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Você curte histórias tristes, que partem o coração? Então, pode começar a escrever por conta própria. O processo pode ser complicado, já que é muito fácil pender para o lado melodramático. Além disso, não é legal escrever nada só por querer soar trágico; concentre-se em desenvolver uma história interessante e com personagens fortes para se conectar mais com os leitores. Comece fazendo um esboço no qual pense em possíveis temas, e depois estruture o texto seguindo os elementos básicos da literatura. Depois de tudo, coloque a mão na massa.

Parte 1
Parte 1 de 3:

Fazendo um esboço da história

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  1. Antes de começar a história em si, você vai precisar de inspiração. Pense em coisas tristes e reserve alguns minutos para anotar tudo em um papel, falando também sobre situações infelizes.
    • As pessoas ficam tristes quando passam por certas mudanças na vida, como o fim de amizades e outros relacionamentos, a perda de entes queridos etc. Além disso, eventos pequenos também causam o mesmo efeito, como perder um animal de estimação, ter que mudar de cidade e afins. Pense no que lhe traz infelicidade. Que pensamentos e emoções você associa a sentimentos negativos?
    • Enquanto escreve, pense nas suas experiências pessoais com a tristeza. Por exemplo: quando foi que ficou mais triste na sua vida? Por quê? Talvez consiga ser a inspiração para a própria história.
  2. A melhor maneira de se tornar um bom escritor é ler mais. Para aprender a criar belas histórias, você vai ter que ler materiais com temas e enredos tristes.
    • Leia histórias tristes. Peça indicações de contos e histórias tristes aos seus amigos e professores e faça uma leitura ativa dos materiais, prestando atenção à construção dos enredos e dos personagens: como as histórias começam? Como terminam? Por que você sente uma conexão emocional com elas?
    • Preste atenção às partes que funcionam nessas histórias. Nesses textos, há pouco espaço e tempo para captar a atenção do leitor. Conforme lê as obras de referência, preste atenção à introdução: como o autor prende a sua atenção? Onde a história começa? Muitos enredos começam depois que determinados eventos ou ações importantes já aconteceram, e acabam falando sobre eles por meio de flashbacks ou até insinuações nos diálogos dos personagens.
  3. Antes de escrever, você deve se familiarizar com a estrutura básica do texto. Histórias são compostas por três grandes arcos, que aglomeram outras partes inferiores: a armação, a confrontação (que inclui o clímax) e a resolução.
    • A armação é o início da história. É nela que o autor explica quem é o protagonista e o que ele está fazendo quando o enredo começa. Nessa parte, há uma exposição breve de detalhes, cuja intenção é captar a atenção dos leitores. [1]
    • Na confrontação, o protagonista enfrenta conflitos que fazem a história progredir. Esses conflitos são essenciais para o enredo e, em uma história triste, devem envolver alguma tragédia. Por exemplo: a personagem principal está cuidando do seu cachorro, que está doente. Ela pode levá-lo ao veterinário e descobrir que a situação é pior do que esperava e, assim, passar a enfrentar os desafios à sua frente. [2]
  4. Escreva como o enredo vai começar, qual vai ser o dilema do personagem principal e o clímax, e como a situação vai se resolver.
    • Esse esboço pode ser breve e não precisa de frases completas. Você só tem que ter uma boa noção dos eventos básicos que vão acontecer. Por fim, separe-o nos três elementos citados acima — a menos que siga outra estrutura.
    • Você pode separar as estruturas do esboço com números e letras. Títulos mais importantes, como "armação", podem ser trocados por números romanos; os aspectos mais específicos que se encaixam nessa parte, por sua vez, podem ser organizados por letras ou números normais. Por exemplo: "I. Armação, a. Apresentar Maria".
    • Voltemos ao exemplo deste artigo para esclarecer a questão do esboço. Você pode começar com algo assim: "Armação, a. Apresentar Maria, chorando na sala de aula, b. Triste porque está pensando no câncer de seu pai, c. Volta para casa sozinha (sua mãe está trabalhando) para cuidar do cachorro, que está doente".
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Começando a história

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  1. Ela é essencial para qualquer conto e deve captar a atenção do leitor instantaneamente, deixando-o curioso e mais disposto a investir seu tempo no enredo.
    • Comece com uma frase que mostre a força do enredo e dê uma noção do que a história vai tratar. Se quiser tratar temas tristes, por exemplo, já deixe isso implícito no início. [3]
    • Se estiver sem ideias, leia algumas das introduções das suas histórias favoritas ou faça uma pesquisa no Google, usando temos como "Introduções mais famosas de histórias e contos". Leia vários exemplos e reflita como eles funcionam: por que são eficazes? Por que despertam o interesse do leitor?
    • Pense, mais uma vez, no exemplo deste artigo: na narrativa, cedo ou tarde, Maria vai ter que aceitar a morte do seu cachorro. Digamos que o seu pai tenha morrido de câncer e que ela não saiba lidar com a perda e o luto. Pensando assim, escreva uma introdução que dê uma sensação de perda iminente, mas sem deixar de lado as tristezas do passado. Assim: "Maria não queria começar a chorar na aula, mas não conseguia parar de pensar que estava perdendo tudo à sua volta".
  2. Os leitores ficam mais tocados por esse tipo de relação — o que faz sentido, já que todo mundo é próximo de alguém na vida real. Quando uma história se trata da relação entre personagens, o leitor sente uma maior conexão com o texto.
    • Mostre quão próximos são os personagens: eles podem terminar as frases um do outro e ter uma relação de apoio mútuo em qualquer situação. [4]
    • Ainda seguindo o exemplo deste artigo, imagine três personagens principais: Maria, sua mãe, e o cachorro. Você pode escrever cenas nas quais Maria cuide do bichinho e mostre o quanto o ama, além de descrever a relação complicada (mas amorosa) que ela tem com a mãe. Depois, pode mostrar um flashback breve do velório do pai da personagem, com ela ajudando a mãe a enfrentar o luto.
  3. Vá criando o clima para o grande evento — se for brusco demais, o leitor não vai sentir qualquer apelo emocional, já que não vai ter se "aproximado" dos personagens o bastante.
    • Cada cena deve ajudar na progressão da história como um todo. Quando tiver dúvidas, consulte o esboço: qual o seu clímax? Como pode levar os personagens a ele? No exemplo do artigo, pode ser que o cachorro tenha uma crise epiléptica e precise de atendimento veterinário urgente. Nessa situação, Maria descobre que o câncer se espalhou para o cérebro. Não se concentre nas ações, e sim na história emocional. A protagonista acaba discutindo com a mãe; nesse momento, você pode mostrar a senhora ajudando a filha a se preparar para a pior das hipóteses, com a jovem evitando a verdade.
    • Conforme escreve as cenas, pense no cerne da história: qual o motivo da existência dos seus personagens? Cada cena deve aproximar o leitor da resposta a essa pergunta. Maria, por exemplo, pode ter que aceitar que a morte faz parte da vida. Nesse caso, tente mostrar sinais de perda e deterioração em todos os momentos. [5]
  4. O clímax é o ponto alto da narrativa, e deve ser intenso sem parecer forçado ou melodramático.
    • Lembre-se das esperanças e dos sonhos dos personagens para entender o que está em jogo. Nesse momento, por que os protagonistas estão lutando? O que acontece se eles fracassarem? [6]
    • As melhores histórias envolvem momentos de descoberta, o que deveria ser universal: a personagem vai descobrir algo a respeito de si mesma ou a situação em que se encontra pode levar a um tema ou mensagem que se aplique a tudo e todos.
    • No exemplo do artigo, o clímax pode acontecer quando Maria e sua mãe brigarem sobre a decisão de sacrificar ou não o cachorro. À primeira vista, o que está em jogo é a vida do animal; após uma análise mais profunda, é o senso de propósito da garota. Ajudar o bichinho dá a ela uma sensação de controle sobre a inevitabilidade da morte — o que vai acabar fazendo-a entender que morrer é natural. Talvez a mãe possa dizer algo sobre essa questão durante a discussão.
    • Essas diferentes "camadas" podem ser excelentes para histórias tristes: além de deixarem momentos infelizes mais intensos, os leitores acabam se aproximando emocionalmente dos personagens. Assim, vai aprender algo enquanto mergulha na narrativa.
  5. Depois do clímax, é hora de encerrar a narrativa, dando certa resolução ao enredo. O leitor precisa se sentir satisfeito com essa conclusão, mesmo que ela seja infeliz. Não deixe nenhuma pergunta em aberto e nem crie novos problemas.
    • Desenvolva o enredo até chegar ao final. O personagem deve aceitar o seu destino. Além disso, todas as cenas do clímax devem levar a uma resolução, diminuindo a tensão — nunca aumentando. No exemplo, Maria pode chorar e dizer à mãe que está pronta para aceitar a morte do cão.
    • Histórias tristes não precisam ter finais tristes. Porém, se você der uma guinada repentina nos eventos que acometem os personagens, pode dar uma sensação de inverossimilhança à narrativa. Caso queira mesmo escolher um final feliz, desenvolva-o aos poucos. No exemplo, não diga que o cachorro sobreviveu à doença; isso não é nada realista. Em vez disso, você pode, por exemplo, avançar a história em alguns meses e mostrar que, embora sinta falta do bicho, Maria está superando a perda e até adotou um cachorrinho novo.
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Deixando a história ainda mais triste

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  1. Esta é uma das ciladas de histórias tristes. Não faça seus leitores se sentirem forçados a simpatizar com os personagens. Evite fazer descrições muito trágicas ou diálogos emotivos demais, ou pode acabar perdendo a mão.
    • Às vezes, é difícil notar situações melodramáticas, principalmente quando se está muito próximo da história. No primeiro esboço, talvez você fique um pouco afobado para registrar tudo o que tem em mente — então não tenha medo de substituir tudo depois. Ainda assim, quando fizer uma revisão, seja bem rígido e específico.
    • Corte as partes das descrições ou dos diálogos que não sejam indispensáveis. Geralmente, quando se trata de uma história triste, menos é mais. Caso descreva a morte do cachorro da Maria, por exemplo, só o faça em uma ou duas frases, para que o público sinta o momento por conta própria e não seja forçado a adotar determinada perspectiva. [7]
    • Pense também na perspectiva geral do público. No mundo de hoje, histórias tristes são comuns demais, e as pessoas acabam não se importando com as tragédias que são genéricas. Na vida real, por exemplo, é muito comum ouvir falar de mortes e doenças nos telejornais. Evite ser melodramático fazendo uma introspecção sobre as emoções de personagens específicos: sim, perder um animal de estimação é triste, mas por que a Maria está infeliz especificamente ? Que tipo de tristeza ela sente? [8]
  2. As pessoas não gostam de obras que são trágicas sem motivo aparente. Todos curtem ler histórias de qualidade, com humor, bons diálogos e personagens humanos e propensos a mudar. Coloque esses traços em primeiro lugar e só depois pensar nos eventos que os cercam.
    • Mergulhe na cabeça dos personagens. Crie histórias e passados que não tenham a ver com os eventos trágicos que eles estão vivendo. Dê a eles traços críveis de personalidade, hobbies e interesses etc., para que eles não sejam definidos somente pelos traumas.
    • Torne a tragédia algo orgânico na história. Não "mate" a mãe da protagonista de repente, por mais que tenha mostrado sinais de doença antes, ou vai parecer uma estratégia barata para criar compaixão por Maria. Se quiser matar alguém, dê alguns sinais de antemão. Mostre-a, por exemplo, nervosa porque tem uma consulta médica.
  3. Histórias trágicas demais podem incomodar os leitores e, por isso, muitas tramas tristes também têm partes mais leves. Por exemplo: o romance A culpa é das estrelas , de John Green, inclui bastante humor em meio ao drama, enquanto o filme Flores de aço é conhecido por conseguir misturar risos e lágrimas. Inspire-se nesses exemplos.
  4. Conforme revisa a história, você pode ficar tentado a deixá-la mais triste. Passe um pente fino pelo texto e tente encontrar maneiras de deixá-lo mais emotivo. Para isso, você pode, dentre outras coisas, relembrar épocas mais felizes do passado.
    • O que torna momentos tristes tão incômodos é a maneira com que eles contratam com épocas mais contentes, o que pode tocar o coração de qualquer um. [9]
    • Quando for descrever uma cena triste, fale um pouco sobre um momento mais feliz da história. Por exemplo: cite uma cena anterior, na qual o cachorro da Maria fez um barulho engraçado, que parecia "Olá", e provocou risadas na garota e sua mãe. Depois, quando o animal estiver à beira da morte, ele pode tornar a fazer esse barulho, mas dessa vez com um toque de tristeza. [10]
  5. Reexamine as qualidades deles. As pessoas vão ficar mais tocadas se os personagens tiverem um impacto positivo nos outros. Para isso, quando alguém for morrer na história, por exemplo, escreva algumas frases elogiando o impacto que esse indivíduo gerou. No exemplo, diga algo como "Bob abanou a cauda ao ver Maria, sem deixar de ser o companheiro leal de sempre". [11]
  6. Essa é uma ótima maneira de deixar a história mais triste e aumentar o impacto emocional nos leitores. [12]
    • No exemplo, dá para criar um paralelo bem claro entre a morte do cachorro e a morte do pai da Maria. Ela pode ficar triste porque não conseguiu evitar o inevitável — mais uma vez. Assim, os leitores vão ficar tocados pela personagem e pelo que ela viveu.
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