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O aspartato aminotransferase (AST) é uma enzima encontrada no fígado, no coração, no pâncreas, nos rins, nos músculos e nos glóbulos vermelhos. Ele circula em baixos níveis no sangue (entre zero e 42 U/L), mas esses níveis podem aumentar quando há danos aos órgãos ou músculos — causados por doenças hepáticas, ataques cardíacos ou acidentes de carro, por exemplo. [1] Por isso, é bom fazer o exame do AST e de outras enzimas, como alanina aminotransferase (ALT), para determinar a gravidade do quadro. Por fim, leia as dicas deste artigo para descobrir formas de mudar o seu dia a dia, tomar suplementos naturais e recorrer a certos medicamentos que melhorem a situação.

Parte 1
Parte 1 de 2:

Reduzindo os níveis de AST naturalmente

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  1. A ingestão crônica de álcool aumenta os níveis de AST no sangue, já que o etanol é tóxico e faz mal às células do fígado. [2] Beber de vez em quando (vinho, cerveja, uísque, drinks etc.) não gera um impacto significativo nessa e em outras enzimas hepáticas, mas o consumo moderado em longo prazo (mais de dois drinks por dia) e exagerado nos fins de semana são bastante nocivos.
    • Se você bebe moderada ou exageradamente e tem níveis altos de AST no sangue, corte ou reduza o consumo de álcool para controlar a presença da enzima. Os resultados desse controle vão aparecer nos exames de sangue em cerca de duas ou mais semanas.
    • O consumo moderado de álcool (menos de um drink por dia) está associado à redução do risco de cardiopatias, mas toda ingestão de etanol já faz um pouco de mal às células do fígado e do pâncreas.
    • O AST e o ALT são os dois parâmetros para determinar se há problemas no fígado, embora os níveis de AST não sejam tão específicos em relação ao órgão. [3]
  2. Perder peso faz bem por uma série de motivos, como a redução do risco de ataques cardíacos e derrames, mas também ao controle dos níveis de AST no sangue. [4] Pesquisadores acreditam que a combinação de uma massa gorda menor e a ingestão de menos açúcares refinados, gorduras saturadas e conservantes ajuda o fígado a funcionar melhor — o que acaba refletindo na queda da enzima. As dietas com poucas calorias são ideais porque se baseiam em carnes magras, peixe, cereais integrais e frutas e vegetais frescos.
    • As concentrações de AST e outras enzimas hepáticas diminui nos homens que adotam alimentações com poucas calorias, mas aumentam em mulheres nos estágios iniciais (embora caiam depois de algumas semanas). [5]
    • No geral, as mulheres precisam ingerir menos de 2.000 calorias por dia para perder cerca de 500 g por semana, mesmo que façam poucos exercícios. Os homens, por sua vez, têm que consumir menos de 2.200 calorias diariamente.
    • Perder peso por meio de exercícios traz muitos benefícios, mas pode até aumentar os níveis de AST devido aos danos microscópicos às fibras musculares. [6]
  3. Uma pesquisa feita em 2014 concluiu que ingerir volumes moderados de café (normal ou descafeinado) regularmente faz bem ao fígado e às enzimas hepáticas, como a AST. [7] Isso indica que os componentes químicos do café protegem as células do órgão. A comunidade científica ainda tem suas dúvidas, mas muitos acreditam que isso acontece por causa dos antioxidantes saudáveis presentes no fígado.
    • Os participantes do estudo que tomaram três ou mais xícaras de café por dia apresentaram níveis menores de AST em comparação aos que não tomaram.
    • Pesquisas feitas anteriormente indicam que o consumo moderado de café também ajuda a reduzir o risco de diabetes, cardiopatias e doenças hepáticas, como cirrose e câncer.
    • Se quer reduzir os níveis de AST e estimular a recuperação do fígado, tome café descafeinado para evitar os efeitos colaterais associados ao consumo moderado ou alto da bebida (insônia, nervosismo, problemas gastrointestinais e afins).
  4. O cardo mariano é um remédio natural usado há séculos para tratar vários problemas de saúde, incluindo no fígado, no rim e na vesícula biliar. Várias pesquisas indicam que os seus componentes (em especial a silimarina) ajudam a proteger o fígado de toxinas e estimulam o desenvolvimento de novas células hepáticas saudáveis. A silimarina também tem fortes propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. No entanto, ainda não há consenso quanto ao efeito do componente nos níveis de AST e de outras enzimas do órgão. [8] Como não há tantos efeitos colaterais, vale a pena experimentar o cardo mariano se você quer tratar o problema de forma natural, mesmo que não haja resultados tão óbvios.
    • A maioria dos suplementos de cardo mariano tem de 70 a 80% de silimarina e é vendida na forma de cápsula, extrato e tintura em lojas de alimentos saudáveis e afins.
    • O teor diário recomendado de cardo mariano para quem tem doenças hepáticas é de três doses de 200 a 300 miligramas.
    • As doenças hepáticas, como hepatite viral (A, B e C), cirrose, congestão e hepatotoxicidade, são causadas pelo aumento exagerado dos níveis de AST no sangue. [9]
  5. O açafrão-da-terra é a planta mais testada pela comunidade científica, já que tem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias e ajuda diversos órgãos do corpo, incluindo o fígado. O principal componente médico nele é a curcumina, que reduz o nível de enzimas hepáticas (ALT e AST) em animais e seres humanos. [10] Para isso, o ideal é ingerir 3.000 mg por dia por até 12 semanas.
    • O açafrão-da-terra (curcumina) também está associado à redução no risco de cardiopatias, mal de Alzheimer e diversos tipos de câncer.
    • O curry em pó, ingrediente muito comum nas cozinhas indiana e asiática, é rico em açafrão-da-terra (ou curcumina) — e, por isso, tem a cor amarela característica.
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Parte 2
Parte 2 de 2:

Buscando ajuda médica para reduzir os níveis de AST

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  1. A maioria das pessoas faz exames de sangue para detectar os níveis de AST e ALT porque apresentam sintomas nos fígados. Os principais desses sintomas de inflamação, lesão ou insuficiência do órgão são: amarelamento da pele e dos olhos (icterícia), urina escura, inchaço e sensibilidade na parte superior direita do abdômen, enjoo, vômito, perda do apetite, fraqueza e fadiga, desorientação ou confusão e sonolência. O médico vai levar em consideração os níveis das enzimas hepáticas e os sintomas, o exame físico, os exames de diagnóstico positivo (ultrassom, ressonância magnética) e, dependendo do caso, uma biópsia do fígado (amostra de tecido) antes de chegar ao diagnóstico.
    • A insuficiência hepática aguda acontece por uma série de motivos e se desenvolve em poucos dias até em pessoas saudáveis, além de ser potencialmente fatal. Por isso, não brinque com os níveis de AST e outras enzimas.
    • Além dos sinais e sintomas citados acima, o médico pode pedir hepatograma (bateria de exames que passa por todas as enzimas hepáticas no sangue) nos seguintes casos: quem toma remédios regularmente, quem bebe muito ou é alcoólatra, quem já teve episódios envolvendo hepatite, quem tem diabetes e quem é obeso.
  2. Praticamente todo e qualquer remédio pode fazer mal ao fígado e aumentar os níveis de enzimas hepáticas (incluindo a AST), mas o problema costuma surgir quando a pessoa exagera na dose e no período de tratamento. Assim como o álcool, todo medicamento é metabolizado (processado) no fígado; por isso, sempre há o risco de haver efeitos além do esperado. Dito isso, alguns remédios (antes ou depois da metabolização) são mais tóxicos que outros. Por exemplo: os medicamentos à base de estatina (que ajudam a diminuir o colesterol no sangue) e o paracetamol têm um impacto mais negativo no fígado que outras opções. [11]
    • Se os seus níveis de AST estão altos e você está tomando estatinas ou paracetamol, consulte um médico para saber quais alternativas são ideais para tratar o colesterol ou as dores crônicas. No mínimo, reduza a dosagem dos remédios.
    • Os níveis de AST no seu sangue vão cair automaticamente se você parar de tomar remédios que podem ter um efeito negativo no fígado. Isso demora algumas semanas.
    • O acúmulo de ferro no sangue (chamado hemocromatose) pode aumentar os níveis de enzimas hepáticas. Isso, por sua vez, gera um problema quando se tem que tomar injeções do produto para combater a anemia e quadros semelhantes.
    • O paracetamol não é tóxico ao fígado quando o órgão está saudável e a dosagem é respeitada. Siga à risca as orientações do médico.
  3. Como dito acima, existem inúmeros problemas hepáticos (e em outros órgãos) que aumentam os níveis de AST e outras enzimas no sangue. No entanto, há também alguns medicamentos que ajudam a melhorar a situação, como os que tratam infecções virais (hepatite A, B e C), cirrose (acúmulo de gordura e disfunção causada pelo consumo exagerado de álcool) e câncer. [12] Fale com o médico para saber quais são as opções de tratamento — e, em último caso, se você precisa de um transplante de fígado. Entenda todos os efeitos colaterais que podem surgir.
    • Os médicos recomendam lamivudina e adefovir para o tratamento da hepatite B e alfapeginterferona 2a e ribavirina no tratamento da hepatite C. [13]
    • Os diuréticos são usados no tratamento da cirrose (para remover edemas) e como laxantes (como lactulose) para absorver as toxinas do sangue e diminuir o esforço que o fígado tem que fazer.
    • Existem ainda medicamentos quimioterápicos (oxaliplatina, capecitabina, gemcitabina) que ajudam a combater o câncer de fígado, incluindo terapias bem específicas, como injeções de sorafenibe diretamente nos tumores. [14]
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Dicas

  • Quem trabalha na área da saúde fica mais suscetível a ter altos níveis de AST no sangue porque se expõe mais à hepatite B quando está em contato com o sangue e outros fluidos de pessoas infectadas. Nesse caso, é essencial tomar a vacina contra a doença.
  • O Brasil tem o terceiro maior número de mortes por ano devido à cirrose e a outros problemas hepáticos na América do Sul. [15]
  • Os níveis de AST ficam mais altos quando o fígado sofre danos devido a toxinas, álcool e drogas.
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