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"A cavalo dado não se olha os dentes" é uma expressão que vem da prática de estimar a idade de um cavalo olhando para os dentes dele. Uma série de fatores são considerados para calcular a idade do animal, incluindo o ângulo no qual os dentes se encontram, o formato dos dentes na transversal, os cornetos, marcas e estrelas nos incisivos, a cor do esmalte e traços como o sulco de Galvane e a cauda de andorinha que surge aos sete anos.

Parte 1
Parte 1 de 3:

Sabendo pelo que procurar

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  1. A coloração deles fornece uma ideia geral da idade do animal. Os dentes de leite são brancos, enquanto que os permanentes surgem dos dois e meio aos cinco anos de idade com uma cor amarelo-creme. Conforme a idade aumenta, eles vão se tornando marrons (com 20 anos ou mais).
  2. Olhar a forma da superfície dos incisivos também ajudará você a determinar a idade do cavalo. Os dentes de leite são ovais, os adultos são circulares e os idosos são triangulares.
    • A superfície de corte ou mastigação é a parte perpendicular ao eixo longo do dente, que às vezes também é chamada de "mesa".
    • Os incisivos são os dentes localizados na frente da boca que o cavalo utiliza para cortar a grama. Quando você puxa os lábios do animal para trás, verá esses dentes. Os que estão no fundo da boca e que não podem ser vistos sem equipamentos especiais são os molares.
  3. Estes são os nomes dados a vários elementos que formam um padrão na mesa dos incisivos do cavalo. Eles são formados por sulcos profundos no esmalte, que se desgasta ao longo da vida do animal, dando formatos característicos aos dentes.
    • Para verificar se há um infundíbulo ou corneto dentário, abra a boca do cavalo para ver a mesa dos incisivos. O corneto é uma marca marrom linear e profunda na direção da parte de trás da superfície do dente e está presente desde que o primeiro dente adulto nasce, mas se torna mais claro com o tempo. Essa marca desaparece primeiro dos incisivos centrais (pinças) quando o animal atinge nove anos, depois dos incisivos médios aos dez anos, e por fim dos incisivos dos cantos aos doze anos de idade.
    • O núcleo do esmalte central que sobra depois do desaparecimento dos cornetos é o que formará a estrela dentária. [1]
    • As estrelas são uma marca marrom circular que fica na frente do corneto. A primeira aparece entre os oito e os dez anos de idade e se torna mais óbvia conforme o animal amadurece.
  4. A dentição jovem se encontra em uma linha vertical. Após os cinco anos de idade, os dentes começam a se inclinar e se encontram em um ângulo. Nos cavalos mais velhos, com 20 anos ou mais, esse ângulo de inclinação pode ser bem agudo.
  5. Ele se forma como resultado de uma leve dobra ou entalhe no esmalte do dente. Trata-se de um capricho da natureza que se desenvolve em uma idade bem previsível e serve como um guia útil para cavalos entre os dez e os 25 a 30 anos. [2] É uma marca marrom que aparece na linha da gengiva, no centro do incisivo do canto superior aos dez anos de idade. Ela cresce e chega à metade do dente aos 15 anos, antes de deixar a linha da gengiva aos 20 anos. A marca então some completamente durante os próximos cinco a dez anos.
    • Por exemplo, um cavalo no qual o sulco está presente apenas na metade inferior dos incisivos dos cantos terá entre 23 e 25 anos de idade.
    • Os cavalos com menos de dez e mais de 30 anos não têm esse sulco, portanto evite chegar à conclusão errada levando outros fatores em conta ao examinar a idade do cavalo. [3]
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Examinando os dentes do cavalo

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  1. Os dentes mais visíveis e que são mais usados para estimar a idade de um cavalo são os incisivos. Eles ficam na frente da boca e podem ser vistos levantando o lábio superior e abaixando o inferior.
    • Os incisivos são usados para cortar a grama, que então é passada para a parte de trás da boca pela língua para ser mastigada pelos molares. Há um espaço entre os incisivos e os molares chamado de diastema ou barra. Nele, alguns cavalos têm dentes extras chamados de "dentes de lobo", que na verdade são os primeiros pré-molares. Esses dentes, no entanto, costumam ser extraídos entre os dois e os cinco anos de idade, pois interferem com a mordida, e portanto não são relevantes para estimar a idade do animal. [4]
  2. O animal deve ter seis incisivos na mandíbula e seis no maxilar. Os dois do meio são chamados de "pinças". Seguindo para fora, há os "médios" e os "cantos", que são os incisivos na frente da barra. [5]
    • O cavalo ainda tem seis dentes inferiores e seis superiores de cada lado, na altura da bochecha. Eles são usados para mastigar. São difíceis de ver na parte de trás da boca e não têm muita função no processo de estimativa da idade.
  3. Calcular a idade de um cavalo não é um processo direto, e toda dica ajuda. Além de olhar para os dentes, examine o animal em si para obter uma ideia geral e saber se ele é um jovenzinho que ainda precisa crescer, um adulto na sua melhor forma ou um ancião na melhor idade.
    • Olhe para o cavalo ao se aproximar dele, afaste-se e avalie-o. Ele parece jovem e animado, velho e senil, ou ainda é um potro pernudo que precisa crescer mais?
  4. Leve o tempo de que precisar e não se sinta pressionado. Ter um caderno para anotar ajuda, pois são muitos fatores a se considerar e é fácil esquecer um ou dois.
    • Para evitar esse problema, faça uma lista daquilo que você precisa inspecionar na boca do cavalo e então anote o que vir ao lado de cada item.
    • Assim, você poderá se sentar depois e juntar todas as peças do quebra-cabeça.
  5. Ao se preparar para examinar os dentes do cavalo, coloque um cabresto no animal para ter um bom acesso à boca.
    • Leve o animal para um local com uma boa iluminação e, se estiver chovendo, faça o exame sob uma cobertura para que possa se concentrar sem água caindo nas suas costas.
    • Você pode chamar um assistente para segurar o cavalo ou até para fazer as anotações, de modo que você possa se concentrar nos dentes.
  6. Ao fazer o exame, são os incisivos na frente da boca que você vai examinar. Para obter uma boa visão deles, levante o lábio superior e empurre-o gentilmente para cima e para fora do caminho. Faça o contrário com o inferior, empurrando-o para baixo de maneira que você possa ver os incisivos inferiores.
  7. Seja meticuloso no seu exame para não deixar nada passar. Pergunte a si mesmo:
    • Em que ângulo os incisivos superiores e os inferiores se encontram? Fique ao lado da cabeça do cavalo e decida o ângulo em que os dentes se aproximam.
    • Eles se cruzam retos ou inclinados? Se for o segundo caso, estime o ângulo e anote-o.
    • Qual a cor dos incisivos? São brancos e parecem de leite (dentes "caducos") ou mais amarelos e marrons (dentes de adulto)?
    • Qual o formato dos incisivos? Eles têm forma de pá, com um colo estreito e uma coroa larga (dentes de leite), ou são uniformes e têm formato de lápide (dentes adultos)?
    • Qual a forma da extremidade de mordida dos incisivos? Ela é longa e estreita (dentes jovens), oval (adultos) ou triangular (idosos)?
    • Todos os dentes estão presentes ou alguns caíram?
  8. Depois de fazer as observações gerais listadas acima, comece a procurar por características e sulcos particulares.
    • Há um gancho presente no incisivo superior do canto? A chamada "cauda de andorinha" é uma dica muito útil da idade do cavalo.
    • Existe uma marca marrom vertical no incisivo superior do canto? Se sim, ela toca a gengiva? Até que altura do dente ela chega? Esse é o sulco de Galvane, um recurso útil para ajudar a estimar a idade do animal.
    • Examine a superfície de mordida dos incisivos. Há uma linha marrom distinta (corneto) presente, uma linha marrom desbotada ou um ponto marrom (estrela)?
  9. É importante saber que o processo se torna menos preciso quanto mais velho o animal ficar, especialmente se ele tiver mais de 10 a 14 anos de idade.
    • Fatores como a dieta podem envelhecer os dentes, enquanto vícios (como aerofagia com apoio), cuidados dentais gerais e a genética também têm o seu papel.
    • Por exemplo, um cavalo estabulado que come alfafa macia tem menos desgaste nos dentes do que um que se alimenta de pasto áspero, e em comparação, os dentes do segundo farão com que ele pareça mais velho do que é.
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Combinando as características dentais com a idade

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  1. Dentro de dias a semanas após o nascimento, os primeiros dentes de leite do potro começam a nascer nas gengivas. Os incisivos centrais geralmente são os primeiros.
    • Os dentes de leite são menores e mais brancos do que os permanentes. Eles têm formato de pá, com um colo distinto. Já os dentes adultos têm mais a forma de uma lápide.
    • Nove meses: nessa idade, o potro tem um conjunto completo de dentes de leite, mas nem todos cresceram o suficiente para serem usados.
  2. Você pode acertar a idade de um cavalo desde o nascimento até os cinco anos de idade. As marcas desse período incluem o nascimento de todos os dentes de leite ("caducos") e a substituição deles pelos dentes permanentes, que se completa aos cinco anos de idade.
    • 12 meses: todos os dentes de leite estão presentes, mas os incisivos dos cantos não são longos o bastante para serem usados, ou seja, não tocam os dentes da mesma posição na arcada oposta. Os dentes de leite são brancos e em forma de pá, com um colo distinto.
    • Dois anos: os incisivos do canto encontram a arcada oposta e agora estão em uso, cortando grama e mastigando.
    • Três anos: os incisivos de leite centrais são substituídos por dentes adultos, que são maiores, mais grossos e sem um colo distinto. A cor deles é mais amarelada ou creme do que a dos dentes de leite.
    • Quatro anos: os incisivos centrais e médios são adultos, mas os do canto ainda são de leite.
    • Cinco anos: todos os incisivos agora são dentes adultos.
  3. Para estimar a idade de um cavalo adulto, leva-se em conta diversos fatores, como as marcas na superfície de mastigação dos incisivos, o ângulo dos dentes, os vários sulcos no esmalte e a presença de pontas.
    • Cinco anos: os dentes adultos estão começando a se desgastar. Os incisivos se encontram em um ângulo quase vertical. Os dentes são eretos e grossos. A superfície de mordida dos incisivos é côncava, e o formato dos dentes na transversal é oval.
    • De cinco a nove anos: há cornetos presentes na superfície de mastigação dos incisivos. Eles desaparecem ao redor dos nove a dez anos de idade, deixando marcas mais leves que somem aos 12 anos.
    • Sete anos: o incisivo de canto superior tem uma ponta ou gancho que ultrapassa o dente inferior. Ela é conhecida como "cauda de andorinha" e desaparece aos oito anos de idade. No entanto, essa descoberta é inconsistente e pode estar presente de um lado da boca, mas não do outro.
    • Dez anos: o sulco de Galvane aparece como uma marca marrom na linha da gengiva dos incisivos de canto superiores. Aos 11 anos, a superfície de mastigação dos incisivos é plana. O formato dos dentes na transversal é redondo. Dos oito aos dez anos, aparecem estrelas na superfície de mastigação dos incisivos. Elas se tornam mais distintas com a idade.
    • 15 anos: os incisivos se encontram em um ângulo de quase 90º. Os dentes são alongados, com uma borda parecida com a de um cinzel. O sulco de Galvane agora está na metade inferior do incisivo de canto superior.
    • 20 anos: o sulco de Galvane desapareceu da linha da gengiva no incisivo de canto superior.
  4. Os animais mais velhos têm incisivos longos que se encontram em um ângulo agudo.
    • Os dentes são de cor amarela ou marrom. Os incisivos são bem longos e inclinados. As arcadas superiores e inferiores deles se encontram em um ângulo agudo, e a superfície de corte dos dentes é triangular.
    • O sulco de Galvane some da linha da gengiva e desaparece completamente entre os 25 e os 30 anos de idade.
    • Aos 25 anos ou mais, alguns dentes podem começar a se soltar e a cair.
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Referências

  1. http://www.sqm.com.br/xandinho/xcavalo%20dentes.htm
  2. Equine Dentistry. Easley & Dixon. Saunders Ltd. 3rd edition
  3. Equine Dentistry. Easley & Dixon. Saunders Ltd. 3rd edition
  4. The Viscera of Domestic Mammals. Schummer & Nickel. Verlag Paul Parey. 2nd edition
  5. Equine Dentistry. Easley & Dixon. Saunders Ltd. 3rd edition

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