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Muitas cidades são repletas de gatos de rua, e estima-se que existam pelo menos 30 milhões de animais domésticos abandonados no Brasil, segundo dados do começo da década. [1] [2] Muitos municípios são incapazes de agir por falta de tempo, dinheiro e interesse. Existem Centros de Zoonoses e abrigos não governamentais, mas essas iniciativas raramente dão conta do trabalho. Como existem muitos animais em situação de risco nas ruas, seja por acidentes, seja por doenças ou por desnutrição, é normal querer ajudar um bichinho não domesticado por conta própria. O processo é levemente complicado e demorado, portanto, tenha paciência. Ainda assim, não desista, e faça uma boa ação. Vamos lá?

Método 1
Método 1 de 2:

Atraindo o gato

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  1. O gato de rua é um animal que já teve um lar, mas hoje vive em condição de rua; o gato selvagem, por outro lado, é um animal que nasceu nas ruas e não é adaptado ao convívio com humanos, sendo bastante arisco. [3]
    • Você provavelmente conseguirá atrair e fazer amizade com um gato de rua, mas provavelmente não conseguirá acostumar um gato selvagem à sua presença.
    • Se há um gato de rua ou selvagem perto da sua casa, capturá-lo e levá-lo para um veterinário para ser vacinado e castrado é um dever civil. Um gato selvagem castrado pode ser solto na natureza, caso não encontre um abrigo ou um lar para ele — o que é bem difícil, dada a falta de socialização do animal —, e você terá a satisfação de saber que ele não poderá se reproduzir e contribuir para o aumento da população de animais selvagens. [4]
  2. Os gatos de rua são imprevisíveis, portanto, você precisará praticar algumas medidas de segurança enquanto tenta conquistá-lo. Uma mordida pode acabar infeccionando, portanto, use mangas compridas e calças ao interagir com o bichano. [5]
    • Outra preocupação é a raiva, já que é impossível saber o status de vacinação do gato. Tenha sempre cautela e bom-senso: se o animal começar a rosnar, parecer doente (com corrimentos oculares e nasais, feridas, tosses, respiração ofegante) ou agir de forma estranha, não tente interagir com ele. [6] Ligue para o centro de zoonoses da sua cidade e volte para casa.
  3. Caso ele aparente ser saudável e não esteja na defensiva, comece a se aproximar. Encontre um local que o gato costuma ficar e aguarde por perto, até ele aparecer.
    • Sente-se ou deite-se, se puder, ou fique agachado. Assim, o gato vai vê-lo como uma pessoa menos intimidadora. Fique por perto por um tempo para que o bichano entenda que você não vai o machucar.
    • Fique a pelo menos três metros de distância do gato para não intimidá-lo.
  4. Atraia o bichano com uma comida própria para gatos bem cheirosa, como uma ração úmida ou uma lata de atum. A ideia é que ele associe a sua presença com algo bom, nesse caso, um almoço grátis. [7]
    • Você só precisará da comida cheirosa no primeiro dia. Depois, basta servir ração seca para que o gato continue voltando todos os dias.
  5. Todos os dias, quando o gato vier comer, a ração deve estar cerca de 30 cm mais próxima de você. Segure a ração nas mãos um pouco, para que elas fiquem com o seu cheiro — isso não vai ser suficiente para impedi-lo de comer, mas pode fazer com que o gato o associe com a comida, o que é bom. Depois de um tempo, estique a mão e deixe o bichano cheirar.
    • Se o gato começar a rosnar ou mover as orelhas para trás, afaste-se calma e lentamente. [8]
  6. O gato vai, uma hora, se aproximar e cheirar a sua mão. Continue o alimentando e sentando perto dele em silêncio por alguns dias. Logo você conquistará a confiança dele, a ponto de que ele chegue até você para comer e ganhar carinho. Isso, obviamente, não vai acontecer da noite para o dia. Tenha paciência.
    DICA DE ESPECIALISTA

    Pippa Elliott, MRCVS

    Veterinária
    A Dra. Elliott é uma veterinária com mais de 30 anos de experiência. Formou-se na University of Glasgow em 1987 e trabalhou como cirurgiã veterinária por 7 anos. Depois disso, a Dra. Elliott trabalhou como veterinária em uma clínica por mais de uma década.
    Pippa Elliott, MRCVS
    Veterinária

    Pippa Elliott, veterinária, sugere: "Apesar de você querer ser amigo dele, ficar encarando o gato pode passar a impressão errada. O animal pode entender isso como um sinal de agressividade. Na hora de conquistar um gato, menos é mais . Sente de lado, em silêncio, e ignore o bichano. Deixe que ele se aproxime. O máximo que você pode fazer é tornar-se mais atraente cercando-se de petiscos no chão."

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Método 2
Método 2 de 2:

Cuidando de um gato de rua

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  1. Pergunte pela vizinhança se alguém perdeu um gato. Esses bichanos costumam sair de casa escondidos e se perderem, portanto, ligue para clínicas veterinárias e pet shops da região para ver se alguém está procurando pelo animal. Tirar uma foto dele e divulgá-la na internet também é uma boa forma de encontrar o lar do bichinho.
    • Se o gato for selvagem, ele provavelmente nunca teve um dono e não há ninguém procurando por ele.
  2. Quando conseguir se aproximar e acariciar o bichano, marque uma consulta com um veterinário para ver se está tudo bem e programar a castração dele. Se a grana estiver apertada, procure por uma ONG para ajudá-lo ou faça uma vaquinha na internet. [9]
    • O profissional vai colher sangue do gato para fazer exames e ver se está tudo em ordem. Caso o bichano seja diagnosticado com o vírus da leucemia felina, ele precisará viver isolado de outros gatos pelo resto da vida ou ser sacrificado, caso o quadro seja grave. Caso o exame não aponte nada, deve ser feito um exame de fezes para determinar se ele tem parasitas intestinais e medicá-lo.
    • O veterinário também vai procurar por pulgas e carrapatos para tratar se necessário. Vacinas (para raiva, cinomose e leucemia felina, entre outras) serão aplicadas e o procedimento de castração será feito. Se possível, recomendamos também a instalação de um microchip de identificação.
  3. Agora você tem um animal saudável e castrado para levar para casa. Seu trabalho será recompensado pela nova vida do bichinho, com um lar feliz e longe das ruas. Adote-o ou encontre uma casa para ele.. [10]
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Dicas

  • Se acabar adotando o gato, compre brinquedos para ele. Um arranhador, um novelo de lã e alguns brinquedos de borracha são ótimas opções para manter o bichano ocupado quando você não puder brincar com ele. [11]
  • Se o gato parece bem-alimentado e com boa aparência, veja se ele já não tem um dono.
  • Se o animal parece ter muito medo de você, deixe-o em paz. Uma boa ideia é não se aproximar, mas deixar comida visível para ele. Com o tempo, talvez o bichano se aproxime por conta própria.
  • Se o gatinho piscar lentamente para você, imite-o. Esse é um sinal de amor e carinho, que normalmente significa que o gato o aceitou como dono. Por outro lado, se ele o encarar sem piscar, afaste-se e evite o contato visual, pois ele está tentando falar para ir embora.
  • Se o gato for filhote, talvez haja uma ninhada e uma mamãe por perto. Fique atento e não o tire da mãe. Se possível, resgate todos com a ajuda de um veterinário ou de uma ONG!
  • Dê petiscos. Atraia o gato para perto de você usando petiscos e brinquedos. Se ele ficar interessado, brinque um pouco com o gato e veja se o animal se abre mais para você.
  • Se adotar um gatinho de rua, castre-o. [12] Isso tornará o animal mais leal e afetivo, além de evitar uma prenhez indesejada.
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Avisos

  • Evite postar sobre o gato na internet. O dono dele pode identificá-lo, mas essa também pode ser uma forma de pessoas má intencionadas alegarem ser donas dele. Muitas pessoas ficam à procura de gatos para usar em ringues clandestinos de brigas de cães e para outros fins escusos. Se quiser mesmo colocar um anúncio na internet, não poste uma foto e nem descreva o animal. O dono dele é quem deve descrevê-lo para você.
  • Lembre-se: só adote um gato se estiver disposto a cuidar dele por toda a vida. Se não acha que é possível, é melhor procurar um outro lar para ele. Não o leve para um abrigo, pois esses estabelecimentos vivem abarrotados de animais e dificilmente podem receber mais um. Uma boa ideia é arranjar um lar temporário para o bichano, enquanto procura um lar definitivo com a ajuda de amigos, familiares de ONGs.
  • Lembre-se de sempre lavar bem as mãos após tocar no gato, a menos que já o tenha levado para fazer exames no veterinário e o profissional tenha liberado o contato irrestrito.
  • Nunca corra na direção de nenhum gato, pois esse comportamento vai ser considerado agressivo e ele pode acabar tentando morder ou arranhar você.
  • Se o gato é agressivo, não tente se aproximar dele. Mesmo que consiga, ele ainda é um animal selvagem e é perigoso.
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