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Ouvir gritos nunca é uma experiência agradável. Quando outras pessoas falam com você elevando a voz, é normal se sentir intimidado, assustado e diminuído na sua habilidade de responder de maneira apropriada. Mas a chave para lidar com essa situação é perceber que quem está usando uma técnica furada de comunicação é a outra pessoa. Por sorte, não foi você quem perdeu o controle, ou seja, você é capaz de tomar medidas para gerenciar seus sentimentos e interagir de modo mais eficaz.
Passos
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Resista à vontade de gritar também. Quanto menos você reagir às provocações, mais poderá usar seu julgamento para lidar com o desafio. Quando se sentir nervoso ou desafiado por alguém, respire fundo e conte lentamente até dez antes de dizer ou fazer algo do qual possa se arrepender mais tarde.
- Evite também todas as formas de crítica e defesa. Gritar de volta é apenas uma das maneiras de se responder de maneira reativa, em vez de proativa.
- Criticar quem está gritando ou desafiar o que a pessoa diz vai provocá-la ainda mais. Além disso, não costumamos pensar muito bem quando ouvimos gritos, pois somos colocados em um estado de medo. [1] X Fonte de pesquisa
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Avalie suas opções. Você nunca está completamente preso nessa situação, não importa se quem está gritando é um estranho que perdeu a calma na fila, seu chefe ou até seu parceiro. Portanto, desprenda-se do momento o suficiente para ver se precisa ou não esperar até que os gritos acabem.
- Pode ser que você decida que não vale a pena perder o emprego para escapar do momento, mas você pode começar a procurar por outras opções se os gritos forem um fenômeno recorrente ou se a pessoa que está gritando não for importante o suficiente para se suportar.
- Pesquisas mostram que, mesmo que os gritos sejam dados "por amor", eles ainda são tão danosos e ineficazes quanto quaisquer outros. [2] X Fonte de pesquisa Ou seja, não importa qual a intenção de quem grita, você esta sendo submetido a um tratamento que nunca é apropriado, muito menos ideal.
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Evite fechar os olhos para o comportamento. Nós gritamos quando sentimos que estamos tão sobrecarregados por algo que não conseguimos pensar em outra maneira de lidar com a situação que não seja regredir para o uso da força bruta. [3] X Fonte de pesquisa Se você der uma resposta bem pensada à pessoa gritando, estará sendo leniente com esse tipo de comunicação.
- Caso você se perceba mentalmente encontrando furos nos argumentos e nas reclamações de quem está gritando, continue. Essa pode ser a sua maneira de mostrar a si mesmo que está no controle e tem a vantagem da situação. Mas tome cuidado para não se concentrar demais nos próprios pensamentos e deixar de observar.
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Tire o foco de si mesmo. Permita-se desconectar do que está vivendo para não levar nada para o lado pessoal. A melhor maneira de fazer isso sem perder a perspectiva do momento é simpatizando com a pessoa que grita. Concentre-se na dor e no esforço que o rosto dela expressa. Em vez de ouvir o que a pessoa está dizendo, observe o desespero e a frustração que ela está sentindo.
- Lembre-se de que você não está validando os gritos, e sim simpatizando para encontrar na pessoa algo pelo qual você consiga sentir compaixão quando chegar a hora de responder.
- Projete paz da maneira que puder, mas não comece a dar um showzinho brega de falsa serenidade. Ele pode irritar ainda mais a pessoa, que talvez interprete o gesto como uma provocação ou como complacência. Uma boa maneira de projetar paz é expressar uma surpresa genuína com a atitude que a pessoa está tendo. Dessa maneira, você pode demonstrar que está espantado e indicar que os gritos o incomodam.
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Tire um tempo para esfriar a cabeça. Se a situação permitir, diga da maneira mais calma que puder que precisa de alguns minutos para se acalmar antes de responder ao assunto dos gritos. Fale apenas que os gritos foram demais e que você prefere conversar dali a cinco minutos para se recompor. Esse gesto também dará à pessoa que estava gritando um espaço que ela nem sabia que precisava.
- A próxima conversa também correrá menos risco de se transformar em uma briga. Fazendo esse pedido, você ainda estará mostrando para a pessoa que gritou que ela provocou uma resposta forte, e esse provavelmente era o objetivo dela.
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Comece uma conversa a respeito do comportamento dela. [4] X Fonte de pesquisa Diga à pessoa como os gritos estão fazendo você se sentir. Inclua o que você observou a respeito da situação (por exemplo: "Estou com dificuldades para me concentrar no que você está dizendo por causa do volume"), e como você se sentiu (por exemplo: "Quando alguém grita comigo, fico confuso e nervoso").
- Por exemplo, seu parceiro pode estar gritando porque você se esqueceu de levar os ingressos para o show que vocês iam assistir. Quando os gritos pararem um pouco, diga à pessoa que você se sente sobrecarregado e ameaçado. Você também pode mencionar que percebeu que as pessoas que passavam por perto olhavam com surpresa ou pena. Assim, seu parceiro vai se concentrar em outros sentimentos além dos dele.
- Outra situação é ouvir gritos do chefe por causa de um erro no envio de uma nota fiscal para o cliente. Diga a seu chefe que você se sente desconfortável e vulnerável quando o tom de voz dele se eleva acima do normal, e que é mais difícil se concentrar no seu trabalho quando sente que precisa se proteger.
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Peça para que os gritos parem. [5] X Fonte de pesquisa Rosenberg, Marshall B. 2003. Nonviolent communication: a language of life. Encinitas, CA: PuddleDancer Press. Se você disser como os gritos o afetam de maneira negativa, é razoável pedir para que eles não aconteçam novamente. Para evitar aumentar a raiva de quem grita, diga algo como: "Não consigo ouvir direito quando alguém está gritando, e eu me importo com o que você tem a dizer. Você estaria disposto a apresentar o problema em um tom de voz mais baixo, como o que estamos usando agora?”.
- Seja específico quando estiver fazendo seu pedido. Mesmo que pareça óbvio que uma voz normal é melhor do que os gritos, seja claro a respeito do tom que você deseja que usem. Ser específico, como no exemplo acima, significa não dizer algo como: "Por que você não fala normalmente?".
- Se você achar que a pessoa é muito sensível ou vai levar seu pedido para o lado pessoal, amenize a conversa com algumas observações positivas também. Pense nas questões que essa pessoa traz à tona em outros momentos e mencione o quanto você aprecia, por exemplo, a disposição que ela tem para mostrar sua determinação.
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Fale em voz baixa. Falar em um tom suave e comedido é uma ótima maneira de alterar o curso da interação. A pessoa que está gritando se sentirá forçada a soar mais como você por causa do contraste claro que sua voz fornecerá. Outro benefício é que a pessoa terá de se esforçar mais para ouvir você, e assim precisará mudar um pouco o próprio estado psicológico para escutá-lo. Assim, o foco vai mudar automaticamente da raiva e da intensidade do momento para o conteúdo do que você está dizendo.
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Decida se quer se reconciliar. [6] X Fonte de pesquisa Agora que você tomou medidas para acalmar a situação, pode escolher se quer se reconciliar com a pessoa ou ir embora. Ao tomar essa decisão, leve em conta seu relacionamento com ela, quando vai ter que vê-la de novo e o quanto você precisa da conclusão para superar uma situação desconfortável.
- Caso você não possa ou não queira cortar relações com a pessoa, procure se lembrar de sentir empatia por ela. Afinal, gritar é, em última instância, um sintoma de descontentamento vindo da paixão e da importância que se dá para algo. [7] X Fonte de pesquisa Rosenberg, Marshall B. 2003. Nonviolent communication: a language of life. Encinitas, CA: PuddleDancer Press.
- Se preferir ir embora, lembre-se de que seu próximo encontro com a pessoa pode ser tenso.
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Conheça seus direitos. É importante saber quais são seus direitos nessas situações. Aumente sua autoconfiança e dissipe o medo que vem do momento revisando parte desses direitos na sua mente. Por exemplo, você sempre tem o direito de ser tratado com dignidade e respeito, além do direito a seu próprio espaço.
- No local de trabalho, seu direito a um ambiente pacífico e não violento pode ser obscurecido por seu cargo ou pela atitude que precisa sustentar. Mas, mesmo que seus superiores tenham mais direito de se impor no trabalho, você sempre pode resistir a situações nas quais teme por seu bem-estar. Se os gritos continuarem, consulte o departamento de recursos humanos ou o guia dos funcionários para saber quais são as políticas específicas de resolução de conflitos entre empregados. [8] X Fonte de pesquisa
- Quando um parceiro romântico está gritando com você, é fácil se sentir como se precisasse suportar a violência verbal por amor ou pelo desejo de continuar no relacionamento. Mas tente ver que os gritos agora são parte desse relacionamento que você tenta sustentar com tanta vontade. Você tem o direito de expressar suas necessidades em qualquer relação: não se sentir ameaçado ou dominado é uma das necessidades mais básicas.
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Encerre a comunicação. Se a pessoa que grita o faz com muita frequência e você já tiver tentado dizer o quanto o comportamento dela é ruim, cortar a comunicação pode ser a melhor maneira de se proteger. Dependendo do relacionamento que você tem com a pessoa, talvez consiga evitar completamente o confronto mandando uma carta ou e-mail breve que explique que você não deseja mais se comunicar. Você tem o direito de dizer quando basta.
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Peça ajuda. A pessoa não parece se acalmar? Você está com medo de que ela possa ameaçar a sua vida? Caso sinta que a situação escalonou e se tornou um perigo real, não espere para entrar em contato com os serviços de emergência. Se o perigo for imediato, você pode ligar para a polícia. [9] X Fonte Confiável US Office on Women's Health Ir à fonte .
- Em casos de violência doméstica, entre em contato com o disque denúncia no número 180. A central colocará você em contato com uma rede de proteção contra esse tipo de violência.
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Referências
- ↑ http://www.goodtherapy.org/blog/yelling
- ↑ http://www.news.pitt.edu/news/yelling-doesn-t-help-may-harm-adolescents-pitt-led-study-finds
- ↑ http://psychcentral.com/blog/archives/2012/07/26/how-to-switch-off-an-angry-person/
- ↑ http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2005/11/29/AR2005112900903.html
- ↑ Rosenberg, Marshall B. 2003. Nonviolent communication: a language of life. Encinitas, CA: PuddleDancer Press.
- ↑ http://bottomlinehealth.com/how-to-handle-someone-elses-rage/
- ↑ Rosenberg, Marshall B. 2003. Nonviolent communication: a language of life. Encinitas, CA: PuddleDancer Press.
- ↑ http://www.shrm.org/Research/SurveyFindings/Articles/Documents/09-0464_Workplace_Flexibility_Survey_Report_inside_FINALonline.pdf
- ↑ http://www.womenshealth.gov/violence-against-women/types-of-violence/domestic-intimate-partner-violence.html# b
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