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Em grande parte dos casos, a má circulação é responsável pela “dormência” de um membro; porém compressões temporárias no tornozelo ou até em locais próximos do joelho podem causar a sensação de formigamento. [1] A parestesia temporária do pé – que é o termo médico que designa tal condição – não é nada grave e é muito fácil de ser remediada. No entanto, se um ou ambos os pés “dormem” ou formigam constantemente, pode haver um problema mais sério presente, como a diabetes. O melhor a se fazer é procurar ajuda médica.

Parte 1
Parte 1 de 3:

Cuidando do problema por conta própria

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  1. Em grande parte dos casos, a dormência ocorre devido à interrupção da circulação do sangue às pernas. Os vasos sanguíneos em volta dos joelhos podem ser comprimidos ao cruzar as pernas ou ao contorcê-las. Além disso, os nervos dos músculos do pé estão posicionados ao lado dos vasos sanguíneos, logo, a compressão de nervos não é algo incomum. Mude a posição e descruze as pernas para que a circulação ao pé seja normalizada e os nervos não sejam pressionados. [2]
    • O pé que é cruzado geralmente é o que acaba “dormindo”.
    • À medida que o sangue começa a circular normalmente, o pé deve formigar menos, mas a sensação persistirá por alguns minutos.
  2. Além de mudar a posição da perna (se cruzá-las foi o que causou o formigamento), fique em pé para promover uma melhor circulação. A gravidade ajuda a levar o sangue na parte superior da perna até os pés; as artérias possuem fibras musculares bem macias, que se contraem em bombeiam o sangue em sincronização com os batimentos cardíacos; ficar em pé pode acelerar um pouco o processo. [3]
    • Mover o pé em todas as direções (movimentos circulares por 15 a 20 segundos) provavelmente auxiliará a promover circulação e reduzirá a sensação de formigamento ou dormência um pouco mais rapidamente.
    • Ao ficar em pé, um alongamento leve (como inclinar-se na altura da cintura e tentar tocar os dedos do pé) ajuda a “acordar” os pés.
  3. Depois de mudar de posições e desbloquear os vasos sanguíneos ou nervos na parte inferior da perna, ande para promover melhor circulação. Porém, veja se é possível andar; às vezes, a dormência impossibilita que o indivíduo caminhe, aumentando o risco de uma queda ao tentar andar sem força e sensibilidade na perna.
    • Ao mudar a posição, o formigamento não deverá durar mais do que alguns minutos.
    • Danos podem ser causados aos nervos se ficarem comprimidos demais e não houver circulação por muito tempo. [4]
    • Chacoalhar o pé dormente pode ser uma alternativa mais segura em vez de andar, principalmente se os sintomas ainda forem intensos.
  4. Em muitos casos, as dormências e formigamentos ocorrem devido a calçados muito apertados. Enfiar o pé de qualquer jeito em um calçado de número menor que o ideal não é bom para a circulação ou para os nervos, podendo causar a dormência – principalmente para indivíduos que andam ou ficam muito em pé. [5] Logo, use apenas sapatos que dão apoio ao calcanhar, aos arcos dos pés, que permitam que os dedos do pé sejam movimentados livremente e que são fabricados de materiais que deixem que o membro “respire”, como entressolas de couro.
    • Evite saltos altos que comprimam os dedos do pé.
    • Se os problemas ocorrem mais na parte superior do pé, afrouxe os cadarços.
    • Peça para que um vendedor de calçados coloque o acessório para você quando o dia estiver acabando, já que é nessa parte em que eles estão mais inchados e levemente comprimidos nos arcos dos pés. [6]
    • Ao sentar na mesa do trabalho, tire os sapatos – se possível – para que os pés fiquem menos comprimidos e com mais capacidade de respirar.
  5. Em certos casos, a sensação de formigamento nos pés pode ser causada por músculos tensos ou comprimidos na parte inferior da perna, como na panturrilha. Mergulhar os pés e a perna (até a altura da canela, mais ou menos) em um banho de pés com sais de Epsom pode estimular a circulação e reduzir bastante a tensão e as dores musculares. [7] O magnésio desse tipo de sal ajuda a relaxar os músculos; caso existam inflamações e inchaços, prepare um banho de gelo logo após o de sais até que os pés fiquem dormentes (após cerca de 15 minutos).
    • Após o banho de pés, sempre seque bem os pés antes de levantar e andar para não escorregar e cair.
    • A falta de minerais (como cálcio ou magnésio) ou vitaminas (como a B6 ou B12) na dieta pode contribuir com o aparecimento de sintomas desconfortáveis nos pés e pernas.
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Terapias alternativas

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  1. Contrate os serviços de um massoterapeuta para que ele massageie o pé e a panturrilha, reduzindo a tensão muscular e promovendo uma melhor circulação sanguínea. [8] Comece esfregando a partir dos dedos do pé e vá na direção da panturrilha para que o sangue venoso volte ao coração. Permita que o terapeuta faça o máximo que for possível até que você não consiga mais suportar as dores.
    • Depois da massagem, é sempre uma boa ideia beber muita água para que o ácido lático e os subprodutos da inflamação sejam eliminados do corpo. Do contrário, o indivíduo poderá sentir um pouco de dor de cabeça ou náuseas.
    • Outra opção é aplicar uma loção de menta nos pés, já que ela causa formigamento – de uma maneira boa – e deixa-os mais revigorados.
  2. A ioga é parte da tradicional medicina chinesa, incentivando um estilo de vida saudável através da meditação, da respiração correta e ao posicionar o corpo em várias poses “desafiadoras”. [9] Além de estimular a circulação de energia, as posições fazem com que os músculos do corpo sejam alongados e fortalecidos, melhorando a postura. Aumentar a flexibilidade – especialmente nas pernas – ajudará a combater a dormência nos pés ao cruzar as pernas ou colocá-las em outras posições contorcidas.
    • Ao iniciar a prática da ioga, as poses poderão causar um pouco de dor nos músculos das pernas e em outras áreas, mas os incômodos devem desaparecer após alguns dias.
    • Se algumas posturas de ioga aumentarem a sensação de dormência nos pés, pare imediatamente e peça para o professor indicar a melhor maneira de realizar a técnica.
  3. Na acupuntura, são inseridas pequenas agulhas em pontos específicos do corpo, localizados dentro da pele ou músculo, com o objetivo de reduzir dores, inflamações e melhorar a circulação. [10] Essa técnica ajuda a tratar a má circulação crônica nas pernas e sintomas associados, apesar de não ser normalmente recomendada por médicos. Baseada nos princípios da medicina chinesa tradicional, ela funciona liberando várias substâncias – como endorfina e serotonina – que reduzem o desconforto.
    • Nem todos os pontos de acupuntura que auxiliam a diminuir a dormência nos pés ou pernas estão próximos de onde os sintomas se manifestam; alguns podem estar localizados em partes distantes do local do formigamento.
    • A acupuntura é uma prática de várias especialidades do ramo da saúde, como quiropratas, naturopatas, fisioterapeutas e massoterapeutas. Verifique se eles possuem licença para atuar na área.
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Saber quando procurar atendimento médico

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  1. A dormência constante e a manifestação de outros sintomas, como dor, fraqueza, mudança de temperatura corporal ou descoloração sinalizam que é hora de marcar uma consulta com um clínico geral. [11] Ele examinará os pés e as pernas, fará perguntas sobre a dieta, estilo de vida, histórico familiar e pedirá a realização de exames (em especial o de sangue, para verificar os níveis de glicose e descartar a possibilidade de diabetes).
    • O clínico geral não é um especialista em neurologia ou em problemas circulatórios, mas ele poderá indicar um profissional para realizar o melhor tratamento possível.
  2. Apesar de ser considerado mais um incômodo do que um problema médico sério, existem algumas condições graves que podem causar sintomas parecidos, como a neuropatia diabética, a insuficiência venosa (vazamento das válvulas venosas na parte inferior da perna), a síndrome compartimental crônica (inchaço dos músculos inferiores da perna), ou a doença arterial periférica (DAP). [12] Assim, um especialista médico pode ser a melhor opção para realizar o diagnóstico correto da condição, como um cirurgião vascular, um neurologista ou ortopedista (especialista do sistema musculoesquelético).
    • Sintomas que surgem nos pés e que têm relação com a neuropatia diabética são: dormência e formigamento, menor capacidade de sensação de dor ou alterações de temperatura, cãibras musculares, dor semelhante à queimação, fraqueza muscular, úlceras doloridas que não são curadas, dor intensa após um toque leve e modificações nas unhas do pé. [13]
    • Os fatores de risco para o desenvolvimento de neuropatia são: diabetes do tipo 1 e 2, hipertensão, dislipidemia e o hábito de fumar. Doenças cardiovasculares, ao serem analisadas antes da introdução de um tratamento, estão duplamente associadas ao risco de neuropatia.
    • Os sintomas mais comuns da insuficiência venosa são: inchaço nas partes inferiores das pernas e tornozelos, coceira, fraqueza e descoloração da pele nas pernas, dormência, formigamento ou úlceras de estase. [14] O diagnóstico é realizado através de um ecodoppler venoso dos membros inferiores.
    • Os fatores de risco da insuficiência venosa são: idade avançada, longos períodos em pé, aumento do IMC (Índice de Massa Corporal) , histórico familiar, hábito de fumar, estilo de vida sedentário e trauma na extremidade inferior.
    • O ultrassom vascular – que é um procedimento indolor – permite que o médico analise o funcionamento das veias e artérias nas extremidades das pernas.
    • A DAP (Doença Arterial Periférica) é um transtorno das artérias na parte de baixo das extremidades, sendo caracterizadas por cãibras musculares muito doloridas no quadril, nas coxas ou panturrilhas ao andar, subir escadas ou ao realizar exercícios; essa dor some ao descansar. [15] Esse desconforto indica que as pernas e pés não estão recebendo sangue o suficiente; a DAP aumenta o risco de infarto, ataque cardíaco e doenças da artéria coronária. [16]
    • Os fatores de risco da DAP são: idade acima dos 70 anos, histórico de diabetes ou de fumante, batimentos cardíacos anormais e aterosclerose.
    • Os neurologistas podem pedir que seja realizado um estudo de condução nervosa ou uma eletromiografia (EMG) para verificar a capacidade de condução de transmissões elétricas dos pés e pernas.
  3. Esse especialista em pés pode dar outro tipo de opinião sobre o problema nos pés, avaliando se é um problema crônico ou apenas insistente, por exemplo. O podólogo examinará os pés e determinará se existe um trauma que pode ter danificado os nervos ou se há alguma protuberância benigna ou tumor que possam estar irritando ou comprimindo nervos e vasos sanguíneos. O especialista também poderá prescrever calçados ou órteses (palmilhas) feitos sob medida para aumentar a proteção e o conforto dos pés.
    • Neuroma é uma saliência benigna do tecido nervoso, comumente encontrada entre o terceiro e o quarto dedo dos pés, causando dor e formigamento no membro afetado.
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Dicas

  • Ao sentar, não cruze as pernas ou tornozelos, pois isso pode aumentar a chance de “adormecer” os pés.
  • Não fique apoiado em uma só perna por muito tempo, seja sentado ou em pé. Movimente-se bastante, principalmente se trabalhar sentado.
  • Pare de fumar, pois esse hábito causa um grande impacto negativo na circulação e na pressão sanguínea.
  • Evite o excesso de bebidas alcoólicas. O etanol é tóxico ao corpo, especialmente aos pequenos vasos sanguíneos e nervos que levam o sangue aos pés.
  • Cerca de 2/3 de pessoas com diabetes sofrem danos leves ou graves nos nervos, o que pode levar à sensação de formigamento nos pés.
  • Tente mexer cada dedo do pé individualmente, diferentes músculos do pé e depois a perna inteira. Pode ser dolorido, mas ajudará com que a dormência passe mais rápido.
  • Movimente-se bastante.
  • Despeje água quente sobre o pé; ela estimulará e melhorará a circulação sanguínea.
  • Movimente os pés e os dedos dos pés ao mesmo tempo.
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Avisos

  • É fundamental marcar uma consulta com um médico se qualquer um dos sintomas ou sinais a seguir surgirem: dor e inchaço crescentes no pé, fraqueza na perna ou pé, febre alta, descoloração rápida nos pés ou perda de peso repentina e sem razão aparente.
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