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Independentemente de você ser um futuro pai ou um taxista desprevenido, pode ser que um dia alguém o chame para ajudar a fazer um parto sem ajuda profissional por perto. Não se preocupe — essa situação é mais comum do que você imagina. Basicamente, mantenha-se focado em ajudar a gestante a relaxar e deixar que o corpo dela faça o principal. Este artigo traz dicas sobre como garantir que tudo corra bem até que o atendimento médico esteja disponível.

Parte 1
Parte 1 de 5:

Preparativos para o parto

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  1. (SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ou o 193 (corpo de bombeiros). Assim, a assistência já fica a caminho mesmo que você tenha que fazer o parto sozinho. Dessa forma, você terá auxílio caso alguma complicação surja. Outra vantagem é que o atendente (normalmente acostumado com esse tipo de ocorrência) pode orientá-lo até que a equipe de resgate chegue ao local.
    • Pergunte à mulher se ela tem um médico ou parteira à disposição para fazer um atendimento de emergência. A pessoa pode orientá-lo pelo telefone ou celular durante todo o procedimento. [1]
  2. No primeiro estágio do parto, o corpo se prepara para dilatar o cérvix. Esse processo pode ser bem demorado, principalmente se esse é o primeiro bebê da mãe. [2] Se ela apresentar uma dilatação completa, é porque a mulher já está na segunda fase do parto. [3]
    • Para algumas mulheres, esse estágio não é tão dolorido e sofrido como as etapas seguintes.
    • Se a mulher tiver dilatado completamente e você puder ver a cabeça do bebê aparecendo, ela está na segunda fase. Lave as mãos, pule o passo seguinte e prepare-se para pegar a criança.
  3. Fique atento ao começo e o fim de cada uma para poder determinar o intervalo entre elas. Observe a duração também. Quanto mais o momento de dar à luz se aproxima, mais regulares e fortes se tornam os espasmos. Outro sinal é quando o intervalo entre um e outro diminui. [4] Listamos aqui o que você precisa saber sobre as contrações:
    • Se a diferença entre elas é de 10 minutos ou menos, isso significa que a gestante já entrou em trabalho de parto. [5] A recomendação médica é que você contate o hospital mais próximo quando os espasmos estão separados por uma questão de 5 minutos um do outro e duram 60 segundos cada um. Outro ponto a ser considerado é se essa atividade já dura há uma hora. [6] Se este for o caso e vocês estão próximos a um posto de atendimento médico, é bem provável que ainda dê tempo de obter ajuda profissional.
    • As mães de primeira viagem tendem a dar à luz quando o intervalo entre as contrações está na faixa de três a cinco minutos e a duração de cada uma varia entre 40 a 90 segundos, aumentando em intensidade e frequência durante pelo menos uma hora. [7]
    • Se a diferença entre um espasmo e outro já estiver na marca de dois minutos ou menos, arregace as mangas e prepare-se para o parto porque o bebê está chegando. Isso é ainda mais válido caso a mãe já tenha outros filhos e um histórico de partos rápidos. Outro sinal de alerta é se ela sentir que vai evacuar, pois isso indica que o neném está abrindo caminho rumo aos seus braços pelo canal vaginal, o que resulta em pressão no reto.
  4. Lave muito bem suas mãos e braços . Tire qualquer joia ou acessório tal como anéis, pulseiras ou relógio. Procure usar um sabonete antibacteriano e água morna. Vá esfregando as mãos e continue pelos antebraços, chegando até os cotovelos. O ideal é que essa higienização dure cinco minutos, mas se não houver tempo para tanto, lave-as vigorosamente por pelo menos um minuto. [8]
    • Não se esqueça de esfregar entre os dedos e sob as unhas. Use uma escovinha. Vale até usar uma escova dental para realizar a limpeza debaixo das unhas. [9]
    • Se possível, ponha luvas esterilizadas (do tipo usado em procedimentos cirúrgicos e que podem ser encontradas em qualquer farmácia). Não use os modelos feitos para fazer faxina ou lavar louça, pois eles podem estar carregados de bactérias.
    • Para completar o processo de esterilização das mãos ou no caso você não ter acesso à água e sabão, use álcool gel ou comum para matar todas as bactérias e os vírus que podem estar na sua pele e entrar em contato com o bebê ou a mãe. Esse cuidado evita infecções e protege a criança e a parturiente.
  5. Deixe todo o material necessário ao seu alcance e procure criar um ambiente confortável para a gestante, dentro do possível. Saiba que o parto deixará vários resíduos fisiológicos. Por isso, se puder, escolha um lugar de fácil limpeza ou que possa comportar o procedimento sem problemas. [10]
    • Junte toalhas e lençóis limpos. Melhor ainda se você dispuser de toalhas de mesa impermeáveis ou uma cortina de chuveiro feita de vinil. Seja qual for a opção utilizada, tudo deve estar limpo. Esses materiais podem ser a salvação para evitar que fluidos como o sangue manchem o banco do carro, os móveis ou o carpete, por exemplo. Em último caso você pode lançar mão de folhas de jornal, mas saiba que elas não são muito higiênicas.
    • Providencie um cobertor, toalha ou agasalho. O importante é ter algo macio para manter o bebê bem agasalhado e aquecido assim que nascer.
    • Procure obter alguns travesseiros. Eles podem ajudar e muito a dar sustentação à mãe na hora de empurrar o bebê. Cubra-os com lençóis e toalhas limpos.
    • Prepare uma bacia limpa com água morna, uma tesoura, pedaços de barbante, álcool, bolas de algodão e um aspirador nasal de borracha (vendido em farmácias no setor de produtos para bebês). Pode ser necessário também ter à mão absorventes e toalhas de papel para lidar com o sangramento mais tarde.
    • Outra dica é arrumar um balde para o caso da mulher sentir vontade de vomitar. Outro item da lista é um copo de água para a mãe. O trabalho de parto não é nada fácil.
  6. Ela pode entrar em pânico, ficar com pressa de que tudo termine logo ou envergonhar-se da situação. Por isso, seu apoio moral nessa hora é fundamental para que ela consiga relaxar.
    • Peça a ela que tire a roupa da cintura para baixo. Se puder, dê-lhe uma toalha ou um lençol limpo para que ela possa se cobrir.
    • Ajude-a com a respiração. É preciso evitar a hiperventilação, condição na qual a pessoa passa a respirar rápido demais. Procure acalmá-la falando baixo e passando orientações para que ela aspire pelo nariz e expire pela boca seguindo um ritmo uniforme. Se mesmo assim ela não estiver conseguindo respirar corretamente, experimente segurar a mão dela e respirar fundo e devagar junto com ela. [11]
    • Transmita confiança. A mulher que se vê em um parto de emergência quase sempre imaginava uma situação completamente diferente (no hospital horas antes, rodeada pela família e pela equipe médica, paparicada pelo obstetra de confiança, etc.). É normal que ela esteja preocupada com possíveis complicações. Diga que a ajuda está a caminho e que você vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que tudo corra bem nesse meio tempo. Lembre-a de que o parto em casa costumava ser a regra durante milhares de anos na história da humanidade. Logo, é mais do que possível passar por essa experiência sem sequelas e com um bebê perfeitamente saudável.
    • Mostre que você está do lado dela. Nessa hora tão delicada, a mãe pode ficar assustada, nervosa, sentir raiva, tontura ou um misto de tudo isso e muito mais. O melhor a fazer é concordar com o que ela estiver sentindo sem julgá-la ou discutir. [12]
  7. Pode ser que ela sinta vontade de andar um pouco ou de agachar-se durante este estágio do trabalho de parto, principalmente se ela estiver passando por uma contração. Conforme a fase do parto progride, pode ser útil ficar mudando de posição até encontrar uma na qual ela sinta-se mais confortável. Deixe que ela decida se quer experimentar diferentes posições ou se prefere se acomodar de um jeito só e ficar assim durante todo o processo. O importante é que ela descubra o que funciona melhor para o seu próprio corpo. [13] Seguem abaixo quatro das posições mais comuns, junto com os prós e contras de cada uma: [14] [15] [16]
    • Cócoras. Aqui a gravidade trabalha a favor da mãe e pode abrir o canal vaginal de 20 a 30% mais do que as outras posições. Se você suspeitar que o bebê vai nascer sentado (os pés vão sair primeiro), talvez essa possa ser a melhor posição por dar ao neném mais espaço para virar. Para ajudar a mulher a dar à luz de cócoras, ajoelhe-se atrás dela e dê apoio às costas dela. [17]
    • De quatro. Essa opção não favorece e nem atrapalha no quesito gravidade, mas pode aliviar dores nas costas e a mãe pode decidir-se por essa alternativa por instinto mesmo. Pode haver um alívio da dor caso a mãe sofra de hemorroidas. Para ajudá-la, fique atrás dela. [18]
    • Deitada de lado. Assim, o bebê vai descer mais devagar pelo canal vaginal. Em compensação, essa opção permite a expansão gradual do períneo, diminuindo o risco de ocorrer uma ruptura vaginal. [19] Peça à mulher que deite de lado com os joelhos dobrados e que levante a perna de cima. Ela pode também apoiar-se em um dos cotovelos.
    • Deitada de costas (posição de litotomia). Esta é a mais comum nos hospitais, com a mulher deitada de barriga para cima e com os joelhos dobrados. Desta forma, o profissional de saúde tem acesso máximo ao canal de parto. A desvantagem é a grande pressão que fica sobre as costas da mãe. Por isso, essa não é considerada a alternativa ideal. [20] Outro ponto negativo é que as contrações podem se tornar mais lentas e dolorosas. [21] Mas se a mulher escolheu ficar assim, tente pelo menos colocar alguns travesseiros embaixo das costas dela para aliviar a dor.
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Parte 2
Parte 2 de 5:

Realizando o parto

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  1. Se ficar fazendo esforço antes da hora, ela vai ficar exausta em vão. Quando as mulheres estão prontas para empurrar o bebê, elas podem sentir uma pressão crescente na região lombar, no períneo ou no reto. Ela pode até mesmo sentir vontade de evacuar. [22] Quando o momento chegar, esteja pronto para orientá-la a fazer força para empurrar a criança.
    • Peça à mãe para curvar-se para a frente e dobrar o queixo para dentro como se fosse olhar para os próprios seios. Essa posição vai ajudar o bebê a atravessar a pélvis. [23] Ao fazer força, a mãe pode segurar os joelhos ou as pernas ou puxá-las para trás para facilitar o esforço.
    • A área ao redor da vagina será empurrada para fora, tornando-se possível ver o topo da cabeça do bebê. Assim que isso acontecer, a mulher deve começar a esforçar-se mais ao fazer pressão para que a criança saia.
    • Incentive-a para empurrar levemente entre uma contração e outra. A parturiente pode sentir-se tentada a empurrar com força no auge de um espasmo, mas isso não é o ideal. Em vez disso, peça a ela que solte o ar pela boca quando a dor for mais intensa e que comece a empurrar assim que a contração ficar mais amena.
    • Oriente-a para que se concentre nos músculos abdominais na hora de empurrar para baixo , como se ela estivesse tentando urinar mais rápido. Isso pode ajudar a evitar a exaustão e a direcionar o esforço para baixo em vez de para cima (ou seja, ao conduzir a força para cima, ela só vai ficar tensa no pescoço e no rosto, piorando o desgaste dessa tarefa já tão árdua). [24]
    • Recomenda-se que a parturiente empurre de três a quatro vezes durante 6 a 8 segundos por contração. Mas isso não é uma regra, e o importante é que ela faça o que achar certo por intuição, por natureza. [25]
    • Incentive a respiração lenta e profunda durante todo o processo. Desse modo, pode-se controlar mais ou menos a dor, dependendo do estado de relaxamento mental e do comando sobre o ritmo da respiração . Essa atitude é muito mais produtiva do que entrar em pânico ou tentar se distrair com tudo o que está acontecendo ao redor. Apesar de cada mulher sentir dor e administrá-la de forma diferente, esse exercício de respiração sempre ajuda durante o parto. [26]
    • Esteja pronto para o caso da mãe urinar ou evacuar durante o processo. Isso é normal e não é motivo de preocupação. Aliás, faça de conta que nem percebeu a fim de não deixar a parturiente sem graça. [27]
  2. Este passo não é complicado, mas é importante. Preste atenção extra para as seguintes dicas:
    • Não puxe a cabeça do bebê e nem o cordão umbilical . Isso pode causar danos no sistema nervoso da criança. [28]
    • Se o cordão estiver enrolado em torno do pescoço do neném, levante o cordão com muito cuidado para passá-lo por cima da cabeça para que a criança possa passar pelo vão. Jamais puxe o cordão .
    • A posição mais natural e desejada para o bebê é que ele esteja com o rosto virado para as costas da mãe. O parto fica mais fácil assim. [29]
    • Mas se o neném estiver saindo pelos pés ou pelo bumbum em vez da cabeça, prepare-se, pois ele vai nascer sentado. Confira os seguintes cuidados a serem tomados:
  3. Quando a cabeça dele gira para um dos lados (o que ele provavelmente irá fazer por conta própria), prepare-se, pois ele vai sair por inteiro na próxima contração.
    • Caso ele não consiga girar a cabeça sozinho, ajude-o com muito cuidado a virá-la em direção às costas da mãe. Isso deve ajudar um ombro a sair com o próximo empurrãozinho.
    • Ajude o outro ombro a sair. Levante cuidadosamente o corpo em direção à barriga da mãe para que o outro ombro possa passar. O resto do corpo deve vir rapidamente em seguida.
    • Continue apoiando a cabeça da criança. O corpo estará escorregadio, por isso é preciso um pouco de jeitinho para segurar a cabecinha do bebê, pois o pescocinho dele não tem força o suficiente para sustentar o próprio peso da cabeça. [30]
  4. Talvez tudo correu bem até agora e você tem nos braços um bebê perfeitamente saudável e uma mãe feliz da vida na sua frente. Mas, caso o bebê pareça ter ficado “entalado” no canal vaginal, eis o que fazer:
    • Se a cabeça saiu mas o corpo continua preso mesmo depois de três empurrões por parte da mãe, peça que ela deite de costas e coloque dois travesseiros embaixo do bumbum dela. Oriente-a para que ela abrace os joelhos na altura do peito e que empurre com força a cada contração.
    • Se os pés saírem primeiro, veja a seção sobre bebês que nascem sentados ainda neste artigo.
  5. Use as duas mãos, sendo que uma deve apoiar a cabecinha e o pescocinho. Incline um pouco a cabeça para baixo em um ângulo de 45 graus para permitir que o líquido escorra. Os pés devem estar a uma altura um pouco maior do que a da cabeça (mas não segure o neném pelos pés).
    • Você também pode limpar o muco ou o líquido amniótico da área do nariz e da boca com uma gaze ou pano devidamente limpos e esterilizados. [31]
  6. Procure fazer com que eles fiquem em contato de pele com pele, pois isso estimula um hormônio chamado oxitocina, o qual vai ajudar a mãe a expelir a placenta. Cubra os dois com toalhas ou cobertores. [28]
    • O bebê deve ficar em uma posição na qual a cabeça está em uma altura um pouco abaixo do restante do corpo. Isso permite que os fluidos continuem escorrendo. Se a cabecinha dele estiver no ombro da mãe e o corpo estiver em cima do peito dela, melhor ainda, pois essa posição permitirá que os líquidos sejam expelidos naturalmente das vias respiratórias do neném. [32]
  7. O normal é um choro discreto. Caso contrário, é preciso tomar medidas para desobstruir as vias respiratórias.
    • Esfregue o corpo do bebê. A massagem vai ajudar o bebê a respirar. Estimule as costas dele com movimentos firmes e um cobertor enquanto ele ainda está sobre o peito da mãe. Se isso não funcionar, experimente deixar o rostinho dele virado para cima. Incline um pouco a cabecinha dele para trás a fim de deixar as vias respiratórias em uma posição que facilite o descongestionamento. Continue massageando as costas do neném durante todo esse procedimento. Talvez ele não chegue a chorar, mas essa técnica garante que ele obtenha o ar de que precisa. [33]
    • Drene os fluidos manualmente. Se o bebê engasgar ou ficar azul, desobstrua a boca e o nariz usando um pano ou cobertor limpo. Caso isso não funcione, utilize um aspirador nasal de borracha. Esprema a parte gorda para que o ar saia e coloque a ponta na boca ou em uma das narinas. Em seguida, solte a parte mais volumosa para que o líquido possa ser aspirado. Repita a operação até que todo o fluido tenha saído. Não se esqueça de esvaziar o aspirador entre uma sucção e outra. Se você não tiver um aspirador nasal de borracha à disposição, você pode improvisar e usar um canudo de plástico, do tipo usado para tomar bebidas. Sugue o fluido com a boca e pare antes que o líquido entre em contato direto com você. Descarte o conteúdo do canudo e repita conforme o necessário.
    • Em último caso, recorra a uma palmadinha. Caso todas as outras opções tenham falhado na tentativa de fazer o bebê respirar, experimente dar uns tapinhas nas solas dos pezinhos dele usando seus dedos. Você pode também dar palmadinhas leves no bumbum dele. [28]
    • Se nem mesmo essa técnica funcionar, será preciso fazer uma ressuscitação cardiopulmonar.
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Parte 3
Parte 3 de 5:

Realizando o parto de um bebê sentado

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  1. Quando isso acontece, a primeira parte do corpo a sair são os pés ou as nádegas, e não a cabeça como é de costume. [34]
  2. Peça a ela que sente na beira da cama ou de outra superfície plana e firme. Oriente-a para que segure as próprias pernas contra o peito. Para evitar acidentes, coloque travesseiros ou cobertores no chão para evitar que o bebê se machuque caso acabe caindo.
  3. toque no bebê até que a cabeça saia do canal vaginal. Você se sentirá tentado a ajudar o neném ao ver que as nádegas e as costas estão penduradas, mas resista com todas as forças. Isso porque, se você pegar nele, a criança será estimulada a respirar, o que seria perigoso se a cabeça ainda estiver submersa no líquido amniótico. [28]
    • Procure deixar o ambiente aquecido, pois uma queda na temperatura também pode fazer com que o neném engasgue com o fluido. [28]
  4. Depois que a cabeça sair, receba a criança nos seus braços e leve-a à mãe. Mas, caso a cabeça continue no canal vaginal mesmo depois que os braços já saíram, peça à parturiente que se agache e empurre de novo.
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Parte 4
Parte 4 de 5:

Expelindo a placenta

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  1. Esse processo é o terceiro estágio do trabalho de parto e pode acontecer alguns minutos ou até uma hora após o nascimento do bebê. [35] A mãe provavelmente sentirá vontade de empurrá-lo após alguns minutos, o que é útil. [36]
    • Coloque uma bacia perto da vagina. Logo antes da placenta emergir, haverá um sangramento e o cordão umbilical ficará mais comprido.
    • Peça à mãe para que sente e empurre o órgão gestacional para fora.
    • Esfregue firmemente a barriga da mãe abaixo do umbigo para ajudar a diminuir a hemorragia. Esse procedimento pode ser doloroso para a mulher, mas é necessário. Continue massageando até sentir pelo tato que o útero ficou do tamanho de uma laranja grande na altura do ventre. [37] [38]
  2. Se para isso não for preciso esticar muito o cordão umbilical, incentive a mãe a amamentar o mais rápido possível. Assim ela vai ajudar a estimular uma contração que possa expelir a placenta, além de contribuir para a desaceleração do sangramento. [39]
    • Caso a mulher não possa ou decida por não amamentar, diga-lhe que a estimulação dos mamilos também pode ajudar a estimular a expulsão da placenta. [28]
  3. À medida que o anexo embrionário for sendo expelido, resista à tentação de puxar o cordão umbilical para que o órgão saia logo. Isso pode causar sérias consequências à parturiente. Deixe que a placenta se desloque sozinha à medida que a mãe empurra. [40] [28]
  4. Depois que ela estiver completamente fora do corpo da mulher, coloque-a em um saco de lixo ou um recipiente com tampa. O médico pode querer examinar o órgão para verificar se há alguma anormalidade.
  5. Só faça isso se o atendimento médico já estiver a caminho. [41] Caso contrário, deixe-o como está. Só é preciso dar uma mãozinha à mãe se o cordão estiver esticado demais. [42] [7]
    • Se por algum motivo for necessário cortar o cordão, é preciso sentir a pulsação dele primeiro. Segure com cuidado para verificar o pulso dele. Em seguida, aguarde cerca de dez minutos, pois esse é o tempo necessário para que a placenta termine de se separar do bebê. Só depois que a pulsação parar é que você pode cortar o cordão. [43]
    • Caso esteja preocupado em causar dor à mãe e ao bebê na hora de cortar o cordão, relaxe. O cordão não possui terminações nervosas. Por isso, nem ela nem a criança sentirá o corte. Só é preciso tomar cuidado ao manuseá-lo, pois ele estará um tanto escorregadio e difícil de lidar. [44]
    • Amarre uma corda ou um barbante em volta do cordão a uma distância de mais ou menos 8 cm do umbigo do bebê. Amarre bem firme e arremate com um nó duplo.
    • Repita a operação. Mas, desta vez, faça o nó duplo a cerca de 6 cm de distância do primeiro. O corte será feito entre as duas amarras de corda/barbante.
    • Use uma faca ou tesoura devidamente esterilizada (fervida por 20 minutos ou higienizada com álcool) para cortar entre as duas amarras. Não tenha pressa, pois o cordão é elástico e difícil de cortar.
    • Cubra o bebê novamente depois que você terminar de cortar o cordão.
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Parte 5
Parte 5 de 5:

Cuidados com a mãe e o bebê

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  1. Cubra-os com cobertores ou agasalhos e incentive a mãe a manter o bebê em seu peito. Troque todos os panos molhados ou sujos e leve os dois para um lugar limpo e seco.
    • Ajude a aliviar a dor da mulher. Coloque uma bolsa térmica gelada na vagina da mãe durante as primeiras 24 horas para aliviar a dor. Ofereça um analgésico com paracetamol (também conhecido como Tylenol) ou ibuprofeno, mas pergunte antes se ela não é alérgica a nenhum desses medicamentos.
    • Dê a mãe um lanche leve e uma bebida. Evite refrigerantes e alimentos gordurosos ou que contêm muito açúcar, pois eles podem deixá-la enjoada. Prefira torradinhas, bolachas água e sal ou ainda um sanduíche natural. Para beber, pode ser água de coco, água mineral ou uma bebida esportiva tipo Gatorade para garantir a reidratação. [45]
    • Ponha uma fralda no bebê. Coloque-a abaixo da altura do cordão umbilical. Se o local do corte começar a cheirar mal (indicando uma infecção), limpe-o com álcool até que o odor desapareça. E, se houver um chapéu ou boné por perto, coloque-o no neném para que ele não pegue um resfriado.
  2. Algumas vezes, partos inesperados podem causar hemorragias. Elas ocorrem em até 18% dos partos. Para diminuir a probabilidade disso, massageie o útero com firmeza. Faça o seguinte se você vir muito sangue depois de a placenta sair: [46]
    • Coloque uma mão limpa dentro da vagina. Coloque a outra mão na parte inferior do abdômen da mão. Pressione o abdômen da mãe para baixo enquanto empurra a mão inserida na vagina contra o útero. [47]
    • Você também pode apertar, de maneira firme e repetitiva, a parte inferior do abdômen da mãe sem colocar a outra mão dentro da vagina.
  3. Oriente-a a lavar a vagina com água morna depois de urinar a fim de manter a área limpa. Se ela estiver com muita fraqueza, você mesmo pode fazer a limpeza. Use uma garrafa tipo squeeze (daquelas que você pode apertar) para espirrar a água. [48]
    • Caso ela precise evacuar, peça a ela que coloque um pano limpo ou toalha contra sua vagina enquanto ela defeca.
    • Ajude a mãe a urinar. É bom que ela esvazie a bexiga, mas ela pode estar sentindo muita fraqueza devido à perda de sangue. Nesse caso, pode ser melhor deixar um pano embaixo dela que possa ser usado como um tipo de fralda e retirado depois de sujo. Assim, ela não vai precisar levantar.
  4. Uma vez que o parto está concluído e você cuidou da segurança e o conforto da mãe e da criança, vá com eles para o hospital mais próximo ou espere com os dois a ambulância que você chamou.
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Dicas

  • Não se assuste se o bebê estiver um pouco azul ao nascer ou se ele não chorar imediatamente. A cor dele será parecida com a da mãe quando começar a chorar, mas as mãos e os pés podem continuar azulados. Basta trocar a toalha molhada por uma seca um e colocar um chapéu ou gorro na cabeça do bebê.
  • Caso não disponha de cobertores, use roupas, toalhas ou agasalhos para manter a mãe e o bebê aquecidos.
  • Toda futura mãe ou pai deve considerar a possibilidade do trabalho de parto começar perto da data prevista pelo médico, mesmo que vocês já tenham feito planos (como uma viagem, por exemplo). Seja como for, carregue sempre consigo um kit de emergência contendo sabonete, gaze e tesoura esterilizada, lençóis limpos, etc. Deixe esses materiais em uma bolsa que possa ser levada a qualquer lugar ou em uma caixa dentro do carro. Confira a lista completa dos materiais na seção abaixo.
  • Para esterilizar um instrumento que será usado para cortar o cordão umbilical, limpe-o com álcool ou aqueça-o muito bem para matar os micróbios.
  • Se a mãe já tiver entrado em trabalho de parto, nunca deixe que ela vá ao banheiro para evacuar. Às vezes, quando o bebê está mudando de posição para preparar-se para sair, a mulher pode sentir vontade de fazer cocô devido à pressão feita pelo neném sobre o reto. Isso é normal. O que deve ser evitado é ela ir ao banheiro, sentar na privada e acabar dando à luz ali e a criança cair dentro do vaso sanitário.
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Avisos

  • Não limpe a mãe nem o bebê com produtos antissépticos ou antibacterianos, com exceção de não haver água e sabão disponíveis ou no caso de haver um corte externo.
  • Este artigo não tem como finalidade substituir o atendimento médico por profissionais treinados e nem servir de guia para um parto domiciliar planejado.
  • Mantenha-se limpo o máximo possível. Isso vale também para a mãe e o local do parto. Esse cuidado com a higiene é essencial, pois o risco de infecção é alto tanto para a mãe quanto para a criança. Não espirre e nem tussa no local.
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Materiais Necessários

  • Seringa para ouvido. Ela é de plástico, mas sua ponta é de borracha e bem fininha e cabe na narina do recém-nascido. Na falta desse instrumento, você pode usar o aspirador nasal de borracha.
  • Pequeno frasco de álcool isopropílico
  • Caixa de luvas de látex ou de plástico descartáveis
  • Barbante ou cadarço de sapato limpos para amarrar o cordão umbilical
  • Tesoura afiada (para cortar cordão umbilical)
  • Bolsa térmica química (do tipo que fica gelada só de você espremê-la)
  • Garrafa térmica com água quente (para ajudar a manter o bebê aquecido)
  • Seis fraldas descartáveis
  • Analgésicos como Tylenol ou Advil
  • Sabonete ou gel antibacteriano
  • Quatro cobertores de algodão para bebês
  • Gorro para recém-nascidos
  • Quatro toalhas
  • Toalhinhas para a limpeza do corpo
  • Bacia (para a placenta)
  • Cobertores para manter a mãe aquecida
  • Almofadas e/ou travesseiros
  • Cinco sacos de lixo grandes para roupas e panos sujos
  • Dois sacos de lixo de tamanho médio para a placenta
  • Guia de ressuscitação cardiorrespiratória para adultos e bebês
  • Informações de contato em caso de emergência
  1. http://www.nct.org.uk/birth/what-do-i-need-home-birth# Items you might need
  2. http://www.babycentre.co.uk/a546717/natural-pain-relief-in-labour
  3. http://www.clinicaladvisor.com/the-waiting-room/7-tips-to-help-pregnant-women-through-labor/article/288196/
  4. http://www.babycentre.co.uk/a546717/natural-pain-relief-in-labour
  5. http://evidencebasedbirth.com/what-is-the-evidence-for-pushing-positions/
  6. http://www.takingcharge.csh.umn.edu/activities/effective-birthing-positions
  7. http://www.babies.sutterhealth.org/laboranddelivery/labor/ld_labr-pos.html
  8. http://www.mayoclinic.org/healthy-lifestyle/labor-and-delivery/multimedia/labor/sls-20077009?s=8
  9. http://www.babies.sutterhealth.org/laboranddelivery/labor/ld_labr-pos.html
  10. http://www.takingcharge.csh.umn.edu/activities/effective-birthing-positions
  11. http://evidencebasedbirth.com/what-is-the-evidence-for-pushing-positions/
  12. http://www.babycentre.co.uk/a546717/natural-pain-relief-in-labour
  13. http://www.babies.sutterhealth.org/laboranddelivery/labor/ld_push.html
  14. http://www.takingcharge.csh.umn.edu/activities/effective-birthing-positions
  15. http://www.allinahealth.org/Health-Conditions-and-Treatments/Health-library/Patient-education/Beginnings/Giving-birth/Birth-and-afterbirth/Techniques-for-pushing-and-birth/
  16. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1804305/
  17. http://www.babies.sutterhealth.org/laboranddelivery/labor/ld_breathe.html
  18. http://www.clinicaladvisor.com/the-waiting-room/7-tips-to-help-pregnant-women-through-labor/article/288196/
  19. 28,0 28,1 28,2 28,3 28,4 28,5 28,6 Complete Preparation for Childbirth: A Self-help Manual for Expectant Parents. ISBN 9622092209
  20. http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/patientinstructions/000621.htm
  21. http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/001395.htm
  22. http://www.birth.com.au/routine-procedures-and-possible-interventions/suctioning-the-babys-nose-and-mouth?view=full
  23. http://www.birth.com.au/routine-procedures-and-possible-interventions/suctioning-the-babys-nose-and-mouth?view=full
  24. http://www.aboutkidshealth.ca/en/resourcecentres/pregnancybabies/newbornbabies/yournewbornbabysbody/pages/babys-first-breath.aspx
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