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Uma das primeiras coisas a se fazer em caso de suspeita de hérnia inguinal é observar se há uma protuberância no abdômen ou na virilha. Essa protuberância pode ser, na verdade, o intestino ou o conteúdo do mesmo, após o rompimento de músculos do abdômen. As hérnias inguinais geralmente são de simples diagnóstico para médicos, com a cirurgia se constituindo no principal tratamento. Apesar de raramente oferecem riscos de vida, há chance de certas complicações ocorrerem se não houver intervenção médica. Um dos perigos dessa condição é o estrangulamento do intestino, quando parte do órgão é torcido e separado do resto do intestino devido à evaginação do mesmo. Isso pode acarretar bloqueio intestinal, dores abdominais e febre, caso não seja tratado e a situação seja emergencial. Aprenda como reconhecer os sinais de uma hérnia inguinal, como tratá-la, se recuperar da condição e evitar que aconteça.

Parte 1
Parte 1 de 3:

Procurando sinais de uma hérnia inguinal

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  1. Tire toda a roupa abaixo da cintura e olhe-se no espelho, colocando dois dedos sobre a área que acha que pode estar sendo afetada. Force uma tosse e sinta se há uma protuberância saliente no local. Outra opção é segurar a respiração e contrair o abdômen (como se precisasse ir ao banheiro). Use o dedo para sentir se o local está inchado. As hérnias podem ser agravadas através de ações que pressionam o abdômen. Observe se há também: [1]
    • Uma protuberância na virilha: possível hérnia direta ou indireta.
    • Você verá um inchaço na parte inferior do abdômen. Tal inchaço se estenderá na direção de seu testículo, talvez até invadindo-o.
    • Uma protuberância na coxa, logo abaixo da virilha: muito provavelmente, uma hérnia femoral.
    • Um testículo maior ou mais inchado que o outro: pode ocorrer devido à hérnia indireta.
    • Queimação, dores ou dor aguda na virilha: tais sintomas podem indicar a presença de uma hérnia, pois há possibilidade do intestino ficar preso e ser espremido, causando muito desconforto.
    • Se o inchaço tiver uma forma oval fora da área escrotal, então provavelmente trata-se de uma hérnia direta, e não inguinal.
  2. Em certos casos, é possível reintroduzir a hérnia de volta ao abdômen através do toque. Deite-se e deixe que a gravidade alivie a tensão da hérnia, lentamente normalizando a situação. Aplique pressão levemente sobre a protuberância através do dedo indicador e tente empurrar o conteúdo para cima. Não faça muita força, pois a hérnia ou a abertura poderão se romper. Se não conseguir reduzir a hérnia, vá imediatamente ao médico.
    • Caso não consiga empurrar o conteúdo de volta ou haja presença constante de ânsia de vômito, comunique ao médico. Pode haver uma complicação conhecida como estrangulamento.
    • Vá imediatamente ao pronto-socorro ao apresentar febre ou dores abdominais.
    • O estrangulamento do intestino e dos vasos sanguíneos que o irrigam poderá resultar em deficiência de nutrientes necessários para o bom funcionamento do órgão. Lentamente, o tecido intestinal necrosará e as funções do intestino serão prejudicadas. Apenas através de uma intervenção cirúrgica o tecido morto poderá ser removido, permitindo que o conteúdo digerido passe. [2]
  3. É importante obter a avaliação de um médico, independentemente do tipo de hérnia que estiver afetando a pessoa. O médico pedirá que o paciente remova toda a roupa abaixo da cintura para que ele e um assistente examinem o abdômen e a área genital, procurando protuberâncias e partes assimétricas. Além disso, o profissional precisará examinar se há um volume maior no local após a tosse ou ao contrair o abdômen sem respirar; caso seja encontrado, provavelmente existe uma hérnia. Através do toque do dedo indicador, o médico verificará se há possibilidade de redução.
    • O médico poderá ouvir a movimentação dentro da protuberância utilizando um estetoscópio, procurando por movimentação intestinal. Se ele não ouvir tais sons, pode haver estrangulamento ou tecido intestinal morto. [3]
  4. Essas hérnias se diferem em relação à localização e à causa. Os principais tipos são: [4]
    • Hérnia inguinal indireta: esse tipo consiste em um defeito congenital (de nascimento) que faz com que o revestimento do intestino ou o órgão inteiro passe pelo local onde os testículos desceram antes do nascimento. Na maioria das vezes, esse local não “fechou” corretamente antes do parto, ficando fragilizado.
    • Hérnia inguinal direta: geralmente, é causada por trauma direto sobre o local, como a aplicação constante de tensão (ao levantar objetos pesados), tosse frequente, torção ao usar o banheiro ou devido à gravidez. O intestino, a gordura intestinal ou o revestimento do órgão passam através desses músculos enfraquecidos, que estão perto da virilha, mas não através da bolsa escrotal ou testículos.
    • Hérnia femoral: nesse caso, a hérnia surge durante a gravidez ou o parto. O conteúdo intestinal passa por uma parte frágil da virilha, onde os vasos sanguíneos das coxas e pernas estão localizados.
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Tratando e recuperando-se de uma hérnia inguinal

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  1. A cirurgia é o método mais utilizado e aceito para tratamento das hérnias. Porém, quando o paciente é assintomático é há chance de a condição ser reduzida, é uma boa ideia esperar um pouco. De qualquer forma, marque uma consulta com o médico para obter uma opinião profissional. Caso prefira realizar a cirurgia, mas o médico não recomendá-la devido à ausência de sintomas, o paciente pode alegar que deseja realizar o procedimento por motivos estéticos. Ao decidir pela intervenção cirúrgica, faça uma consulta com um cirurgião. [5]
    • Ao optar pela cirurgia, será necessário realizar alguns exames, como o hemograma, a detecção dos índices de eletrólitos – glicose, potássio e sódio –, [6] além de um eletrocardiograma para determinar se há algum problema cardíaco. Vá ao médico de sua confiança para que ele realize os pedidos e envie os resultados ao cirurgião.
  2. Através dela, o paciente receberá anestesia apenas via oral para reduzir a dor e o desconforto; o cirurgião também inflará o abdômen com ar, de forma que os tecidos fiquem mais separados e mais fáceis de serem manuseados. Depois, uma sonda cirúrgica é utilizada como câmera para guiar outras sondas, que cortam, removem e costuram, colocando o conteúdo da hérnia de volta ao lugar. Por fim, a sonda aplica uma tela de reforço para proteger melhor a parede abdominal enfraquecida, evitado hérnias futuras. As pequenas incisões das sondas serão suturadas (costuradas) no fim. [7]
    • A cirurgia laparoscópica é pouco invasiva. Ela deixa uma pequena cicatriz após o procedimento, causando menor perda de sangue e pouca dor no pós-operatório.
    • O reparo laparoscópico é mais indicado nos casos de hérnia bilateral, recorrente ou femoral.
  3. Caso prefira a cirurgia aberta, o médico fará uma incisão ao longo da virilha para abrir o local. Depois, ele empurrará manualmente o conteúdo de volta ao abdômen e verificará se há passagem de flatos. Provavelmente, será feita a aplicação da tela de reforço em volta dos músculos abdominais ou para reconectar os músculos abdominais novamente, evitando hérnias futuras. A incisão será suturada ou costurada ao término do procedimento. [8]
    • Quando é hérnia é grande demais ou as condições financeiras não permitirem o gasto de muito dinheiro, a cirurgia aberta é a melhor opção.
    • O reparo cirúrgico aberto é mais recomendado em relação ao laparoscópico, principalmente se já foram realizadas cirurgias no local, se é a primeira hérnia inguinal do paciente, se ela for grande ou se há preocupação com uma possível infecção.
  4. Como pode haver dor por algumas semanas após a intervenção operatória, consuma os anti-inflamatórios prescritos pelo médico na dose recomendada. Além disso, crie uma dieta rica em fibras ou consuma duas colheres de sopa com leite de magnésio por duas vezes ao dia depois de ser operado. Será necessário esperar de um a cinco dias para que ocorra evacuação intestinal, e uma dieta alta em fibras pode aumentar a movimentação intestinal.
    • Para aliviar a dor, coloque uma compressa fria enrolada em uma toalha sobre o local por cerca de 20 minutos.
  5. Mantenha as bandagens sobre a área operada por até dois dias, com observação de um pouco de sangue ou corrimento sobre ela. Após 36 horas, é permitido que o paciente tome um banho. Remova a gaze antes de tomar banho e aplique uma leve pressão sobre o local ao lavar com sabão. Ao terminar, pegue uma toalha e dê alguns toquinhos com cuidado sobre a incisão, secando-a. Coloque gaze sobre o local após cada banho.
    • Evite banheiras, piscinas ou hidromassagens por ao menos duas semanas. Não é recomendado mergulhar o local operado em água durante esse período.
  6. Não existem restrições médicas ou físicas após a cirurgia, mas provavelmente o local operado ainda estará sensível. Tente evitar atividades que apliquem pressão ao abdômen por cerca de uma semana, como nadar, correr e exercitar-se.
    • Espere pelo menos seis semanas ou até que o médico libere para levantar qualquer objeto mais pesado que 2,7 kg. A chance de agravar uma nova hérnia – no mesmo local – aumenta ao erguer objetos pesados . [9]
    • Desaconselha-se dirigir por até duas semanas após a cirurgia.
    • Pode-se manter atividades sexuais após a remoção da hérnia, desde que a atividade não cause desconforto ou dor.
    • A maioria dos pacientes se recupera após um mês depois do tratamento, podendo retomar o trabalho tranquilamente.
  7. Vá ao médico se qualquer sintoma a seguir surgir após a cirurgia:
    • Febre (pelo menos 38,3 °C) e calafrios: infecção bacteriana no local da cirurgia.
    • Fluidos sobre a incisão com odor ou aparência de pus (geralmente marrom ou verde): malcheirosos e viscosos, são produzidos por infecções bacterianas.
    • Sangramento constante no local operado: possível ruptura de um vaso sanguíneo que nunca foi costurado adequadamente durante a cirurgia.
    • Dificuldades para urinar: é normal ocorrerem inflamações e presença de fluidos após a intervenção cirúrgica, mas o excesso de ambos os sintomas poderá comprimir a bexiga ou a uretra, deixando a urinação mais difícil.
    • Inchaço ou dor crescente nos testículos.
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Prevenindo-se contra hérnias inguinais

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  1. Indivíduos acima do peso ou obesos devem tentar emagrecer realizando exercícios leves e diminuindo a ingestão de calorias. O excesso de massa pode fazer com que os locais mais frágeis do abdômen sejam comprimidos e carreguem mais peso do que o normal. O aumento da pressão em pontos abdominais frágeis aumenta a probabilidade de desenvolvimento de hérnia.
    • Pratique atividades que não exerçam mais pressão sobre a parede abdominal. [10] Alguns dos melhores exercícios de intensidade moderada são o ciclismo, a natação, o cooper e a caminhada.
  2. As fibras promovem a movimentação e o esvaziamento intestinal. Dietas ricas em fibras também contribuem para evitar que o bolo fecal se torne mais consistente, reduzindo a tensão feita sobre as paredes abdominais durante a evacuação. Coma alimentos com muitas fibras, como pão de trigo, frutas e legumes; beba bastante água durante o dia para incentivar a movimentação intestinal. [11]
    • As fibras são muito importantes para indivíduos que foram operados de hérnias. A própria intervenção cirúrgica e os anti-inflamatórios podem deixar o intestino mais “lento”, levando à constipação, que por sua vez, exercerá ainda mais pressão sobre a parede abdominal.
  3. Tenha muito cuidado ou evite totalmente erguer objetos mais pesados do que 2,7 kg durante as primeiras seis semanas após a cirurgia. Levante objetos dobrando os joelhos e agachando. Segure o item perto do corpo e erga-o utilizando os joelhos, não a cintura; isso reduz o peso e a tensão causada sobre o abdômen ao levantar e inclinar-se. [12]
    • Caso deseje, use uma malha compressiva pós-cirúrgica em volta da cintura. Ela auxilia os músculos abdominais, principalmente ao erguer objetos.
  4. O cigarro está diretamente relacionado à tosse crônica, que pode causar e agravar uma hérnia. Caso tenha um histórico de hérnia, é extremamente importante evitar qualquer elemento tussígeno, como o cigarro.
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Dicas

  • Não descarte a chance de ter uma hérnia caso não sinta dores. As hérnias inguinais podem ser indolores.
  • Fatores de risco da hérnia inguinal em adultos são: histórico de hérnias quando criança, idade avançada, ser caucasiano ou do sexo masculino, tosse crônica, constipação crônica, lesão da parede abdominal, ser fumante ou ter um histórico familiar de hérnias.
  • Caso planeje operar a hérnia, não beba ou coma nada após a meia-noite no dia anterior à cirurgia. Isso evita que ocorra a “aspiração” do conteúdo do estômago aos pulmões durante a anestesia.
  • Tente parar de fumar, já que esse hábito pode contribuir para a tosse. Os músculos abdominais se contraem durante a tosse. [13]
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Avisos

  • Caso tenha um histórico de hérnias, é muito importante aderir aos métodos de prevenção listados acima.
  • Ao sentir uma dor aguda durante os exames, vá imediatamente ao médico. Isso pode ocorrer devido à torção de vasos sanguíneos que irrigam os testículos, reduzindo a circulação sanguínea ao local. Se não for tratada a tempo, tal condição pode danificar um ou ambos os testículos, levando à remoção dos mesmos.
  • O estrangulamento e a obstrução intestinal ocorrem se as hérnias inguinais não forem medicadas. Essas condições são perigosas e podem colocar a vida do indivíduo em risco.
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