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A perfuração da cartilagem da orelha pode ser dolorosa e exige preparo e perícia por parte de quem o realiza. Se você optar por fazer isso em casa, o custo certamente será menor do que os preços cobrados pelos profissionais. Além disso, caso a sua tolerância à dor seja grande, a operação torna-se relativamente simples e tranquila. Uma desvantagem adicional de procurar perfuradores (também conhecidos como “piercers”) é que nem todos eles possuem a qualificação, conhecimentos básicos de enfermagem e experiência necessários para a execução de uma técnica que pode ser vista praticamente como um procedimento médico. [1] [2] Esses fatores fazem com que a procura por um profissional da área nem sempre seja a melhor escolha. Só é preciso tomar certos cuidados a fim de manter a saúde e a higiene do local onde foi feito o furo, tal como evitar o contato da orelha com materiais ou substâncias irritantes ou corrosivas.

Parte 1
Parte 1 de 3:

Preparando-se para a perfuração

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  1. Essas precauções se fazem necessárias pelo fato de que a realização de furos na cartilagem traz riscos consideráveis. Os relatos de complicações leves decorrentes da operação são relativamente comuns. Para piorar a situação, existe a falta de regulamentações a respeito das qualificações mínimas necessárias que um piercer deve ter. Logo, essa carência de regras representa um perigo em potencial para a saúde de quem se submete a perfurações. [3] Mas os riscos relacionados ao procedimento feito na cartilagem não são significativamente maiores do que aqueles presentes em operações feitas no lóbulo (a parte da orelha furada mais frequentemente).
  2. O segredo para um processo tranquilo é adquirir agulhas esterilizadas e novas, ainda na embalagem. Outro cuidado é evitar joias feitas de materiais alergênicos como o níquel, por exemplo. E vale lembrar que o acessório deve ter uma espessura menor do que a da agulha utilizada na perfuração.
  3. Na falta desse recurso, você pode improvisar valendo-se de uma panela de pressão. Depois de colocar os materiais dentro, deixe no fogo alto para que a alta temperatura aliada à pressão resultem em uma higienização completa. Você pode também deixar os instrumentos de molho no álcool ou em uma solução de água e água sanitária. Porém, a eficácia não será a mesma.
  4. Tenha em mãos luvas cirúrgicas, um antisséptico tópico (dê preferência ao iodo), uma caneta cuja tinta não sai na água para marcar o local a ser furado e um material que possa ficar atrás da cartilagem (assim, seu couro cabeludo estará protegido de eventuais acidentes com as agulhas). Higienize uma superfície que possa acomodar os materiais necessários. Jamais alterne o uso de itens esterilizados com objetos que não estejam devidamente desinfetados.
  5. Como o local é um pouco difícil de lavar, talvez seja melhor tomar banho de uma vez. Um benefício extra em entrar embaixo do chuveiro é a ação do vapor sobre a pele, o qual ajudará no relaxamento. Como resultado, a perfuração será um pouco menos dolorosa. A higienização da cartilagem deve ser completa e o local precisa ser marcado com uma caneta cuja tinta seja à prova da água.
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Realizando a perfuração

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  1. Essa medida não será eficaz na redução da dor em geral, pois os medicamentos e métodos utilizados não conseguem chegar até o tecido avascular. O uso do gelo como anestésico também não é indicado, pois esse material provoca a contração da pele. Outros riscos envolvidos no contato direto da região com um objeto gelado por muito tempo incluem a danificação da epiderme e a maior dificuldade em marcar o local a ser perfurado e em manter a esterilidade do processo.
    • Prepare-se para uma dor intensa. Se você não tem uma boa tolerância à dor, não se submeta à perfuração por cateteres (as agulhas normalmente usadas para piercings) em nenhuma parte do seu corpo. O procedimento feito por um profissional também é extremamente dolorido. Lembre-se de que o ato de furar a orelha é semelhante ao de ferir ou machucar gravemente o local, o que implica em uma dor aguda, uma série de cuidados necessários e um período de recuperação que envolve uma dor contínua e bastante incômoda.
  2. Seja generoso na quantidade e não se esqueça de aplicar o produto na parte de trás da orelha também. Todo cuidado é pouco a fim de se evitar infecções. Caso a contaminação aconteça, será preciso ir a um médico para fazer uma drenagem, uma cirurgia e a retirada do piercing. Outros inconvenientes decorrentes são a dor extrema e febre.
  3. Assim você evita acidentes. Também é importante evitar o contato do instrumento com qualquer superfície que não esteja devidamente esterilizada. Esse cuidado é essencial para prevenir a ocorrência de infecções. Se possível, peça ajuda a um amigo para que ele segure o material de proteção no lugar enquanto o furo é feito, pois esse procedimento exige perícia e certa habilidade.
  4. Depois de perfurar a primeira camada da pele, acerte o ângulo do instrumento para que o resultado fique conforme o desejado. No total, você ouvirá três sons de estouro, um quando a primeira camada da pele for atravessada, outro ao furar a cartilagem e o derradeiro quando a agulha passar pela segunda camada de pele.
  5. Coloque-a na parte de trás do cateter cuja espessura deve ser um tamanho maior do que a da joia escolhida. Isso facilita o trabalho. Vale lembrar que deve-se evitar peças feitas de materiais potencialmente alergênicos. Essa precaução é muito importante, pois a exposição constante do furo (que é praticamente uma ferida) a um agente alergênico pode provocar a ocorrência da dermatite de contato, uma condição que pode levar a uma infecção.  
  6. Desse modo, sai o cateter e entra a joia na sua orelha. Rosqueie a bolinha para segurar o acessório no lugar e impedir que o orifício se feche. Procure realizar esse processo rapidamente a fim de abreviar a dor e aumentar a precisão do movimento. Dessa forma evita-se erros, os quais exigem a repetição da operação – o que pode danificar a cartilagem e provocar uma infecção com potencial para aumentar a ferida na sua orelha.
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Manutenção do piercing

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  1. Resista à tentação de ficar puxando as casquinhas. Dependendo da pessoa, o furo pode levar até um ano para cicatrizar completamente. Uma das causas de infecções e da demora no processo de cicatrização é a circulação sanguínea comprometida na região da cartilagem superior da orelha.
  2. É comum deparar-se com o aparecimento de queloides, abscessos e deformações na cartilagem perfurada. Mas se você reparar que há vermelhidão, inchaço, sensação de calor ou pus escorrendo da ferida por mais que um dia, esses sinais são um alerta. Caso esses sintomas persistam por uma semana, procure um médico imediatamente. Será preciso submeter-se a um tratamento à base de antibióticos e não é incomum ter que passar por uma cirurgia com direito a internação de, em média, dois dias. [4]
  3. Esses produtos são fortes demais e podem danificar a pele saudável que está se formando no processo de recuperação da pele. O estrago pode chegar até mesmo aos delicados vasos sanguíneos do local. Na verdade, para manter as infecções à distância, basta manter o orifício livre de impurezas e limpo com uma solução salina.
  4. Isso pode ocorrer tanto por meio de uma pistola de perfuração ou quanto através do processo realizado à mão com um cateter. Vale ressaltar que a pistola é adaptada para furar o lóbulo, e não a cartilagem ou outras partes da orelha. [5] Seek immediate medical attention if ear deformities begin appearing.
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Dicas

  • Os cateteres utilizados nos piercings corporais são muito mais afiados do que as agulhas de costura ou outras que costumamos encontrar em casa. Ou seja, por serem mais afiados, tais instrumentos permitem uma perfuração menos dolorosa. Outra vantagem é que esses itens vêm esterilizados e embalados individualmente, além de ser possível escolher a espessura correta. Todos esses benefícios diminuem os riscos de infecções e da ocorrência de irritações desnecessárias.
  • O cloro presente em piscinas pode ressecar o furo, deixando a pele local mais frágil e vulnerável a rasgos. Para amenizar o problema, cuide bem da hidratação da região perfurada.
  • Lave as mãos antes de manusear qualquer objeto que vá entrar em contato com a orelha ou perto dessa parte do corpo. Ou, melhor ainda: esterilize tudo que for tocar diretamente a cartilagem perfurada.
  • Se você for furar em casa, o ideal é poder contar com a ajuda de um amigo. De preferência, alguém que tenha bons conhecimentos sobre métodos de esterilização, seja bastante cuidadoso com a higiene e que tenha um pouco de experiência.
  • Todo cuidado é pouco após a perfuração. As infecções devem ser evitadas a todo custo, pois as consequências são muito graves: a maioria dos pacientes acaba na sala de cirurgia de algum hospital, tendo que gastar uma fortuna ou ficar com sequelas permanentes (deformações, queloides, etc) que exigem cirurgias plásticas corretivas.
  • Ao decidir realizar a perfuração em casa, esteja ciente dos riscos. É comum o aparecimento de infecções, rejeição da joia ou a colocação errada do acessório. A opção mais segura é recorrer a um piercer capacitado e experiente. Um site que pode ajudar na escolha é o da Associação de Tatuadores e Perfuradores do Brasil.
  • Caso você já tenha mais de um furo na cartilagem e deseja colocar joias maiores, deixe mais espaço entre um acessório e outro.
  • O ideal é optar por joias feitas de aço cirúrgico de alta qualidade ou de titânio a fim de prevenir reações alérgicas. Não use acessórios de prata, pois esse material pode manchar e desbotar o furo. Lembre-se sempre de que, se o material não é apropriado para o uso em procedimentos cirúrgicos, também não é o mais indicado para piercings.
  • É preciso esperar no mínimo seis meses antes de trocar de joia.
  • Evite dormir sobre o lado no qual foi feita a perfuração.
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Avisos

  • Jamais deixe a agulha ou o cateter de molho em água sanitária. Essa substância é tóxica à pele.
  • Você pode ser acometido por uma infeção por não ter usado um instrumento devidamente esterilizado ou uma agulha que não era afiada o suficiente. Outras causas podem incluir interrupções durante o procedimento (o que abre brechas para eventuais contaminações) ou simplesmente um tremendo azar. Logo, esteja preparado para ir a um hospital assim que observar qualquer sintoma de infecção.
  • Confira se você não é alérgico ao metal da joia a fim de evitar o aparecimento de uma dermatite de contato.
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Materiais Necessários

  • Luvas cirúrgicas descartáveis
  • Iodo para a esterilização da orelha
  • Caneta cuja tinta seja à prova d'água
  • Cateter para perfurações corporais
  • Bola de algodão ou outro material que sirva de proteção
  • Joia para o piercing
  • Autoclave, panela de pressão ou outro meio para a esterilização a vapor
  • Solução salina (para a manutenção da limpeza após a perfuração)
  • Álcool líquido (para a higienização da superfície onde ficarão os instrumentos)

Sobre este guia wikiHow

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