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A adoção é muito comum em diversos países e algumas famílias optam por não revelar o fato aos filhos adotados. Você pode ter suspeitas de que é adotado, e existem algumas providências que você pode tomar para investigar a questão a fundo. Se for possível, entretanto, perguntar a seus familiares é a melhor opção. Mas isso pode ser complicado: como levantar a questão sem um tom acusatório e sem deixar seus pais magoados? A pergunta os deixará nervosos? Não há como prever a reação, mas expressar sua lealdade e amor por eles e utilizar um tom calmo pode ajudar a suavizar o processo.

Método 1
Método 1 de 3:

Conversando sobre adoção em família

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  1. Querer conhecer sua origem não é um sinal de deslealdade com a família, seja ela de sangue ou adotiva. É muito comum que pessoas adotadas queiram conhecer suas histórias; pesquisas sugerem que ter esse conhecimento pode favorecer o bem-estar de filhos adotivos. [1]
  2. Algum evento ou experiência em particular te despertou essa dúvida? Ou você sempre se sentiu um pouco diferente do resto da família?
    • É natural se sentir distante ou diferente de seus pais ao crescer, e até mesmo sentir que você e eles não têm nada em comum. Também é comum se sentir um forasteiro durante a adolescência. Esses sentimentos podem surgir com maior força em crianças adotadas, mas quase todas os experimentam em algum ponto da vida.
  3. Você quer simplesmente saber se foi ou não adotado? Quer saber a história de como você foi adotado em detalhes? Deseja descobrir quem são seus pais biológicos? Depois disso, pensa em contatá-los ou ficará satisfeito em apenas saber quem eles são? Suas motivações te ajudarão a conversar com sua família.
  4. Apesar do número de adoções "abertas" (que possuem algum nível de contato entre as famílias biológicas e adotivas) ter aumentado drasticamente nos últimos anos, muitas pessoas ainda se sentem desconfortáveis em conversar sobre o tema. Mesmo que sua família queira discutir o assunto com você, pode não saber ao certo como abordar a questão. [2]
    • O estigma é mais provável dependendo das circunstâncias em que a adoção se deu — como quando a criança é entregue para a adoção por uma mãe adolescente ou quando a criança é adotada por membros da família da mãe.
  5. Apesar de óbvio, realizar este passo pode ser muito difícil. Leve os sentimentos deles em consideração ao fazer as perguntas, mas procure ser honesto ao mesmo tempo.
    • Provavelmente o melhor a se fazer é abordar seus pais primeiro, se eles ainda estiverem vivos, em vez de levar a questão a outros membros da família. Outros familiares podem se sentir desconfortáveis compartilhando com você informações que seus pais decidiram não revelar.
  6. Após recolher as informações, você pode se sentir compelido a fazer as perguntas, mas deve esperar a hora adequada. Evite trazer o assunto à baila após uma discussão, por exemplo, ou quando a pessoa está doente ou cansada. O ideal é que todos estejam calmos e relaxados.
  7. Escreva suas perguntas e ideias com antecedência para determinar o que dizer e como dizer, de modo a não magoar ninguém.
  8. Alguns pais não discutem a adoção com os filhos por medo de que o interesse na família biológica danifique os laços com a família adotiva. Começar reforçando seu amor por eles é uma forma de retirá-los dessa posição defensiva.
  9. Evite usar acusações ou fazer alegações sérias, como "sei que sou adotado pois meus olhos são azuis."
  10. Compreenda que a discussão pode ser difícil para seus pais, principalmente se eles esperaram muito tempo para compartilhar isso com você. Pressioná-los demais para obter informações pode angustiá-los.
    • Faça perguntas que os estimulem a participar da conversa, como "o que vocês podem dizer sobre a minha origem?".
  11. Uma pergunta como "vocês têm algo a me contar sobre de onde vim?" pode ser melhor recebida do que uma como "por que vocês não me disseram que sou adotado?".
    • Tente evitar palavras como "verdadeiros" ao perguntar sobre suas origens. Perguntas como "Quem são meus pais verdadeiros?" podem deixar seus pais adotivos se sentindo desvalorizados ou magoados.
  12. É natural se sentir confuso ou magoado com o fato de ser adotado, principalmente se seus pais mantiveram isso em segredo por muito tempo. Entretanto, é importante evitar os julgamentos ou agir impulsionado pela raiva, pois isso apenas acabará com a comunicação clara e honesta entre vocês.
  13. Não é necessário repetir incessantemente o quanto você os valoriza, mas oferecer exemplos de como são fortes os laços entre vocês é uma forma de deixar sua família saber que você não deseja substitui-los.
    • Muitas pessoas adotadas alegam que seus valores, senso de humor e objetivos de vida foram moldados pelos pais adotivos, então esse é um bom lugar para começar. [3]
  14. Uma conversa a respeito desse tema pode ser muito difícil, e existe a chance de que você não descubra tudo o que quer saber logo de cara. Se seus pais estiverem visivelmente desconfortáveis ou nervosos, diga algo como "Eu entendo que esse assunto pode deixá-los nervosos. Vocês preferem conversar sobre isso depois?".
    • Não presuma que o silêncio significa que sua família deseja evitar o assunto. Eles podem apenas precisar de alguns minutos para descobrir a melhor forma de abordá-lo.
  15. Se sua família manteve o fato de que você é adotado em segredo, ainda que apenas por poucos anos, pode ser difícil superar o medo e a ansiedade de discuti-la. Pode ser necessário sentar e conversar com seus pais várias vezes até que você descubra toda a história da sua adoção.
  16. Muitos terapeutas possuem treinamento para conduzir famílias na superação de problemas e desafios, especificamente os que são gerados pela adoção. Consultar um não significa que há algo de errado com sua família, pelo contrário: o terapeuta você ajudar você e seus familiares a abordar a questão de uma forma produtiva e saudável. [4]
  17. Você pode perguntar a outros parentes sobre sua adoção e conexão com eles utilizando técnicas similares às citadas acima. Você pode até mesmo descobrir conexões emocionais mais fortes com eles, agora que eles sabem que você conhece toda sua história.
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Método 2
Método 2 de 3:

Investigando por conta própria

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  1. Sua configuração genética determina diversos aspectos de sua aparência, como a cor e a textura dos cabelos, a cor dos olhos, a presença de sardas, altura e estrutura corporal. Discuta quaisquer disparidades óbvias com seus pais.
    • Leve em conta que adoções realizadas dentro de uma mesma família podem fazer com que você tenha traços físicos semelhantes aos de outros parentes seus. Você pode ter sido adotado por outro familiar, como uma tia ou prima, que não podia cuidar de você.
    • Seus traços genéticos também te ajudam a determinar o risco para certas doenças e problemas, embora o ambiente (cuidados com a saúde, dieta, exercícios, etc.) também influencie no surgimento de certas doenças. Conhecer o histórico da saúde de sua família biológica ajuda você e seu médico a tomar melhores decisões a respeito de precauções e tratamentos.
    • Apesar de a "raça" não ser considerada um fator biológico importante por muitos cientistas, as pessoas com ancestralidade similar normalmente têm risco semelhante de serem acometidas por certas doenças. Por exemplo, os descendentes de africanos e mediterrâneos correm maiores riscos de desenvolver problemas falciformes do que os outros, ao passo em que descendentes de europeus são mais propensos a desenvolver fibrose cística do que os asiáticos. [5] Pode ser útil saber se você deve incorporar algum hábito em especial à sua rotina para minimizar tais fatores de risco.
  2. Apesar de os genes determinarem muitas de nossas características, da cor dos cabelos ao tipo sanguíneo, existem muitos equívocos sobre como a genética determina a aparência física. Entenda esses equívocos para obter conclusões mais precisas sobre si mesmo.
    • A cor dos olhos não é determinada por um único gene e existem aproximadamente nove variações de cores. Dois pais com olhos azuis podem ter um filho com olhos castanhos e vice-versa. [6] A cor dos olhos também pode mudar, principalmente nas crianças pequenas: muitos bebês nascem com olhos azulados mas desenvolvem cores diferentes conforme envelhecem. [7]
    • Lóbulos das orelhas "presos" e "soltos" são influenciados pela genética da família, mas é impossível determinar sua ascendência analisando apenas este fator. [8]
    • A habilidade de "enrolar" a língua é uma herança genética, mas pode variar dentro de famílias. Mesmo irmãos gêmeos podem possuir habilidades diferentes quanto a isso. Esse não é um bom indicador de herança genética. [9]
    • O canhotismo tende a ser passado para os filhos, mas isso não é uma certeza. Na verdade, até mesmo alguns gêmeos podem possuir mãos dominantes diferentes. Sua mão dominante provavelmente é afetada por diversos genes e pelo ambiente e não por um único gene. [10]
  3. Embora bisbilhotar não seja um comportamento louvável, você pode descobrir algo sobre sua origem ouvindo o que seus parentes dizem quando falam sobre você e sobre sua infância.
  4. Se acredita ter sido adotado, vasculhe álbuns e documentos da família para descobrir a partir de que época você começa a figurar neles. Documentos relacionados ao seu histórico médico também podem dar algumas dicas.
  5. Se possui uma boa ideia sobre onde pode ter nascido, peça uma cópia da certidão de nascimento no cartório. Muitas comarcas locais possuem registros de adoção públicos que podem ser pesquisados.
    • Procure por uma agência de registro vital. Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças possui um banco de dados com todas as agências de registros vitais existentes lá. Cidadãos brasileiros podem consultar os bancos de dados de certidões de nascimento dos seus estados de origem.
    • Todos os estados mantém registros de nascimentos, óbitos e casamentos. Eles podem ser guardados na Secretaria do Estado ou no Departamento de Saúde. Muitos bancos de dados online também possuem esses dados, mas talvez só possam ser usados mediante o pagamento de uma taxa.
  6. A informação encontrada talvez não seja de grande ajuda. Se o nome da sua mãe biológica ou da sua cidade natal estiver incorreto, o processo pode ser muito longo e difícil, principalmente por conta dos erros que podem ocorrer com os dados.
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Método 3
Método 3 de 3:

Conseguindo a ajuda de terceiros

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  1. É bem provável que você conheça alguém adotado, e conversar com essa pessoa pode te ajudar a entender como descobriu que foi adotada e o caminho que trilhou para descobrir suas origens. Amigos podem dispensar conselhos sobre como abordar o assunto com sua família.
  2. Graças às redes sociais, hoje em dia é possível entrar em contato com qualquer pessoa, ainda que seja impossível visitá-la pessoalmente. Saiba, entretanto, que muita gente se sente desconfortável discutindo o passado alheio. Explique os motivos que te levam a buscar essas informações, mas não os pressione se eles forem relutantes.
  3. Todos os dias, muita gente descobre que é adotada e tem de aprender a lidar com esse fato. Um grupo de apoio pode oferecer conselhos e recursos para sua busca, além de ajuda para lidar com o custo emocional do processo. [11]
  4. Amostras de DNA podem comparar marcadores genéticos com outros membros de sua família. Visite uma clínica especializada, mas lembre-se de que você precisará que outro parente próximo (um pai, irmão ou primo de primeiro grau) concorde em participar do teste para que haja uma amostra a ser comparada.
    • Se vai fazer um teste online, encontre um site respeitável. As maiores empresas do mundo no setor são a Ancestry.com, a 23andMe e a FamilyTreeDNA. Tais companhias normalmente oferecem bancos de dados grandes de outros indivíduos que realizaram os testes, com os quais você pode comparar seu próprio DNA.
  5. Ele pode oferecer dicas quanto a sua identidade genética, mas normalmente sua eficácia é limitada sem que haja uma amostra para comparação. Se vai realizar um exame sem a participação de outro familiar, suas informações podem ser inúteis.
    • Existem três tipos de exames de DNA: mitocondrial (DNA materno herdado), Y-Line (DNA paterno herdado; funciona apenas para homens) e autossômico (correspondências genéticas com outros parentes, como primos, por exemplo). [12] Os exames autossômicos são as melhores opções para adotados, pois podem conectar sua genética a um grupo maior de pessoas.
    • Um exame de DNA pode verificar se você possui ou não relações biológicas com sua família imediata, normalmente através do DNA mitocondrial. Entretanto, será pouco provável rastrear suas origens se sua carga genética não tiver nenhuma correspondência com a de sua família adotiva.
  6. Existem algumas empresas que são consideradas fontes confiáveis para indivíduos que buscam suas famílias biológicas. [13]
  7. Essa opção pode ser cara, então deve ser utilizada apenas se você já tem certeza de que é adotado, mas não consegue rastrear seus pais biológicos. Procure um investigador de sua cidade, pois ele provavelmente terá familiaridade com os registros municipais.
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Dicas

  • Converse com seus familiares enquanto eles ainda estiverem disponíveis. As pessoas podem envelhecer e falecer, levando consigo o que conhecem da história da família. Faça essas conexões enquanto pode.
  • Evite adotar um tom raivoso ou acusatório com sua família adotiva. Apesar desses sentimentos serem naturais, eles atrapalham a comunicação. Um terapeuta pode te ajudar a processar e expressar seus sentimentos de modo saudável.
  • As leis que garantem o reencontro de filhos adotivos com pais biológicos variam de lugar para lugar. Entenda seus direitos e restrições legais quanto à busca por sua família biológica.
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Avisos

  • Evite entrar em contato com sua família biológica sem antes descobrir as condições de sua adoção (se vier a descobri-las). Muitas mães biológicas assinam uma cláusula de confidencialidade nos contratos de adoção e violar isso pode causar danos emocionais e/ou pessoais para você e para ela.
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