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Quando um pai manipula o filho para que negue, distorça e mine o seu próprio senso de realidade, a decisão de fazer alguma coisa pode ser bem complicada. [1] Não importa a sua idade; esse tipo de comportamento por parte deles, conhecido como “gaslighting”, vai fazer com você que se sinta invalidado e chateado. Por sorte, há medidas que podem ser adotadas para se proteger e se distanciar, emocionalmente, de pais manipuladores, recolocando-se no caminho do autoempoderamento e de uma situação mais saudável no âmbito da família.

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Não aceite as mentiras de um manipulador.

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  1. É normal se sentir frustrado e confuso quando um sujeito tenta dizer que não fez ou falou algo, ou então quando afirma que o acontecido, que está bem claro em sua cabeça, se deu de uma maneira muito distinta, sempre com o objetivo de se safar da situação. É capaz que o indivíduo até tente mudar as regras ou expectativas após algo que já ocorreu. Por exemplo: o comportamento distorcido se comprova quando seu pai o repreende mesmo ao voltar para casa no horário estabelecido, já que ele mudou a hora em que você deveria retornar (das 22hs para 21hs sem qualquer razão). [2]
    • Caso sinta que pode confrontar esse manipulador, responda da seguinte forma: “Não, eu sei o que aconteceu. Foi o seguinte…”
    • Quando não quiser discutir com o familiar, apenas diga que não vai ficar falando e saia de perto. Se não puder, ignore o parente o máximo que for possível. [3]
    • Mesmo quando esse tipo de pessoa tentar distorcer a realidade ao ponto de obrigá-lo a se sentir mal ou a pedir perdão, continue firme. Não faça comentários autodepreciativos e nem fala que sente muito; o que importa de verdade é a sua experiência e a verdade!
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Confronte insultos e acusações imediatamente.

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  1. Se sentir irritado e magoado é comum quando alguém ultrapassa um dos seus limites emocionais através de palavras duras e xingamentos. Perceba qual é a resposta do seu corpo e compreenda que são sentimentos legítimos; logo depois, responda ao abusador e mostre como se sente, deixando claro que não deseja conversar se esse for o tratamento que ele adotará. Vá embora ou abandone tais situações se o indivíduo ignorar os limiares do seu emocional. [4]
    • Você pode dizer: “Eu preferiria que você falasse comigo de uma forma mais educada.”
    • Responda às alegações ou ao tom agressivo do manipulador falando, por exemplo: “Fica complicado eu conseguir me comunicar com você se sou apenas xingado e criticado”.
    • Faça o mesmo com as acusações, como “Você chora por tudo” ou “Se você não tivesse feito isso, eu não teria te punido”, respondendo “Eu compreendo por que se sente dessa maneira, mas não é o que eu sinto. Acho essa situação muito injusta.” [5]
3

Definindo limites físicos.

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  1. Quem vive com os pais e ainda está na escola poderá procurar atividades extracurriculares ou ir estudar com os amigos para diminuir a quantidade de tempo que deverá passar em casa. Por outro lado, se morar longe dos pais, defina uma regra que defina a frequência de comunicação entre vocês; analise se há algum problema em abordar esses limites durante uma conversa com eles. [6]
    • Diga, por exemplo: “Eu prefiro que venham ao meu apartamento apenas para almoçarem no sábado, e não para ficarem o fim de semana inteiro.”
    • Outra opção é dizer: “Todos os dias, vou estudar na casa do meu amigo e voltarei depois do jantar.”
    • Tente também falar: “Eu ligarei todos os sábados, mas não vou atender as ligações durante a semana, no meio do meu trabalho.”
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4

Escreva ou grave autoafirmações.

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  1. Lembre-se de que você é um ser humano incrível e que tem muito a oferecer, mas em uma circunstância em que deverá falar com esse tipo de pessoa, muitos acabam esquecendo disso. Rebata as declarações negativas que o sujeito já fez e não esqueça do seu valor, repetindo frases positivas, seja em voz alta ou escrevendo em seu diário. [7]
    • “Meus sentimentos são importantes.” [8]
    • “Eu mereço ser amado e cuidado.”
    • “Eu estou sendo responsável, não egoísta, quando deixo minhas necessidades bem claras.”
    • Incentive a si próprio a realizar as tarefas e atividades com declarações como “Eu fui muito bem no jogo de futebol, hoje” ou “Com certeza tirei uma boa nota na prova.” [9]
5

Reconstrua sua autoestima.

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  1. Você merece amor e afirmação daqueles à sua volta, logo, procure relacionamentos que tragam felicidade à sua vida. Seja com seus amigos ou sozinho, experimente fazer trabalho voluntário, encontrar um novo hobby ou uma atividade física diferente para mostrar a você mesmo o que consegue! [10] Caso esteja difícil estabelecer uma conexão com si próprio e com sua identidade, procure um terapeuta, que é habilitado para dar aquele “empurrãozinho” para colocá-lo no caminho certo para desenvolver um forte senso de confiança. [11]
    • Grave a si mesmo dizendo “Eu me amo. Tenho valor e sou digno” e coloque isso para tocar ou repita a frase várias vezes todos os dias. [12]
    • Pratique atividades que o acalmem, como meditação ou yoga.
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Encontre provas para preservar um senso de realidade.

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  1. Quando possuir prova de que um pai está mentindo em relação ao que de fato ocorreu, você pode afirmar tudo que sabe ser verdade. Além disso, se as situações de “gaslighting” piorarem, isso pode servir como importante evidência para as autoridades. [13]
    • Também é possível gravar áudios ou vídeos através do celular para registrar a pessoa atacando-o verbalmente ou mentindo.
    • Caso tenha um amigo de confiança ou conheça um profissional de saúde mental, faça uma ligação e deixe-a ativa enquanto discute com a mãe ou o pai, de forma que tenha uma testemunha.
    • Tome muito cuidado e guarde o conteúdo em um lugar no qual o parente não poderá encontrá-lo. Uma boa ideia é armazenar fotos e gravações na nuvem para que tenha uma cópia se acontecer qualquer problema.
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Não aguarde por um pedido de desculpas ou mudanças de personalidade.

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  1. Sim, pode ser bem difícil e inconveniente ter que desfazer essa conexão, mas é um passo importante na direção de uma vida cheia de relacionamentos positivos. Os manipuladores são, em muitos casos, indivíduos com transtornos de personalidade narcisista ou limítrofe (borderline) que podem nunca reconhecer, pedir perdão ou sentir remorso pelo modo como tratam a você, que merece muito mais que isso! Quando optar por tocar a sua vida em frente em vez de ficar aguardando um pedido de desculpas, uma porta será aberta para que consiga buscar conexões significativas e construtivas com aqueles que o cercam. [14]
    • Reforce a sua “rede de apoio” passando mais tempo com amigos e parentes que validam suas emoções e experiências. [15]
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8

Caso seja maior de idade, corte o contato com quem abusa de você.

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  1. Manipuladores podem ficar “cutucando”, pedindo explicações e tentando discutir com você sobre seu desejo de cortar relações. Responda de maneira clara e definitiva dizendo o quanto está disposto a mostrar e interagir; optar por não ter mais contato significa que você vai priorizar o seu bem-estar em vez de um relacionamento tóxico. [16]
    • “Voltarei para casa por dois dias nas festas de fim de ano, mas prefiro não ir aí durante o ano.”
    • “Fico confortável em conversar com você apenas quando há outra pessoa por perto, como minha irmã ou a mãe.”
    • Se o indivíduo tentar se comunicar com você através de amigos ou parentes, diga: “Gostaria de privacidade nesse relacionamento. Não quero falar sobre meu pai (ou mãe ou familiar).”
    • Procure grupos de apoio para sobreviventes de “gaslighting”, seja ele manipulativo ou narcisístico.
9

Analise a possibilidade de realizar terapia em família.

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  1. Optar por esse tipo de terapia fará com que todos consultem o especialista em saúde mental juntos para identificar os conflitos da família e resolver os problemas. [17] Quando sofrer e perceber que a sua voz não é ouvida ou é desprezada em casa, um psicólogo ou terapeuta poderá ajudá-lo a expor a sua perspectiva. Ainda assim, é importante saber que é muito complicado convencer um sujeito que pratica “gaslighting” a fazer esse tipo de tratamento, já que é muito possível que ele se recuse a reconhecer que está causando problemas. [18]
    • Encontre um bom terapeuta falando com algum médico de sua confiança, ou faça uma pesquisa em seu plano de saúde. Você também pode pedir uma recomendação para um líder de sua religião, como um padre ou pastor, um instituto de saúde mental ou um funcionário de um programa de assistência.
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10

Consulte um psicólogo.

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  1. Durante ou depois de ser vítima de “gaslighting”, é fundamental lembrar-se de que não está sozinho; muitos começam a questionar as próprias crenças e experiências, chegando até a desenvolver depressão e sentir grande desmotivação. Um psicólogo ou orientador — veja se a empresa em que trabalha ou escola em que estuda oferecem recursos — são boas opções para iniciar a jornada de recuperação. Procure um bom terapeuta em seu plano de saúde, peça recomendações a um médico de sua confiança ou fale com empresas especializadas em saúde mental para obter o melhor tratamento possível com um profissional de credibilidade. [19]
    • Hoje em dia, com a pandemia da COVID-19 e a facilidade de conexão à internet, há muitos psicólogos que atendem à distância.
    • Caso não possa pagar um médico, procure um grupo de apoio para pessoas que sofrem abusos emocionais e desenvolva uma rede de amigos, parentes e indivíduos saudáveis, que serão positivos para sua vida. [20]
    • Você sempre pode recorrer aos recursos gratuitos que estão disponíveis, como no Instituto de Psicologia da USP , a Clínica psicológica virtual da UFPA , o Projeto de Psicologia Online de Salvador através do WhatsApp (71) 99696-0507 ou (71) 99652-5298, os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial ) em todo o país, entre muitos outros. [21]
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Crianças precisam denunciar abusos de qualquer tipo.

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  1. [22] Quando o pai ou a mãe não respeita seus limites e você é manipulado com frequência, sentindo que não há segurança em sua própria casa, procure ajuda. Ninguém possui o direito de tratar você assim! Fale com um médico, um professor, seu técnico no time esportivo, um cuidador ou alguém que considerar próximo e denuncie a violação.
    • Técnicos de times esportivos para crianças e adolescentes, bem como professores e cuidadores, têm a obrigação de denunciar suspeitas de abuso às autoridades. Isso pode envolver a polícia e o serviço de proteção a crianças e adolescentes de sua cidade ou estado.
    • Para obter mais informações sobre esse tipo de injúria e saber como levar isso às autoridades, ligue para o Conselho Tutelar, cujo número é o 125, ou veja uma relação de endereços e telefones do Conselho Tutelar de sua cidade aqui . [23]
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