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A dislexia é um transtorno de aprendizado que acompanha as pessoas durante toda a vida. Algumas das coisas que funcionam para as crianças também podem ser úteis para os adultos, mas as situações encontradas pelas duas faixas etárias são bastante diferentes. Além da sala de aula, um adulto disléxico também precisa aprender a navegar pelo ambiente de trabalho, a vida na comunidade e as responsabilidades da vida cotidiana.

Parte 1
Parte 1 de 4:

Fazendo adaptações para adultos disléxicos

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  1. A dislexia, assim como diversos transtornos de aprendizado, é uma condição invisível e você não é capaz de saber se está acompanhado ou não de uma pessoa disléxica. O ideal, portanto, é praticar a acessibilidade o tempo todo. [1]
    • A leitura de textos justificados é mais difícil para pessoas disléxicas, pois cria espaços irregulares entre palavras e letras. Sempre que possível, alinhe seus textos à esquerda.
  2. Como a dislexia tem efeitos diferentes, dependendo da pessoa, a sua melhor fonte de informações é a própria pessoa afetada. Para alguns, a pior parte é a leitura de mapas; para outros, qualquer alteração entre números e palavras é difícil. [2]
    • Não presuma que sabe o que é melhor para a pessoa. Talvez ela não precise ou não queira sua ajuda.
    • Sempre converse sobre esse assunto de modo particular e discreto, respeitando a confidencialidade do que for dito.
  3. Prepare uma lista com tudo o que pode fazer, permitindo que a pessoa disléxica saiba o que pode pedir para receber uma ajuda extra na sala de aula ou no ambiente de trabalho. Em seguida, ela pode escolher uma ou mais opções, dependendo do próprio estilo de aprendizado. [3] As acomodações mais comuns são:
    • Assentos preferenciais (por exemplo, sentar onde é possível ver o quadro e o rosto do professor).
    • Prazos mais longos para os trabalhos e provas.
    • Modificações textuais (por exemplo, ter alguém para ler as perguntas em voz alta).
    • Livros didáticos com trechos importantes destacados.
    • Instruções assistidas por computadores.
    • Conversão de documentos, como suporte auditivo para materiais impressos.
    • Ter um assistente na biblioteca ou nos laboratórios, ajudando na tomada de notas.
    • Outras acomodações individuais não listadas acima.
    • Para poder receber as acomodações oficiais no ambiente de trabalho ou na universidade, é importante que a pessoa disléxica tenha um diagnóstico recente que comprove a condição. Para se obter essa confirmação, você certamente investirá tempo e recursos. Se deseja ajudar um adulto com dislexia, saiba que existem algumas modificações que você pode fazer por conta própria.
  4. Se a condição não tiver sido identificada na infância, é possível que o adulto sequer saiba que é disléxico. Ainda assim, isso não significa que a dificuldade de aprendizado não o afeta no cotidiano.
    • Você pode ajudá-lo conversando sobre a possibilidade da condição e explicando melhor a situação.
    • Se a pessoa não parecer interessada em procurar um diagnóstico ou receber ajuda externa, respeite a opção dela.
  5. Se você é empregador ou professor de alguém com dislexia, saiba que não está no seu direito expor a existência da condição para os colegas dela. Se um aluno pedir algumas acomodações, você provavelmente não encontrará o diagnóstico dele no arquivo estudantil.
    • É importante manter o diagnóstico da pessoa confidencial por conta dos estigmas associados às dificuldades de aprendizado.
    • A pessoa afetada é a única capaz de escolher revelar a existência da condição ou não.
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Parte 2
Parte 2 de 4:

Adaptando materiais impressos

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  1. Letras simples, sem serifa e com espaçamento uniforme como Arial, Tahoma, Helvetica, Geneva, Verdana, Century-Gothic e Trebuchet são mais fáceis de se ler para pessoas disléxicas. Alguns preferem fontes maiores, mas um valor entre 12 e 14 é mais do que aceitável.
    • Evite fontes serifadas, como a Times New Roman, pois as serifas acabam deformando as letras.
    • Não destaque informações com o itálico, pois isso pode dificultar a leitura. Se quiser enfatizar algo, use letras em negrito.
  2. Se você é um professor ou empregador, saiba que é possível fazer algumas modificações nas palavras para evitar distorções visuais como o desfoque. As modificações são pequenas, mas extremamente benéficas para todos os leitores, tenham eles dislexia ou não. Por exemplo, blocos muito longos de texto são difíceis de se ler normalmente, mas são quase impossíveis para os disléxicos. Dê preferência para parágrafos curtos e que contenham apenas uma ideia principal. [4]
    • Você também pode dividir blocos de texto muito grandes utilizando cabeçalhos e títulos para resumir o assunto de cada seção.
    • Evite fundos brancos, pois eles podem dificultar a concentração.
    • Letras escuras em fundos claros facilitam a leitura, mas evite cores como verde, vermelho e rosa.
  3. A folha deve ser grossa o suficiente para que o verso não fique visível no outro lado. Dê preferência para páginas foscas, pois as superfícies brilhosas refletem a luz e aumentam o cansaço visual.
    • Evite processamentos digitais de impressão, pois eles costumam resultar em acabamentos mais brilhosos.
    • Brinque um pouco com papéis coloridos diferentes para encontrar o tom ideal para a pessoa disléxica.
  4. Sempre use frases curtas e escritas de modo direto, sendo bem conciso. Evite acrônimos ou linguajar muito técnico.
    • Sempre que possível, use diagramas, imagens e gráficos.
    • Use listas ordenadas e numeradas no lugar de parágrafos complexos.
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Parte 3
Parte 3 de 4:

Usando a tecnologia

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  1. Os adultos disléxicos normalmente têm mais facilidade para falar do que para escrever. Se você tem dificuldade para escrever, fraqueza motora ou não consegue colocar as ideias no papel, use um programa de reconhecimento de fala. [5]
    • Existem diversos aplicativos de celular que permitem o reconhecimento de fala. Conheça alguns clicando aqui .
    • Com esses programas, você pode ditar e-mails, compor redações ou simplesmente navegar na internet.
  2. Muitos dispositivos eletrônicos, como tablets, e-readers e celulares, possuem opções de leitura em voz alta, tanto para e-mails e redes sociais quanto para livros virtuais — no caso dos livros, você também pode optar pelos audiolivros. As principais plataformas de leitura em voz alta são os tablets: Nexus 7, iPad e Kindle Fire HDX. [6]
    • O Kindle Fire HDX tem uma função de leitura imersiva que sincroniza o texto selecionado com uma narração profissional. Essa função só está disponível em inglês.
    • O Nexus 7 apresenta diferentes configurações para múltiplos usuários, o que o torna uma opção bastante útil para quem compartilha o tablet com a família.
  3. Existem diversas opções para ajudá-lo a lidar com o seu celular sem precisar ficar lendo ou escrevendo. Você também pode usar o teclado padrão do Google para ditar o que o celular deve escrever. [7]
    • Experimente alguns aplicativos de lembretes para não perder aulas, reuniões, horários de medicamentos, entre outras coisas.
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Parte 4
Parte 4 de 4:

Entendendo melhor a dislexia

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  1. A principal deficiência nos adultos disléxicos é o modo com o qual o cérebro processa informações. A maior dificuldade é na capacidade de interpretar a linguagem escrita, motivo pelo qual a maioria dos casos de dislexia é diagnosticada durante a infância.
    • O processamento auditivo também pode ser afetado, dificultando a compreensão imediata de conversas.
    • Em alguns casos, a velocidade de processamento da linguagem falada é mais lenta.
    • A pessoa pode interpretar as coisas literalmente, dificultando o entendimento de piadas e de sarcasmo.
  2. A memória de curto prazo normalmente é falha em pessoas disléxicas, que têm dificuldade de se lembrar fatos, eventos e planos. Nesse caso, a capacidade de reter várias informações ao mesmo tempo, como ao fazer anotações durante a aula, pode ser prejudicada.
    • Uma pessoa com dislexia pode cometer erros com informações básicas, como dizer a própria idade.
    • Um adulto disléxico nem sempre é capaz de se lembrar de informações sem ler anotações.
  3. Uma pessoa com dislexia pode ser incapaz de organizar os pensamentos em palavras com rapidez. Mal entendidos nas conversas são bastante comuns, e pode ser bastante difícil superar essa questão.
    • O volume e o tom de voz da pessoa pode ser mais alto ou suave do que o considerado normal.
    • É normal que a pessoa fale diferente, inclusive nas pronúncias.
  4. Aprender a ler normalmente é bastante difícil para os disléxicos, e muitos adultos continuam sendo analfabetos funcionais, mesmo que não tenham déficits intelectuais. Mesmo quem sabe ler costuma apresentar dificuldade para pronunciar e soletrar palavras.
    • A compreensão da leitura costuma ser mais lenta. Os adultos com dislexia têm dificuldade de fazer leitura dinâmica e processar rapidamente instruções escritas.
    • As terminologias técnicas e os acrônimos costumam causar bastante confusão. Quando possível, use palavras simples ou adicione dicas visuais para facilitar a compreensão.
  5. As pessoas disléxicas são mais sensíveis aos ruídos ambientais e à estimulação visual, não conseguindo filtrar informações desnecessárias ou priorizar informações visuais relevantes.
    • A dislexia também dificulta a concentração, fazendo com que a pessoa pareça distraída com mais facilidade.
    • Pode ser difícil filtrar ruídos de fundo e movimentos. Um ambiente de trabalho apenas com instruções necessárias pode ajudar na dificuldade de concentração dos profissionais disléxicos.
  6. É comum que algumas pessoas com dislexia vejam os textos impressos distorcidos, com letras misturadas ou desfocadas, como se estivessem se movimentando na página. [8]
    • Use cores diferentes para a letra ou para o papel para minimizar o estresse visual. Por exemplo, um papel em tons pastéis ou cremosos pode facilitar bastante a leitura.
    • Se possível, altere a cor de fundo da tela do computador.
    • A cor da tinta impressa também pode afetar a capacidade de leitura. Por exemplo, um marcador vermelho em um quadro branco é quase impossível de ser lido por uma pessoa disléxica.
  7. Segundo pesquisas, as pessoas com dificuldades de aprendizado são mais sensíveis ao estresse. Sob pressão, os transtornos se tornam mais pronunciados e difíceis de superar.
    • Essa situação pode acabar resultando em baixa autoestima ou confiança.
    • Aprender a lidar com o estresse pode ajudar bastante o aprendizado da pessoa.
  8. Quem sofre com o transtorno costuma compreender melhor informações gerais e é mais capaz de solucionar problemas. É muito mais fácil entender instintivamente como as coisas funcionam.
    • Os indivíduos também podem ter mais habilidades visuais e de espaço.
    • Os adultos disléxicos normalmente são mais criativos e curiosos, pensando "fora da caixinha".
    • Se um projeto chamar a atenção da pessoa disléxica, ela pode apresentar uma capacidade de concentração maior do que a de uma pessoa "comum".
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Dicas

  • Se você sofre com dislexia, seu empregador deve fazer ajustes ao ambiente de trabalho para dar o devido apoio.
  • Você não é obrigado a dizer que é disléxico em um currículo ou uma candidatura profissional.
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Avisos

  • Depois de declarar sua dislexia e solicitar algumas mudanças no ambiente de trabalho, é possível que seu chefe peça uma avaliação profissional confirmando o diagnóstico.
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