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Viver com pais homofóbicos pode ser doloroso e complicado, independentemente de apenas apoiar o movimento LGBTQI+, ter um amigo próximo que é gay ou por se identificar como homossexual. Caso eles tenham falado ou tomado atitudes homofóbicas no passado, talvez seja melhor compreender o ponto de vista de seus pais, tentar mudá-los, e depois decidir se vai revelar sua orientação sexual. O importante é ter um plano já traçado para que possa se proteger contra uma reação negativa; também pode ser útil aprender a defender seu direito de ser quem é e de amar quem quiser.

Método 1
Método 1 de 4:

Trabalhando para mudar o ponto de vista de seus pais

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  1. A única maneira de convencer alguém a mudar é, antes de qualquer coisa, compreender qual é o ponto de vista do indivíduo. Pode ser que você somente tenha ouvido comentários homofóbicos, mas não entende por que eles sentem esse desprezo. Fale com seus pais sobre a relação que possuem com homossexuais e ouça de forma ativa para compreender, de fato, a argumentação que possuem. [1]
    • Não os interrompa e nem defenda seu ponto de vista, mesmo que não concorde nem um pouco com eles. A sua vez de falar será depois.
  2. Ambos terão razões por acreditarem naquilo, e entender a visão de seus pais permitirá que obtenha a perspectiva deles sobre esse assunto. É possível que eles tentem minimizar o assunto quando você perguntar “Por que são contra os gays?”, respondendo “É errado e ponto final!”; nesse caso, você deve pressioná-los e tentar descobrir mais, pedindo para esclarecerem essa opinião.
    • Diga, por exemplo: “Por que acham que é errado?”
    • Em muitos casos, a religião vai orientar o ponto de vista deles sobre a homossexualidade, mas é possível que acabe descobrindo uma razão mais íntima e profunda pelo desprezo que possuem contra essa comunidade.
  3. Eles podem ter sido influenciados a acreditar que relacionamentos homoafetivos, entre transgêneros ou ser não binário, é errado. É normal que se sintam em conflito, não conseguindo aceitar que a homossexualidade é natural e parte da pessoa. Não ataque a religião, já que isso só fará com que retruquem e se neguem ainda mais a enxergar a verdade. Você deve tentar educá-los com pesquisas atuais. [2]
    • Caso conheça pessoas em sua comunidade religiosa que aceitam indivíduos LGBTQI+, convide-os para uma conversa com seus pais para mostrarem um ponto de vista distinto..

    Dica: Sua fé pode ser atacada quando seus pais souberem que você é LGBTQI+ ou apoia a comunidade. De antemão, prepare-se para tais comentários e perguntas. Você poderá responder: “Eu acho que Deus faz as pessoas LGBTQI+” ou “Minha fé prega que Deus ama a todos e que não cabe a mim julgar alguém”.

  4. Conte a eles sobre seus sentimentos e experiências como parte da comunidade LGBTQI+ e permita que façam as perguntas que bem entenderem, prometendo tentar responder da melhor forma possível. Outra boa ideia é enviar artigos, panfletos e outros materiais educacionais para lerem. [3]
    • Se a intenção é apenas “abrir a cabeça” de seus pais, mesmo que você não seja gay, compartilhe a experiência de um amigo ou convide-os para assistir um vídeo que contextualiza uma perspectiva de alguém LGBTQI+.
    • No entanto, se eles não estiverem dispostos a deixarem ideias medievais para trás e aprenderem mais, não haverá muito o que fazer. Não force muito, já que ambos podem ficar ainda menos abertos ao que você está dizendo.
    DICA DE ESPECIALISTA

    Inge Hansen, PsyD

    Psicóloga Clínica
    A Dra. Inge Hansen é Diretora de Bem-Estar na Stanford University e na Weiland Health Initiative. A Dra. Hansen tem interesse profissional em diversidade de gênero e sexual e justiça social. Formou-se na California School of Professional Psychology com treinamento especializado nas áreas de identidades sexuais e de gênero. Ela é coautora do livro The ethical Sellout: Maintaining Your Integrity in the Age of Compromise.
    Inge Hansen, PsyD
    Psicóloga Clínica

    Nossa Especialista Concorda: Dê o máximo de tempo e espaço que for possível para que seus pais fiquem em paz com seu gênero ou orientação sexual. Se estiverem dispostos, ofereça oportunidades para que se informem sobre as identidades LGBTQI+ e até que conheçam pais que já entenderam e aceitaram a comunidade.

  5. Se você os ama e quer que continuem em sua vida, também será preciso aceitá-los como são. Continue falando com ambos e, em algum momento, seus pais vão responder. É possível até que mudem de ideia e parem de ser tão homofóbicos.
    • Mesmo que continuem sendo, em algum grau, homofóbicos, o tempo poderá deixá-los menos ásperos para que não percam o próprio filho.
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Método 2
Método 2 de 4:

Revelando sua sexualidade aos pais

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  1. Você merece viver sua vida com liberdade e orgulho, mas a segurança sempre virá em primeiro lugar. Infelizmente, revelar que é parte do grupo LGBTQI+ aos pais poderá ter consequências graves, em especial para quem é menor de idade. Algumas famílias podem expulsar o filho ou falar coisas que nunca gostaria de ouvir. Antes de qualquer atitude, tenha certeza que seu bem-estar não será ameaçado por expor sua orientação sexual. [4]
    • Para descobrir se eles estão prontos, analise as respostas que dão às suas perguntas sobre o que pensam da comunidade LGBTQI+.
    • Sempre ouça sua intuição. Caso esteja com medo de “sair do armário”, aguarde até achar que a hora é certa.
  2. Antes de informar que você se identifica com outro gênero ou possui uma orientação sexual diferente, combine com alguém um lugar para ficar, onde poderá se refugiar se as coisas esquentarem. Além disso, é preciso planejar-se para se sustentar se o auxílio financeiro dos pais não for mais possível. É normal se sentir assustado e magoado ao pensar nesses aspectos, mas é algo que servirá como garantia se nem tudo der certo. [5]
    • Por exemplo: antes da conversa com os pais, combine os planos de ajuda financeira com um parente que já o apoia, pelo menos até que esteja pronto para se sustentar. Outra opção é pedir abrigo à família de um amigo.
  3. Converse com seus pais quando estiverem mais calmos e de bom humor, e não em momentos de muita bagunça ou tensões elevadas, como em um feriado ou uma reunião de família e muito menos durante uma briga. Eles deverão ser receptivos, na medida do possível, ao que você tem a dizer. [6]
    • Pense com antecedência no que você falará para não se enrolar.
    • Peça para que um amigo de sua confiança ou um adulto o apoie e o ajude durante a conversa.
  4. A sua revelação pode ser chocante para eles, que poderão reagir com tristeza, confusão ou negação. Procure entender o lado de ambos e seja sensível, na medida do possível, durante a conversa. Diga que está feliz e que ainda poderá fazer o mesmo que os heterossexuais, como se casar e ter filhos.

    Dica: Você tem todo o direito de ficar irritado em face à reação dos pais. Tente se lembrar de que eles apenas estão preocupados com seu bem-estar e sua felicidade. Explique que o mais importante para sua felicidade é que os dois o apoiem e amem do jeito que você é.

  5. Alguns pais ficam irritados e tentarão discutir sobre o que acabou de acontecer. Isso pode ser bastante doloroso, mas não significa que eles não vão acabar o aceitando. Ouça-os se não estiverem fazendo ameaças e tente tranquilizá-los, deixando claro que, no momento, o que você precisa é do amor deles. [7]
    • Procure não discutir ou a situação só vai ficar mais fora de controle. Em vez disso, fale: “Entendo como se sentem, mas espero que compreendam que esse é quem eu sou” ou “Estou vendo o lado de vocês, mas não concordo com suas opiniões. Eu sei que me amam e apenas espero que aceitem quem eu sou”.

    Aviso: É possível que seus pais recorram à violência ou até o ameacem. Nesse caso, saia do lugar de imediato e vá para onde possa ficar em segurança. Lembre-se de que esse comportamento não é sua culpa e que não merece tal tratamento.

  6. É comum que eles precisem de um tempinho para refletir sobre suas palavras e para aceitarem que você não é como pensavam. O relacionamento com seus pais pode ficar um pouco áspero por um período antes de melhorar. Tenha paciência para que abandonem os objetivos que possuíam para você e o aceitem como verdadeiramente é. [8]
  7. Muitos pais ficam temerosos em perder a criança que amam, portanto, demonstre que nada mudou: viva normalmente, fale sobre o seu dia, discuta seus planos e convide-os a qualquer atividade que fariam em família. [9]
    • Agir da mesma maneira que antes ajudará com que percebam que tudo continua igual, assim como o relacionamento que possuem com você.
  8. O receio dos pais é de que isso o transforme em um alvo de ataques, chacotas e bullying, ou até mesmo que sua vida não seja a melhor possível. Ajude-os a entender que esses medos não têm sentido algum. Diga que o mais importante é ter o amor e o apoio deles. [10]
    • Fale, por exemplo: “Eu entendo o porquê da preocupação de vocês, mas eu ficarei bem. Só preciso de amor.”
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Método 3
Método 3 de 4:

Lidando com uma reação ruim

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  1. Ao notar que a recepção de ambos à notícia não foi a melhor, pegue suas coisas e vá para onde se escolheu abrigar. Concentre-se em cuidar de si próprio nesse momento; posteriormente, você poderá entrar em contato com seus pais para saber se estão mais abertos à aceitá-lo. [11]
    DICA DE ESPECIALISTA

    Inge Hansen, PsyD

    Psicóloga Clínica
    A Dra. Inge Hansen é Diretora de Bem-Estar na Stanford University e na Weiland Health Initiative. A Dra. Hansen tem interesse profissional em diversidade de gênero e sexual e justiça social. Formou-se na California School of Professional Psychology com treinamento especializado nas áreas de identidades sexuais e de gênero. Ela é coautora do livro The ethical Sellout: Maintaining Your Integrity in the Age of Compromise.
    Inge Hansen, PsyD
    Psicóloga Clínica

    Nossa Especialista Concorda: Lembre-se de que você não vale menos apenas porque seus pais não aceitam sua orientação sexual ou gênero. Encontre pessoas que vão celebrá-lo como é. Além disso, se os dois forem muito homofóbicos, talvez seja necessário tomar algumas precauções para proteger seu próprio bem-estar, garantindo que terá um lar e sustento financeiro, não importando o que eles acreditam.

  2. Infelizmente, os pais podem perder o controle, adotando posturas agressivas após sua revelação. Você não merece isso, e é importante buscar uma casa segura, portanto, procure outro lugar e peça ajuda para alguém de sua confiança. Volte a falar com eles apenas quando se sentir seguro. [12]
    • O ideal é combinar, com antecedência, de ficar com um amigo ou um familiar de sua confiança antes de “sair do armário” para seus pais.
    • Caso não tenha um lugar para se mudar, entre em contato com organizações LGBTQI+, que poderão auxiliá-lo a encontrar um lar temporário. Veja se há algum abrigo perto de sua residência.
    • Você também pode encontrar alguém que esteja disposto a dar casa e comida a você, ao menos por um tempo, no templo de sua fé.
  3. Não é nada legal quando os pais dizem coisas cruéis e insensíveis; além dos insultos, poderão existir ameaças, piadas e tomar a atitude de não demonstrar mais afeto. Se isso ocorrer, tente não encarar pelo lado pessoal. Até que possa sair de casa, lembre-se de que o medo é o combustível de todas essas palavras inaceitáveis. [13]
    • Converse com um amigo ou alguém de sua confiança, que possa ajudá-lo a lidar com as declarações nocivas de seus pais.
    • Abuso verbal é abuso de qualquer forma, portanto, se o tratamento persistir, talvez seja melhor procurar outro lugar para morar.
  4. É bem provável que existam amigos, parentes ou pessoas especiais que o aceitam como você é; recorra a elas para se confortar. Do contrário, comunique-se com membros da comunidade LGBTQI+, seja pessoalmente ou online. Peça para que o apoiem nesse momento complicado. [14]
    • Converse com essas pessoas quando precisar desabafar ou estiver sem saber o que fazer.
    • Para se anima e se motivar, passe um tempo com aqueles que estão do seu lado.
    • Procure por um sistema que tenha uma acomodação, alimentação e apoio financeiro.
  5. Ser rejeitado pelos pais é uma experiência muito dolorosa, e uma pessoa de sua confiança ou um terapeuta poderá ajudá-lo a lidar com as emoções e criar uma mentalidade saudável. Informe-se sobre um profissional da área com sua comunidade LGBTQI+ ou pesquise na internet. [15]
    • Verifique se a sua instituição de ensino possui algum tipo de acompanhamento psicológico ou se existe alguma organização que forneça apoio a indivíduos LGBTQI+ perto de sua casa.

    Variação: Procure algum site ou linha de apoio — o CVV (188) também pode ser útil em casos mais extremos — para conversar com pessoas de sua idade e na mesma situação. [16]

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Método 4
Método 4 de 4:

Sabendo como se defender

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  1. A rejeição pelos parentes é horrível, mas há possibilidade de que o relacionamento melhore, e a terapia e aconselhamento com um profissional pode eliminar os ruídos com seus pais. Além disso, o especialista ajudará que cada parte compreenda a situação a partir da perspectiva do outro. Diga a ambos que deseja que o relacionamento entre vocês volte a ser como antes e peça para que marquem uma consulta. [17]
    • Mesmo que eles não queiram fazer terapia, talvez seja melhor você consultar um profissional do tipo. Algumas escolas ou universidades podem fornecer um serviço de terapia gratuito para acompanhamento psicológico.
  2. Seus pais podem tentar proibi-lo de ser qualquer coisa que não seja heterossexual, mas não discuta. Você não vai ganhar e a situação pode acabar se agravando. Em vez disso, seja calmo e diga e que não vai mudar, mas ainda quer ter um relacionamento normal com eles. [18]
    • Fale, por exemplo: “Eu entendo que vocês não aprovam, mas não estou pedindo permissão. Só quero que aceitem e tolerem.”
  3. Portanto, ela deve ser tocada de acordo com sua visão e suas decisões. Mesmo que eles não gostem ou até fiquem irritados com sua orientação sexual, é inaceitável que forcem você a se sentir de uma certa forma ou ter um outro comportamento. [19]
    • No entanto, lembre-se de que, ao morar na casa dos pais, é possível que eles ainda tenham algum controle sobre suas atividades. Caso esteja preocupado em como a revelação vai refletir no seu dia a dia, talvez seja hora de se ir embora por conta própria.
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Avisos

  • Existe o risco de ser expulso de casa ou de não ser mais sustentado, financeiramente, após revelar sua orientação sexual. É algo muito injusto, mas também é importante se planejar de antemão se isso ocorrer.
  • Não importa se forem seus pais ou não: ao ser ameaçado, informe a polícia ou algum adulto de sua confiança.
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