem ser adicionados à mistura. A consistência final deve ser parecida com a do leite de coelha, que é mais viscoso do que o leite de outros mamíferos. Para chegar a tal viscosidade, use três partes de sólidos para quatro partes de água destilada (faça a medição por volume, não por peso).
    • Em vez de colocar a mistura diretamente na panela, aqueça-a em banho-maria, e sirva-a em um conta-gotas ou em uma seringa com bico de borracha (esta última é a opção ideal). Para filhotes recém-nascidos, use uma seringa de vinte e cinco mililitros; para filhotes maiores, cinquenta mililitros. Quando ministrar a solução, faça com que o filhotinho fique sentado, a fim de se evitar que ele engasgue. Tenha à mão um guardanapo para limpar prontamente qualquer vestígio de leite que surgir nas narinas dele!
    • Nunca alimente um filhote de coelho com leite de vaca.
  3. Inchaço e diarreia causados por superalimentação são uma causa de morte comum em coelhos. A quantia máxima que o animal pode ingerir depende de sua idade. O coelho-de-cauda-de-algodão, por ter um porte menor do que outras raças, deve comer menos do que o mínimo recomendado. Eis algumas dicas sobre o tamanho das porções: [5]
    • Recém-nascido a uma semana de vida: dois mililitros (ou um pouco mais) por refeição, duas vezes por dia.
    • Uma a duas semanas de vida: entre cinco e sete mililitros por refeição, duas vezes por dia (exceto para coelhos abaixo do peso normal).
    • Duas a três semanas de vida: de sete a treze mililitros por refeição, duas vezes por dia (exceto para coelhos abaixo do peso normal).
    • Ainda durantes as três primeiras semanas, comece a incorporar ao cardápio do coelho feno da erva Phleum pratense , feno de aveia, ração e água (caso esteja lidando com um coelho selvagem, inclua também hortaliças).
    • De três a seis semanas de vida: entre treze e quinze mililitros por refeição, duas vezes por dia (exceto para coelhos abaixo do peso normal).
  4. Coelhos-de-cauda-de-algodão desmamam com três ou quatro semanas de vida; portanto, é preciso que o filhote dessa espécie desmame em até, no máximo, seis semanas. Já as lebres-de-cauda-negra desmamam ao atingirem nove semanas de vida. Assim que ela chegar a essa idade, substitua a fórmula por uma tigela de bananas e maçãs picadinhas.
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Parte 3
Parte 3 de 5:

Alimentando um coelho recém-nascido

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  1. Permita ao filhote se alimentar em seu próprio ritmo, e procure manuseá-lo com delicadeza. Forçá-lo a se alimentar depressa pode fazer com que ele engasgue e morra. [6]
  2. Se esse for o caso do animal que você resgatou, cubra o rosto e as orelhas dele com um pedaço de pano tépido para que ele não se apavore com sons e luzes.
    • Incline o corpo do filhote levemente para trás e tente inserir o bico de borracha na lateral da boca dele. Inserir o bico de borracha pela frente da boca de um coelho é impossível, devido ao tamanho de seus dentes incisivos.
    • Uma vez que tenha colocado o bico de borracha na lateral da boca do coelho, tente deslizá-lo até a frente.
    • Com cuidado, esprema o recipiente (ou aperte o êmbolo, se estiver usando uma seringa) de modo a despejar uma pequena quantidade de fórmula na boca do coelho.
    • Em alguns minutos, o coelhinho vai começar a sugar o bico de borracha por conta própria.
    • Continue a alimentá-lo com essa fórmula por três ou quatro dias, duas vezes ao dia, sendo que a última amamentação deve ser feita ao anoitecer, como a mãe do coelho faria na natureza.
  3. Depois de alimentados, filhotes de coelho só conseguem urinar e defecar com estímulos. [7] A mãe o faz lambendo a área genital e anal do filhote. Para reproduzir esse estímulo em cativeiro, basta passar uma haste de algodão com a ponta úmida nas regiões citadas acima. [8]
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Parte 4
Parte 4 de 5:

Proporcionando lazer aos filhotes

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  1. Isso pode ser feito num gramado de jardim logo que os filhotes começarem a andar.
    • Para sua proteção, deixe-os em uma gaiola. Vigie-os para impedir que sejam atacados por predadores ou fiquem expostos a outras situações de risco.
  2. Depois de quatro dias de vida, coloque duas tigelas rasas (uma com água e outra com fórmula) no viveiro dos filhotes.
    • Observe o nível de ambas tigelas para saber se eles têm comido por conta própria.
    • Seque a água e a fórmula derramadas na gaiola. Reponha a fórmula que os filhotes derrubarem para que se alimentem apropriadamente.
    • Reponha a fórmula e a água todos os dias pela manhã e ao anoitecer, sempre com cuidado para não oferecer mais fórmula do que os filhotes precisam.
    • Não use uma tigela funda para a água (os filhotes poderiam se afogar). [9]
  3. Assim que passarem a beber água e fórmula láctea sem auxílio, você pode colocar outros itens no viveiro. Algumas sugestões:
    • Grama fresca picada;
    • Grama desidratada (parecida com feno);
    • Pedaços pequenos de pão;
    • Feno de trevo;
    • Feno da erva Phleum pratense ;
    • Pedaços de maçã;
    • Flocos de aveia.
  4. Além de melhorar sua digestão, isso vai mantê-los hidratados e saudáveis.
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Parte 5
Parte 5 de 5:

Fazendo a transição do cativeiro para a natureza

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  1. Quando perceber que os bichinhos se tornaram autossuficientes, pare de oferecer a fórmula, substituindo-a por uma dieta composta de grama e outros vegetais. É preciso que o desmame seja realizado na idade apropriada (entre três e cinco semanas em coelhos-de-cauda-de algodão e nove semanas ou mais em lebres-de-cauda-negra).
  2. Se deseja que se readaptem à vida na natureza, você precisa parar de pegar nos filhotes (exceto quando muito necessário). Isso vai forçá-los a ser menos dependentes de você.
  3. [10] Para que os coelhinhos possam pastar, escolha um modelo de gaiola com fundo de grade (certifique-se de que os coelhos não caibam no espaço entre as barras).
    • Troque a gaiola de lugar constantemente para que os coelhos sempre tenham acesso a grama fresca.
    • Continue a oferecer outras hortaliças além da grama.
  4. Os modelos novos, a exemplo do anterior, devem ter fundo de grade e proteger os coelhos dos predadores. Continue a alimentá-los com vegetais duas vezes ao dia.
  5. Quando tiverem aproximadamente vinte centímetros sentados, os coelhos podem ser devolvidos à vida selvagem. [11]
    • Se achar que eles ainda não são autônomos, mantenha-os consigo por mais um tempo, mas é importante devolvê-los ao seu habitat natural antes da maturidade.
  6. Se o coelho chegou à maturidade mas ainda não parece suficientemente autônomo para viver na natureza, chame as autoridades. Elas saberão o que fazer nessa situação.
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Dicas

  • Alimente os filhotes no mesmo lugar sempre. Eles vão associar aquele lugar à comida, o que vai deixá-los menos resistentes na hora de comer.
  • Se você resgatou vários filhotes e se confunde na hora de alimentá-los, faça um pontinho de esmalte de cor diferente na orelha de cada um. Acostume-se a alimentá-los numa certa sequência (imitando a ordem das cores do arco-íris, por exemplo).
  • Proteja a parte de cima da gaiola com tela mosquiteira. Esse material é leve e fácil de pôr e tirar, mas os coelhos não vão conseguir removê-lo.
  • Descubra se os coelhos podem respirar. Se for necessário transportá-los numa caixa tampada, faça furos na parte de cima.
  • Procure não perturbar o habitat dos coelhos selvagens e mantê-lo tão livre da presença de humanos quanto for possível.
  • Lembre-se de que dar nomes aos coelhinhos pode criar um vínculo emocional entre você e eles, o que torna mais difícil o momento de devolvê-los à natureza.
  • Filhotes órfãos de coelhos selvagens têm 90% de chance de morrer em cativeiro. Não se apegue demais a eles e manuseie-os com cuidado. [12]
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Avisos

  • Não aqueça demais a fórmula antes de servi-la aos coelhos. Eles não vão beber leite quente ou coalhado.
  • Não ofereça espinafre, repolho, brócolis, couve-flor e similares. Esses alimentos podem provocar diarreia ou acúmulo de gases. Como os coelhos não eliminam gases, tais alimentos podem expandir seus estômagos!
  • Manuseie coelhos com a mesma cautela que você dispensaria a qualquer tipo de animal selvagem. Coelhos selvagens são portadores de inúmeras doenças.
  • Não mantenha nenhum animal selvagem em cativeiro por mais tempo do que o necessário.
  • Quando estiver montando a incubadora improvisada, providencie uma fonte de calor não muito quente e que não ofereça risco de incêndio.
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Materiais Necessários

  • Caixa alta de plástico ou de madeira
  • Solo limpo e macio
  • Feno limpo de Phleum pratense
  • Pele animal desinfetada (ou lenços)
  • Incubadora, painel aquecido ou cama térmica
  • Luvas de couro
  • Tigela de vidro
  • Garrafa de fórmula láctea
  • Bico de borracha
  • Leite homogeneizado
  • Cereal para bebês
  • Toalha
  • Tela mosquiteira
  • Gaiola (com tampa removível e fundo de grade)
  • Feno de trevo (opcional ao feno de Phleum pratense )
  • Aveia em flocos
  • Pão
  • Tigela para a água

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