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Você desconfia que seu filho adolescente está fumando cigarros eletrônicos (os famosos "vapes") em casa, no carro ou em outro lugar? Enquanto pai ou mãe, é natural querer falar com o jovem sobre as consequências negativas desse hábito. Ainda assim, o ideal é conquistar a confiança dele e incentivá-lo a se abrir. Foi por isso que criamos este artigo, que traz dicas de como detectar e lidar com a situação sem que ela piore. O passo a passo abaixo também explica os perigos do cigarro eletrônico e como tocar no assunto com calma. Leia tudo para ajudar seu filho a tomar decisões melhores em relação à própria saúde!

O que você precisa saber

  • Fique atento aos sinais físicos de que seu filho está fumando cigarros eletrônicos, como sede constante, sangramentos nasais, problemas na pele ou distúrbios do sono.
  • Busque também sinais de cigarro eletrônico na sua casa: carregadores que você não reconhece, cheiros estranhos (um ar que remeta a frutas, por exemplo) etc.
  • Ao falar com seu filho, toque em assuntos importantes para ele — como os estudos e a prática de esportes — e use um tom compreensivo ao discutir os impactos negativos do cigarro eletrônico.
  • Converse com o jovem sobre formas de ajudá-lo a parar de fumar, como reduzir o estresse no dia a dia, consultar um médico ou até fazer terapia.
Método 1
Método 1 de 3:

Sinais do uso de cigarros eletrônicos

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  1. Cigarros eletrônicos podem ter vários tamanhos e formas. Alguns parecem dispositivos USB, enquanto outros são mais compridos e grossos. Investigue todo objeto ou carregador desconhecido que você achar em casa. [1]
    • Muitos dispositivos precisam de carregadores ou baterias. Por isso, fique de olho em cabos que você não reconheça.
    • Novos adaptadores USB ou para cigarro são sinais de que seu filho está fumando no carro (se ele tem habilitação). [2]
    • Tubinhos, cartuchos e afins também são indícios do uso de cigarros eletrônicos.
    • Tente encontrar extratos armazenados em recipientes pequenos, talvez parecidos com protetores labiais que contêm uma substância amarela. Tudo isso pode ser concentrado de maconha. [3]
    • Alguns produtos de cigarro eletrônico são mais discretos, tomando a forma de relógios de pulso ou canetas. [4]
  2. Embora o cheiro do cigarro eletrônico se dissipe mais rápido que o de tabaco ou maconha, a maioria deles ainda deixa um rastro característico. Se você desconfiar que alguém fumou na sua casa recentemente, sinta o cheiro das roupas ou da área em que a pessoa ficou. [5]
    • Cigarros eletrônicos de nicotina têm um cheiro de hortelã, frutas ou doces. Ele é forte a princípio, mas perde a força com o tempo.
    • Cigarros eletrônicos de maconha têm um cheiro mais pungente, amargo ou queimado. Ele dura mais tempo. [6]
  3. A fumaça do cigarro eletrônico se dissipa rápido, mas pode ficar no ar por alguns segundos. Ela parece uma nuvem branca de vapor de água, sendo que a quantidade varia de acordo com o dispositivo. [7]
    • Se você notar uma espécie de película gordurosa no para-brisa do carro, pode ser que seu filho esteja fumando enquanto dirige. [8]
    • Alguns usuários do cigarro eletrônico tentam disfarçar a fumaça ligando o chuveiro quente no banheiro ou colocando uma toalha úmida debaixo da porta do quarto. Fique de olho nos "novos hábitos" do seu filho. [9]
    • Se o carro fica muito limpo e com um cheiro agradável sempre que seu filho o usa, pode ser que ele esteja fumando cigarros eletrônicos de maconha — que são mais concentrados e deixam um cheiro forte. [10]
  4. Se seu filho começar a ir ao banheiro com mais frequência ou inventar desculpas para sair de perto de vez em quando, é possível que esteja fumando cigarros eletrônicos. Esse tipo de pretexto costuma ser tiro e queda. [11]
    • Observe também os hábitos de compra do jovem, como comprar "cartuchos". [12]
    • Adolescentes que fumam cigarros eletrônicos de maconha, por sua vez, podem ter comportamentos mais ariscos e furtivos. [13]
  5. Mesmo quando alguém não está com um cigarro eletrônico em mãos, há certos indícios do uso — ainda que seu filho (ou outra pessoa) faça de tudo para disfarçar o cheiro e a fumaça. Preste atenção ao comportamento e ao bem-estar dele. Exemplos: [14]
    • Sede constante , já que o cigarro eletrônico desidrata o organismo.
    • Sangramentos nasais causados pela perda drástica de hidratação.
    • Perda do paladar causada pelo aspecto seco na boca.
    • Crises de tosse ou falta de ar causadas pela irritação na garganta e nos pulmões. [15]
    • Danos pulmonares , como irritação e piora na acne.
    • Olhos vermelhos , já que a maconha dilata os vasos sanguíneos nos olhos. [16]
    • Tontura , já que o cigarro eletrônico abaixa a pressão. [17]
    • Distúrbios do sono , como insônia, pois a nicotina é estimulante.
    • Problemas emocionais , pois a nicotina altera os processos químicos do cérebro.
    • Hiperatividade , já que a nicotina causa mudanças no humor e ansiedade.
    • Problemas de concentração , pois a maconha afeta o funcionamento crítico do cérebro. [18]
    • Depressão (e até psicose) , já que a maconha afeta o desenvolvimento do cérebro. [19]
  6. Embora a maioria dos detectores de fumaça comuns não detecte a fumaça de cigarros eletrônicos, existem alguns aparelhos mais potentes que podem ajudar. Além disso, a mera presença do dispositivo em casa pode ser um "incentivo" para seu filho não fumar (pelo menos, não onde ele possa ser flagrado). [20]
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Método 2
Método 2 de 3:

Falando com seu filho sobre o cigarro eletrônico

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  1. Em vez de dar bronca ou intimidar seu filho, o melhor jeito de conversar com ele é criar o ambiente ideal e usar o tom correto. Na hora do confronto sobre o uso de drogas, seja afetuoso e receptivo. Isso aumenta bastante suas chances de conseguir o efeito esperado. [21]
    • Dê ao seu filho um "aviso prévio" para ele não ficar nervoso ou se sentir encurralado. Por exemplo: diga " Vamos falar sobre comportamentos perigosos e uso de drogas amanhã à noite. Não precisa se preocupar: eu só quero ver se estamos alinhados nesse assunto. "
    • Em vez de abordar a situação como uma lição de moral, mostre ao seu filho que você só está preocupado com a segurança e a saúde dele.
  2. Antes de falar com seu filho, liste fatos sobre as consequências negativas do uso de cigarros eletrônicos e pense em como isso impacta a qualidade de vida dele. Mostre confiança nas informações sobre os riscos à saúde, incluindo a possibilidade de vício e problemas pulmonares, além das substâncias tóxicas presentes nos cigarros. Junte dados comprovados para ter uma conversa produtiva. [22]
    • Se seu filho se preocupa muito com o próprio desempenho acadêmico, reúna provas do impacto do uso de cigarros eletrônicos no desenvolvimento do cérebro: " Sei que você quer entrar na universidade pública, e tenho receio de que o cigarro eletrônico possa afetar seu cérebro e sua saúde mental. "
    • Se ele se dedica a algum esporte, fale de como o cigarro eletrônico pode afetar os pulmões e o coração dele: " Sei que você gosta de jogar futebol, mas fica difícil ter um bom desempenho quando a nicotina afeta o coração e os pulmões. "
    • Também vale a pena citar um exemplo (como uma notícia recente) de alguém que sofreu consequências negativas após usar cigarros eletrônicos.
  3. Comece uma conversa franca sobre o cigarro eletrônico — para seu filho não sentir que precisa esconder o comportamento por medo ou constrangimento. Tente entender por que ele fuma, pois isso é essencial para conquistar a confiança dele e ajudá-lo a elaborar um plano para combater o vício. [23]
    • Fique atento ao bem-estar emocional do seu filho. Pergunte coisas como " Você tem ficado estressado? Ou só quer se divertir um pouco? ".
    • Descubra o possível sobre as pressões sociais que seu filho enfrenta. Pergunte " Algum amigo seu mostrou o cigarro eletrônico para você? Isso parece normal para todo mundo? ".
  4. Por mais que encurralar o jovem seja uma estratégia possível, táticas como falar coisas dramáticas — " O cigarro eletrônico vai te matar rapidinho! " — e equiparar o vape a drogas pesadas só vão diminuir a sua credibilidade. É muito mais fácil se conectar com o jovem se você for realista em relação aos riscos do hábito. [24]
    • Fale abertamente, como " Não estou tentando controlar tudo que você faz ou te assustar. Só quero que você conheça os riscos. Já leu alguma coisa sobre os problemas que o cigarro eletrônico causa? ".
    • Mostre ao seu filho que você está ao lado dele e pense em soluções. Diga algo como " Com o tanto que você precisa estudar, entendo essa sua necessidade de relaxar e descarregar. E se você fizer aulas extras para tirar dúvidas nas matérias mais difíceis? ".
    • Use a conversa como oportunidade de explicar ao seu filho que o cigarro eletrônico pode gerar uma bola de neve e como a mente humana é predisposta a vícios.
  5. Por mais que você queira ser solidário, às vezes não há escolha a não ser castigar seu filho e lidar com o comportamento dele. Na hora de definir limites, explique que você faz isso por amor e receio. Defina regras claras para o jovem entender como tem que se comportar e o que é intolerável. [25]
    • Se você descobrir que seu filho fuma cigarros eletrônicos, diga que vai ter que ficar de olho nele. Por exemplo: " Quero saber com quem você sai depois da aula. Me passa as informações de contato da pessoa e volte para casa até as 16h. "
    • Explique como você vai castigar seu filho se notar que ele voltou a usar alguma coisa. Diga " Vou confiscar seu celular, o computador e outros eletrônicos se descobrir que você voltou a fumar cigarros eletrônicos ".
    • Explique ao seu filho que é importante que ele seja transparente — para você conseguir ajudar. Comente " Se você beber ou fumar em alguma festa, liga para mim. Te busco sem dar nenhuma lição de moral ".
  6. Consulte médicos e outros profissionais da saúde, que são as pessoas mais qualificadas em relação aos efeitos colaterais do uso de cigarros eletrônicos — e, portanto, têm as melhores estratégias de combate ao vício. Eles vão poder ajudar você a elaborar planos para lidar com a situação e suas complicações. [26]
    • Pergunte se o profissional da saúde consegue indicar um terapeuta que ajude seu filho a enfrentar o processo e entender o que leva ao vício.
    • Pergunte também se seu filho precisa de intervenção médica, como a terapia de reposição de nicotina (TRN), para superar a dependência do cigarro eletrônico.
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Método 3
Método 3 de 3:

Os perigos do uso de cigarros eletrônicos

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  1. Muitos jovens acreditam que o cigarro eletrônico é "melhor" que o normal, mas na verdade ele contém substâncias e produtos químicos muito perigosos de inalar. Vários desses produtos são carcinogênicos — compostos associados ao câncer. Além disso, vapes de nicotina e maconha podem causar: [27]
    • Aumento na pressão arterial.
    • Aumento na frequência cardíaca.
    • Crises de tosse sérias.
    • Perda de peso brusca.
    • Enjoo e vômito.
    • Diarreia.
    • Problemas pulmonares.
    • Infartos.
  2. Seu filho pode achar que fumar cigarros eletrônicos é só um "hábito legal" e que ele consegue parar quando quiser. Infelizmente, muitos usuários ficam viciados devido aos altos níveis de compostos químicos nesses produtos. Quando substâncias como nicotina e maconha entram na corrente sanguínea e no cérebro (ainda em desenvolvimento), acabam danificando o córtex pré-frontal — e, por consequência, o juízo dos jovens. De quebra, o cigarro eletrônico também pode causar: [28]
    • Impulsividade.
    • Déficit de atenção.
    • Variações no humor.
    • Vício.
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  1. https://drugfree.org/article/marijuana-what-you-need-to-know/
  2. https://stopmedicineabuse.org/blog/details/vaping-know-the-signs-talk-to-your-teen-about-the-dangers-of-e-cigarettes/
  3. https://truthinitiative.org/sites/default/files/media/files/2020/05/Vaping%20Lingo%20Dictionary_5.21_Final.pdf
  4. http://www.sandieguitoalliance.org/vaping-and-teens.html
  5. https://www.hackensackmeridianhealth.org/en/HealthU/2019/04/02/signs-that-your-kid-may-be-vaping
  6. https://vapingfacts.health.nz/the-facts-of-vaping/side-effects-of-vaping.html
  7. https://www.mcgill.ca/oss/article/did-you-know/its-not-smoke-joint-makes-your-eyes-red
  8. https://www.mcgill.ca/oss/article/did-you-know/its-not-smoke-joint-makes-your-eyes-red
  9. https://drugfree.org/article/vaping-and-marijuana-what-you-need-to-know/
  10. https://drugfree.org/article/vaping-and-marijuana-what-you-need-to-know/
  11. https://www.insider.com/schools-are-turning-to-vape-detectors-snuff-out-bathroom-smokers-2019-9
  12. https://childmind.org/article/talk-teenager-substance-use-abuse/
  13. https://www.cdc.gov/tobacco/basic_information/e-cigarettes/Quick-Facts-on-the-Risks-of-E-cigarettes-for-Kids-Teens-and-Young-Adults.html
  14. https://www.betterhealth.vic.gov.au/health/healthyliving/smoking-how-to-discourage-your-children#educate-your-child-about-vaping-and-smoking
  15. https://www.lung.org/quit-smoking/helping-teens-quit/talk-about-vaping/conversation-guide
  16. https://drugfree.org/article/set-limits-monitor/
  17. https://www.cdc.gov/tobacco/sgr/2020-smoking-cessation/fact-sheets/healthcare-professionals-health-systems/index.html
  18. https://www.nm.org/healthbeat/healthy-tips/emotional-health/vaping-4-risks-for-kids
  19. https://www.nm.org/healthbeat/healthy-tips/emotional-health/vaping-4-risks-for-kids

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