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Muitas pessoas sofrem com a agorafobia, um distúrbio relacionado à ansiedade. Nos Estados Unidos o mal atinge 5% dos habitantes e no Brasil estudos indicam que 12% da população têm problemas gerados pelo excesso de ansiedade. Palavra de origem grega, a agorafobia pode ser traduzida como “medo de lugares abertos”, mas pode ter mais sentido se explicada como “medo de sentir medo” ou receio de ter um ataque de pânico em locais públicos. Estatísticas indicam que as mulheres sofrem duas vezes mais do que os homens com este tipo de desordem psíquica que deixa as pessoas desconfortáveis com desconhecidos, na socialização ou em um ambiente que não seja familiar. Descobrir se você tem ou não agorafobia é o primeiro passo para solucionar o problema.

Parte 1
Parte 1 de 3:

Identificando comportamentos relacionados à agorafobia

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  1. Quem sente medo de sair sozinho, procura sempre contar com a presença de um conhecido durante uma viagem ou para ir a um lugar novo. [1] A independência para quem sofre com a agorafobia é quase impossível, pois a pessoa sente-se confortável somente ao lado de um familiar ou amigo.
    • Sentir ansiedade só de pensar em ir ao mercadinho comprar um litro de leite pode ser um sinal de agorafobia.
  2. [2] Uma das características da agorafobia é o medo de que ir a um lugar desconhecido possa disparar os gatilhos da ansiedade. Por isto, muita gente acaba criando rotas “seguras” para se movimentar fora de casa, seja para fazer compras ou ir ao trabalho, por exemplo.
    • Ter medo de experimentar novos caminhos no dia a dia e repetir exatamente o mesmo trajeto entre a casa e o trabalho, sem trocar de calçada ou andar por ruas diferentes, também pode ser um sintoma da agorafobia.
  3. Quem sofre deste mal começa a limitar o número de lugares que frequenta para evitar que uma situação ou alguém provoque um ataque de pânico. [3] Pessoas com agorafobia tendem a criar “zonas de conforto”, como a casa e o trabalho, se isolam nesses lugares e evitando fazer novas amizades. O agorafóbico não se dá conta de que a sociabilidade ficou reduzida e limitada.
    • Talvez sair com amigos, ir a barzinhos, festas e cinema, além da escola e trabalho fizesse parte de sua rotina. Mas ao poucos, sem perceber, você começou a recusar convites e a se isolar por “ter medo de sentir medo”. No final das contas o semestre acabou e, na verdade, a vontade era a de não fazer a matrícula para o próximo ano por receio de ter crises pânico na sala de aula. Além disso, você tem visto cada vez menos os amigos e passado só o tempo necessário no trabalho. Este comportamento é indício da agorafobia.
  4. [4] Quando se depara com muitas pessoas no shopping, em um show ou no supermercado, você sente falta de ar? Ansiedade, suor na palma das mãos, excesso de preocupação, taquicardia e pensamentos desconexos podem ser sintomas da agorafobia.
    • Mesmo que não sofra um ataque de pânico, só o fato de sentir medo de ter uma crise em um evento social pode ser uma manifestação deste distúrbio de ansiedade.
  5. Os sintomas do pânico associados à agorafobia podem se manifestar quando a pessoa pensa que não tem como fugir. [5] Como se sente ao ficar confinado, mesmo que por um momento? Ações como passar por dentro de túneis em avenidas e ruas quando se está no carro, andar de metrô, elevador, ônibus, avião ou trem podem acionar os gatilhos da ansiedade ou causar uma crise.
  6. Sentir medo de ficar preso e não conseguir fugir de um lugar ou situação é um sentimento comum para alguém que sofre com a agorafobia. [6] Quem procura sair de fininho pode até ficar envergonhado ou constrangido, mas na hora dá uma desculpa esfarrapada. Às vezes nem se deu conta de que, em vez de ir embora, acabou deitado no sofá, sem apresentar reação alguma ao problema. [7]
    • Pode ser que você passe por um episódio de agorafobia quando estiver com um amigo no estádio de futebol. A sensação de medo é tão ruim que em vez de abrir o jogo e contar que está passando por uma crise, você inventa uma desculpa esfarrapada para ir embora e diz ao amigo que precisa ir para casa cuidar do cachorro. Talvez você acabe fingindo uma doença ou inventando outro tipo de problema considerado grande.
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Reconhecendo sintomas pessoais da agorafobia

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  1. A principal característica da agorafobia é sentir angústia e medo extremos ao achar que vai ficar preso. Nesta situação, que acontece na maioria das vezes fora de casa, a pessoa pode ficar apreensiva e ter uma sensação de terror, como se algo ruim pudesse acontecer. É preciso ter os sintomas da agorafobia por pelo menos seis meses antes do médico fechar o diagnóstico.
    • A ansiedade pode ser a causa da crise. Os sintomas de um ataque de pânico incluem dor no peito, dormência, tontura, tremores, excesso de transpiração, falta de ar, náusea, ficar gelado ou quente, ter a sensação de que está desconectado de si mesmo ou de que você não é real (despersonalização), medo de morrer ou de perder o controle e enlouquecer. [8]
  2. Os medos dos que sofrem com este tipo de distúrbio são bem específicos. Para diagnosticar a agorafobia, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) alerta que o paciente deve sentir medo em duas ou mais destas situações: [9]
    • estar no meio da multidão ou esperar na fila;
    • ficar em um local aberto, como um mercado ou estacionamento;
    • permanecer em um lugar fechado como um café ou cinema;
    • usar o transporte público como ônibus, metrô, trem, avião ou balsa;
    • sair de casa sozinho.
  3. Detesta ficar sozinho, pois tem medo de entrar em pânico, ter pensamentos confusos, sentir falta de ar, ter taquicardia e confusão mental? Estes são sintomas da agorafobia. [10] Observe se a intensidade destes sentimentos aumenta quando está sem companhia.
    • Há dois tipos de medo que podem surgir quando alguém está sozinho. Um deles está ligado diretamente à agorafobia. O outro aparece quando a pessoa fica só e se sente vulnerável a ataques. Este último não é sintoma da agorafobia. A identificação correta é fundamental para o diagnóstico certo.
  4. Mulheres e indivíduos com menos de 35 anos de idade têm mais chances de sofrer com o distúrbio. Outros fatores de risco da agorafobia incluem: [11]
    • Sofrer de algum outro problema como síndrome do pânico ou outra fobia;
    • Sentir-se ansioso ou nervoso a maior parte do tempo;
    • Passar por experiências traumáticas como perder um dos pais, sofrer abuso ou ser atacado;
    • Possuir alguém com histórico de agorafobia na família (parente consanguíneo);
    • Ter depressão;
    • Passar por problemas relacionados ao abuso de drogas. [12]
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Procurando ajuda para a agorafobia

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  1. O tratamento da agorafobia deve combinar remédios e terapia. A prescrição mais comum para estes casos são: [13]
    • Antidepressivos. Medicamentos como a paroxetina ou fluoxetina que são inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), quando prescritos pelo médico, podem ajudar no tratamento de pacientes que tenham crises de pânico e agorafobia. Outras opções incluem antidepressivos tricíclicos (ADT) e inibidores da monoamina oxidase (IMAO).
    • Medicação para tratar a ansiedade. A benzodiazepina é um produto que pode surtir efeito em um curto espaço de tempo, mas seu uso é arriscado, pois pode causar dependência. Por isso o remédio receitado pelo profissional de saúde deve ser reservado somente para emergências como ataques de pânico.
  2. A terapia cognitiva comportamental (TCC) é o meio mais eficiente para tratar a agorafobia. O método utiliza técnicas da terapia cognitiva (argumenta que certas doenças psíquicas estão ligadas à forma de pensar do paciente) com a comportamental (que defende que cada um de nós pode mudar hábitos que nos fazem mal). [14]
    • A TCC vai começar a dar resultado após algum tempo de sessões semanais com duração de 50 minutos cada. O terapeuta vai conversar e perguntar como encara a agorafobia e pedir que analise seus padrões de pensamentos e ações, como uma pequena tarefa para entregar na próxima sessão.
    • Com o tempo o terapeuta vai sugerir que você volte aos poucos para a vida social, o objetivo é combater e eliminar os sentimentos negativos causados pela agorafobia. Primeiro pode experimentar sair e ficar por 15 minutos no mercadinho, depois 30 minutos, uma hora, assim por diante até que sentir-se bem e readaptado às situações sociais.
  3. A agorafobia é o que acontece no cérebro quando ele diz algo que não é verdadeiro: “Você está encurralado,” “Não está a salvo aqui,” ou “Não confie em ninguém.” Aprenda a lidar com o problema ao modificar o modo de pensar e rejeitar as mensagens equivocadas enviadas pela mente. O primeiro passo para a reeducação psíquica é reconhecer que a mente está confusa e que os sinais que está recebendo são falsos.
    • No momento em que o cérebro mandar um alerta para você surtar, pois há perigo à vista, respire fundo e procure por outras informações que o ajudem a entender o que está acontecendo. Relembre que você “sobreviveu” a outros ataques de pânico, não se machucou e muito menos morreu (este é um dos principais medos de quem tem agorafobia). [15]
  4. A estratégia de enfrentamento (quando alguém se expõe) evita a fuga e nos faz olhar de frente o que nos mete medo. É preciso assumir o controle, lutar contra a ansiedade, combater as fobias e experimentar as coisas como se fosse a primeira vez. [16] Depois de enfrentar o “fogo psíquico”, você vai renascer como a Fênix, mentalmente renovado.
    • Faça um teste. Sente medo de ter outra crise só de pensar em ir a um estádio de futebol ver Corinthians x Palmeiras? Comece devagar e chame um amigo para assistir a uma partida de futsal e experimente ficar entre 15 e 20 minutos. Os ginásios são menores e o público é mais tranquilo. Da próxima vez, fique por cerca de 40 minutos, e assim progressivamente, até perceber que ficou na arquibancada até o apito final.
    • Seja honesto em relação aos seus níveis de conforto. O objetivo é identificar os gatilhos das crises de pânico e da agorafobia, e não causar um ataque. Não tenha pressa e evite o excesso da exposição. Respeite o seu ritmo e anote no diário quais sentimentos ficaram à flor da pele com a experiência. Isto vai ajudar a avaliar o seu progresso.
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Avisos

  • Consulte um profissional da saúde mental se suspeitar que tenha algum distúrbio de ansiedade.
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