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O exame do toque retal é de suma importância para pessoas de qualquer gênero, já que ajuda a detectar anomalias no reto, no ânus e na próstata (no caso dos homens) — incluindo câncer, infecções e feridas. [1] X Fonte de pesquisa O ideal é passar por ele pelo menos uma vez por ano, como durante o check-up de rotina. Sendo assim, se for profissional da saúde e precisar executar o procedimento, leia o primeiro método deste artigo; se for um paciente em potencial tentando descobrir mais sobre o procedimento, leia o segundo.
Passos
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Explique o procedimento e veja se o paciente dá consentimento. Se você é profissional da saúde e vai fazer o exame do toque retal em alguém, o primeiro passo é explicar ao paciente todo o procedimento. Depois, ele deve dar o seu consentimento (se necessário, por escrito).
- Explique o procedimento dizendo algo como "Nesse exame, eu vou colocar uma luva e inserir um dedo no seu reto em busca de anomalias. Você pode sentir um pouco de pressão ou desconforto, mas tudo dura só um ou dois minutinhos". [2] X Fonte de pesquisa
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Higienize as mãos e coloque luvas. Antes de fazer qualquer tipo de exame físico, você precisa higienizar as mãos para não transferir bactérias, vírus ou parasitas ao paciente. O mais comum é usar água morna e sabonete, mas também vale a pena passar álcool em gel. Em seguida, seque bem a pele e calce um par de luvas médicas de nitrila ou sem látex.
- O exame de toque retal costuma ser feito por enfermeiros, clínicos gerais, ginecologistas ou proctologistas.
- A proctologia é o ramo da medicina que trabalha com o aparelho digestivo terminal, ou seja, o intestino grosso, o reto e o ânus.
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Tranquilize o paciente e peça para ele se deitar de lado. O toque retal pode ser uma experiência complicada não só para quem o recebe, mas também para quem o faz. Sendo assim, é muito importante que você tranquilize o paciente durante todo o procedimento. [3] X Fonte Confiável National Health Service (UK) Ir à fonte Depois de explicá-lo de forma geral, peça para a pessoa abaixar a calça e a roupa íntima e se deitar de lado (se possível, com o lado esquerdo apoiado na maca), dobrar os joelhos e colocar as mãos perto da barriga — ou seja, ficar quase em posição fetal. Na sequência, cubra-a com uma manta ou toalha e coloque uma almofada macia debaixo das nádegas.
- Também dá para fazer o exame com o paciente de pé. No geral, mulheres devem ficar deitadas, mas com os pés apoiados em estribos, enquanto fazem um exame pélvico. Homens, por sua vez, podem optar por ficar levantados caso estejam nervosos. De todo modo, deitar-se de lado costuma ser a opção mais relaxante.
- Muitas pessoas preferem fazer o exame com médicos ou enfermeiros do mesmo gênero: homens com homens, mulheres com mulheres etc. A escolha é sua.
- O paciente tem o direito de pedir para ser acompanhado por uma pessoa de confiança durante o exame.
- Se possível, feche as cortinas em volta do paciente para deixá-lo mais à vontade.
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Aplique um lubrificante morno no seu indicador. Tente esquentar o lubrificante de leve antes de passá-lo no seu indicador. Isso vai deixar o paciente muito mais confortável (ou melhor, menos desconfortável). Tenha cuidado, pois a pessoa pode contrair o esfíncter até se o lubrificante estiver em temperatura ambiente — o que dificultaria todo o exame. Lembre-se de que o seu objetivo é deixar a região relaxada ao máximo.
- Alguns profissionais aplicam anestesia na região para reduzir o desconforto durante o toque retal. Isto é muito comum, por exemplo, quando o esfíncter está muito contraído ou o enfermeiro ou médico tem dedos longos. [4] X Fonte Confiável National Health Service (UK) Ir à fonte
- Você pode comprar um aparelho para esquentar o lubrificante em qualquer loja de equipamentos médicos, mas dá para colocar a maioria desses produtos no micro-ondas por 20 ou 30 segundos.
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Insira o dedo no canal anal do paciente devagar. Depois de lubrificar o dedo com o gel morno, afaste as nádegas do paciente e insira o indicador com calma. Peça para a pessoa respirar fundo nesse momento, pois assim ela vai relaxar o esfíncter. [5] X Fonte de pesquisa Você também pode girar o pulso de um lado a outro e ver se isso facilita a introdução.
- Antes de inserir o dedo, veja se há alguma anomalia no ânus, como hemorroidas (vasos sanguíneos inchados), rugas, erupções cutâneas ou fissuras (rasgos no tecido). [6] X Fonte de pesquisa [7] X Fonte Confiável National Health Service (UK) Ir à fonte
- Depois de inserir o indicador no reto, peça para o paciente contrair o esfíncter para você sentir o tônus anal (a força).
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Veja se há qualquer anomalia. Depois de inserir o indicador no reto, mexa-o de leve e tente encontrar qualquer anomalia, como caroços, pontos duros ou macios ou fissuras. Gire o dedo em sentido horário e anti-horário para sentir toda a circunferência interna da área. Caso o paciente seja homem, sinta também a próstata pela parede do reto. Comece na parte dianteira da glândula, que tem dois lóbulos com uma espécie de falha no meio.
- Se a próstata do paciente estiver saudável, ela vai estar macia e não causar dor durante o contato. [8] X Fonte Confiável National Health Service (UK) Ir à fonte
- Se o paciente sentir dor quando você encostar na próstata, pode ser que haja algum tumor benigno, uma infecção ou até câncer.
- Diga ao paciente que é normal ele ter a sensação de que está urinando quando você apertar a próstata a partir do canal anal.
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Tire o dedo do reto e limpe a área quando você terminar. Depois do exame, tire o indicador do canal anal do paciente e veja se há sangue ou muco. Em seguida, limpe o lubrificante em volta do ânus, descarte a luva e higienize as mãos. Deixe que a pessoa termine de se limpar e se vestir sozinha.
- Na hora de tirar a luva, coloque o indicador da outra mão (que está limpo) por baixo do punho e puxe o material para cima, em direção à ponta dos seus dedos.
- O exame em si não deve causar sangramento. Se você notar sangue na luva, pode ser sinal de hemorroidas ou outro problema interno.
- Após o exame, pergunte ao paciente o que ele está sentindo — principalmente se estava nervoso antes. Além disso, peça para ele se sentar devagar para não ficar tonto ou fraco. Por último, coloque-o em observação por alguns minutos.
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Faça o exame do toque retal se você notar sangue nas suas fezes. Caso você note a presença de sangue nas suas fezes, seja na privada ou na hora de passar papel higiênico, marque uma consulta médica imediatamente. Se o médico achar que há algum problema no seu trato digestivo (sobretudo na área do intestino grosso), ele pode decidir fazer uma colonoscopia. [9] X Fonte de pesquisa Sangramentos são causados por uma série de fatores, como hemorroidas, fissuras anais ou mesmo rupturas em vasos sanguíneos que surgem quando a pessoa faz força demais na hora de defecar ou se limpar.
- O sangue pode ainda indicar problemas mais sérios, embora mais raros: câncer colorretal, síndrome do intestino irritável (como colite ulcerativa ou doença de Crohn) etc.
- Mesmo que o médico não encontre nada óbvio, o toque retal não descarta todos os possíveis problemas. Talvez você tenha que fazer outros tipos de exames, como uma colonoscopia ou um raio-X.
- Como o exame costuma ser rápido e não provocar dor, geralmente não é necessário administrar anestesia na região do ânus. [10] X Fonte de pesquisa
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Faça o exame do toque retal se você tiver dificuldade para urinar (homens). Outro bom motivo para fazer o toque retal é ver se há alguma anomalia na próstata, como pontos sensíveis. [11] X Fonte de pesquisa A próstata é uma glândula que tem o tamanho de uma noz e secreta fluidos durante a ejaculação — os quais, por sua vez, protegem os espermatozoides. Ela fica perto da bexiga e na frente do reto, o que explica por que dá para acessá-la durante o exame. Quando a região está inchada ou inflamada, ela pode causar dor e problemas para urinar.
- O toque retal em homens ajuda a descobrir o tamanho da próstata e detectar caroços, pontos sensíveis ou outras anomalias. Também é comum surgirem tumores benignos (que não são sérios), principalmente na população masculina mais velha. Por outro lado, o exame ajuda ainda a detectar a presença de tumores malignos — e, assim, otimizar as chances de recuperação. É por essas e outras que é tão importante fazer check-ups anuais.
- Se o médico achar que a sua próstata não está normal, ele provavelmente vai pedir um exame de sangue e dar uma olhada nos níveis de antígeno prostático específico (PSA, da sigla em inglês). Níveis muito altos podem indicar câncer de próstata.
- Você também pode fazer uma ultrassonografia transretal na próstata, que costuma ser acompanhada de uma biopsia glandular (coleta de amostra de tecido).
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Incorpore o exame do toque retal aos seus check-ups anuais. A maioria dos médicos recomenda que as pessoas façam o toque retal anualmente a partir dos 45 anos de idade, não importa o gênero. Homens podem fazê-lo com proctologistas, junto de outros exames da próstata, enquanto mulheres podem fazer tudo junto de exames ginecológicos.
- Se a sua família tem um histórico de câncer colorretal, consulte um médico para saber se você precisa fazer o toque retal e outros exames de forma precoce.
- No geral, homens fazem o toque retal de pé ou deitados em posição fetal. Fica mais fácil alcançar a próstata nessas posições.
- Mulheres podem fazer o toque retal junto com exames vaginais para detectar possíveis casos de câncer no útero ou nos ovários. [12] X Fonte de pesquisa
- Sangramento pelo reto e problemas para urinar não são os únicos motivos para fazer o toque retal. Consulte um médico se você notar mudanças na frequência com que defeca, sentir dor na virilha ou no abdômen ou produzir corrimento ou soltar sangue pela uretra.
Dicas
- Nenhum paciente precisa passar por qualquer preparação especial antes do toque retal, embora o exame seja mais confortável com o intestino vazio.
- O enfermeiro ou médico pode fazer um toque retal para coletar fezes e, em seguida, ver se há sinais de câncer colorretal.
- Tente defecar antes de fazer o toque retal, pois o estímulo no canal anal pode dar vontade de evacuar.
Referências
- ↑ http://www.cancer.net/navigating-cancer-care/diagnosing-cancer/tests-and-procedures/digital-rectal-exam-dre
- ↑ https://stanfordmedicine25.stanford.edu/the25/rectal.html
- ↑ http://www.nhs.uk/conditions/rectal-examination/pages/how-it-is-performed.aspx
- ↑ http://www.nhs.uk/conditions/rectal-examination/pages/how-it-is-performed.aspx
- ↑ https://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/007069.htm
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- ↑ http://www.nhs.uk/conditions/rectal-examination/pages/how-it-is-performed.aspx
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- ↑ https://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/007069.htm
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