Eu Sou Emo?

Em 1984, Guy Picciotto formou a banda Rites of Spring e introduziu um novo estilo, com ritmos hardcore e letras bastante pessoais, na cena musical. Chamado de “punk rock poético”, foi logo rotulado de “emotional”, ou seja, com as emoções à flor da pele, cunhando o termo “emo”. A cena emo cresceu e, no início dos anos 2000, se tornou uma estética e uma subcultura musical. Virou “mainstream” ter franjas longas jogadas para o lado, jeans rasgadas e camisetas justas de bandas enquanto ouve música hardcore com letras cheias de sentimento.

Com o passar dos anos, esse modo de vida ousado foi confundido com estéticas parecidas. A subcultura emo possui seu próprio som, estilo e atitude, mas sofreu grande influência dos movimentos góticos e punk.

A subcultura gótica se tornou mais convencional nas décadas de 60 e 70, precedendo o movimento emo. Um gótico moderno se veste com renda ou meia arrastão, de preto, couro e se adorna com metais, tachinhas e acessórios religiosos (ou antirreligião). Ainda que tenham estilos semelhantes na hora de se expressar, os emos e os góticos veem a morte de forma totalmente distinta. É verdade que as duas subculturas são fascinadas pela ideia da morte, mas os góticos exaltam a beleza e o elemento supernatural dela, enquanto os emos destacam sua inevitabilidade.

Já a subcultura punk se destacou mais ou menos na mesma época que a gótica, no final dos anos 70. Os ideais dela se baseiam em movimentos da juventude no Pós-Segunda Guerra Mundial, focando em conceitos como o antigoverno, a liberdade individual e valores não conformistas. Ainda que as ideias dos emos sejam similares, o estilo é bem diferente do punk, cujos integrantes usam jeans baggy, jaquetas de couro e tênis All Star, enquanto os emos apreciam roupas mais justas e de tons mais escuros.

Desde que se tornaram conhecidas, as culturas emo, gótica e punk ganharam muito espaço na música e na cultura pop, mas a estética permanece fiel às raízes.