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O HIV (vírus da imunodeficiência humana) é uma infecção séria e sem cura, que, quando não tratada, pode levar à aids (síndrome da imunodeficiência humana adquirida). Como as formas de transmissão desse vírus são cercadas de mitos e mentiras, não se pode confiar em qualquer fonte de informações. Sendo assim, você deve estudar o assunto a fundo antes de sequer pensar em ter contato com objetos ou pessoas infectadas. Leia este artigo e sane todas as suas dúvidas!

Parte 1
Parte 1 de 4:

Entendendo a transmissão do HIV

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  1. Uma pessoa soropositiva (ou seja, que tem HIV) não transmite o vírus ao espirrar ou cumprimentar os outros com um aperto de mão, como acontece com o resfriado comum. Essa transmissão só ocorre quando há contato com um dos seguintes fluidos corporais: [1]
    • Sangue.
    • Sêmen e líquido pré-ejaculatório.
    • Fluidos retais (encontrados no ânus).
    • Fluidos vaginais.
    • Leite materno.
    • Saliva (contém uma quantidade microscópica do vírus, mas as enzimas salivares a desnaturam). [2]
  2. A forma mais segura de evitar o HIV é não ter qualquer contato com os fluidos corporais acima. Contudo, eles ainda podem causar a infecção quando as seguintes áreas do corpo se elas forem expostas: [3]
    • Reto.
    • Vagina.
    • Pênis.
    • Boca.
    • Cortes e feridas, sobretudo se houver sangramento.
  3. Muitas pessoas contraem HIV sem se dar conta de que têm o vírus. O jeito mais seguro de descobrir se é o seu caso é fazer um exame com coleta de saliva ou de sangue em postos de saúde, hospitais ou clínicas particulares, mas também há opções caseiras. [4] Faça esses testes toda vez que você tiver contato sexual com alguém novo. [5] Resultados "negativos" indicam que o vírus não está presente, enquanto os "positivos" indicam que ele está.
    • Qualquer postinho de saúde faz exames e testes de HIV e aids gratuitos.
    • Os resultados costumam sair em menos de uma hora, mas não são 100% confiáveis. Caso você prefira ter certeza, peça para o profissional de saúde no posto, hospital ou clínica enviar a coleta a um laboratório ou faça um novo exame. [6]
    • Mesmo se o resultado do exame sair negativo, pode ser que você tenha contraído o vírus recentemente. Tome todas as medidas de prevenção necessárias — como se o seu corpo tivesse HIV — por algo entre três e seis meses. Após esse período, repita o teste. [7] Cada teste tem uma "janela" própria e diferente.
  4. As seguintes atividades não geram riscos significativos de se contrair HIV:
    • Abraçar, apertar as mãos ou encostar em uma pessoa soropositiva.
    • Usar o mesmo chuveiro ou a mesma privada que uma pessoa soropositiva.
    • Beijar uma pessoa soropositiva — a menos que ela tenha algum corte ou ferida na boca. Mesmo assim, o risco é microscópico quando não há sangue visível. [8]
    • Uma pessoa que não tem HIV nunca é capaz de "criar" e transmitir o vírus pelo sexo ou outras atividades, mas não é possível saber se qualquer indivíduo é 100% soronegativo (ou seja, não tem o HIV). Converse sobre os seus parceiros sexuais do passado, faça alguns exames e tente elaborar um plano de redução de riscos para você e a sua parceira (ou parceiro) atual.
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Parte 2
Parte 2 de 4:

Protegendo-se durante relações sexuais

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  1. Quanto menos parceiros sexuais você tiver, menores vão ser as suas chances de contrair HIV. Esse risco diminui ainda mais em pessoas que têm relações fechadas e monogâmicas, mas ainda assim é importante fazer exames periodicamente e se proteger. Sempre há a chance de alguém contrair o vírus sem querer por meio de relações extraconjugais.
  2. As seguintes atividades apresentam os menores riscos de transmissão do HIV, mesmo quando uma das pessoas envolvidas tem o vírus: [9]
    • Massagens eróticas.
    • Masturbação mútua (sem compartilhamento de fluidos).
    • Usar brinquedos sexuais (mas sem compartilhar). Além disso, coloque preservativos nesses objetos e os lave bem após cada uso.
    • Penetração vaginal ou anal com o dedo, desde que ele não esteja cortado. Os riscos são ainda menores se a pessoa usar luvas cirúrgicas e um lubrificante à base d’água.
  3. Fazer sexo oral em uma pessoa soropositiva gera altos riscos de infecção. Além disso, também pode acontecer de alguém contrair o vírus após receber sexo oral no pênis ou na vagina — embora seja mais raro. [10] Veja algumas precauções para evitar não só o HIV, mas outros vírus infecções:
    • Se você for fazer ou receber sexo oral em um pênis: use camisinha , de preferência de látex ou poliuretano. [11] Dá para comprar camisinhas com sabores para acentuar a experiência!
    • Se você for fazer ou receber sexo oral em uma vagina ou um ânus: use um dental dam . Se não tiver o acessório, abra uma camisinha sem lubrificante ou use um pedaço de látex natural.
    • Não deixe ninguém ejacular na sua boca.
    • Evite fazer ou receber sexo oral quando você estiver menstruada (mulheres).
    • Evite escovar os dentes ou usar o fio dental antes ou depois de fazer sexo oral, pois isso pode causar sangramento.
  4. O contato do pênis com a vagina apresenta um dos maiores riscos de transmissão de HIV entre as pessoas envolvidas, sobretudo a mulher. Portanto, recomenda-se que o homem use camisinha ou a mulher use uma camisinha feminina de látex — mas nunca os dois ao mesmo tempo. Além disso, é importante sempre ter um lubrificante à base d’água disponível para reduzir o atrito. [12]
    • O aro externo da camisinha feminina deve ficar em volta do pênis e fora da vagina o tempo todo. [13]
    • Tirar o pênis da vagina logo antes da ejaculação e usar outros métodos contraceptivos não são formas de se proteger contra o HIV.
    • É possível, mas não 100% comprovado, que pessoas que passaram pela cirurgia de redesignação sexual fiquem mais vulneráveis a contrair HIV. [14]
  5. O tecido do reto é muito sensível e se rasga facilmente durante relações sexuais. Sendo assim, o risco de transmissão de HIV por meio do contato do pênis com a região é extremamente alto para quem é penetrado. [15] Nesse caso, é mais recomendado praticar outros tipos de sexo (como os citados acima). Se você decidir insistir, use camisinhas de látex e bastante lubrificante à base d’água.
    • Camisinhas femininas provavelmente são eficazes durante o sexo anal, mas não há comprovação científica disso. Alguns pesquisadores recomendam que se remova o aro interno dela, enquanto outros não defendem essa prática. [16]
  6. Aprenda a colocar e tirar a camisinha (masculina ou feminina). E não se esqueça de apertar a ponta do preservativo masculino na hora de colocar e segurar pela base na hora de tirar. Por fim, siga estas dicas no momento da penetração: [17]
    • Nunca passe lubrificantes à base de óleo em camisinhas de látex ou poli-isopreno, pois eles acabam comprometendo a estrutura do material.
    • Respeite a data de validade das camisinhas.
    • Guarde as camisinhas em temperatura ambiente, não na sua carteira ou em outros lugares onde elas possam estragar.
    • Use camisinhas que se encaixem bem no pênis (nem muito apertadas, nem frouxas).
    • Não estique as camisinhas para ver se há rasgos.
  7. Algumas práticas aumentam o risco de transmissão de HIV independentemente do tipo de sexo que se faz. Fique atento aos seguintes fatores: [18]
    • Fazer sexo com penetração com muita força aumenta as chances de a camisinha estourar.
    • Evite usar espermicidas que contenham N-9 (nonoxinol-9). Esse composto pode irritar a vagina e aumentar as chances de a camisinha estourar.
    • Não lave a vagina ou o reto antes de ter relações sexuais. A força do jato da ducha pode irritar a área e até remover bactérias que ajudam a combater infecções. Se você tiver que limpar a região, no máximo passe um dedo com água e sabonete nela com cuidado.
  8. Qualquer pessoa corre mais riscos de tomar decisões questionáveis quando ingere substâncias que afetam as capacidades cognitivas. Portanto, só tenha relações sexuais quando você estiver sóbrio ou pelo menos se programe para se proteger na hora H.
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Parte 3
Parte 3 de 4:

Evitando o HIV em práticas não sexuais

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  1. Antes de injetar qualquer substância no seu corpo, descubra se a agulha que você vai usar estava guardada em um local limpo e não foi usada por mais ninguém. Nunca compartilhe chumaços de algodão, recipientes com água e outros equipamentos ligados ao uso de drogas com outras pessoas. É melhor comprar agulhas esterilizadas em alguma drogaria ou até pedir em um posto de saúde.
    • Não se preocupe: você provavelmente não vai precisar explicar por que precisa das agulhas.
  2. Pesquise bem antes de decidir furar a pele e colocar piercings ou fazer tatuagens. Descubra se o estúdio tem alvará de funcionamento e segue orientações de higienização e esterilização de equipamentos, bem como se seus profissionais são cuidadosos. Eles só devem usar agulhas novas — e, de preferência, abrir os pacotes delas na sua frente. Usar agulhas já abertas antes pode levar à transmissão do HIV.
  3. É impossível desinfetar qualquer agulha com 100% de segurança sem equipamentos especiais. Sempre há o risco de transmissão do HIV. Por isso, desinfete os acessórios com água sanitária somente se você não tiver outra opção (ou não conseguir se controlar). Veja só: [19]
    • Preencha a seringa com água de garrafa ou da torneira e a chacoalhe bem. Depois de 30 segundos, pressione o êmbolo para expelir todo o líquido.
    • Repita esse processo várias vezes até não ver mais rastros de sangue.
    • Preencha a seringa com água sanitária. Chacoalhe-a de novo, espere mais 30 segundos e retire todo o líquido.
    • Enxague a seringa com água.
  4. . Dependentes químicos ficam mais suscetíveis ao HIV. No caso deles, a única forma certeira de eliminar o risco de transmissão após a injeção de drogas é parar de usar essas substâncias. Peça ajuda aos seus amigos e familiares ou a um profissional da saúde se você não conseguir melhorar sozinho.
  5. Toda pessoa, seja ela saudável ou dependente química, deve ter cuidado ao manusear seringas usadas. Esses objetos pontiagudos podem ser contaminados até em hospitais e postos de saúde. Use luvas, máscara facial e mangas longas e manuseie os itens com uma pinça ou outra ferramenta do tipo. Depois, faça o devido descarte e termine desinfetando a pele, as mãos e as superfícies que tenham tido contato com o objeto ou o sangue contaminado.
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Parte 4
Parte 4 de 4:

Familiarizando-se com medicamentos e exames

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  1. Esse método, no qual é preciso tomar um comprimido todos os dias, reduz bastante os riscos de infecção pelo HIV — desde que seja usado corretamente. A PrEP é recomendada para pessoas que não têm o vírus, mas são expostas a parceiros soropositivos ou objetos contaminados com frequência. [20]
    • Consulte um médico a cada três meses quando você começar a fazer a PrEP para determinar se o seu corpo continua soronegativo e se há alguma sequela renal.
    • A PrEP não gera efeitos colaterais no feto, mas não há um consenso geral sobre o assunto. Mulheres que seguem o tratamento devem consultar a ginecologista se engravidarem.
    • A PrEP não protege o organismo de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), somente o HIV. Sendo assim, você precisa continuar se praticando sexo seguro. [21]
  2. Vá a um posto de saúde ou hospital imediatamente se você achar que foi exposto ao HIV. O seu corpo vai ter muito mais chances de combater a infecção se tomar os medicamentos da PEP o quanto antes, no máximo 72 horas depois do ocorrido. [22] Nesse caso, você vai precisar tomar os remédios (geralmente, dois ou três) por um período de 28 dias, sempre seguindo as orientações dos profissionais de saúde.
    • Como a PEP não é um método de proteção 100% eficaz, você ainda deve fazer o exame do HIV uma vez após tomar os medicamentos e outra três meses depois. Além disso, diga aos seus parceiros que você pode estar infectado enquanto não tiver certeza do resultado.
    • Faça a PrEP, não a PEP, se você se expõe ao HIV com frequência.
  3. Pessoas soropositivas que tomam medicamentos antirretrovirais conseguem controlar seus níveis de infecção. Algumas delas até veem esse tipo de tratamento contínuo como algo essencial para evitar a transmissão do vírus aos seus parceiros. Por outro lado, pesquisadores e profissionais da saúde têm opiniões divergentes em relação à eficácia desse método. Alguns estudos apontam que as pessoas que usam o "tratamento como prevenção" (TcP) acabam deixando de se proteger de outras formas, como com a camisinha. [23] Ou seja: o TcP até reduz o risco de transmissão, mas não o elimina de vez — e ainda é preciso tomar outras medidas e fazer exames periódicos.
  4. Uma pessoa infectada pelo HIV precisa fazer exames periódicos para determinar a sua "carga viral", ou seja, a concentração do vírus nos seus fluidos corporais. Os soropositivos que recebem tratamento contínuo podem ter as chamadas "cargas virais indetectáveis", mas é importante entender que eles ainda portam HIV e podem transmitir aos seus parceiros. Algumas pesquisas apontam resultados promissores em relação à redução da taxa dessa transmissão, mas ainda não há um consenso geral. [24] [25] Por fim, há pessoas que têm cargas virais indetectáveis no sangue, mas detectáveis (e elevadas) no sêmen e em outros fluidos.
  5. Todas as dicas deste artigo apenas mitigam os riscos de transmissão do HIV. Não existe nenhuma forma de ter relações sexuais ou usar drogas que seja 100% segura. Acidentes acontecem, até com quem se protege. Por isso, faça exames de saúde em intervalos de três a seis meses. [26] Se fizer qualquer coisa que aumente o risco de contrair o vírus, como ter relações sexuais sem camisinha ou compartilhar agulhas com alguém, vá ao pronto socorro o quanto antes para determinar a melhor forma de proceder.
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Dicas

  • Preste atenção ao seu corpo e não tenha contato sexual com qualquer pessoa quando você tiver cortes na boca, nas mãos ou na região genital.
  • Faça exames de saúde periódicos para detectar outras possíveis infecções sexualmente transmissíveis se você tem relações sexuais sem camisinha com frequência. Por sorte, existem diversas outras doenças têm vacina, como hepatite A e B e o papilomavírus humano (HPV).
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Avisos

  • É possível transmitir o HIV e mais infecções a outros parceiros mesmo quando se tem um nível de tolerância a riscos confortável. Sempre discuta o assunto com as pessoas com quem você fizer sexo e não faça nada sem o consentimento delas.
  • Mais uma vez: não existe nenhuma forma de ter relações sexuais ou usar drogas que seja 100% segura. O importante é que você leve os riscos em consideração e decida qual é o seu nível de tolerância a eles.
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