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Uma rima bem pensada pode tornar qualquer poema ou canção em algo belíssimo. Entretanto, muitos não sabem como criar rimas mais complexas que "gato" e "rato". O que rima com "laranja", por exemplo? Como incluir palavras de sonoridade e ortografia semelhantes em canções ou sonetos? Não se preocupe: a tarefa vai ficar muito mais fácil após você ler este artigo, não importa que material esteja criando (poesia, canções pop, de hip-hop etc.). Leia-o para saber mais.

Método 1
Método 1 de 4:

Aprendendo a rimar bem

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  1. Troque a primeira letra de determinada palavra por todas as outras do alfabeto. Se precisar rimar algo com "gato", por exemplo, comece pelo a e termine no z: "aato", "bato", "cato", "dato"... "zato". Anote todos os termos que existirem de verdade, como "pato", "rato" etc. e escolha os mais interessantes. Se nenhum der certo, altere o primeiro verso para adaptar o poema ou a canção.
    • Quando explorar o alfabeto, você pode trocar certas consoantes para gerar palavras semelhantes. Assim, se precisar rimar algo com "gato", pode escolher "rato", "pato", "mato" etc. É um truque bem útil.
  2. Quando uma só letra não for suficiente, use palavras com prefixos mais extensos para construir rimas complexas. Por exemplo: "sapo" e "lado" são termos de verdade e rimam com "gato". Pense também em palavras com mais sílabas, como "esparadrapo" ou "fadado".
  3. Se não encontrar nada, considere trocar o termo principal por um sinônimo ou até deixar a rima de lado em um ou dois versos. Você pode, por exemplo, trocar "névoa" por "bruma" — mas só para melhorar o poema ou canção, e nunca para criar uma rima sem significado.
  4. Rimas perfeitas são aquelas que "soam" corretas porque têm combinações de vogais e consoantes idênticas. "Cantado" e "falado" são exemplos por causa do som de "a-ado". Esse tipo de combinação de termos tem letras iguais, o que cria um eco e gera inúmeras possibilidades.
    • "Cantado" também faz rima perfeita com "mandado", "atormentado" etc. Esse tipo de rima dá complexidade e uma sensação de surpresa a combinações de palavras comuns.
  5. Vale a pena investir em uma boa obra de referência. Não há problema em usar essa ferramenta, já que o dicionário é muito útil para qualquer escritor. Você também pode estudar algumas rimas interessantes para expandir seu vocabulário e ter mais opções para poemas, canções e outros trabalhos no futuro.
  6. Rimar é uma técnica muito usada por escritores e músicos em suas composições como maneira de enfatizar palavras e imagens em trabalhos complicados. Use-a para dar mais cor e textura à obra, mas não pense nela como o motivo para a sua criação. Se algo precisar de rima, use-a bem. Se não, deixe-a.
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Método 2
Método 2 de 4:

Rimando em obras de poesia

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  1. Quando estiver com uma folha em branco nas mãos e precisar escrever um poema, evite criar qualquer rima nessa primeira versão, ou só vai pensar em combinações forçadas e ruins. Em vez disso, opte por escrever em verso livre e veja que ideias surgem. O que quer dizer? Comece com um verso ou uma imagem de impacto e anote pensamentos em forma bruta — para ver quais deles servem para criar uma estrutura formal.
  2. Depois de escrever por um tempo, vire o pedaço de papel ou abra outro documento no Word. Leia a atividade anterior e anote seu verso favorito dela no topo da página. O que prendeu sua atenção? Por que esse trecho é tão interessante? Reflita sobre esses detalhes para conseguir escrever um poema. Explore a premissa ou imagem do conceito.
    • Às vezes, você pode até terminar o verso livre com trechos interessantes para novos poemas. Leia as últimas frases da obra para ter mais ideias.
  3. Se quiser escrever algo formal, estude tipos comuns de poesia, bem como seus usos, para escolher a alternativa mais adequada.
    • Dísticos, ou pareados, são poemas em que cada par de versos recebe rimas. O dramaturgo inglês William Shakespeare era famoso por usar essa estratégia, que dá certo tom épico e grave à obra.
    • Quartetos, ou quadras, são poemas com rimas em quatro versos, que podem seguir vários estilos (como ABAB). Baladas e canções costumam ser compostas sob esse estilo, o que o torna ideal para contar (ou cantar) histórias.
    • Vilancetes — nos quais os versos da primeira estrofe se repetem a cada estrofe de três versos, sendo que o primeiro e o último rimam — dão ao poema certa sensação de inevitabilidade, como se o texto fosse inescapável.
    • Sonetos são poemas de 14 versos, com dois quartetos e dois tercetos de dez sílabas cada. A distribuição das rimas pode seguir vários estilos, como ABBA ou ABAB (ao estilo shakespeariano). Esse tipo de composição costuma abordar temas retóricos e podem até ter mudanças estruturais no fim do segundo quarteto.
  4. Essas combinações devem ficar a serviço do poema, e não o contrário. Nunca use o artifício à toa, nem comece a escrever pensando em rimar. Se o fizer, vai ficar com um texto forçado e que vai prejudicar a obra final.
    • Veja este exemplo de parte do soneto "Soneto da Hora Final", de Vinícius de Moraes:
      • E como dois antigos namorados / Noturnamente tristes e enlaçados / Nós entraremos nos jardins da morte .
  5. É difícil escrever poemas contemporâneos de qualidade quando se lê apenas clássicos, como Shakespeare. Você pode se espelhar em conceitos e artistas contemporâneos, como o Twitter e até o rapper Lil Wayne, para dar um toque atual ao texto. Faça uma pesquisa sobre poetas contemporâneos que rimam de maneira tradicional e inovadora:
    • Luís Fernando Veríssimo, com obras como "Quem sabe?": [1]
      • O corpo e a mente / Têm biografias separadas, / Cada um sua memória própria, / Seu próprio jogo de charadas .
    • Ana Martins Marques, com obras como "Vaso": [2]
      • Moldar em torno do nada / uma forma / aberta e fechada. / Palavra por palavra / o poema circunscreve seu vazio .
    • Pedro Rocha, com obras como "Sobre não saber do que se trata um sarau de poesia hoje": [3]
      • Topa palavra a massa / Quanto mais se alastra / Esgarça garganta / O desenho que o poema vasta .
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Método 3
Método 3 de 4:

Rimando em composições musicais

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  1. É muito difícil acomodar a melodia a rimas e palavras já escolhidas. Para muitos compositores, é mais fácil compor essa parte das canções e só depois escolher a letra, de modo que ela se encaixe no tom e na estrutura da peça.
    • Muitos compositores gostam de cantar sílabas soltas ou assobiar para criar melodias e formar a base da canção.
    • Use a técnica com a qual se sentir mais à vontade. Bob Dylan — considerado por muitos um dos maiores compositores da história —, por exemplo, costuma pensar na letra primeiro. Experimente.
  2. Com essa técnica, muito usada no cenário country (um dos mais influentes dos Estado Unidos), um mesmo verso pode ter mais de um significado ao longo de pontos diferentes de uma canção.
    • Na música "Blowing Smoke", da cantora norte-americana Kacey Musgraves, por exemplo, a expressão "blowing smoke" faz referência tanto a garçonetes que fumam no intervalo do serviço quanto ao abandono do vício e do emprego. Essa técnica é interessante e pode trazer vários significados diferentes à canção, sem mudar as palavras.
  3. Evite sobrecarregar os versos com conteúdo, ou pode tornar a canção difícil de se cantar. Conforme a compõe, use termos bem pensados e elimine o que for desnecessário. Rimas simples e rápidas são muito melhores que rimas "poéticas" demais.
    • Na canção "The Butcher", o cantor canadense Leonard Cohen faz uma rima rápida e emocionante sobre o uso de drogas:
      • I found a silver needle. / I put it into my arm. / It did some good, did some harm ( Encontrei uma agulha prateada. / Coloquei-a no braço. / Ela me fez bem, depois, mal ).
  4. O romancista e crítico social norte-americano William Burroughs desenvolveu um método de escrita que envolve cortar papeis com palavras e expressões com rimas e jogá-los em um saco. Faça isso e sorteie pedaços aleatórios para fazer uma montagem peculiar para a canção. A música propicia esse tipo de composição.
    • Os Rolling Stones usaram essa técnica na canção "Casino Boogie":
      • One last cycle, thrill freak Uncle Sam / Pause for business, so you'll understand. [4]
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Método 4
Método 4 de 4:

Rimando em composições de hip-hop

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  1. Preste atenção à batida e encontre seu fluxo . Familiarize-se com a batida que está tentando usar; internalize o som e o ritmo para encontrar seu fluxo antes de pensar na letra em si. Assim como é normal compor a melodia primeiro em canções tradicionais, é melhor achar o fluxo antes das palavras em canções de rap.
    • Alguns rappers usam uma técnica na qual soltam letras e sílabas em ritmo, sem formar palavras em si. Tente se gravar fazendo isso, mesmo que se sinta bobo, pois pode acabar pensando em algo interessante.
    • Raps de qualidade têm bom fluxo e boas rimas. É melhor tentar não perder o ritmo e incorporar rimas complicadas e estranhas na estrutura da canção.
  2. Faça rap freestyle . Assim como dá para escrever sem rimas quando se começa a criar poesia, experimente fazer esse tipo de rap para se acostumar a compor. Inclusive, há artistas que só fazem gravações nesse estilo.
  3. Ninguém diz que as rimas precisam vir no fim de cada verso — principalmente no hip-hop — ou que os termos que combinam têm de ser os últimos . Você pode variar nessa distribuição. Ponha rimas em outros lugares e pule versos inteiros para deixar o fluxo mais distinto.
    • Em "Duel of the Iron Mic", o rapper norte-americano GZA faz uma quebra abrupta nos versos, provocando surpresa e mudando a batida da canção:
      • I ain't particular, I bang like vehicular / homicides, on July 4th in Bed-Stuy
  4. Familiarize-se com os grandes nomes e ouça o material de vários artistas para desenvolver sua própria habilidade. Ouça:
    • Nas, que surgiu ainda adolescente com o álbum clássico Illmatic , que continha versos como:
      • It drops deep as it does in my breath / I never sleep, cause sleep is the cousin of death. [5]
    • Eminem, que se firmou como um dos reis do rap mundial com suas rimas bem desenvolvidas e complexas:
      • I'm Slim, the Shady is really a fake alias / to save me with in case I get chased by space aliens. [6]
    • No cenário nacional, ouça os Racionais MC's:
      • Do que adianta eu ser durão e o coração ser vulnerável? / O vento não, ele é suave, mas é frio e implacável / (É quente) Borrou a letra triste do poeta / (Só) Correu no rosto pardo do profeta . [7]
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Dicas

  • Preste atenção ao número de sílabas em cada verso. Não exagere em uns e deixe outros deficientes.
  • Compre um dicionário de rimas em qualquer livraria ou consulte algo on-line para expandir seu vocabulário.
  • Faça cursos de escrita criativa e composição.
  • Peça ajuda à família e a amigos.
  • Tente não usar palavras raras ou pomposas, ou pode acabar não encontrando uma rima.
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Avisos

  • Evite clichês. Não há uma regra que determine que é preciso rimar em poemas ou canções.
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