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Já se pegou conversando sozinho alguma vez? Por mais que tal comportamento possa ser um sinal de boa saúde, ele pode acabar atrapalhando a vida de algumas pessoas. Existem algumas técnicas que podem ajudá-lo a parar de falar sozinho e pensar no porquê de estar fazendo isso.

Parte 1
Parte 1 de 2:

Analisando as conversas

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  1. Se está ouvindo uma voz que não é sua, procure um profissional de saúde mental, pois isso pode ser sintoma de um problema psicológico mais sério.
    • Um jeito de descobrir de quem é a voz na sua cabeça é analisar se você é responsável por ela. Se não é o responsável pela voz (por exemplo, você está pensando e dizendo as palavras conscientemente?) e não faz ideia do que ela dirá na sequência, talvez o problema seja resultado de um transtorno mental, como esquizofrenia, depressão ou psicose.
    • Outros sintomas de transtornos incluem: ouvir mais de uma voz; sentir pensamentos não verbais, visões, gostos, cheiros e toques; ouvir vozes como se estivesse sonhando; ouvir vozes o dia inteiro e que atrapalham o funcionamento diário (por exemplo, você pode acabar se isolando ou fazendo o que as vozes mandam por medo do que pode acontecer).
    • Caso esteja sentindo algum desses sintomas ao conversar sozinho, procure um profissional de saúde mental para descartar um problema psiquiátrico que possa estar afetando negativamente sua vida.
  2. Quais tipos de coisa está dizendo para si próprio? Está narrando o dia que passou? Está planejando o que fazer a seguir? Está discutindo algo que aconteceu recentemente? Repetindo frases de um filme? [1]
    • Falar sozinho não é ruim por si só, pois é uma coisa que pode ajudar a organizar os pensamentos e a analisar as coisas com mais cuidado, principalmente ao tomar uma decisão difícil como qual presente escolher para o aniversário da sua mãe.
  3. Falar com si próprio de modo positivo pode ser excelente em situações nas quais precisa se sentir motivado, como uma sessão de treino intensa ou uma entrevista de emprego. Repetir "Você é capaz!" algumas vezes pode dar aquela turbinada na autoconfiança, ajudando-o a superar seus limites. Quando é ocasional e positiva, a conversa pode ser, sim, saudável. [2]
    • Se, por outro lado, a conversa é negativa e serve apenas para criticar você ("Nossa, como você é burro" ou "Você nunca faz nada certo, não é mesmo?", por exemplo), talvez haja algum problema psicológico ou emocional causando a voz na sua cabeça. Uma conversa repetitiva e negativa pode sinalizar a tendência de ruminação. Por exemplo, se discutiu com um amigo recentemente e passou horas pensando e conversando consigo mesmo sobre tudo o que deveria ter dito, sinal de que você está remoendo os problemas e isso não é saudável. [3]
  4. Todo mundo tem um parafuso a menos, isso é normal! Para se manter mentalmente saudável, entretanto, é preciso que esse hábito seja algo natural e engraçadinho, que não afete negativamente sua autoestima ou seu funcionamento diário. Responda as seguintes perguntas:
    • Eu fico preocupado ou me sinto culpado com o quanto converso comigo mesmo?
    • As minhas conversas internas me deixam triste, nervoso ou ansioso?
    • As conversas internas são um problema tão grande a ponto de eu evitar situações públicas para não passar vergonha?
    • Se respondeu de forma positiva a alguma das perguntas acima, é melhor procurar um psicólogo ou outro profissional de saúde mental. A consulta o ajudará a refletir sobre o motivo por trás das conversas e a definir estratégias para controlar esse hábito.
  5. Alguém já fez algum comentário sobre esse seu hábito? É provável que ninguém tenha percebido que costuma falar sozinho mas, se você percebe reações das pessoas ao seu redor, sinal de que as conversas internas podem causar problemas ou de que os outros temem por sua saúde mental. Responda as seguintes perguntas:
    • As pessoas me olham torto quando estou por aí?
    • As pessoas me pedem para ficar quieto?
    • A primeira coisa que os outros ouvem de mim são minhas conversas comigo mesmo?
    • Algum professor já pediu que eu procurasse o psicólogo da escola ou conversasse com o coordenador pedagógico?
    • Se respondeu de modo positivo a alguma das perguntas acima, é bom procurar um profissional de saúde mental, pois é possível que as pessoas estejam reagindo ao seu comportamento temendo por seu bem-estar mental. Obviamente, se as suas conversas internas estão atrapalhando a vida dos outros, é melhor controlá-las, para o bem de seus relacionamentos pessoais.
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Parte 2
Parte 2 de 2:

Controlando as conversas internas

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  1. Assim que se pegar falando sozinho em voz alta, tente tomar ciência do momento e registrar quantas vezes isso acontece por dia. Reconhecer o que está fazendo é o primeiro passo para a recuperação.
  2. Ao notar que está falando sozinho em voz alta, transfira a conversa para sua mente.
    • É uma boa ideia apertar os dentes ou fechar a boca intencionalmente para evitar receber olhares tortos daqueles ao redor. Obviamente, seja sutil para não chamar mais atenção para você.
    • Mascar um chiclete é uma boa opção para controlar a conversa. [4]
    • Se for difícil impedir a boca de falar, tente simplesmente falar as palavras, mas sem emitir sons. Assim, pelo menos ninguém ouvirá o que está dizendo.
  3. Só faça isso quando estiver sozinho em casa ou no carro, por exemplo. É preciso tomar cuidado para que a situação não saia do controle e você acabe falando sozinho em outros horários. Defina regras para limitar as conversas e se recompense ao segui-las após determinado período. Com o tempo, tente reduzir as situações nas quais se permite conversar sozinho em voz alta, até acabar com elas.
  4. Compre um diário e leve-o consigo para escrever quando estiver com vontade de falar sozinho. Assim, você terá uma conversa interna por escrito, sem atrapalhar os outros. É uma boa ideia escrever as perguntas e respostas no papel, como se realmente estivesse dialogando.
    • Por exemplo, digamos que saiu para um encontro, mas não conversou mais com o rapaz desde então. Este é um exemplo de diálogo que poderia ser dito em voz alta, mas que você também poderia escrever no diário: "Por que ele não me ligou? Talvez ele esteja ocupado ou não goste de você. Por que acha que ele não gostaria de mim? Talvez ele simplesmente esteja ocupado com o trabalho; talvez ele simplesmente tenha percebido que vocês não são compatíveis. Não importa, ainda me sinto rejeitada. Tudo bem se sentir assim, mas lembre-se de que ele não é o último cara do mundo. Lembre-se de que existem muitas coisas boas em você!...".
    • Esse tipo de exercícios pode ajudar a organizar e refletir sobre o que você está pensando, além de ser um bom mecanismo para se ter pensamentos positivos sobre si próprio, eliminando parte da negatividade das conversas internas.
    • Leve o diário consigo o tempo inteiro, seja na mochila, no carro ou no bolso da blusa. Se preferir, use um aplicativo de celular para escrever. Outro benefício do diário é ter um registro físico das coisas que pensa e se preocupa, pois isso o ajudará a identificar padrões e até mesmo usar a criatividade. [5]
  5. Muitos indivíduos falam sozinhos por sentirem que não têm com quem conversar. [6] Tornar-se uma pessoa mais social permitirá que você converse com os outros; lembre-se de que as interações sociais são importantes para o nosso desenvolvimento pessoal.
    • Caso a socialização o deixe ansioso, tente começar aos poucos. Por exemplo, se cruzar com uma pessoa que parece amigável e receptiva — caso ela sorria, diga "oi" ou faça contato visual, por exemplo — retribua o gesto! Após algumas experiências positivas do tipo, você se sentirá mais preparado para conversas mais profundas.
    • É difícil captar os sinais físicos dos outros e saber o quanto conversar com eles. A confiança também leva um tempo para ser firmada e facilitar as conversas. Caso se sinta nervoso demais ao conversar com estranhos, não se pressione. Ainda assim, é uma boa ideia procurar terapia para superar esse desconforto.
    • Se quer conhecer mais pessoas, experimente fazer alguma atividade nova, como aulas de dança ou de yoga. Esforce-se para praticar atividades com mais pessoas e para sair de casa. Assim, você terá mais oportunidades de conversar com pessoas que compartilhem dos seus interesses.
    • Se mora em uma região isolada, use a internet para manter contato com os outros. Salas de bate-papo ou fóruns são ótimos lugares para se discutir seus interesses. Se não tiver acesso à internet, use o bom e velho papel e escreva algumas cartas. A conexão é importante para nossa vida!
  6. Muitas vezes, as conversas internas começam a partir do tédio ou das divagações. Ao se manter ocupado, você entrará de cabeça em uma atividade, evitando que o cérebro foque nas conversas dentro da sua cabeça.
    • Ouça música quando estiver sozinho ou indo para algum lugar. Deixe que seu cérebro foque em alguma coisa que não as conversas internas. [7] As músicas podem ser uma excelente distração, além de inspirararem pensamentos novos e surtos de criatividade. As melodias encorajam a liberação de dopamina no cérebro, fazendo com que você se sinta bem. [8] Além disso, você ainda pode conversar sozinho usando fones de ouvido; as pessoas na rua vão achar que você está conversando com alguém no telefone!
    • Leia um livro. A leitura o ajudará a se perder em um mundo imaginário e exige muita concentração. Foque a mente na leitura para ter menos tempo para falar sozinho. [9]
    • Assista TV. Não importa se vai assistir a alguma coisa interessante ou se vai apenas deixar a TV ligada de fundo, o som ambiente vai deixar o local mais "vivo". Muitas pessoas que têm dificuldade de dormir sozinhas acabam ligando a televisão para pegar no sono, pois parece que há alguém no cômodo, o que facilita dormir. Assistir TV ajuda a manter o cérebro ocupado, evitando as conversas internas. [10]
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Dicas

  • Lembre-se de que todo mundo conversa sozinho internamente. A única diferença é que você procura verbalizar o que está pensando!
  • Falar sozinho é algo que acontece mais quando estamos sozinhos ou com saudade de alguém. Tente se ocupar para limpar a cabeça dos pensamentos de solidão.
  • Empurre a língua contra o céu da boca quando estiver com vontade de falar. Ninguém vai perceber que está fazendo isso, fique tranquilo.
  • Guarde um pote na sua mesa e coloque uma nota de dinheiro nele sempre que falar consigo mesmo em voz alta. No fim do mês, doe o dinheiro para a caridade.
  • Ao meditar, concentre-se na sua boca. Encoste a língua atrás dos dentes e mantenha a consciência tanto quanto possível. Ao se distrair com um pensamento, reconheça-o e esqueça-o.
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Avisos

  • Caso tenha uma obsessão por conversar sozinho, os papos sejam negativos ou a voz pertença a outra pessoa, é melhor procurar um profissional de saúde mental o quanto antes. Obtenha um diagnóstico e discuta o tratamento.
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Referências

  1. Pedersen, C. W.; Denson, T. F.; Goss, R.; Vasquez, E. A.; Kelley, N. J.; Miller, N (June 2011). "The impact of rumination on aggressive thoughts, feelings, arousal, and behaviour". British Journal of Social Psychology 50 (2): 281–301.
  2. http://www.wsj.com/articles/SB10001424052702304831304579543772121720600
  3. Pedersen, C. W.; Denson, T. F.; Goss, R.; Vasquez, E. A.; Kelley, N. J.; Miller, N (June 2011). "The impact of rumination on aggressive thoughts, feelings, arousal, and behaviour". British Journal of Social Psychology 50 (2): 281–301.
  4. http://www.healthguidance.org/entry/15556/1/How-to-Stop-Talking-to-Yourself.html
  5. http://psychcentral.com/lib/the-health-benefits-of-journaling/000721
  6. http://www.healthguidance.org/entry/15556/1/How-to-Stop-Talking-to-Yourself.html
  7. http://www.healthguidance.org/entry/15556/1/How-to-Stop-Talking-to-Yourself.html
  8. http://www.nytimes.com/2012/08/12/jobs/how-music-can-improve-worker-productivity-workstation.html?_r=0
  9. http://www.telegraph.co.uk/news/health/news/5070874/Reading-can-help-reduce-stress.html

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