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A asfixia é uma das maiores causas de mortes acidentais. Nas situações mais drásticas, quando a manobra de Heimlich não funciona, é necessário realizar um a traqueostomia ou cricotireoidostomia para salvar a vida da pessoa; tais, porém, são procedimentos extremamente perigosos e que devem ser realizados apenas como último recurso, de preferência, por um médico especializado. Lembre-se de que o primeiro passo, nessas situações, é pedir para que alguém ligue para um serviço emergencial.

Parte 1
Parte 1 de 3:

Avaliando a condição de uma pessoa asfixiada

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  1. Pessoas que estão com bloqueios na traqueia podem apresentar os seguintes sintomas: [1]
    • Dificuldade de respiração.
    • Respiração barulhenta.
    • Incapacidade de conversar.
    • Incapacidade de tossir.
    • Cianose, que é uma condição onde a pele do paciente fica azul devido à falta de oxigênio circulando no sangue.
    • Baixo nível de consciência.
  2. É importante que alguém ligue rapidamente para o SAMU logo que o paciente se asfixiar, pois a interrupção da irrigação de oxigênio ao cérebro, de três a cinco minutos, pode levar à morte.
  3. Você deve alternar entre cinco “golpes” nas costas e cinco “empurrões” abdominais (também conhecida como a manobra de Heimlich), repetindo o ciclo até que o objeto seja desalojado, que os paramédicos cheguem ou que o paciente perca a consciência devido à falta de oxigênio. [2]
    • Os “golpes” nas costas são movimentos de força que são feitos com a parte inferior da mão e que devem atingir o centro das costas, entre as omoplatas, com o paciente inclinado, de forma que o tronco fique paralelo ao chão. Dessa maneira, se conseguir desalojar com sucesso o objeto que está obstruindo a passagem de ar, ele sairá das vias aéreas da pessoa devido à gravidade. [3]
    • Os “golpes” nas costas são opcionais, dependendo do treinamento especializado que a pessoa que os aplicará possui. Do contrário, não os faça, limitando-se aos “empurrões” abdominais, descritos na próxima seção.
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Realizando os “empurrões” abdominais

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  1. Coloque as mãos em volta do abdômen (barriga) dela.
    • Se a vítima estiver sentada ou em pé, posicione-se diretamente atrás dela. Se estiver deitada, deite atrás. [4]
    • Caso o indivíduo já tenha perdido a consciência, verifique o pulso dele. Se não conseguir achar os batimentos cardíacos, faça RCP (ressuscitação cardiopulmonar), mantendo uma frequência de 100 compressões no peito por minuto. Não tente mais realizar a manobra de Heimlich e nem forçar a entrada de ar, já que as vias aéreas estão obstruídas. [5]
  2. O polegar da mão deve estar apontando para dentro. Coloque o punho logo acima do umbigo da vítima e sob o esterno.
  3. Não esqueça de deixar o polegar longe do corpo da vítima para não lesioná-la.
  4. O movimento deve imitar a letra "J" – pressione o abdômen e depois leve o punho para cima.
  5. Faça isso enquanto a pessoa estiver emitindo sons respiratórios (incluindo os de asfixia, engasgos ou qualquer barulho que dê a entender que há passagem de ar).
    • Se a pessoa não conseguir respirar e a manobra de Heimlich não der certo, a traqueostomia deverá ser realizada.
    • Esse procedimento é de grande risco e deve ser usado apenas como último recurso. Se possível, ele deve ser feito por um médico.
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Realizando a traqueostomia

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  1. Este é o ponto “macio” da garganta e onde a incisão será realizada.
    • Para encontrá-lo, ache o pomo de Adão ou a laringe.
    • A partir do pomo de Adão, deslize o dedo para baixo até encontrar outra saliência: a cartilagem cricotireoidea.
    • Há um pequeno recesso entre o pomo de Adão e a cartilagem; é justamente nesse local em que a incisão será feita. [6]
  2. Logo abaixo do corte, será possível ver a membrana cricotireoidea; localizada entre as camadas de cartilagem, ela é bastante elástica e possui uma coloração amarela. [7] Faça outra incisão na própria membrana. A profundidade da perfuração deve ser suficiente para dar acesso às vias aéreas.
    • Devido à natureza emergencial do procedimento, não há problema em realizá-lo sem esterilização. Cada segundo é importante nesta situação e as infecções podem ser tratadas quando os paramédicos chegarem.
  3. Faça isso colocando um canudo a 5 cm de profundidade na traqueia.
    • Se quiser, chupe o canudo para verificar se existe ar no local. Caso haja, o canudo está posicionado corretamente nas vias aéreas da vítima.
    • Uma carga de caneta (sem o tubo com tinta) também pode servir como “canudo”.
  4. Cada assoprada deve durar aproximadamente um segundo. A vítima deve conseguir voltar a respirar por conta própria após os assopros. Verifique se o peito dela começa a subir e descer. [8]
    • Se o indivíduo conseguir respirar por conta própria, continue supervisionando-o e espere que os paramédicos cheguem, de forma que possam proceder corretamente de acordo com a situação.
    • Caso a vítima não volte a respirar por conta própria, continue assoprando e verifique se há batimentos cardíacos. Se não conseguir detectá-los, faça ressuscitação cardiopulmonar (RCP).
    • A RCP deve ser realizada da seguinte maneira: 30 compressões sobre o peito (em um ritmo de cerca de 100 compressões por minuto), assoprando mais duas vezes através do canudo ou tubo que está na traqueia. Repita o ciclo aproximadamente cinco vezes.
    • Se a vítima não responder após cinco ciclos, pessoas treinadas no uso de um Desfibrilador Automatizado Externo (DEA) poderão utilizá-lo. Do contrário, siga as instruções do atendente do serviço de emergência no telefone enquanto espera pela chegada dos paramédicos. [9]
    • Caso não saiba realizar corretamente a RCP, é mais importante fazer as compressões sobre o peito do que assoprar no canudo. Por isso, é uma boa ideia focar apenas nelas (com frequência de 100 compressões por minuto), deixando que os paramédicos desobstruam as vias aéreas assim que chegarem. [10] Lembre-se de que a vida da pessoa está em risco; qualquer ação é melhor do que nada!
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Dicas

  • Enquanto a vítima ainda estiver consciente, tranquilize-a. Ficar nervoso só a deixará ainda mais em pânico, piorando a situação.
  • Se possível, pegue um diagrama que mostra as camadas da membrana cricotireoidea, permitindo que você se oriente melhor.
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Avisos

  • Este procedimento é extremamente perigoso. Se for feito incorretamente, a chance de ele causar uma lesão ou a morte da pessoa é grande.
  • A traqueostomia deve ser feita apenas como último recurso, quando todos os outros procedimentos já foram tentados e não há nenhum profissional médico por perto para realizá-la da maneira adequada.
  • Se possível, verifique se o tubo utilizado é limpo. Do contrário, pode ocorrer uma infecção, criando complicações mais sérias.
  • Saiba das implicações legais que poderão haver se a traqueostomia não der certo. Existe a possibilidade de você ser culpado e processado pela morte da vítima se o procedimento for feito incorretamente.
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Materiais Necessários

  • Bisturi ou faca afiada
  • Um canudo ou tubo vazio de carga de caneta

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