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Muitas pessoas confundem a ansiedade social com o autismo, visto que eles têm características em comum e podem ocorrer ao mesmo tempo. Entretanto, distinguir os dois é importante para chegar a um diagnóstico e buscar um possível tratamento. Se você acredita que você ou uma pessoa próxima tem um desses quadros, estude o assunto mais a fundo e busque a ajuda necessária!

Parte 1
Parte 1 de 2:

Analisando os sintomas

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    Entenda as semelhanças entre o autismo e a ansiedade social. Tanto o autismo quanto a ansiedade social têm como características certas dificuldades no convívio social, sendo que muitas pessoas que os apresentam preferem ficar sozinhas. Veja alguns outros traços típicos dos dois quadros: [1] [2]
    • Evitar fazer contato visual.
    • Preferir ficar sozinho.
    • Evitar as pessoas de vez em quando.
    • Evitar situações que envolvam interação social (salas de aula, festas etc.).
    • Inaptidão social.
    • Desconforto até com a companhia de poucas pessoas.
    • Hábito de falar pouco e comportamento quieto ou recluso em situações sociais.
    • Isolamento.
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    Pense no que pode motivar a reclusão social. Pessoas com autismo podem ficar confusas e sentir certa sobrecarga sensorial em situações sociais, além de demonstrarem pouco interesse nesse tipo de interação (embora isso varie de caso a caso). Pessoas com ansiedade social, por sua vez, não têm problemas sensoriais — e se retraem por medo de serem julgadas. [3]
    • Uma pessoa com autismo também pode ficar nervosa em situações sociais, o que às vezes é causado por experiências negativas que ela já teve: mal-entendidos, bullying etc.
    • Uma pessoa com autismo tem dificuldade de entender o que as outras estão pensando, o que pode ser estressante e até levar a certos erros sociais. [4] Quem tem ansiedade social consegue interpretar expressões faciais e gestos de linguagem corporal, mas sofre distorções cognitivas do tipo "Ela está rindo porque acha que eu sou estranho". [5]
    • Quando uma pessoa com ansiedade social vive uma situação em que se sente confortável, os sintomas se reduzem . Quando uma pessoa com autismo passa por algo do tipo, ela continua apresentando os mesmos hábitos de antes.
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    Preste atenção a certos temores sociais. Pessoas com ansiedade social podem ter certos temores incontroláveis: do julgamento dos outros, de possíveis constrangimentos, de rejeição etc. Esses medos são persistentes, mesmo quando não condizem com a realidade. [6]
    • Pessoas com autismo também têm alguns problemas de socialização, mas muitos são causados por experiências negativas do passado. Por exemplo: se um indivíduo com autismo conseguir se afastar de situações em que sofria bullying e fizer boas amizades, talvez ele não fique tão nervoso perto desses novos amigos.
    • Pessoas com ansiedade social podem apresentar sintomas físicos de ansiedade em determinadas situações. Muitas começam a suar, têm palpitações e ficam tensas, trêmulas, enjoadas e com falta de ar. [7]
    • Crianças que têm ansiedade social podem ter ataques de nervos quando são forçadas a passar por situações sociais. [8] Crianças com autismo, por outro lado, ficam angustiadas com pessoas e situações novas ou quando passam por alguma sobrecarga sensorial — o que pode levar a crises parecidas com acessos de pirraça comuns.
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    Observe as habilidades sociais da pessoa. Pessoas com autismo não sabem reagir a uma série de situações sociais consideradas comuns, como fazer novas amizades. Isso acontece porque elas não têm as habilidades necessárias. Não é o caso das pessoas com ansiedade social: elas têm as habilidades, mas não as usam por medo. Esse temor as afeta de diversas formas no convívio do dia a dia. [9]
    • Diante de situações sociais, uma pessoa com ansiedade social pode ficar trêmula, corar, evitar contato visual ou gaguejar. Pode ser ainda que a mente dela "tenha um branco" que a impeça de falar qualquer coisa. Assim, ela corre o risco de parecer desinteressada ou mal-educada — quando, na verdade, só está ansiosa. [10]
    • Uma pessoa com autismo pode ficar inquieta nesse tipo de situação social, mas essa é a sua linguagem corporal normal nesses casos. Ela decerto se comporta do mesmo jeito quando está sozinha, por exemplo.
    • Pessoas com autismo podem ter dificuldade para interpretar e usar tons de voz ou expressões faciais socialmente aceitáveis, identificar quando uma pessoa está interessada ou não e falar demais ou muito pouco. [11] Esses sinais não afetam quem tem ansiedade social.

    Você sabia? A ansiedade social pode surgir como consequência de problemas no desenvolvimento de habilidades sociais, embora também possa acontecer em função de diversos outros fatores. [12]

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    Entenda os traços do autismo que não acontecem na ansiedade social. O autismo é um transtorno de desenvolvimento pervasivo (TDP) e afeta diversas outras áreas da vida, não apenas a parte da socialização. Veja outros traços característicos do quadro: [13] [14] [15] [16]
    • Desenvolvimento atípico: a pessoa pode atingir certos marcos da vida em mais tempo, menos tempo ou até em uma ordem diferente das demais.
    • Stimming , termo que descreve movimentos incomuns e que estimulam os sentidos.
    • Interesses especiais em um número reduzido de assuntos específicos.
    • Transtorno de processamento sensorial (TPS).
    • Habilidades sociais subdesenvolvidas, incomuns ou inexistentes (como a incapacidade de entender figuras de expressão e não saber usar gestos durante conversas).
    • Jeito peculiar de falar, como usar um tom incomum ou ecolalia (repetição de palavras e frases).
    • Dificuldade de desenvolver independência em certas habilidades, como cozinhar e tomar banho.
    • Demora ou dificuldade no desenvolvimento de habilidades motoras.
    • Forte necessidade de ter uma rotina e familiaridade com processos.
    • Colapsos emocionais em situações agitadas.
    • Comportamentos incomuns durante a infância. Por exemplo: talvez a pessoa não tenha aprendido a usar técnicas de linguagem corporal corretamente ou não teve a sua imaginação estimulada por meio de brincadeiras.
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    Fique atento aos primeiros indícios dos quadros. O autismo surge ainda durante o desenvolvimento pré-natal e dura a vida toda. [17] Por outro lado, a ansiedade social costuma ser causada por situações repentinas ou recorrentes: mudar de casa, sofrer bullying ou situações de abuso etc. [18] Ao contrário do autismo, ela pode ser curada através de tratamentos.
    • A ansiedade social pode surgir em qualquer idade, mas costuma aparecer na adolescência ou no início da idade adulta. Ela é pouco comum em crianças muito jovens. [19]
    • O autismo costuma dar os primeiros sinais na infância ou em períodos estressantes de transição (como mudar de cidade). Além disso, muitas pessoas que desenvolvem o quadro em idades mais avançadas conseguem notar indícios dele quando refletem sobre a infância ou a adolescência.

    Dica: pense nas interações sociais que você ou a pessoa viveu durante a infância. A ansiedade social costuma surgir de repente ou ao longo de um período de tempo em que não aparecia antes, ao passo que os traços comportamentais e sociais do autismo estão presentes constantemente desde idades precoces. [20]

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Parte 2
Parte 2 de 2:

Seguindo em frente

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    Descubra o que pessoas com autismo e ansiedade social têm a dizer sobre suas próprias vidas. Isso ajuda a dar um aspecto mais humano aos sintomas característicos. Além do mais, vai ser mais fácil para você entender e não julgar os relatos e as dificuldades daqueles que têm um ou outro quadro.
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    Entenda que os dois quadros podem acontecer ao mesmo tempo. Muitas pessoas com autismo têm dificuldades de lidar com situações sociais e acabam sofrendo bullying, o que as leva a desenvolver a ansiedade social. [21]
    • Muitas pessoas com autismo têm um ou mais transtornos de saúde mental, como depressão, ansiedade e afins. Se você desconfiar de que se trata de autismo, não descarte a possibilidade desses outros quadros.
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    Marque uma consulta com um psicólogo para si mesmo ou a pessoa. O psicólogo vai usar uma série de técnicas e métodos para chegar a um diagnóstico, tais como questionários e entrevistas. [22]
    • Nem sempre é fácil chegar ao diagnóstico do autismo, sobretudo para adultos, mulheres e pessoas não brancas. É por isso que muitas pessoas se autodiagnosticam — o que pode ajudar, mas nem sempre é eficaz ou certeiro. [23]
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    Consulte o psicólogo se você achar que o primeiro diagnóstico está errado. Como o autismo e a ansiedade social podem ser parecidos, é importante que o profissional da saúde mental dedique bastante tempo à busca por um diagnóstico. Se você desconfiar de algum erro, consulte o psicólogo novamente (ou busque outro) e explique a situação. [24]
    • Pode acontecer de uma pessoa com autismo receber um falso positivo para ansiedade social, principalmente quando não há o devido cuidado por parte dos profissionais envolvidos.
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Avisos

  • Preste muita atenção às fontes de informação que você busca para descobrir mais sobre o autismo. Muitas delas não têm qualificação real para falar do assunto.
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