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Parece surreal, mas às vezes as pessoas fingem que estão com problemas de saúde mentais ou físicos — talvez porque querem atenção, talvez para se livrar de certas responsabilidades. Por mais que nem sempre seja algo com consequências graves, ainda é uma atitude que impede que elas amadureçam pessoal ou profissionalmente. O pior é que essa é uma das formas mais cruéis de manipulação emocional, já que os outros fazem das tripas coração para para cuidar de quem precisa. Se você acha que isso está acontecendo com alguém que conhece, o primeiro passo para ajudar de verdade a pessoa é aprender a identificar o mau comportamento. Descubra mais com o artigo abaixo!

Método 1
Método 1 de 4:

Sendo justo com a pessoa

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  1. Você acha que a medicina já identificou todos os problemas de saúde que podem afetar o ser humano? Não! Essa incerteza é ainda mais confusa e frustrante para os pacientes, muito embora seja provável que seus médicos cheguem sim a um diagnóstico mais preciso com o tempo. [1]
  2. Apesar de serem relativamente raros, existem casos em que pacientes recebem diagnósticos incorretos ou incompletos — ou seja, que cobrem somente parte do quadro clínico. Nem todo mundo consegue chegar a todas as respostas logo de cara. [2]
  3. Seria extremamente arrogante da sua parte achar que você já ouviu falar de todos os quadros clínicos existentes, bem como desconfiar de uma pessoa só porque ela está com uma versão mais grave de um problema que você já enfrentou no passado. Isto não quer dizer que ela está fingindo!
    • Por exemplo: não é porque você nunca ouviu falar de cólicas menstruais muito fortes que elas não existem. É bem possível que uma mulher tenha cólicas leves, mas outra tenha dores lancinantes e não consiga estudar nem trabalhar por isso.
  4. Todo organismo reage a um problema de saúde de um jeito próprio, embora cada quadro clínico tenha sintomas comuns. Sendo assim, você nunca deve julgar a saúde dos outros a partir de estereótipos!
    • Quadros clínicos mentais e emocionais são tão reais e sérios quanto problemas de saúde físicos.
    • Não é porque você nunca viu os sintomas em primeira mão (principalmente os mais discretos) que eles não existem.
    • Qualquer um pode parecer saudável por fora, mas estar sofrendo por dentro — sobretudo com quadros mentais e emocionais.
    • Pessoas com quadros crônicos vivem "dias bons", em que conseguem funcionar normalmente, e "dias ruins", quando os sintomas ficam evidentes. Seja como for, elas não estão fingindo só porque parecem estar bem.
    • É bom enfatizar que nem todo mundo com um quadro clínico específico se encaixa em estereótipos. Por exemplo: quem tem depressão pode ficar feliz de vez em quando, assim como alguns cadeirantes conseguem ficar de pé ou andar distâncias curtas.
  5. Por que você quer tanto acusar essa pessoa de fingir que está doente? Será que é para prejudicar a reputação dela? Seja honesto consigo mesmo e tente entender seus motivos reais para desconfiar.
    • Existe a possibilidade de você querer acusar a pessoa de algo só porque não gosta dela?
    • Ou de estar com inveja da atenção que ela recebe dos outros?
    • E se você não quiser ajudá-la ou investir sua energia emocional no bem-estar dela?
  6. Acusações dessa natureza geram um impacto enorme em qualquer relacionamento. Às vezes, esse impacto é irreversível. É por isso que você precisa ter certeza antes de falar ou fazer qualquer coisa.
    • É lógico que a opinião da pessoa a seu respeito vai mudar se você disser que ela está fingindo uma doença, mas ela estiver sofrendo de verdade.
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Método 2
Método 2 de 4:

Prestando atenção aos indícios

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  1. Uma pessoa que finge estar doente não precisa manter as aparências quando acha que não há ninguém por perto. Esse é o principal indício de que tudo não passa de armação.
    • Por outro lado, muitos sintomas de problemas de saúde ficam mais leves durante o repouso. Por exemplo: pode ser que seu conhecido sinta menos dor nas pernas quando imobilizar a área e ocupar a cabeça com outra coisa, como ver TV.
  2. Quase todo mundo que fica doente gosta de receber carinho e cuidados, mas no fundo prefere melhorar logo e parar de depender dos outros. Apesar de haver exceções a essa regra, é só você pensar: estar mal de saúde deixa qualquer um frustrado, triste e até estressado.
  3. Buscar um acompanhamento médico que inclua remédios faz parte da rotina de quem está doente — mais uma vez, porque o que a pessoa mais quer é melhorar. Portanto, recusar-se a passar pelo processo é um indício claro de que alguma coisa está errada.
    • Infelizmente, algumas pessoas se recusam a receber tratamento quando se machucam ou ficam doentes. Por exemplo: talvez elas sejam cabeças-duras demais para admitir o que está acontecendo; talvez sejam negacionistas e acreditem que qualquer remédio vai fazer mais mal à sua saúde; e assim por diante. Leve a personalidade da pessoa em consideração.
  4. Quem está doente de verdade quase sempre aceita consultar um médico o quanto antes, embora algumas pessoas prefiram esperar um tempinho e ver se o quadro melhora. De qualquer forma, gente assim quase nunca se fecha à simples ideia de consultar um profissional. Do contrário, você tem o direito de desconfiar do que está acontecendo.
    • Se a pessoa em questão estiver fingindo para evitar ou ganhar algo, ela vai evitar o médico a qualquer custo para não ser desmascarada. Fique de olho também se ela começar a "melhorar" de repente.
    • Por outro lado, algumas pessoas dissimuladas assim querem consultar um médico para convencer os outros de vez.
  5. É normal ficar um pouco nervoso em clínicas e hospitais. Quando isso passa dos limites, talvez a pessoa esteja fingindo mesmo. Quem está doente para valer tem a consciência tranquila e, por isso, não precisa se preocupar tanto.
    • Lembre-se de que cada um reage de formas diferentes a tratamentos médicos: alguns não ficam nervosos, mas sim aliviados por estarem recebendo ajuda.
    • Quem gosta de receber atendimento acaba acumulando certo conhecimento de medicina. Isto pode ser sinal de que a pessoa está doente mesmo e quer melhorar.
  6. Pessoas doentes de verdade ficam aliviadas quando recebem o diagnóstico e buscam tratamento, já que seu objetivo é melhorar. Pessoas que fingem, por sua vez, podem ficar aliviadas porque acham que os outros estão acreditando na sua farsa.
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Método 3
Método 3 de 4:

Pensando nas possíveis causas

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  1. De vez em quando, algumas pessoas fingem que estão doentes para faltar à aula ou ao trabalho ou mesmo para receber atenção. Isso é ainda mais comum entre crianças. Apesar de ser errado, não é tão grave ou frequente. Preste atenção às principais possibilidades: [3]
    • Evitar algum tipo de entrega ou apresentação na escola ou no trabalho.
    • Evitar uma situação estressante (como lidar com um colega agressivo ou incômodo).
    • Querer atenção dos pais ou amigos.
  2. O mundo está cheio de gente malandra que vive tentando tirar uma casquinha das outras, inclusive em termos financeiros. E muitas dessas pessoas fingem que estão doentes justamente por isso! [4]
  3. Pessoas que sofrem do transtorno factício, também conhecido como síndrome de Münchhausen, fingem que estão doentes quando estão em busca de atenção constante. Elas gostam de se passar por pacientes e até receber tratamentos de que não precisam. [5] Isso costuma ser causado por algum trauma ou dificuldade de infância, além de estar relacionado a certos quadros de saúde mental: ansiedade, depressão, transtorno bipolar etc. Pode ser que a pessoa que você conhece:
    • Diga que os sintomas pioraram depois do tratamento.
    • "Invente" um quadro novo depois de tratar o anterior.
    • Tente adulterar resultados de exames para continuar fingindo.
    • Tenha bastante conhecimento médico e o use para fingir que está doente.
    • Finja que está doente ou machucada por motivos sociais. Por exemplo: para impedir que dois parentes próximos briguem.
  4. Há pessoas que ficam doentes por motivos pouco comuns ou desconhecidos pelos demais. Por mais que isso cause uma frustração imensa, elas não têm controle nenhum sobre a situação. Veja alguns exemplos de quadros clínicos do tipo:
    • Hipocondria , que acontece quando uma pessoa tem uma preocupação exagerada com a própria saúde a ponto de achar que qualquer dor comum é sintoma de problemas sérios. Esse comportamento não é intencional, e existem tratamentos para ansiedade que reduzem os sintomas.
    • Transtorno de conversão , que acontece quando o estresse crônico e acumulado da pessoa se manifesta na forma de problemas de saúde incontroláveis (tremores, fraqueza, dormência, dificuldade para andar etc.).
    • Autismo e transtornos de desenvolvimento, que acontecem quando uma pessoa fica confusa sobre o que sente. Por exemplo: talvez ela não entenda a diferença entre um resfriado e quadros alérgicos. Essa confusão não é intencional, mas é bom que sempre haja alguém da família de olho.
    • Problemas mentais comuns , como depressão, ansiedade e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), que podem causar sintomas físicos: dor de estômago, cansaço extremo etc. Nesse caso, é melhor consultar um profissional da saúde mental para receber o tratamento correto.
    • Quadros raros ou sem diagnóstico preciso também causam sintomas desconhecidos e precisam de acompanhamento médico.
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Método 4
Método 4 de 4:

Seguindo em frente

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  1. Se você acha que seu filho pequeno está se fingindo de doente por atenção, resolva o problema de uma vez. Diga que mentir nunca é certo e incentive-o a buscar formas mais construtivas de impressionar os outros. [6]
    • Por exemplo: "Júnior, mentir sobre sua saúde nunca é legal. Se você quer minha companhia, é só me dizer que tá se sentindo sozinho ou me pra brincar. Pode ter certeza que eu vou adorar te dar atenção".
    • Ouça com atenção o que seu filho disser e dê exemplos de formas melhores para ele chamar sua atenção. Do contrário, ele vai crescer achando que só precisa fingir que está passando mal ou doente para conseguir o que quer.
  2. Alunos que tiram notas boas quase nunca têm vontade de matar a aula! Caso seu filho finja que está passando mal ou doente, pergunte por que ele tem tanto medo da escola. Quem sabe ele não tem um bom motivo, como:
    • Um coleguinha que faz bullying com ele.
    • Um volume muito grande de tarefa de casa.
    • Professores ruins.
    • Transtorno de ansiedade.
    • Algum problema de saúde que dificulte a aprendizagem (como dislexia, discalculia etc.).
  3. Mostre respeito à pessoa e tente fazer o mínimo para ajudar. No entanto, não se sinta obrigado a largar tudo que você está fazendo só para dar atenção a ela.
    • Se a pessoa só queria atenção, diga a ela que se passar de doente não é legal e nem funciona.
  4. Lidar com pessoas que precisam de atenção o tempo todo é muito cansativo, mas você não precisa cair nessa cilada! Crie o costume de mudar de assunto, se afastar ou dizer coisas como:
    • "Não consigo te ajudar hoje. Já tenho compromisso". Se a pessoa perguntar qual, diga que é pessoal.
    • "Tia Cássia, o tio Henrique tá tentando explicar um assunto delicado. A senhora pode esperar sua vez de falar, por favor?"
    • "Sinto muito. Enfim, eu tava pra te dizer que vou viajar no fim de semana."
    • "Não consigo ir… Já fiz planos."
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Dicas

  • Ajude seus amigos sempre que eles precisarem, mesmo que seja ouvindo desabafos.
  • Pesquise sobre o problema de saúde que a pessoa descrever.
  • Entenda que pessoas com transtornos que impactam a comunicação, como autismo, têm dificuldade de entender e descrever seus sintomas. Leve as coisas a sério se alguém tocar no assunto com você.
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Avisos

  • Não deixe sua raiva ou desconfiança transparecer na forma de tratar a pessoa. Isto só piora tudo.
  • Não é porque a pessoa não apresenta tantos sintomas que ela está saudável. Talvez ela esteja escondendo o que sente para poupar você do sofrimento.
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