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Falar sobre mudanças climáticas com a família e os amigos é um passo importante e necessário para garantir a segurança do planeta e de todos que vivem nele. Contudo, como pode ser complicado tocar no assunto em certas circunstâncias, criamos este artigo para reunir estratégias de especialistas que ajudarão você a explorar o tema com mais confiança. Leia o guia abaixo e conheça ferramentas, recursos e dicas para informar e até capacitar os outros em relação a esta pauta tão fundamental!

Explicando as Mudanças Climáticas a Amigos e Familiares

  1. Faça perguntas abertas ao seu amigo ou familiar para se familiarizar com o ponto de vista dele sobre o assunto.
  2. Compartilhe fatos e histórias reais sobre a crise climática global.
  3. Associe as mudanças climáticas a algum assunto de interesse da pessoa.
  4. Conte um exemplo de como a crise climática afetou ou afeta sua vida.
  5. Apresente uma solução ou ação que a pessoa poderia colocar em prática para ajudar no combate às mudanças climáticas.
Método 1
Método 1 de 3:

Falando sobre mudanças climáticas

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  1. Não existe uma “hora ideal” para falar com um amigo ou familiar sobre mudanças climáticas, mas isso não torna o assunto menos importante ou urgente. Se possível, comece a conversa em um momento em que todos pareçam tranquilos e relaxados. Vai ser difícil ter um diálogo produtivo caso alguém esteja estressado, irritado ou cansado por qualquer motivo.
    • Se a pessoa ficar na defensiva (ou agressiva) pelo simples fato de você tocar no assunto, é melhor deixar a conversa para depois.
    • Por outro lado, não abandone a conversa de repente. Da próxima vez, pergunte ao seu amigo ou familiar quando ele vai ter um tempo para falar sobre um tema tão importante.
  2. Faça o possível para mostrar esperança e otimismo, não medo das possíveis consequências negativas. Afinal, muitas pessoas tendem a “congelar” e hesitar para tomar qualquer atitude diante de situações que causem tensão. Destaque as ações positivas que podem ser realizadas no combate às mudanças climáticas, bem como os inúmeros ativistas que estão lutando pela causa mundo afora. [1]
    • Por exemplo: você pode mencionar que 6 milhões de pessoas participaram da greve global das escolas pelo clima em 2019, mostrando quantos estão dispostos a ajudar no combate à crise. [2]
  3. Aproveite da relação de proximidade que você já tem com a pessoa, seja ela de amizade ou amorosa. Mostre seu lado vulnerável explicando como as mudanças climáticas afetaram e continuam afetando sua vida, assim como seus temores em relação ao futuro. Se possível, traga exemplos e histórias reais para gerar ainda mais conexão com o tema. [3]
    • Por exemplo: você pode falar algo como “Fico preocupado com o futuro. Não sei se quero ter filhos em um planeta que pode não ser seguro para eles viverem, o que é triste e dá medo. É por isso que considero tão importante fazer alguma coisa a respeito.”
    • Ou conte uma história do tipo “Conheço muitas pessoas que já perderam tudo em enchentes e outros desastres. Vi de perto a dor e o sofrimento delas, e não quero que isso aconteça com nossa família e a de ninguém.”
    • Essa pessoa provavelmente se importa com o seu bem-estar. Se você mostrar disposição a se abrir e explicar a importância do assunto na sua vida, talvez ela fique mais motivada a mudar de comportamento e mentalidade.
  4. Tente relacionar os impactos das mudanças climáticas aos interesses, valores e visões políticas do seu amigo ou familiar. Por exemplo: se ele gosta de ir à praia, você pode usar o argumento de que 2,1 milhões de brasileiros serão afetados por enchentes anuais em regiões costeiras dentro dos próximos 80 anos. [4]
    • Outra opção é pedir para pessoas de idade mais avançada refletirem sobre o tipo de mundo que elas pretendem deixar aos filhos e netos.
    • Por exemplo: caso você esteja conversando com seus pais, pergunte se eles gostariam que os netos vivessem em um mundo sem acesso à água potável — o que corre o risco de acontecer em poucos anos se nenhuma medida drástica for tomada contra as mudanças climáticas. [5]
    • Você pode ainda recorrer à justiça climática e associar as mudanças no meio ambiente a problemas sociais que sejam do interesse da pessoa.
    • Populações diferentes sentem os efeitos das mudanças climáticas de formas desproporcionais. É o caso de habitantes de países subdesenvolvidos, pessoas em situação de rua ou outros grupos vulneráveis ou marginalizados. [6]
    • Se seu amigo ou familiar considera importante combater questões como racismo e pobreza, explique a ele como populações minoritárias estão expostas a mais riscos devido às mudanças climáticas.
  5. Pense em perguntas abertas, como “Por que você pensa assim?”, “Como podemos mudar a situação?” ou “Para você, qual é a melhor solução possível?”. Além disso, use sua linguagem corporal para mostrar que você está escutando ativamente : acene com a cabeça, faça contato visual e vire seu corpo na direção da pessoa. [7]
    • Evite persuadir a pessoa a concordar seu ponto de vista para tentar “vencer” a conversa.
    • É muito mais produtivo dar a ela a chance de refletir e explorar o assunto sem se sentir julgada ou intimidada.
    • Ainda que você discorde do seu amigo ou familiar, tenha respeito ao perguntar as opiniões dele. Dessa forma, ele tem mais chances de refletir sobre a própria perspectiva — e se abrir à possibilidade de mudar.
    • E mais: você vai ajudá-lo a se sentir ouvido e respeitado em um diálogo saudável.
  6. Busque pontos de vista em comum entre você e seu amigo ou familiar. Mesmo que vocês concordem apenas em uma pequena parte do assunto, esse meio-termo pode ser suficiente para transformar uma possível discussão em uma conversa saudável e produtiva. [8] Mesmo que vocês concordem apenas em uma pequena parte do assunto, esse meio-termo pode ser suficiente para transformar uma possível discussão em uma conversa saudável e produtiva.
    • Quando você encontrar o meio-termo com a pessoa, continue retomando esse ponto ao longo de toda a conversa. Isso é ainda mais importante nos momentos em que surgirem alguma discordância.
    • Por exemplo: você pode comentar sobre a vontade de deixar um planeta melhor para seus filhos e netos, explicando que é por isso que prefere andar de bicicleta ou usar o transporte público.
    • Caso a pessoa resista à sua sugestão de usar o transporte público para reduzir as emissões de carbono de carros e outros veículos, associe essa ideia ao bem-estar das gerações futuras.
    • Use frases como “Lembra que você disse que queria deixar um planeta limpo para seus netos? Andar de metrô é um pouco inconveniente para nós, mas pode criar um mundo mais habitável para eles.”
  7. Prepare alguns fatos e estatísticas incontestáveis sobre as mudanças climáticas antes de começar a conversa. Muitas pessoas que negam ou ignoram o problema climático estão (ou melhor, são) desinformadas — e talvez só tenham contato com informações que corroboram suas crenças atuais. Oferecer fatos comprovados seria bastante positivo em um contexto assim. [9]
  8. Não use abreviações ou termos complexos ao falar sobre mudanças climáticas com seu amigo ou familiar. Opte por sinônimos ou palavras mais simples para abordar a mesma ideia ou definição que você quer expressar. Caso seja necessário incorporar alguns vocábulos mais técnicos à conversa, ao menos explique-os sem parecer arrogante ou prepotente. [11]
    • Por mais que você tenha um bom entendimento de questões ambientais e da complexidade dos conceitos ligados a elas, é bem possível que seu amigo ou familiar não entenda.
    • Mesmo que termos como “biodiversidade”, “combustíveis fósseis” e “pegada de carbono” façam parte do seu vocabulário, pode ser que eles até alienem algumas pessoas.
  9. Embora seja importante falar de como as mudanças climáticas ameaçam o planeta, também é essencial oferecer soluções para que a conversa não se transforme em uma lamentação sobre os riscos da crise para o futuro (o que poderia alienar seu amigo ou familiar). Pense em possíveis ações e estratégias que tenham a ver com os valores e preocupações da pessoa. [12]
    • Por exemplo: por um lado, ir para o trabalho de bicicleta pode parecer inconveniente para alguns; por outro, traz benefícios como cortar gastos, poupar tempo e até contar como a atividade física do dia. Além do mais, esse hábito ajudaria a reduzir as emissões de gases do efeito estufa de carros e outros veículos motorizados. [13]
    • Caso seu amigo ou familiar goste de fazer trabalho voluntário e ajudar a comunidade, pense em soluções locais como criar uma horta compartilhada ou organizar campanhas de doação de roupas para incentivar hábitos sustentáveis: reciclagem, reutilização, preservação de alimentos e outros (que também reduzem as emissões).
    • Lembre-se de manter um tom positivo durante a conversa (onde for possível, claro). Seu objetivo aqui é inspirar seus amigos e familiares e dar a eles a confiança necessária para o combate à crise climática , não assustar ninguém.
  10. Incentive seus amigos e familiares a considerar soluções e mudanças de comportamento que tenham impacto de verdade. Por exemplo: eles podem adotar uma alimentação à base de plantas ( vegetariana , vegana etc.) ou se tornar ativistas climáticos.
    • Tente ainda realçar o quanto mudanças sistemáticas são indispensáveis no combate à crise climática.
    • O impacto negativo gerado por empresas, governos e outros agentes públicos e privados é maior do que o de pessoas individuais. [14]
    • Por consequência, essas grandes entidades detêm uma maior responsabilidade em termos de ações e abordagens contra as mudanças climáticas.
    • É claro que cada um de nós também tem uma responsabilidade própria por contribuir com a crise em nível individual, mas saber isso pode fazer seu amigo ou familiar a se sentir menos culpado — e até reconhecer a importância de soluções impactantes, como mudanças em políticas e questões jurídicas.
    • No setor energético brasileiro, a maioria das emissões vem dos transportes. Apesar de ainda ser útil incentivar a população a trocar veículos individuais pelo transporte público, o impacto real só será visto quando houver uma mudança estrutural. Afinal, as pessoas vão utilizar ônibus, metrôs e afins somente quando eles oferecerem uma estrutura adequada, alta disponibilidade e até incentivos. É por isso que é importante pressionar as autoridades para que elas cobrem medidas de empresas que não cuidam do meio ambiente como deveriam. [15] É por isso que é importante pressionar as autoridades para que elas cobrem medidas de empresas que não cuidam do meio ambiente como deveriam.
  11. Fale com seu amigo ou familiar sobre hábitos e comportamentos que você adotou para ajudar o planeta. Compartilhar essas experiências pessoais é uma forma de mostrar que é possível (e mais que factível) seguir um estilo de vida sustentável. Quem sabe a pessoa não se sente inspirada?! [16]
    • Até pequenas experiências contam, como tomar banhos mais rápidos para poupar água limpa e energia. [17]
    • Por exemplo: diga que você coloca uma música de 5 minutos para tocar antes de entrar no banho... E que termina antes que ela chegue ao fim.
    • Cite também as dificuldades que você enfrentou quando começou a implementar essas mudanças, além do que fez para superar cada uma.
    • Muito mais que explicar o impacto positivo de certas mudanças na sua vida, você também pode aliviar medos e inseguranças que seu amigo ou familiar tenha sobre adotar um estilo mais saudável no próprio dia a dia.
  12. Seu amigo ou familiar provavelmente não vai mudar todo o próprio sistema de crenças e estilo de vida após uma única conversa com você. E tudo bem! Encerre o diálogo com um tom de respeito e agradeça por ele ter ouvido sua perspectiva e histórias. Deixe claro que está disposto a conversar sempre que ele quiser retomar o assunto ou tiver dúvidas.
    • Acredite: discutir o assunto com seu amigo ou familiar foi um passo pequeno, mas extremamente importante. A partir de agora, todas as suas conversas sobre o tema serão mais fáceis — afinal, vocês já conhecem a visão um do outro.
    • No tempo que passar entre esta conversa e a próxima, pode ser que seu amigo ou familiar comece a refletir de verdade sobre as mudanças climáticas. E talvez até passe a combater o problema!
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Método 2
Método 2 de 3:

Por que é importante falar sobre mudanças climáticas com a família e os amigos?

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  1. Quando você falar sobre mudanças climáticas com sua família e seus amigos, pode ser que eles fiquem mais preparados para tomar as medidas necessárias. Ao incentivar as pessoas a se informarem sobre a crise, você vai dobrar (ou até triplicar!) seu impacto ambiental no planeta. E não é só: também vai criar um espaço seguro para mais vozes refletirem sobre as mudanças climáticas e sentirem a confiança necessária para participar do movimento ambiental. [18]
    • É possível que você não se sinta à vontade para falar das suas visões com a família, como se estivesse tentando persuadi-la a pensar de determinada forma.
    • Por mais que essa sensação seja compreensível, lembre-se: você não está coagindo e nem forçando ninguém a fazer nada.
    • Ajudar as pessoas a entender a crise climática e o que cada um pode fazer é uma forma de criar um exemplo positivo, bem como gerar oportunidades para que os outros busquem mais informações e conhecimento por conta própria.
Método 3
Método 3 de 3:

Fatos sobre as mudanças climáticas para você compartilhar

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  1. Mudanças climáticas podem acontecer em decorrência de fatores naturais, como erupções vulcânicas e alterações na energia emitida pelo Sol. No entanto, a atividade humana é a principal responsável por esse tipo de fenômeno desde o século XIX — principalmente devido à queima de combustíveis fósseis (como carvão, petróleo e gás) e ao desmatamento florestal. Esses fatores vêm provocando um aumento sem precedentes nas temperaturas do ar e do oceano. [19]
  2. Em termos de anos individuais, o recorde é de 2023 (segundo dados coletados até janeiro de 2024). [20] Em termos de anos individuais, o recorde é de 2023 (segundo dados coletados até janeiro de 2024). [21]
    • Lembre-se de que temperaturas extremamente geladas e atípicas também são indício de mudanças climáticas. O aquecimento do planeta afeta suas dinâmicas térmicas de modo geral, e um dos efeitos disso é a transferência de ar frio do Ártico a áreas mais habitadas. [22]
  3. Por cerca de 10 mil anos antes do início da Revolução Industrial, os níveis de CO2 na atmosfera eram constantes: ficavam em torno de 280 partes por milhão (ppm). De 2022 para cá, esse nível chegou a 420 ppm — o mais alto em 500 milhões de anos. [23]
  4. As mudanças climáticas estão acontecendo em um ritmo acelerado demais para animais, plantas e a vida humana se adaptarem bem. Isso quer dizer que alguns locais do planeta ficarão quentes a ponto de se tornarem inóspitos. Estima-se que, até 2070, mais de 3 bilhões de pessoas serão forçadas a viver em áreas com temperaturas insuportavelmente elevadas em decorrência da alta contínua nas emissões. [24]
    • Outra estimativa é que as temperaturas nessas áreas irão chegar ao nível do deserto do Saara.
    • A temperatura não é o único fator que pode tornar certas áreas inabitáveis ou arriscadas. Isso também vale para a poluição do ar, por exemplo.
    • A poluição de ar severa gera efeitos na saúde semelhantes aos do consumo de tabaco, como asma, câncer de pulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). [25]
  5. Restaurar florestas desmatadas, por exemplo, é uma estratégia plausível para criar novos postos de trabalho. Nessa esteira, as soluções climáticas podem abrir 3,7 vezes mais vagas do que a produção de petróleo e gás em dólares. [26] Nessa esteira, as soluções climáticas podem abrir 3,7 vezes mais vagas do que a produção de petróleo e gás em dólares. [27]
    • Na contramão desse dado, o excesso de calor devido às mudanças climáticas gerou uma perda de 302,4 bilhões de horas de trabalho somente em 2019. Isso representa um aumento significativo em comparação ao ano 2000, quando a perda correspondeu a 199 bilhões de horas. [28]
  6. Não é tarde demais para ajudar no combate à crise climática e proteger a saúde do planeta. Se as emissões fossem zeradas imediatamente, o aquecimento global causado pela ação humana atingiria um platô em poucos anos — e, depois, se reverteria de forma gradual. No entanto, caso a temperatura suba 1,5 °C em comparação à era pré-Revolução Industrial (e, no momento, estamos 1,2 °C acima dela), poderíamos chegar a um estágio de aquecimento descontrolado, marcado por descompassos em sistemas de circulação oceânicos importantes e pelo colapso de sistemas de recifes de corais tropicais. Por consequência, isso geraria impactos abruptos, irreversíveis e perigosos para a humanidade. [29]
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Dicas

  • Falar com seus amigos e familiares sobre mudanças climáticas pode ser complicado, mas não tenha medo de tentar. Quem sabe você não consegue entender melhor o que e como as pessoas pensam sobre o assunto?
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