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Assim como muitos outros autores, escritores de histórias policiais estão sempre em busca de formas de desafiar as convenções do gênero e criar algo único. Por mais que essa ideia seja legal, ela tem suas limitações. Se o assunto é do seu interesse, você precisa encontrar um equilíbrio entre a inovação e o respeito pelas regras — sem perder o seu estilo próprio de vista!

Parte 1
Parte 1 de 2:

Esboçando um enredo

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  1. Como a maioria das histórias policiais começa com um assassinato ou outra ocorrência do tipo, talvez seja interessante você experimentar essa técnica. Descreva brevemente uma cena de crime misteriosa ou intrigante: joias sumindo de um cofre, um vidente sendo encontrado morto em uma canoa ou a secretária de um ministro levando uma bomba até o gabinete do chefe. Depois, tente responder às seguintes perguntas para ter uma ideia geral do enredo:
    • O que poderia ter levado a esse crime?
    • Que motivação uma pessoa teria para cometer essa atrocidade ou tentar incriminar outro?
    • Que tipo de pessoa teria uma motivação desse tipo?
    • Responda também a perguntas básicas, como "quem?", "o quê?", "quem?", "quando?", "por quê?" e "como": quem cometeu o crime e quem morreu ? Qual foi o crime? Quando ele aconteceu (de manhã, à tarde, à noite, de madrugada)? Onde ocorreu? Por que o criminoso agiu assim? Como agiu?
  2. Você precisa descrever os cenários onde a história acontece em detalhes, pois eles ajudam o leitor a formar uma imagem mental mais clara dos eventos. Pode ser um cômodo, uma casa, uma cidade ou várias partes do mundo — desde que tudo seja descrito de forma vívida e instigante.
    • A extensão do cenário influencia o desenrolar da história. Por exemplo: dá para incluir muito mais testemunhas quando o crime acontece em uma cidade grande ou um espaço público movimentado, ao passo que isso fica impossível quando ele ocorre em um lugar fechado (mesmo que todos os personagens estejam juntos).
    • Pense nos elementos essenciais do lugar onde a história acontece. Por exemplo: as condições climáticas fazem diferença? Se sim, descreva-as em detalhes; se não, cite-as em um ponto mais específico ou nem as mencione. A atmosfera mais características de histórias policiais é mais sombria e taciturna.
  3. Crie personagens interessantes. Todos os agentes de uma história policial têm que ser realistas e verossímeis. Dê nomes, traços e jeitos de agir específicos e únicos a cada um.
    • Alguns personagens vão servir de suspeitos (sendo que pelo menos um dele deve ser o criminoso); alguns são coadjuvantes e têm a função de deixar a história mais interessante (como um par romântico ou uma sogra enxerida, por exemplo); outros, por sua vez, podem ficar encarregados de resolver o mistério.
    • Personagens bem desenvolvidos agem segundo motivações próprias e ajudam a desenvolver a história. Você pode optar por um arquétipo clássico, como o detetive genial (a exemplo de Sherlock Holmes), ou buscar alternativas.
    • Crie uma ligação pessoal entre o crime e o protagonista para dar peso emocional à história. Pode ser algo que tenha a ver com o passado misterioso desse personagem, um amigo ou parente próximo que esteja em uma situação de risco, o destino de toda uma cidade ou do mundo inteiro etc. [1]
  4. Quem é o "malvado" (ou a "malvada") da história? Você pode até pensar em mais de um vilão com características suspeitas para deixar as coisas mais interessantes e fazer o leitor questionar quem seria o verdadeiro antagonista. [2]
    • Descreva o vilão bem, mas não tão bem. Você não pode entregar de cara quem é o criminoso. O leitor vai desconfiar se o texto passar tempo demais com um personagem específico!
    • Crie um vilão que levante algumas suspeitas durante todo o percurso da história, mas pense em uma forma de ainda chocar oi leitor com a revelação do verdadeiro culpado. "Incriminar" um personagem inocente durante o enredo é uma forma legal de prender a atenção.
    • Você pode trocar o vilão por um parceiro para o detetive. Talvez ele tenha um amigo ou assistente que o ajude a buscar pistas sobre o crime (como Watson, nas aventuras de Sherlock Holmes). [3] Quem disse que o investigador precisa agir sozinho? E mais: que tal esse parceiro ser o assassino?!
    • Pense nos detalhes básicos desses personagens: são homens ou mulheres? Quais são os seus nomes? Que idades têm? Como é a aparência de cada um (cor dos olhos, do cabelo, da pele etc.)? De onde eles são? Onde estão vivendo no início da história? Como se envolvem nela? Eles são vítimas? Ou a causa do problema?
  5. Preste bastante atenção a essa parte, pois ela é uma das mais importantes da história. Tente descrever cada detalhe mínimo para o leitor formar uma imagem clara do que houve. Por exemplo: quais são os elementos da cena? Ela depende do período do dia (de dia ou de noite)?
    • Crie oportunidades para dar mais mistério ao texto. Pense uma situação em que o crime possa acontecer e você consiga recriar em detalhes na história. Por exemplo: a energia acabou na cidade inteira durante uma tempestade? Alguém deixou o cofre aberto sem querer? Descreva uma imagem bem clara de todas as circunstâncias em volta do crime e que integram o mistério.
    • Lembre-se da importância do "pano de fundo" no crime. [4] Você precisa entender bem todo o contexto em que o crime acontece para desenvolver bem a narrativa.
    • Veja algumas sugestões de crimes: um furto que acontece em uma sala de aula; o sumiço de algo da mala de um personagem; o surgimento de um objeto estranho em um campo de futebol; uma pessoa que envia bilhetes anônimos e ameaçadores a outra; alguém que revela segredos alheios na internet; e assim por diante.
  6. Que tipo de pistas você quer criar? Como elas estão ligadas aos possíveis suspeitos? Como vão ser processadas?
    • Inclua algumas formas de juntar e processar as provas do crime, como impressões digitais, exames toxicológicos, análises das letras dos suspeitos, coletas de sangue etc.
    • O detetive deve ser competente no que faz. Pense em como o seu detetive ou protagonista resolve o mistério, mas sem sacrificar a personalidade e as qualidades individuais do personagem. Não deixe nada óbvio ou batido demais!
  7. Junte alguns amigos que também gostem de escrever e peça ajuda a eles na hora de montar a cena do crime e em outros detalhes.
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Parte 2
Parte 2 de 2:

Escrevendo a história

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  1. Apesar de o crime (ou, pelo menos, a descoberta da cena do crime) quase sempre acontecer no primeiro capítulo, você pode usar esse clichê a seu favor. Ele já dá o tom da história: se ela tem elementos sobrenaturais, se é violenta, se envolve muitas emoções, se é repleta de suspense etc. Em uma história policial, o que desperta e prende o interesse do leitor são as pistas graduais que os personagens revelam.
    • Se você quiser escrever sobre o que aconteceu antes do crime, volte no tempo no segundo capítulo e comece com algo do tipo "Uma semana antes...".
  2. A maioria dos autores de histórias policiais (e de mistério, no geral) escolhe um ponto de vista que oculte o máximo possível de informações — sem confundir o leitor. Existem alguns artifícios para isso, como usar a perspectiva do protagonista em primeira pessoa ou escrever na terceira pessoa. Pense bem em como você vai transitar entre os pensamentos de um ou mais personagens, mas com cuidado para não ser tão complexo.
  3. A maioria das histórias policiais é feita com o público geral em mente, não inspetores de polícia ou criminosos profissionais. Seus leitores não esperam 100% de realismo, mas ainda assim é bom que o enredo seja minimamente verossímil. Você pode buscar informações na internet ou na biblioteca local, a não ser que queira lidar com temas muito específicos; nesse caso, é melhor entrevistar algum especialista.
  4. Tente entender a função de cada cena da história. Romances, tramas secundárias e conversas longas e casuais têm o seu lugar, mas nunca devem tirar o foco do enredo e dos personagens principais. Isso é ainda mais imprescindível com contos, que são curtos e não têm espaço de sobra.
  5. Você curte ser pego de surpresa? Ótimo: inclua uma na história! Mas só isso . Colocar duas ou mais reviravoltas em uma mesma história deixa o leitor perdido e irritado, principalmente se for algo que apareça de supetão. Até a mais inesperada das reviravoltas deve ter alguns indícios de vez em quando para ser justificável.
    • Essa máxima é essencial em qualquer história policial. A decisão errada pode estragar a experiência do leitor! Por exemplo: o vilão precisa ser um dos suspeitos ou pelo menos demonstrar comportamentos estranhos e que deixem o leitor com a pulga atrás da orelha.
  6. Você já leu a cena final de um livro, virou a página e descobriu que ainda havia um diálogo de dez páginas com um personagem secundário? Péssimo, não é? Independentemente dos seus objetivos com a história, o foco central dela deve ser a investigação do crime. Conclua com Fim quando o culpado for revelado e as peças do quebra-cabeça se encaixarem.
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Dicas

  • Avance no seu próprio ritmo. Você pode planejar tudo de antemão ou escrever uma primeira versão e fazer as devidas revisões depois. Essas duas formas são válidas, desde que a qualidade da história não seja prejudicada.
  • Peça ajuda e feedback às pessoas. Entregue a história completa a uma pessoa de confiança, mas que não seja necessariamente sua amiga, e pergunte o que ela acha. Ela vai ter uma visão mais objetiva do que os seus amigos próximos.
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Avisos

  • Atenção: o gênero de ficção policial é repleto de clichês. Existe uma diferença sutil entre se inspirar nos seus estilos e histórias favoritos e copiar algo que existe!
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Sobre este guia wikiHow

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