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A quebra ou rachadura de um osso é chamada de fratura. Ela pode ocorrer se uma força considerável for aplicada sobre o osso, seja na queda de um balanço, ao tropeçar ou em um grave acidente de carro. Fraturas precisam ser examinadas e tratadas por profissionais médicos a fim de minimizar os efeitos adversos potenciais do problema e aumentar as probabilidades de uma recuperação completa dos ossos e das articulações. Embora fraturas sejam comuns em crianças e adultos com osteoporose, aproximadamente seis milhões de pessoas de todas as idades quebram algum osso por ano. [1]

Método 1
Método 1 de 3:

Avaliando a situação imediata

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  1. Se você está ajudando a si mesmo ou a outra pessoa, descubra o que aconteceu antes da dor. Pergunte a ela, se for o caso, o que houve logo antes do incidente. A maioria dos ossos quebrados exige uma força suficiente para fissurá-los ou fraturá-los por completo. Descobrir a causa da lesão pode ajudar a definir se o osso está ou não quebrado. [2]
    • Uma força intensa o suficiente para causar a quebra de um osso pode estar associada a tropeços ou quedas, acidentes veiculares ou, ainda, como resultado de um golpe direto — em um evento esportivo, por exemplo.
    • Ossos quebrados também podem ser resultado de abuso infantil ou estresse repetitivo, como no caso da corrida.
  2. Saber o que causou a lesão poderá não somente ajudar a definir se o osso está quebrado, como também se será necessário pedir ajuda, como o serviço de emergência (193), a polícia (no caso de um acidente de carro) ou o departamento de assistência social (no caso de abuso infantil).
    • Se o histórico do início da dor não condiz com um osso quebrado, mas a pessoa indica sentir muita dor, ligue para o serviço de emergência (193) ou se ofereça para levá-la para uma clínica ou hospital nos arredores, caso a lesão ou dor não seja tão urgente (como no caso de não haver sangramento intenso, o indivíduo ainda ser capaz de formar sentenças completas etc.).
    • Se a pessoa estiver inconsciente ou não consegue se comunicar com você, ligue para o serviço de emergência imediatamente, pois pode ser um sinal de lesão na cabeça. Para mais informações, leia o Método 2 abaixo.
  3. Recapitule, se você sofreu a lesão, ou pergunte à pessoa o que foi sentido ou vivenciado no momento da queda. Com frequência, pessoas que apresentam fratura óssea descrevem ouvir ou "sentir" um estalo na área afetada. Logo, se isso for mencionado, é possível que seja um indício de algo quebrado. [3]
    • A pessoa pode também descrever um som ou uma sensação de raspagem (como pedaços de ossos raspando um contra o outro) quando a área é movida, mesmo se não há a presença imediata de dor. Isso também é chamado de crepitação óssea. [4]
  4. Quando um osso quebra, o corpo reage imediatamente com a sensação dolorosa. Tanto a fratura como quaisquer lesões aos tecidos adjacentes (como músculos, ligamentos, nervos, vasos sanguíneos, cartilagem e tendões) podem provocar dor. Há três níveis de dor para se observar:
    • Dor aguda : é a sensação intensa e profunda de dor que costuma se manifestar logo depois da quebra do osso. Se a dor for extrema, pode ser um sinal de fratura.
    • Dor subaguda : tal tipo de dor se manifesta durante as primeiras semanas seguintes à fratura, particularmente durante a recuperação. Essa dor ocorre principalmente por conta da rigidez e fraqueza muscular, que são resultado da falta de movimentação necessária para curar o osso quebrado (como ao se usar gesso ou uma tipoia).
    • Dor crônica : é a sensação dolorosa que persiste mesmo depois que o osso e seus tecidos se recuperaram, podendo surgir semanas ou meses depois da fratura inicial.
    • Observe que não é impossível sentir apenas algumas ou todas as formas de dor. Algumas pessoas apresentam apenas dores agudas e subagudas, mas nenhuma dor crônica. Outras podem sofrer a fratura óssea sem dores ou com dor mínima, como nos casos do dedo mínimo do pé ou da coluna vertebral.
  5. Há diversas características que podem indicar a presença de um osso quebrado, inclusive: [5]
    • Deformação e movimentos em uma direção anormal.
    • Hematomas, sangramentos internos ou lacerações graves.
    • Inchaço.
    • Dificuldade para mover o local afetado.
    • A região parece menor, torcida ou deformada.
    • Perda de força.
    • Perda da função.
    • Choque.
    • Dormência ou formigamento no ponto da fratura ou abaixo dele.
  6. No caso de uma fratura pequena, pode não haver nenhuma deformação visível na área e um inchaço mínimo possivelmente imperceptível ao olho. Por essa razão, você precisa fazer uma avaliação mais detalhada para saber se houve uma fratura. [6]
    • Com frequência, o comportamento de pessoas com ossos quebrados muda. Por exemplo, elas tentarão evitar aplicar peso ou pressão sobre a área. Este é um indício de que algo não não está certo, mesmo quando não há nada visível a olho nu.
    • Considere os seguintes três exemplos: com frequência, um osso quebrado no tornozelo ou na perna causará dor suficiente para que a pessoa não queira usá-la para suportar peso; no braço ou na mão, será suficiente para que ela proteja a área e evite usá-la; nas costelas, fará com que evite inspirar profundamente.
  7. Ossos quebrados geralmente podem ser identificados pela sensibilidade na região, ou seja, é sentida uma dor aguda ao se pressionar esse ponto específico, em detrimento a uma dor crônica presente em uma área mais ampla. Há uma maior probabilidade de que o osso esteja quebrado no ponto mais sensível. [7]
    • Uma dor generalizada junto a palpitação (pressão ou estímulo suave) em uma área com largura superior a três dedos tem maior probabilidade de decorrer de uma lesão de ligamentos, tendões ou outros tecidos.
    • Observe que hematomas imediatos e muito inchaço indicam uma maior probabilidade de danos tissulares, e não necessariamente de um osso quebrado (como no caso de uma entorse).
  8. Lembre-se dos seguintes pontos ao determinar se uma criança com menos de 12 anos está com um osso quebrado. De modo geral, é melhor levá-la para um médico, que poderá dar um diagnóstico formal caso haja suspeita de um osso quebrado; dessa forma, ela também receberá tratamento imediato.
    • Crianças mais jovens geralmente não conseguem identificar bem um ponto específico de dor ou sensibilidade. Elas apresentam uma reação neurológica mais generalizada do que adultos.
    • É difícil para crianças dizer em palavras quanta dor estão sentindo.
    • A dor da fratura em crianças também é diferente por conta da flexibilidade óssea delas. Ossos de crianças mais entortam ou se racham parcialmente do que quebram.
    • Você conhece bem o seu filho; se seu comportamento sugere que ele tem sentido mais dor do que você esperaria de uma lesão cotidiana, leve-o imediatamente ao médico.
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Método 2
Método 2 de 3:

Administrando cuidados imediatos

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  1. Faça-o apenas se houver algum perigo iminente, como quando a fratura decorreu de uma queda séria ou de um acidente de carro. Não tente realinhar os ossos ou mover a pessoa caso ela não seja capaz de se movimentar por conta própria. Isso evitará causar mais danos à área. [8]
    • Não mova nenhuma pessoa com fratura pélvica ou no quadril. Em vez disso, ligue imediatamente para o serviço de emergência e espere pela ajuda médica. No entanto, se alguém com esse tipo de lesão realmente precisa ser transportado sem atenção médica emergencial, coloque um rolo ou travesseiro entre suas pernas e firme-as. Role a pessoa sobre uma maca estabilizadora, movendo-a como um bloco único. Mantenha ombros, quadris e pés alinhados e role-os em conjunto, enquanto alguém desliza a maca por debaixo do quadril, que deve alcançar do meio das costas até os joelhos. [9]
    • Jamais mova uma pessoa que possa ter fraturado as costas, o pescoço ou a cabeça. Imobilize-a na posição em que está e ligue para o serviço emergencial imediatamente. Não tente alinhar as costas ou o pescoço. Ao telefonar, diga para a equipe médica que você suspeita de uma fratura na cabeça, nas costas ou no pescoço e explique a razão. Mover uma pessoa nesse estado pode causar danos severos em longo prazo e até mesmo paralisia.
  2. Cuide de todos os ferimentos antes de lidar com um osso quebrado. [10] Caso ele tenha atravessado a pele, não o toque ou tente colocá-lo de volta no lugar. A cor do osso costuma ser de tonalidade branco-escura ou bege-clara, e não branca, como você vê em fantasias do Dia das Bruxas ou em esqueletos médicos.
    • Se houver algum sangramento grave, priorize sempre lidar com ele antes de passar para o osso quebrado.
  3. Cuide do osso quebrado somente caso o tratamento médico emergencial não esteja imediatamente a caminho. Se você espera que a equipe médica chegue dentro de poucos instantes ou está a caminho do hospital, fazer uma tala na área pode fazer mais mal do que bem. No entanto, se não houver tratamento médico imediato à disposição, você pode ajudar na estabilização do osso e no alívio da dor seguindo estes passos.
    • Faça uma tala para dar apoio ao osso quebrado no braço ou na perna e não tente realinhá-lo. [11] Para fazer uma tala, é possível usar materiais fáceis de obter ou encontrar. Procure por algum material rígido para montá-la, como uma prancha, um bastão, um jornal enrolado e assim por diante. Se a parte do corpo for pequena o suficiente (como no caso dos dedos menores), ela pode ser adesivada ao dedo mais próximo melhor estabilidade e apoio. [12]
    • Amacie a tala com roupas, toalhas, lençóis, travesseiros ou qualquer outro material macio e disponível.
    • Estenda a tala almofadada para além da articulação acima e abaixo da fratura. Por exemplo, se ela ocorreu na panturrilha, a tala deve começar acima do joelho e terminar abaixo do tornozelo. [13]
    • firme a tala na área afetada. Você pode usar um cinto, uma corda, cadarços ou outro item que seja útil para manter a tala no lugar. Cuide para, ao colocar a tala, não provocar um aumento na lesão. Amacie bem a tala para evitar que ela aplique pressão sobre o local, apenas mantendo-o imobilizado. [14]
  4. Faça uma tipoia se o osso quebrado estiver no braço ou na mão. Isso ajuda a suportar o braço e evita cansar os músculos. Use um pedaço de pano quadrado com lado de aproximadamente 1 metro, cortado de um travesseiro, de lençóis ou de outro material maior. A seguir, dobre-o em formato triangular. Coloque uma extremidade da tipoia debaixo do braço e sobre o ombro, levando a outra para o outro ombro, apoiando o braço. Amarre as duas pontas debaixo do pescoço. [15]
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Método 3
Método 3 de 3:

Obtendo tratamento médico

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  1. Se você notar a presença dos seguintes indícios, é necessário conseguir tratamento médico emergencial. Caso você não possa usar o telefone, peça a alguém que faça a ligação por você. [16]
    • O osso com suspeita de fratura é parte de outro grande trauma ou lesão.
    • A pessoa não apresenta reação. Em outras pessoas, se não está se movendo ou falando. Caso ela não esteja respirando, você deve realizar o procedimento de ressuscitação cardio-pulmonar.
    • A pessoa está respirando com dificuldade.
    • O membro ou articulação parece estar deformado ou torcido em um ângulo anormal.
    • A área da fratura está dormente ou azulada em sua ponta.
    • A suposta fratura está localizada na pélvis, no quadril, no pescoço, na cabeça ou nas costas.
    • Há algum sangramento intenso presente.
  2. Ossos quebrados durante um acidente intenso podem resultar em choque. [17] Até que a equipe emergencial chegue ao local ou você chegue ao centro médico, deite a pessoa, com os pés acima do nível do coração e a cabeça mais baixa do que o peito, se possível. Caso haja a suspeita de fratura óssea em uma perna, evite elevá-la. Apenas cubra a pessoa com um casaco ou lençol.
    • Lembre-se de não mover nenhuma pessoa em que haja suspeita de fratura na cabeça, nas costas ou no pescoço.
    • Deixe a pessoa confortável e mantenha-a aquecida. Use lençóis, travesseiros ou roupas para deixar a área mais macia e converse com ela para ajudar a distraí-la da dor. [18]
  3. Abra as roupas próximas à suposta fratura e aplique gelo para ajudar no controle do inchaço. Isso auxiliará o médico a alinhar o osso e controlar a dor. No entanto, em vez de aplicá-lo diretamente sobre a pele, envolva uma compressa ou bolsa de gelo em uma toalha ou outro material. [19]
    • Você também pode usar algo do congelador que esteja à mão, como uma sacola de vegetais congelados ou frutas.
  4. Você deve marcar uma consulta com o médico ou visitar uma clínica para fazer radiografias, caso tenha observado sintomas que não apareceram no momento do acidente. Siga esse Passo caso a pessoa afetada tenha sentido dor na área sem melhora durante vários dias ou não tenha sentido qualquer sensibilidade pontual nas primeiras horas e a tenha desenvolvido nos dias seguintes. Em alguns casos, o inchaço tissular pode inibir a percepção de dor e sensibilidade pontual.
    • Embora o presente artigo tenha por intenção ajudar você a descobrir se tem um osso quebrado com o auxílio de radiografias, recomenda-se que você visite um médico assim que possível caso suspeite ter sofrido uma fratura em uma queda ou outro acidente. Se você continuar a viver normalmente com uma fratura óssea por muito tempo, conscientemente ou não, isso pode resultar em uma lesão de longo prazo na área.
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Dicas

  • Mesmo que você seja teimoso ou cabeça-dura e não acredite precisar de ajuda, ela é importante. Ossos quebrados são um grave problema e, caso atravessem a pele, é muito mais difícil colocá-los no lugar. Para isso, é preciso procurar um médico o quanto antes.
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