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O fato de ignorar os indícios de uma possível perseguição (stalking) pode colocar a sua vida em risco. Um perseguidor (stalker) é uma pessoa que presta mais atenção em você e sabe mais detalhes sobre a sua vida do que deveria. O simples ato de restringir a paz e a tranquilidade de outra pessoa é tido como uma contravenção penal, sendo que assédio e intimidação podem agravar a situação. A lei Maria da Penha, em especial, protege as mulheres contra qualquer ato que possa causar danos físicos ou psicológicos (incluindo a perda de autoestima). [1] Ao perceber que está sendo perseguido, acredite em seus instintos, leve a sério os sinais e denuncie o perseguidor – ligue para a Polícia Militar (190) ou para a Delegacia da Mulher (180). Aprenda quais são as características e o modo de agir de um perseguidor e fique atento.

Parte 1
Parte 1 de 3:

Reconhecendo comportamentos estranhos

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  1. Para estar mais próximo de você, o perseguidor começará a contatá-lo por diversos meios, incansavelmente. Ele ligará, enviará mensagens de texto, e-mails e o visitará com tamanha frequência que se tornará invasivo. Quando o comportamento de alguém ultrapassa as convenções sociais e se transforma em desconforto, ele pode ser classificado como perseguição. [2]
    • Um exemplo é quando o perseguidor se torna seu amigo em várias redes sociais e, então, põe-se a enviar mensagens sem parar, deixando-o incomodado.
  2. Uma pessoa com tendências de perseguição pode chegar ao ponto de insistir para ser levada a eventos ou para participar de reuniões íntimas e familiares. Ela insistirá até para saber quais são os seus planos e para onde está indo. Com o tempo, a repetição do comportamento causará desconforto. [3]
    • Não ignore o aviso. Saiba diferenciar entre alguém querendo ser simpático ao perguntar casualmente sobre os seus planos e alguém que insiste em saber tudo o que você faz.
    • Ao começar a namorar uma pessoa com esse tipo de personalidade, pense duas vezes antes de prosseguir com o relacionamento.
  3. Um perseguidor pode ter informações sobre a sua vida, que você nunca contou a ele. Ele pode fazer pesquisas a seu respeito e descobrir onde trabalha, quem são seus amigos, familiares e quais são os seus locais preferidos. Além disso, ele pode saber seu trajeto para o trabalho, o horário que vai para a academia e muitos outros detalhes de sua rotina. [4]
    • Fique de olho para qualquer deslize no qual ele acabe revelando que sabe algo que não deveria saber naquele momento.
  4. O perseguidor pode não saber exatamente o que é um comportamento social aceitável. Ele pode se comportar de maneira estranha, não saber agir de acordo com o local que está e não se encaixar em grupos. [5] Ele não parece saber ao certo como as pessoas interagem umas com as outras e possui uma autoimagem negativa. Geralmente, ele tem poucos relacionamentos pessoais (ou nenhum) e baixa autoestima. [6]
    • Esteja consciente de que nem todas as pessoas estranhas são perseguidoras, elas podem apenas não ter adquirido certas habilidades sociais no decorrer da vida. A diferença estará no fato de não ser obsessivo, não representar ameaça e nem ficar implorando para estar ao seu lado o tempo todo.
  5. Com educação, coloque alguns limites e veja o que acontece. Crie regras como: “Por favor, não fale comigo enquanto eu estiver no trabalho” e “Não me ligue depois das 21h, pois estarei descansando”. Pessoas normais respeitarão as suas exigências; contudo, um perseguidor, não. Ele ignorará os limites e encontrará um jeito de invadir a sua privacidade (através de espionagem, por exemplo). Pode ser que ele também o intimide para evitar que os limites sejam impostos.
    • Algumas pessoas com problemas sociais, incluindo as que possuem deficiências, não conseguem ler a linguagem corporal de quem tenta se comunicar com elas. Entretanto, ao serem solicitadas com bastante clareza, são capazes de respeitar regras e limites.
  6. Alguém com tendências à perseguição pode resolver chegar à casa da vítima de surpresa. E pode querer fazer isso justamente no horário em que sabe que o dono da casa terá um compromisso. Preste atenção nesse tipo de comportamento, porque ele demonstra que o perseguidor não está preocupado em respeitar a sua privacidade nem os seus limites. [7]
    • Mesmo que o perseguidor venha a agir de maneira deliberadamente inocente, acredite em seus próprios sentimentos. Procure perceber se você está se sentindo desconfortável ou ameaçado, mesmo que seja só um pouco. A visita parece estar sendo invasiva ou agressiva?
    • O visitante pode preferir esperá-lo à porta de casa e surpreendê-lo quando estiver de saída. Isso, porque ele já memorizou todos os seus horários e compromissos.
  7. O perseguidor tende a desejar que a vítima esteja completamente disponível para ele. No momento em que ela começa a se distanciar, no entanto, ele se torna cada vez mais agressivo e intimidador. Ao imaginar que ela pretende deixá-lo, por exemplo, o cérebro disparará sentimentos de abandono, forçando-o a se manter ainda mais próximo da vítima, impondo forças para tentar insinuar: “Você não escapará de mim, não importa o quanto tente”. [8]
  8. A perseguição possui várias faces. Percebendo qualquer evidência de que alguém está o perseguindo, procure ajuda (Polícia Militar: 190; Delegacia da mulher: 180). Alguns outros tipos de comportamento que devem ser denunciados imediatamente são: [9]
    • Depredação de propriedade particular;
    • Envio de correspondência abusiva (fotos, ameaças, etc.);
    • Marcação de território ao redor da casa da vítima;
    • Falsas denúncias.
  9. Saiba como reagir no caso de estar sendo perseguido. Quando uma pessoa próxima se transforma em ameaça, o melhor a se fazer é ser direto, dizendo a ela que quer distância. Diminua o uso de redes sociais e implemente medidas de segurança, como: substituir as fechaduras de casa, sempre trancar as janelas, trocar o número do telefone e tentar mudar os horários. Não ande desacompanhado, e comunique sua preocupação à família, colegas e vizinhos, para que todos possam ajudar a cuidar de sua segurança. [10]
    • Nunca discuta com o perseguidor quando estiver sozinho. Leve um amigo, familiar ou conhecido. Chame a polícia, se necessário.
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Entendendo a personalidade de um perseguidor

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  1. Muitos perseguidores são motivados por desilusões. [11] Pode ser que a vítima tenha algo que ele deseja. Ela pode ser a pessoa que ele ama ou, também, pode possuir algum tipo de informação que ele almeje.
    • As desilusões, mesmo que falsas, servirão de combustível para o comportamento do perseguidor.
  2. Os perseguidores, em sua maioria, são muito intensos. Já no primeiro encontro é possível notar que eles mantêm contato visual intenso e duradouro. No começo, a vítima pode se sentir lisonjeada por tamanha atenção, mas depois passa a se sentir intimidada. Na concepção dele, existe uma ligação forte e sobrenatural entre os dois. [12]
    • A intensidade do comportamento continua a se manifestar em forma de uma avalanche de mensagens, visitas frequentes e gestos mirabolantes para chamar a atenção.
  3. Por não saberem tomar um “não” como resposta, terem ideias fixas e comportamentos inflexíveis, muitos perseguidores são pessoas obsessivas. [13] Embora essa obsessão tenda a afastar cada vez mais a vítima, o perseguidor não consegue entender os efeitos de suas atitudes.
    • O perseguidor pode chegar a se tornar tão envolvido com os pensamentos fixos e o comportamento obsessivo que acaba transformando a perseguição em seu principal afazer. Por exemplo, ele pode querer ver a vítima todos os dias e saber o que ela está fazendo a cada instante da vida.
  4. Sentir-se no controle é a recompensa do perseguidor. Quanto mais ele sabe da vítima, mais e ele se sente em controle da vida dela. As redes sociais podem alimentar ainda mais esse tipo de controle, pois o perseguidor pode começar a fazer perguntas sobre fotos e eventos específicos postados pela vítima. [14]
    • É um mau sinal, quando alguém pergunta insistentemente sobre quem era a pessoa ao seu lado em uma foto ou onde, exatamente, ela foi tirada.
  5. O perseguidor, normalmente, pensa que a vítima é a única pessoa que ele será capaz de amar, o que pode, rapidamente, transformar-se em obsessão e perseguição. Com isso, ele fará de tudo para conquistar o coração da vítima, dedicando-se a criar grandes provas de amor. [15] Dentre elas, estão a compra de presentes caros, longas viagens para se encontrar com ela e até um pomposo pedido de namoro.
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Identificando um perseguidor

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  1. No Brasil, a maior parte dos perseguidores surge em decorrência da não aceitação do fim de um relacionamento. Ainda que a maioria deles seja do sexo masculino, também existem mulheres perseguidoras. Nos Estados Unidos, o perseguidor, geralmente, é um homem, desempregado ou subempregado, na casa dos quarenta anos, com ensino médio ou superior completo. [16]
    • É comum que exibam abuso de substâncias ilícitas e transtornos mentais. [17]
  2. Na maior parte das vezes, o perseguidor escolhe alguém conhecido; normalmente, um antigo parceiro amoroso. Quando há histórico de violência doméstica, ele pode voltar a colocar a vítima e, ainda, outras pessoas em perigo. [18] Alguém conhecido sabe os locais frequentados pela vítima e pode ameaçá-la em público.
    • Caso suspeite que um antigo parceiro violento esteja perseguindo você, comunique à segurança de seu local de trabalho e forneça a eles uma foto de referência. Comunique também aos seus colegas, dizendo: “Tal pessoa está me perseguindo e ela é perigosa, portanto, não a deixe entrar”.
    • Há quem se torne perseguidor como meio de vingança, podendo ser um ex-colega de trabalho, um familiar rancoroso ou um amigo desprezado.
  3. Não é possível saber os motivos nem o grau de periculosidade de uma pessoa estranha, entretanto, os riscos são os mesmos de ser perseguido por um conhecido. Alguns dos motivos mais comuns de perseguição são: estar sexualmente atraído pela vítima, concordar ou não com as visões políticas dela, ser fã dela (no caso de uma celebridade) e sentir que os sentimentos que tem por ela são desprezados. [19]
    • Ao perceber que está sendo perseguido por um desconhecido, entre em contato com a polícia.
  4. . Busque ajuda o mais rápido que puder. Se o perseguidor não for parado logo, seu comportamento pode se tornar perigoso. Entre em contato com a Polícia Militar (190) ou com a Delegacia da Mulher (180) o quanto antes.
    • Ao se sentir em perigo imediato, procure um local seguro para se proteger e ligue imediatamente para a polícia (disque 190).
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Dicas

  • Quando se sentir ameaçado por alguém, procure um local seguro e ligue imediatamente para a polícia (disque 190). Não coloque a sua vida em risco.
  • Junte provas para denunciar o perseguidor. Salve mensagens de texto, de voz, vídeos e tudo o mais que for possível para provar que a pessoa o ameaça ou o persegue. Para aumentar as suas chances de parar o perseguidor legalmente, entre em contato com um advogado criminalista e um psicólogo forense.
  • No Brasil, o ato de perseguir alguém (restringindo-lhe a paz e a tranquilidade) configura contravenção penal. A lei Maria da Penha faz uma abordagem especialmente voltada a defender a integridade física e psicológica das mulheres contra perseguidores. Encontrando-se em tal situação, ligue para a DDM (Delegacia da Mulher, telefone: 180).
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