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É normal se perguntar se seu filho é trans se ele sempre sai dos comportamentos do gênero designado a ele no nascimento. Prestar atenção ao que ele fala ou faz, verificar se ele se comporta dentro ou fora dos padrões impostos é uma boa ideia, mas é importante tomar cuidado para não exagerar — afinal de contas, a maioria desses padrões é puro estereótipo. Por exemplo, se seu menino brinca de boneca, isso não quer dizer que ele seja uma menina trans. Independentemente do gênero da criança, o importante é ajudá-la a explorar os próprios sentimentos e identidade. Caso se trate de uma criança trans, você deve dar seu amor, apoio e recursos para ela lidar com a vida.

Parte 1
Parte 1 de 3:

Observando a criança

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  1. Digamos que sua menina goste mais de brincar com brinquedos e coisas mais comuns aos meninos; por si só, isso não quer dizer nada — gostar mais de carrinhos do que de bonecas não significa que ela é trans. Por outro lado, se ela sempre expressa preferências por coisas que vão totalmente contra as normas de gênero, esse pode ser um indicativo real. [1] [2]
    • Uma criança que não age dentro dos padrões impostos pode simplesmente não agir conforme as “regras” de gênero estipuladas. Demonstrar uma infelicidade exacerbada ao ser pressionada para agir dentro do gênero biológico, por exemplo, é um sinal mais concreto de transgeneridade.
    • É necessário lembrar de que as noções de gênero são, em sua maioria, estereótipos. Um exemplo é a cor azul, designada como masculina — meninos não nascem com uma predisposição genética a preferi-la.
  2. Uma criança trans demonstrará muitos sinais de que não se enquadra no gênero designado a ela. Em geral, brincadeiras imaginárias, a maneira como preferem se vestir ou se arrumar são indicativos mais sólidos. Veja alguns exemplos: [3]
    • Insistir em comprar roupas na seção do gênero oposto;
    • Escolher um nome do gênero oposto para si mesma;
    • Preferir amigos do gênero oposto (aquele que ela mesma tende a se identificar);
    • Criar caso com cortes de cabelo tipicamente atribuídos ao seu gênero de nascença;
    • Fingir ser um personagem de desenho ou filme do gênero que ela mais se identifica;
    • Odiar os próprios órgãos genitais;
    • Admirar pessoas mais velhas do gênero com que se identifica e desejar profundamente ser igual;
    • Pedir livros ou brinquedos que sejam especificamente ditos para o gênero com o qual se identifica;
    • Demonstrar um desejo intenso de reencarnar como homem ou mulher;
    • Chorar por causa do gênero atribuído a ela no nascimento. [4]
    • Ficar extremamente feliz ao ser permitida agir como o gênero com o qual se identifica.
  3. Digamos que seu filho fique muito triste e irritado por ter que cortar o cabelo como os outros meninos, ou que sua irmã chore toda vez que vai comprar roupas por querer as peças da seção masculina. O gênero é fundamental no próprio reconhecimento, e uma criança forçada a agir como alguém que não é pode ficar profundamente infeliz.
    • Fazer birra por causa de cortes de cabelo típicos, pela escolha de roupas tipicamente relacionadas a um gênero, odiar as cores atribuídas ao gênero de nascimento e outras reações desse tipo devem ser observadas. A sensação é de que você sempre tem que brigar para fazer com que a criança aja de acordo com o próprio gênero.
    • Fique de olho nas discussões que vocês têm. Por exemplo, se você disser que meninos não podem usar vestido e seu filho responder que ele não é um menino de vestido, mas uma menina, esse é um sinal de que ele é transgênero. [5]
    • Procure por problemas comportamentais, depressão e possíveis transtornos mentais, pois crianças forçadas a desempenhar um gênero com o qual não se identificam podem sofrer bastante emocionalmente. Além disso, elas internalizam os sentimentos negativos, levando a consequências psicológicas no futuro. Isso tudo pode ser evitado com um transição tranquila e aceita pela família.
    DICA DE ESPECIALISTA

    Eric A. Samuels, PsyD

    Psicólogo Clínico
    Eric A. Samuels é um Psicólogo Clínico que atende de maneira privada em San Francisco e Oakland. Formou-se no The Wright Institute em 2016. É especialista no trabalho com homens, jovens e pessoas com diversas orientações sexuais e identidades de gênero.
    Eric A. Samuels, PsyD
    Psicólogo Clínico

    Nosso especialista concorda : Se a criança apresenta grande desconforto com a forma com a qual você - ou a sociedade - espera que ela expresse o próprio gênero, talvez ela seja transgênera. Por exemplo, se tem um filho que foi designado mulher ao nascer, mas que não se sente confortável em vestidos, talvez seja um menino transgênero. A criança também pode pedir para ser chamada por outro nome.

  4. As crianças usam a linguagem oral para se expressar e seu filho pode falar com veemência sobre o gênero que escolheu, dizendo coisas como “Eu sei que sou uma menina !”, mesmo que tenha sido designado com o gênero masculino. [6]
    • Outras variações possíveis são “Na realidade, eu sou menina”, mesmo tendo nascido em um corpo masculino.
  5. Em geral, essa consciência se forma por volta dos três anos, mas em algumas crianças pode ocorrer mais cedo, como aos dois anos ou com 18 meses. [7] [8]
  6. Se sua filha pede para ser chamada de João por um fim de semana, mas logo para de insistir, isso não significa que ela seja transgênero. Crianças passam por todo tipo de fantasia, o que inclui querer ser de outro gênero temporariamente, mas essas são fases que logo passam. Por outro lado, se sua filha insiste em ser chamada de João há algum tempo, isso pode indicar que ela é transgênero.
    • Nesse caso, ela fará questão de ser chamada pelo nome escolhido por mais tempo do que “só uma fase” e pode até corrigir as pessoas quando usarem seu nome de nascença. Ajudar a criança a transicionar pode facilitar o desenvolvimento social dela, além de melhorar a concentração na escola e o bem-estar emocional como um todo, reduzindo problemas comportamentais. [9]
    • Há crianças que passam por um período longo de identificação com o gênero oposto, mas em geral essa fase tende a passar por volta dos nove ou 10 anos de idade.
  7. Talvez seu filho não questione o próprio gênero durante as primeiras etapas da infância mas, ao chegar à adolescência, sob a influência dos hormônios, comece a ficar mais consciente do próprio corpo, senti-lo de outras maneiras e a questionar a própria identidade de gênero. [10]
    • A puberdade e os anos que a seguem são notórios na exploração do próprio corpo. Se seu filho começar a dizer que ele não pertence ao gênero designado a ele, ouça-o com atenção.
  8. Dar liberdade para o adolescente agir de acordo com o gênero identificado e explorá-lo pode ser muito útil. Digamos que ele acredite ser transgênero; permita que ele se comporte e aja como quiser por algumas semanas. Isso inclui chamá-lo pelo nome que ele escolheu e deixá-lo usar as roupas que quiser. [11]
    • Deixe que ele tome a frente nessa experiência. Não o pressione a fazer nada que não queira, como ser chamado pelo nome de nascença.
    • Observe como seu filho se comporta nesse período. Ele parece mais confiante, tem mais facilidade para se divertir? Isso tudo pode ajudá-lo a analisar se ele está mais feliz.
  9. Talvez a criança não fique totalmente à vontade para conversar sobre isso com você, ou você mesmo admita que não consegue lidar com o assunto da melhor maneira. Encontre um psicólogo com quem ela possa se abrir e explorar seu gênero. [12]
    • O ideal é que o profissional tenha experiência com crianças transgênero.
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Compreendendo o que significa ser trans

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  1. O assunto se consolidou bastante nos últimos anos e ainda é tema de debate entre especialistas. Ainda assim, há um consenso: uma pessoa transgênero é aquela que se identifica e age de acordo com as normas sociais relacionadas ao gênero oposto ao que lhe foi designado no nascimento. [13]
  2. Essa não é uma escolha consciente e voluntária, tampouco tem a ver com a forma com que ela foi criada. É comum os pais se perguntarem o que fizeram para causar isso e a resposta não poderia ser mais simples – nada! Crianças transgênero nascem assim.
    • É importante ressaltar que não se trata de uma anormalidade. Na realidade, nascer transgênero é algo bastante comum – se esse é o caso de seu filho, é fundamental oferecer seu apoio e aceitação. Não perca tempo se preocupando se isso é normal ou não.
  3. Embora algumas crianças já tenham essa consciência aos três anos, outras levam mais tempo para perceber que estão tentando viver dentro do gênero errado. Esse atraso para se assumir trans pode acontecer por coisas como: [14]
    • Falta de conhecimento;
    • Medo da rejeição;
    • Medo do estigma;
    • Tentativas anteriores de se expressar frustradas por broncas dos pais ou provocações dos amigos.
  4. Não dê ouvidos a mitos e mentiras, dedique tempo a investigar o real significado de ser transgênero. Entre em sites de organizações como a ABGLT e informe-se.
    • Outra opção é ir à biblioteca local e pedir referências de pesquisa para o bibliotecário sobre o assunto.
    • Leia as histórias de pessoas trans. Elas são uma boa fonte de informação em primeira mão sobre como é ser transgênero e os desafios enfrentados por eles.
  5. Se a criança insiste muito na questão do próprio gênero, isso possivelmente não é uma fase. [15] [16]
    • Seu filho pode falar que tudo não passou de uma fase. Nesse caso, converse direito com ele antes de tomar uma atitude, pois ele pode estar falando isso por achar que você o amaria menos se ele fosse trans, ou por medo de repreensões e maus tratos. Deixe claro que você o ama do jeito que ele é, seja ele trans ou cis.
  6. Se você tem alguma dúvida sobre o aspecto biológico da transgeneridade, converse com o pediatra de seu filho; se tem dúvidas sobre o fator psicológico, fale com um terapeuta. Esse é um momento confuso, não só para a criança mas para você também. Pode ser necessário procurar apoio externo, como conversar com um psicólogo para ajudá-lo a lidar com a identidade de gênero dela. [17]
    • Os profissionais costumam ser bastante cuidadosos com seus pacientes. O terapeuta não pressionará seu filho a nada que ele não esteja pronto para fazer ou pensar. [18] Lembre-se de que o fato de você não estar pronto, não quer dizer que ele não esteja, ou que ele esteja sofrendo porque você não está pronto.
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Ajudando a criança a sentir-se à vontade

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  1. Se você escutá-lo com atenção , saberá o que ele quer para si mesmo. Isso o ajudará muito a diferenciar um menino que diz “eu sou uma menina”, de um que simplesmente gosta de usar vestidos.
    • A escolha de transicionar ou não deve ser baseada nas necessidades e na felicidade da criança, não no que você acha que é certo. Não a impeça de ser ela mesma só porque você não se sente à vontade com isso; da mesma forma, não force uma criança que não age em conformidade com seu gênero a transicionar se ela não demonstrar essa vontade. [19]
  2. Crianças transgênero que têm o apoio de suas famílias têm menos chances de tentar suicídio, de tornarem-se moradoras de rua ou de sofrerem com problemas mentais. [20] Uma família saudável ajuda a lidar com problemas recorrentes aos trans, como bullying e discriminação, contribuindo para sua saúde mental e emocional. [21] Aceitar e apoiar o gênero de seu filho o manterá a salvo de muitos problemas que os trans frequentemente enfrentam.
    • De acordo com estudos, crianças que passaram pela transição apresentam as mesmas taxas de depressão que crianças cisgênero, além de taxas levemente maiores de ansiedade. [22]
    • Por outro lado, crianças transgênero que não passaram pela transição apresentam taxas muito mais altas de problemas mentais. [23]
  3. Se ele demonstrar mudanças em relação à própria identidade de gênero, tente não reagir com negatividade; não o critique, nem se recuse a escutá-lo. Deixe que ele explore a própria identidade através de roupas e atividades diferentes. Quando ficar preocupado, converse com seu parceiro ou com um psicólogo, não com a criança.
    • Ame seu filho por ser quem ele é. Pode ser que ele esteja passando por um período difícil — seja como for, ele precisa de seu amor incondicional.
    • Diga algo como “Eu sei que você está confuso e passando por mudanças, mas lembre-se de que eu o amo do jeito que você é, não importa o que aconteça”. [24]
  4. Se a criança está agindo fora dos padrões impostos ao gênero que lhe foi atribuído no nascimento, é provável que ela esteja sofrendo bullying e provocações. Se sua filha se veste de menino, as crianças na escola podem xingá-la e fazer brincadeiras maldosas. Ajude-a a lidar com o problema e mostre que você a defenderá conversando com os professores e com os pais das outras crianças. [25]
    • Se escutar alguém falando alguma coisa maldosa sobre pessoas transgênero, diga “Esse tipo de comentário é cruel e desnecessário, por favor não diga isso novamente”.
  5. Seu filho pode decidir viver de acordo com o gênero com o qual ele se identifica, o que é chamado de transição social. Seu papel é dar respaldo a essa decisão; se ele quer se vestir com roupas diferentes, deixe; se ele quer ser chamado por outro nome, e prefere o uso de artigos femininos para referir a si mesmo, não se recuse. [26]
    • A transição social é reversível se a criança quiser. Assim, se for somente uma fase, ela poderá deixar o cabelo crescer e voltar a usar as roupas de antes. Ela sempre se lembrará de seu apoio e carinho durante essa fase confusa e isso significa muito.
    • Não tenha medo da transição social. Alguns pais têm muita dificuldade para lidar com ela inicialmente, mas basta lembrar da importância que isso terá no desenvolvimento do seu filho. Se ele ficar infeliz com a transição, ele mesmo decidirá voltar ao que era antes. [27]
  6. Crianças trans costumam sentir-se pressionadas e enfrentam bullying, discriminação e rejeição por parte da família e da sociedade. Isso tudo tem um impacto muito forte no psicológico delas, aumentando os riscos de problemas mentais consideravelmente. Se notar qualquer sinal de transtorno, leve seu filho ao especialista; alguns sintomas são: [28]
    • Sono em excesso;
    • Perda ou ganho de peso repentino;
    • Falta de interesse em atividades de que gostava antes;
    • Alterações sérias de humor.
    DICA DE ESPECIALISTA

    Eric A. Samuels, PsyD

    Psicólogo Clínico
    Eric A. Samuels é um Psicólogo Clínico que atende de maneira privada em San Francisco e Oakland. Formou-se no The Wright Institute em 2016. É especialista no trabalho com homens, jovens e pessoas com diversas orientações sexuais e identidades de gênero.
    Eric A. Samuels, PsyD
    Psicólogo Clínico

    Nosso especialista concorda : As pessoas que não se sentem confortáveis com a própria identidade de gênero, principalmente as crianças, exibem muitos sinais de depressão e ansiedade. Isso pode incluir isolamento social, falta de energia, dificuldade de concentração, baixa motivação, dificuldade para dormir ou mudanças no apetite. Outros sinais incluem mudanças bruscas de humor, irritabilidade e sintomas somáticos como dor de cabeça, constipação, diarreia, entre outros.

  7. Ele pode expressar vontade de tomar atitudes mais sérias para sentir-se à vontade no próprio corpo. As intervenções médicas não visam “curá-lo” da transgeneridade, e vocês devem discutir isso juntos com um médico para saberem se esse é o melhor para a criança. [29]
    • No caso de um adolescente, ele pode fazer um tratamento para bloquear a puberdade, para evitar o trauma de desenvolver o corpo de uma maneira com a qual ele não se identifica. Vale ressaltar que isso somente atrasa a puberdade e é reversível. [30] Essa é uma opção neutra e pode reduzir os riscos de transtornos mentais e psicológicos. [31]
    • Em uma fase posterior, em que o adolescente está mais desenvolvido, é possível fazer um tratamento hormonal para ajudá-lo a passar por uma puberdade adequada ao gênero com o qual ele se identifica.
    • Depois de adulto, pode ser feita a cirurgia de redesignação sexual. Algumas pessoas trans precisam dela, mas outras não sentem a necessidade de fazê-la.
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Dicas

  • Tenha em mente que muitas crianças passam por isso.
  • Sempre dê apoio para seu filho. Se precisar de ajuda para lidar com seus sentimentos a respeito, procure um terapeuta.
  • Se a criança disser que é transgênero, não diga que isso é só uma fase, nem a impeça de agir de acordo com o gênero com o qual se identifica.
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Avisos

  • Tenha cuidado com terapias de “conversão” ou “reparação”, que buscam mudar a identidade de gênero da criança. Elas podem prejudicar a saúde mental de seu filho e até levá-lo a tentar o suicídio. [32]
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  1. https://www.healthychildren.org/English/ages-stages/gradeschool/Pages/Gender-Non-Conforming-Transgender-Children.aspx
  2. https://www.hrc.org/resources/transgender-children-youth-ask-the-expert-is-my-child-transgender
  3. https://www.healthychildren.org/English/ages-stages/gradeschool/Pages/Gender-Non-Conforming-Transgender-Children.aspx
  4. https://www.hrc.org/resources/transgender-children-youth-ask-the-expert-is-my-child-transgender
  5. https://www.hrc.org/resources/transgender-children-and-youth-understanding-the-basics
  6. https://www.hrc.org/resources/transgender-children-and-youth-understanding-the-basics
  7. http://www.parents.com/parenting/my-transgender-child-this-is-how-i-know/
  8. https://www.healthychildren.org/English/ages-stages/gradeschool/Pages/Gender-Non-Conforming-Transgender-Children.aspx
  9. https://www.thedailybeast.com/its-absurd-to-claim-that-trans-kids-are-being-rushed-into-transitioning
  10. https://www.hrc.org/resources/transgender-children-youth-ask-the-expert-is-my-child-transgender
  11. https://www.reuters.com/article/us-usa-lgbt-parenting/u-s-parents-accept-childrens-transgender-identity-by-age-three-idUSKBN14B1C8
  12. https://www.hrc.org/resources/transgender-children-and-youth-understanding-the-basics
  13. https://www.reuters.com/article/us-usa-lgbt-parenting/u-s-parents-accept-childrens-transgender-identity-by-age-three-idUSKBN14B1C8
  14. https://www.thedailybeast.com/its-absurd-to-claim-that-trans-kids-are-being-rushed-into-transitioning
  15. https://www.healthychildren.org/English/ages-stages/gradeschool/Pages/Gender-Non-Conforming-Transgender-Children.aspx
  16. https://www.healthychildren.org/English/ages-stages/gradeschool/Pages/Gender-Non-Conforming-Transgender-Children.aspx
  17. https://www.healthychildren.org/English/ages-stages/gradeschool/Pages/Gender-Non-Conforming-Transgender-Children.aspx
  18. https://www.hrc.org/resources/transgender-children-youth-ask-the-expert-is-my-child-transgender
  19. https://www.healthychildren.org/English/ages-stages/gradeschool/Pages/Gender-Non-Conforming-Transgender-Children.aspx
  20. https://www.healthychildren.org/English/ages-stages/gradeschool/Pages/Gender-Non-Conforming-Transgender-Children.aspx
  21. http://kuow.org/post/when-do-kids-know-they-re-transgender-younger-youd-think
  22. https://www.thedailybeast.com/its-absurd-to-claim-that-trans-kids-are-being-rushed-into-transitioning
  23. https://www.hrc.org/resources/transgender-children-and-youth-understanding-the-basics

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