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A morte de um filho é a perda mais devastadora de todas. Você irá lamentar a perda da vida dele ou dela para sempre. Sua vida nunca mais será a mesma, mas esse não é o fim; você ainda pode conseguir atravessar toda a tristeza e retomar sua vida. Leia as dicas a seguir para conseguir algum alívio para sua dor.

Parte 1
Parte 1 de 4:

Enfrentando a dor

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  1. Você poderá sentir muita raiva, culpa, negação, tristeza e medo, todos normais para um pai ou mãe de luto. Nada está fora de cogitação, nada é "errado". Se tiver vontade de chorar, chore. Permita-se sentir. Será muito mais difícil se você se fechar e não expressar suas emoções. É perfeitamente natural e até saudável permitir-se sentir tudo que puder a respeito da perda, pois isso o colocará no caminho da aceitação. Você nunca será capaz de superar esse acontecimento, mas poderá ser capaz de criar forças para lidar com ele. Se não abraçar seus sentimentos, você jamais será capaz de seguir em frente.
  2. Não existe limite de tempo para o período de luto. Cada indivíduo é diferente. Pais que estão de luto compartilham muitas das mesmas emoções e dificuldades; porém, cada jornada de pai ou mãe é diferente dependendo da personalidade e circunstâncias da vida.
    • Por anos, nós confiamos na noção popular de que pessoas passam por cinco estágios de luto, começando com a negação e terminando com a aceitação. O novo pensamento é que não existe uma série de estágios a serem seguidos no período de luto. Ao contrário, pessoas experimentam uma "bagagem" enorme de sentimentos e sintomas que vêm e vão e eventualmente somem.
    • Devido ao luto ser algo pessoal, casais algumas vezes se estranham porque não conseguem entender o modo como o outro lida com a perda. Entenda que seu parceiro pode ter mecanismos para lidar com a perda diferente dos seus e permita que ele ou ela lide com isso do jeito que achar melhor.
  3. Durante o período de luto, muitas pessoas irão experimentar um estado de entorpecimento ou choque. Nesse estado, o mundo pode parecer um sonho ou ser algo alheio a você. Pessoas ou coisas que antes lhe traziam alegria não terão mais efeito algum. Esse estado pode passar rápido ou perdurar por algum tempo; é o mecanismo que o corpo oferece para proteger você de emoções muito fortes. Com o tempo, os sentimentos e a racionalidade irão retornar.
    • Para muitos, o estado de entorpecimento começa a sumir depois do primeiro aniversário da morte do filho. Nesse momento, a dura realidade irá cair em cima de você com tudo. Muitos pais dizem que o segundo ano é o mais difícil de todos.
  4. Alguns pais acham a ideia de voltar ao trabalho insuportável, enquanto outros preferem se jogar de cabeça nas atividades diárias e nos desafios que o trabalho oferece. Descubra qual é a política de perdas de entes queridos de sua empresa antes de tomar sua decisão. Algumas companhias podem oferecer aos empregados uma quantia ou a oportunidade de não trabalhar.
    • Não deixe o medo de decepcionar a sua empresa forçar você a voltar ao trabalho antes de estar preparado. De acordo com diretores, companhias perdem em média 225 bilhões de dólares devido à baixa produtividade relacionada ao luto. "Quando alguém que você ama morre, você perde a habilidade de se concentrar. Seu cérebro não trabalha bem quando seu coração está partido." [1]
  5. Se você for capaz de encontrar conforto em suas crenças ou nos ensinamentos e rituais de sua fé, recorra a eles agora para poder se recuperar da perda. Saiba, também, que a perda de seu filho poderá danificar suas crenças religiosas, e que não há problema algum nisso. Com o tempo, você verá que é possível retomá-la; de qualquer modo, se você tem sido uma pessoa de fé, acredite que Deus é grande o bastante para lidar com sua raiva, ódio e tristeza. Se você não quiser retornar à sua fé ou se isso não for possível para você no momento, saiba que a decisão é sua e cabe somente a você tomá-la.
  6. Espere ao menos um ano pra tomar qualquer grande decisão. Não venda sua casa, faça alguma mudança, divorcie-se de seu parceiro, ou altere sua vida significativamente. Espere até que a poeira tenha baixado e você possa ver claramente todas as opções disponíveis.
    • Tenha cuidado com decisões impulsivas em seu dia a dia. Algumas pessoas adotam a filosofia do "a vida é curta", que as fazem enfrentarem riscos desnecessários para poderem viver suas vidas ao máximo. Monitore seu comportamento para ter certeza de que você não está se metendo em nenhuma atividade perigosa.
  7. A frase "o tempo cura todas as feridas" pode soar como um clichê sem significado, mas a verdade é que você irá mesmo se recuperar da perda com o tempo. Inicialmente, as memórias irão machucar seu coração, inclusive as boas, mas em algum ponto as coisas irão começar a mudar. Elas passarão a trazer um sorriso ao seu rosto e alegria ao seu coração.
    • Saiba que não há problema em tirar uma “folga” do luto para sorrir, gargalhar e aproveitar a vida. Isso não significa que você está se esquecendo do seu filho; até porque isso seria impossível.
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Parte 2
Parte 2 de 4:

Cuidando de si mesmo

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  1. Apesar de seu impulso poder ser culpar a si mesmo pelo que aconteceu, resista a essa vontade. Existem forças na vida e na natureza que não podem ser controladas. Culpar-se pelo que poderia ou deveria ter acontecido irá atrasar sua recuperação.
  2. Tudo o que alguns pais querem fazer é dormir. Outros se encontram andando sem rumo ou olhando perdidamente para a TV. A morte de um filho danifica muito o corpo de uma pessoa. A ciência mostra que uma perda dessa magnitude é similar a um grande acidente físico, então, sem sombra de dúvidas, você precisa descansar. Não resista à vontade de dormir se você a tiver; ou então tente estabelecer uma rotina noturna – um banho quente, um chá de ervas, exercícios de relaxamento – isso poderá ajudar você a poder mergulhar em uma boa noite de sono.
  3. Algumas vezes, nos dias seguintes após a morte de seu filho, parentes e amigos poderão lhe trazer comida para que você não tenha que cozinhar. Dê o seu melhor para comer um pouco a cada dia para manter as forças. É difícil lidar com emoções negativas e os afazeres diários quando se está fisicamente fraco. Com o tempo, você irá voltar a fazer as próprias refeições. Mantenha as coisas simples. Faça um frango assado ou faça um grande prato de sopa que dure por algum tempo. Encontre opções de restaurantes que façam entrega em domicílio.
  4. Esteja você tendo dificuldade para comer ou não, tente tomar ao menos oito copos de água por dia. Tome algum chá calmante ou sempre mantenha uma garrafa de água com você. Uma desidratação seria mais um dano físico para um corpo que já está bastante maltratado.
  5. Enquanto é compreensível que você queira tirar de você a memória da perda de seu filho, o uso excessivo de álcool e drogas pode agravar a depressão e criar um novo grupo de problemas para você ter que resolver.
  6. Alguns pais acham que ajuda para dormir é necessária e que remédios contra ansiedade ou antidepressivos ajudam a lidar com a perda. Como existem muitas variedades desses medicamentos, achar o certo para você pode ser uma tarefa intimidadora, que melhor poderá ser feita com a ajuda de um profissional. Converse com o seu médico para encontrar o remédio certo para você e planejar quanto tempo você irá ficar sob medicação.
  7. Não é incomum que amigos se afastem nesse período de luto. Algumas pessoas simplesmente não sabem o que dizer nessas horas e, os seus amigos que também são pais, poderão se sentir mal ao pensar que também podem perder seus filhos. Se seus amigos tentarem "apressar" seu luto e tentarem acelerar todo o processo de recuperação, estabeleça limites para eles. Se necessário, se distancie daqueles que insistirem em ditar como deve ser o seu período de luto.
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Parte 3
Parte 3 de 4:

Honrando a memória de seu filho

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  1. Algumas semanas após o funeral ou quando você achar que seja o momento certo, convide amigos e parentes para uma reunião ou jantar em honra ao seu filho. Faça com que essa reunião seja para partilhar as boas memórias que todos têm. Convide as pessoas para que elas compartilhem histórias ou fotos de seu filho ou filha. A reunião pode ser em sua casa ou em um lugar que seu filho amava, como um parque, playground ou centro comunitário.
  2. Existem companhias que fornecem um espaço na web para que você possa compartilhar fotos e vídeos de seu filho ou até mesmo registrar a história da vida dele. Você também pode criar uma página do Facebook em sua homenagem que tenha acesso restrito para que apenas família e amigos possam vê-la.
  3. Reúna e organize fotos, desenhos, cartões e lembranças de seu filho em um álbum de fotos. Escreva legendas ou histórias para que acompanhem as fotografias. Esse álbum de fotos será algo para você olhar sempre quando sentir saudades. É também uma maneira de ajudar seus filhos mais novos a conhecer mais sobre o irmão ou irmã.
  4. Você pode fornecer fundos para um projeto em nome de seu filho. Por exemplo, você pode doar para a sua livraria local, pedindo que comprem livros em honra de seu filho. Pense em atividades e organizações que representem os tipos de coisas que seu filho gostava.
  5. Você pode entrar em contato com o departamento de bolsas da universidade e trabalhar com uma fundação comunitária para criar um fundo para bolsa de estudos. Você precisa de algo entre R$ 40.000 e R$ 50.000 para criar uma bolsa que pague R$ 2.000,00 por ano, mas cada instituição possui suas próprias regras. [2] Uma bolsa de estudos dá a seus amigos e família um modo de honrar seu filho ao fazer uma contribuição.
  6. Dependendo das circunstâncias da morte de seu filho, você pode ficar envolvido com uma organização que chame a atenção para uma causa particular ou tente mudar coisas em nosso sistema. Por exemplo, se seu filho foi morto por um motorista bêbado, você pode se juntar a alguma organização que combata esse tipo de crime.
    • Inspire-se em John Walsh. Depois que o filho dele, Adam, de seis anos, foi assassinado, ele foi à justiça brigar para que as leis fossem mais duras contra aqueles que praticam violência contra crianças e chegou até a apresentar um programa de TV que se focava em capturar criminosos violentos.
  7. 15 de outubro é o dia da Gravidez e Dia da Memória Infantil, um dia para honrar e relembrar bebês que morreram durante a gravidez ou como recém-nascidos. Às 19:00 desse dia, pessoas de todo o mundo acendem uma vela e a mantém queimando por pelo menos uma hora. Pela diferença do fuso horário, o resultado das velas acesas pode ser descrito como "uma onda de luz que se espalha pelo mundo".
  8. Aniversários inicialmente podem ser extremamente dolorosos e você pode escolher dar o seu melhor para conseguir passar despercebido por essa data. Por outro lado, algumas pessoas encontram consolo em celebrar a vida do filho neste dia especial. Não existem modos certos ou errados para fazer isso.
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Parte 4
Parte 4 de 4:

Recebendo ajuda

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  1. Um bom terapeuta pode ser de grande ajuda, principalmente se for alguém especializado na área da morte de um ente querido. Procure on-line para achar alguém com essa especialização. Experimente entrevistar o terapeuta pelo telefone antes de se comprometer com uma sessão. Pergunte sobre a experiência dele ao trabalhar com pais que estão de luto, como é o processo de trabalhar com um paciente, se ele incorpora questões religiosas ou não (algo que você pode ou não querer), o preço e a disponibilidade.
  2. Saber que você não está sozinho em sua tristeza e que outros estão encarando desafios parecidos aos seus pode ser reconfortante. Grupos de luto que oferecem apoios a pais estão disponíveis em muitas comunidades. Procure na internet os grupos mais próximos de você. Esses grupos oferecem vários benefícios incluindo a chance de contar sua história em um ambiente apoiador e sem julgamentos, dando a você a chance de diminuir sua sensação de isolamento.
    • Os grupos podem ser de dois tipos: os com limite de tempo e os em aberto. Os grupos com limite de tempo, normalmente, se reúnem uma vez por semana por um período de tempo pré-determinado (de seis a dez semanas), enquanto grupos em aberto não seguem um calendário pré-estabelecido.
  3. Existem muitos fóruns on-line dedicados a apoiar pessoas que estão lidando com a perda de um filho; contudo, esses fóruns podem incluir todo o tipo de perdas (pais, cônjuges, irmãos, até animais de estimação). Procure por um que seja específico para pais que estão de luto pela perda de um filho para que você receba um melhor entendimento de sua situação.
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Dicas

  • Chore quando precisar e sorria quando puder.
  • Quando você perceber que está enlouquecendo, apenas pare, relaxe, não faça nada, veja um filme, leia, durma e acalme-se.
  • Não espere que nenhum dia se passe sem que você não pense no seu filho — você provavelmente nem vai querer isso. Você amou muito o seu filho e irá sentir a falta dele pelo resto de sua vida. Não há nenhum problema nisso.
  • Faça o que você achar certo enquanto você está de luto. Você não deve explicação a ninguém a respeito do modo pelo qual expressa sua dor.
  • Não imponha limites de tempo para a sua recuperação. Você pode levar anos para se sentir normal de novo, sendo que esse estado será como um novo normal. As coisas nunca mais serão as mesmas, mas isso não quer dizer que sua vida não valha mais a pena ser vivida – ela não será mais a mesma, será diferente, mudada para sempre por seu amor ao seu filho e pelo amor dele por você.
  • Caso você seja uma pessoa de fé, reze o quanto você puder.
  • Tente lembrar que ninguém poderá entender sua dor, a menos que eles tenham passado por uma situação como a sua. Tente deixar seus amigos ou parentes ajudarem e peça para que eles respeitem seus sentimentos.
  • Tente não perder as esperanças com coisas irrelevantes. Você está enfrentando a pior situação de sua vida. Nada mais poderia ser pior que isso. Se puder, lembre-se que a força que você descobriu ter ao viver com a morte de seu filho significa que você é capaz de sobreviver a qualquer coisa agora.
  • Saiba que você não está sozinho. Apenas procure ajuda: ela está por aí.
  • À noite, quando você estiver sozinho e não conseguir dormir, escreva uma carta para o seu filho falecido dizendo o quanto você o ama e sente sua falta.
  • Há ambivalência em quase tudo: até mesmo em "seguir em frente."
  • Tente superar a situação. Saia de casa. Divirta-se. Limpe sua mente.
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Avisos

  • Algumas pessoas tentam cometer suicídio pela dor ser demasiadamente intensa e por acreditar que não vão conseguir mais suportá-la – se começar a pensar nisso, procure ajuda imediatamente.
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