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Um casamento exige um relacionamento de confiança. Quando ela é quebrada — seja devido à infidelidade, ao abuso de substâncias, por mentiras ou algo parecido —, as duas partes deverão se esforçar para reconstruir o casamento, restaurando a sensação de confiança. Veja os passos concretos que podem ser adotados para que ambos “salvem” a união.
Passos
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Decida que é hora de reconstruir o casamento. Se ainda não tiver se comprometido em salvá-lo, não será possível participar completamente do processo de reestabelecer a relação de confiança. Tomar uma decisão honesta e se esforçar em prol do casamento, em vez de abandoná-lo, é o primeiro passo em praticar a rigorosa honestidade que isso exigirá. [1] X Fonte de pesquisa
- Às vezes, as pessoas decidam colocar um ponto final na união em vez de reconstruí-la. Não é, necessariamente, um fracasso ou algo ruim, é apenas o desfecho da situação. Quando esse for o seu caso, o processo de reconstrução será apenas um desperdício de tempo, ou seja, é melhor tocar a vida e deixar isso para trás. Muitas vezes, o relacionamento com o cônjuge é “curado” ou se torna uma amizade ao optarem por não salvarem o casamento.
- Apenas você pode definir se quer reconstruí-lo. Amigos e parentes podem dar suas opiniões em relação ao que deverá fazer (e muitas vezes, vão falar e ser bem veementes). É algo natural, mas o importante é fazer suas próprias decisões após refletir e determinar o melhor caminho.
- Ter filhos no casamento complica a questão. No entanto, não se separar por causa deles quase nunca vai dar certo. Lembre-se de que as crianças se adaptam ao divórcio.
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Pergunte a si próprio qual é o tipo de casamento que procura. Analise se mudou suas ideias em relação a esse assunto e pense se elas são mesmo realistas.
- Às vezes, o casal apenas se distancia. O seu modo de se comportar nos dias atuais pode não lembrar em nada de como era dez anos antes, mas às vezes o parceiro não muda da mesma forma, possivelmente causando problemas. Além disso, nada disso significa que um de vocês não é uma pessoa boa.
- Outro aspecto importante é estar em sintonia com o cônjuge na questão do que ele quer para essa união. É provável que o indivíduo também esteja infeliz.
- É muito frequente que os jovens comecem com expectativas idealistas do que o casamento deve ser, em especial se ambos forem bem jovens. Quando nem todas essas ideias se concretizam, é normal que se sintam traídos, mesmo que a outra parte não tenha feito, de fato, algo de errado. Examinar expectativas pouco realistas pode ajudar na sobrevivência de um casamento saudável (ainda que não sejam obrigatoriamente idealistas).
- Pessoas que sofrem com crises no casamento provam, muitas vezes, que possuem uma união mais forte em longo prazo.
- Parte da decisão em reconstruir um casamento parte do que você espera que ele seja. Quando ambos têm uma ideia muito distinta em relação ao casamento, será preciso que vocês abram mão de certas mordomias e vantagens.
- Os dois devem estar comprometidos em salvar o matrimônio. Isso exige muito esforço emocional e, se uma das partes não puder ou quiser restaurar essa relação aos “dias de glória”, nada vai acontecer. Parece óbvio, mas em algumas oportunidades, uma parte do casal quer salvá-lo de qualquer forma, nem percebendo a real intenção da outra. Da mesma maneira, um deles (às vezes os dois) ficam em negação e não se esforçam.
- Seja claro em relação ao tipo de casamento que deseja ter. Cada indivíduo procura por algo diferente, e essa união precisa ter expectativas cristalinas, projeções compartilhadas e objetivos, que nunca serão iguais de acordo com cada casamento. No entanto, comece deixando bem evidente o que você quer; reconstruir o matrimônio é uma oportunidade de examinar o que deu errado de acordo com sua projeção e o que deseja mudar.
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Procure ajuda. O processo de reconstruir o casamento é bem complicado, logo, pode ser bastante útil conversar com um especialista, como um terapeuta, um psicoterapeuta ou até mesmo com um líder de sua religião (de preferência com experiência em aconselhamento de casais). O importante é que esse “mediador” não tenha envolvimento emocional com vocês e possa ajudar a reconhecer padrões de comportamento ou comunicação que estão influenciando a relação de forma danosa. [2] X Fonte de pesquisa
- Sem auxílio, é difícil mudar os padrões negativos de comunicação. Após definir que tentará restaurar o casamento, talvez isso só possa ser feito com ajuda de alguém, que identificará qual o tipo de comunicação que causa depressão, insegurança ou leva à vontade de deixar a conversa com o companheiro.
- Quando você e o cônjuge se tornarem “amigos” em vez de parceiros íntimos, um psicólogo ou terapeuta para casais poderá fazer com que lembrem de como era o contato íntimo no início do relacionamento.
- Ao sentir que a única razão de salvar a união é pelos filhos, converse com um especialista. Frequentemente, a decisão de tentar manter o casamento por eles não é o suficiente; por outro lado, também é verdade que é um bom motivo, que pode servir de combustível para fazer o possível e o impossível com a meta de que o casamento volte a funcionar.
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Tome algumas medidas para reconstruir a confiança. Se for o responsável por quebrar o ciclo de confiança do relacionamento, será preciso fazer alguns ajustes para recuperá-lo; comprometa-se em falar a verdade sempre, com franqueza total em relação aos seus planos e à comunicação (inclusive e-mails, SMS e ligações telefônicas). Não esconda nada. [3] X Fonte de pesquisa
- Procure não dar detalhes sobre transgressões do passado, se existirem. É importante fornecer informações precisas, claras e verdadeiras ao companheiro, mas ficar relembrando das traições de uma maneira obsessiva não facilitará com que ele consiga seguir a vida.
- O que é muito importante a uma pessoa pode não ser tão vital para outra. Deixe que o cônjuge determine o que ele deseja saber ou não.
- Perceba que, mesmo que tenha “aberto o jogo”, a reconstrução de confiança leva um tempo. É possível que a outra pessoa hesite em deixar que você tenha uma conta de banco separada ou saia para beber com os colegas do trabalho, por exemplo. Talvez seja necessário adotar certas medidas para readquiri-la, como cortar relações com determinados indivíduos, mudar de emprego e até parar de beber (em especial sem o parceiro por perto).
- Dedicar um tempo para refletir sobre suas próprias razões para quebrar a confiança da pessoa também pode ajudar. É um processo de aprendizado das próprias inseguranças e vulnerabilidades emocionais, portanto, seja honesto ao tratar disso com o cônjuge.
- Nunca culpe alguém por sua traição. Ao decidir por tentar recuperar o casamento, será necessário ter completa responsabilidade por suas ações.
Publicidade - Procure não dar detalhes sobre transgressões do passado, se existirem. É importante fornecer informações precisas, claras e verdadeiras ao companheiro, mas ficar relembrando das traições de uma maneira obsessiva não facilitará com que ele consiga seguir a vida.
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1Concentre-se em reconstruir a amizade conjugal. Casais com forte amizade têm maior chance de desenvolver um relacionamento feliz e duradouro; quando não há esse laço entre ambos, dar prioridade à amizade é um bom lugar para começar. Algumas coisas que podem ser feitas para se tornar um “amigo melhor” são: [4] X Fonte de pesquisa
- Divertirem-se juntos.
- Conversarem sobre suas vidas, sonhos e esperanças.
- Definirem objetivos juntos.
- Serem honestos um com o outro.
- Terem respeito mútuo.
- Sempre incentivarem um ao outro.
- Perdoar.
- Apreciar e terem consideração mútua.
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Note tudo que há de bom no companheiro. Pare de falar mal dele para outras pessoas; ao conversar com amigos e parentes, aborde apenas aspectos ou ações positivas dele. Diga ao parceiro o que mais gosta nele.
- Muitas vezes, um casamento que precisa ser reconstruído será focado em pontos negativos. Ao concentrar-se nas qualidades do cônjuge, será possível, de fato, mudar o estado da união entre vocês.
- Elimine por completo as observações negativas. Mesmo que você fale pouco das qualidades do marido ou da esposa, você já perceberá uma grande diferença.
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Ajuste as expectativas. Muitos acabam desenvolvendo uma “lista”, com itens que precisam ser completados para que considerem seus companheiros perfeitos, mas não é nada realista esperar que a pessoa ao seu lado corresponda a cada expectativa sua. Não é preciso gostar de tudo dela, e aprender a aceitar as limitações um do outro é um passo fundamental para que o casamento volte a ser frutífero. [5] X Fonte de pesquisa
- Saber como desenvolver a confiança de modo realista evita que ressentimentos se formem. Isso só prejudicará a qualidade do relacionamento entre vocês.
- Muitos conflitos em um casamento nunca são resolvidos por completo. O ajuste das expectativas pode fazer com que ambos “concordem em discordar” sem comprometer a confiança. As divergências não precisam evitar que haja profunda satisfação e confiança em um casamento.
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Concentre-se em mudar a si próprio. Uma das razões que leva ao desgaste de uma união é a insatisfação com a vida que leva; em vez de achar que é o companheiro que deve fornecer a vida que desejava, tente implementar mudanças em seu comportamento. [6] X Fonte de pesquisa
- Caso tenha parado de realizar certas atividades porque o marido ou a esposa não gosta, retome-as. Não é obrigatório fazer tudo juntos; se apenas você gosta de andar em trilhas, entre em um grupo de pessoas com o mesmo interesse.
- Ser honesto com os seus próprios desafios permitirá que o casamento seja reconstruído. Veja em que áreas é possível melhorar, sejam elas menos ou mais importantes.
- Aprender a identificar os desafios vai ajudá-lo a ser mais leniente com o cônjuge.
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Defina um ultimato. Às vezes, deixar claro o que precisa mudar é a única forma de fazer com que um relacionamento seja volte a funcionar; por exemplo, um alcoólatra pode ter que parar de beber para que algo mude de fato. Pessoas casadas com alguém que possui um vício podem dizer que o companheiro deve procurar tratamento antes de retomarem o casamento. [7] X Fonte de pesquisa
- Um grupo de AA (Alcoólicos Anônimos) ou NA (Narcóticos Anônimos), que adote o programa de 12 passos, poderá ajudá-lo a aprender e implementar limites saudáveis com alguém que possui dependência.
- Ao definir esse ultimato, não o descumpra. Se ele for apenas para assustar o outro indivíduo, isso só permitirá que o comportamento equivocado perdure.
- Nem todos os ultimatos estão relacionados ao vício com bebidas e drogas. Também podem servir em situações extremas, que colocaram a união em perigo, ou que foram “a gota d’água”, um acúmulo de acontecimentos desagradáveis e também nocivos ao matrimônio. Estão incluídos casos extraconjugais, horas excessivas no trabalho, falta de controle sobre os gastos e assim por diante.
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Livre-se do passado. Ficar relembrando de problemas anteriores podem dificultar com que consiga solucionar o que está atrapalhando no presente. Pare de discutir decepções ou traições do passado e concentre-se no casamento agora.
- Não importa o que seus pais fizeram ou não, o casamento é seu. Nunca use o passado para justificar seu comportamento ou culpar o parceiro.
- Elimine as frases “Você sempre...” ou “Você nunca...” do vocabulário. Essa forma de pensar coloca os comportamentos do presente por uma perspectiva do passado e evita que o processo de reconstrução continue.
- Ficar ressentido sobre acontecimentos anteriores é natural. Aprenda a curar suas feridas sem reviver eventos do passado, lembrando-se de que tudo que passou ficou para trás.
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Confiem seus sentimentos um ao outro. Às vezes, isso é difícil, já que muitos indivíduos são ensinados a não falarem sobre os próprios sentimentos. No entanto, essa será uma parte essencial para reestabelecer a união entre vocês. Um relacionamento íntimo exige coragem, e colocar seus sentimentos para fora significa assumir a responsabilidade por eles em vez de culpar o outro.
- Após passarem pela fase inicial de reconstrução, continuem aprofundando os laços mútuos. A melhor maneira de fazer com que isso aconteça é desenvolvendo hábitos de confiança e vulnerabilidade.
- É possível encontrar suas próprias formas de conversar sobre os sentimentos. Por exemplo: alguns casamentos se recuperam bem com uma “date night”, em que o casal sai para jantar fora, por exemplo, e em que a comunicação honesta pode acontecer mais facilmente. Por outro lado, há pessoas que acham mais simples expor sentimentos conflitantes através de uma carta.
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Não aponte dedos. Em uma união saudável, cada parceiro assume a responsabilidade pelos próprios pensamentos, sentimentos e palavras. Ambos têm a escolha de como responder ao cônjuge. [8] X Fonte de pesquisa
- Uma boa prática é sempre colocar o “Eu” ao abordar assuntos sensíveis com o marido ou esposa. Em vez de dizer “Você fez...” ou “Você sentiu...”, tente se ater à sua própria perspectiva. “Eu fiz...” ou “Eu senti...”. É uma técnica simples, que fará com que a conversa atinja um nível maior de honestidade.
- Quando o companheiro o culpar por algo, não fique na defensiva. Isso apenas piorará a situação; em vez disso, seja franco e mostre o que está sentindo.
- Lembre-se de que suas emoções e reações são apenas suas e não de responsabilidade do parceiro.
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Aprenda a solucionar ruídos após uma discussão. As divergências vão acontecer até mesmo nos casamentos mais saudáveis, e para minimizar os danos, o melhor a se fazer é tirar a pressão ao fim da conversa. Algumas das maneiras utilizadas pelos casais para deixarem o clima melhor são: o uso do humor, encontrando modos para concordarem um com o outro e demonstrar gratidão sincera pela perspectiva da outra pessoa.
- O comprometimento um do outro ajuda a manter a discussão que tiveram em perspectiva. Pense que, em 20 anos, nenhum de vocês vai lembrar dessa discordância; o relacionamento é mais importante do que estar certo ou errado nessa briga.
- Ambos podem escolher em dar mais atenção aos aspectos positivos uns dos outros, mesmo durante uma discussão. É uma atitude excelente para que tenham maior conhecimento do próprio casamento.
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Enncontre o tipo certo de ajuda. Um terapeuta, psicólogo ou até líder espiritual poderá ajudá-lo a compreender os padrões que se desenvolveram no casamento. Conversem e descubram quais recursos precisarão para restaurar o relacionamento. [9] X Fonte de pesquisa
- Mesmo que opte por procurar ajuda confiável de forma individual, essa pessoa deverá trabalhar em prol de ambos. Por exemplo: caso seja bastante religioso, ao contrário do cônjuge, procurar um líder espiritual pode não ser a melhor opção para salvar o casamento. Um psicólogo ou um terapeuta especializado em casais poderá ser bem mais eficaz.
- Um casal que sabe mais sobre a natureza dos problemas que enfrentam poderá conseguir resolvê-los com maior facilidade, ou precisarão de ajuda. Psicólogos ou terapeutas, por exemplo, podem ensinar as duas partes a terem serenidade quando alguma discordância acontecer, tudo em nome da reconstrução do casamento.
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Treine a paciência. A relação entre vocês não será reconstruída do dia para a noite, e demorará um pouco para mudar padrões de comunicação e confiança estabelecidos há bastante tempo. Aprenda a dar o benefício da dúvida ao companheiro e suponha que ele está sendo sincero. [10] X Fonte de pesquisa
- Não apresse esse processo. O perdão e a confiança são aspectos muito íntimos, distintos para cada pessoa. Deixe que o cônjuge tenha o tempo que ele julga necessário para desenvolver tais qualidades, e que o mesmo aconteça com si próprio. Não fique em pânico se esses sentimentos não se desenvolverem de imediato.
- Talvez seja necessário que fiquem um tempo separados, principalmente quando se sentirem irritados ou frustrados.
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Avisos
- Se você ou qualquer pessoa que mora em sua casa estiver sofrendo abuso físico, emocional ou sexual, é importante tomar medidas para garantir a segurança na residência. Ligue para a polícia (190) ou para o 180 a fim de denunciar abusos contra mulheres e obter auxílio.
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Referências
- ↑ http://www.smartmarriages.com/Rx.html
- ↑ http://psychcentral.com/lib/7-reasons-to-seek-marriage-counseling/
- ↑ http://www.care2.com/greenliving/5-ways-to-rebuild-trust-after-its-broken.html
- ↑ https://psychcentral.com/blog/the-importance-of-friendship-in-marriage/
- ↑ http://www.smartmarriages.com/Rx.html
- ↑ http://www.smartmarriages.com/Rx.html
- ↑ http://www.smartmarriages.com/Rx.html
- ↑ https://www.psychologytoday.com/blog/the-blame-game/201303/5-ways-blaming-hurts-relationships
- ↑ http://psychcentral.com/lib/7-reasons-to-seek-marriage-counseling/
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