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A morte, seja ela esperada ou repentina, nunca é justa. Trata-se de uma injustiça tanto com a pessoa que faleceu quanto com aqueles que ela deixou para trás. Se está se recuperando da perda de um ente querido, é compreensível que esteja passando por um dos momentos mais difíceis da sua vida. Por mais que seja impossível não sentir falta dessa pessoa, é possível seguir em frente com a sua vida, sempre honrando aqueles que já se foram. Continue lendo para aprender a tocar sua vida sem se deixar levar pelos percalços. Vamos lá?

Parte 1
Parte 1 de 3:

Adaptando-se à vida sem o ente querido

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  1. Nos dias e nas semanas que seguem a morte de uma pessoa querida, é normal que a rotina vá pelos ares. Você provavelmente terá dificuldade para comer, dormir e se exercitar, o que é esperado. Depois de um tempo, esforce-se para restabelecer hábitos saudáveis e retomar sua vida.
  2. Mesmo que não esteja com fome, tente se alimentar em intervalos regulares. [1] O consumo frequente de comidas nutritivas elevará o seu humor e restaurará a sensação de normalidade após um evento traumático.
    • Resista à tentação de se "medicar" com álcool e drogas. Por mais que essa pareça uma boa opção, vai ser mais difícil se recuperar em longo prazo. Hábitos saudáveis vão ser mais eficazes no dia a dia. [2]
  3. As atividades físicas funcionam como distração para o luto, pois você focará no corpo físico e se esquecerá um pouco da dor, mesmo que apenas por alguns minutos. [3] Os exercícios também ajudam a melhorar o humor, principalmente quando feitos ao ar livre em dias ensolarados. [4]
  4. Por mais que seja difícil dormir direito durante o luto, é possível melhorar o ambiente e tentar restabelecer bons padrões de sono. Algumas sugestões. [5]
    • Deixe o seu quarto escuro e fresco.
    • Evite o uso de eletrônicos antes de deitar.
    • Crie rituais noturnos, como ler livros ou ouvir músicas relaxantes antes de dormir.
    • Evite a cafeína e o álcool durante a tare.
    • Se a pessoa dormia na mesma cama que você, tente dormir no lado dela por um tempo. Isso criará uma conexão entre vocês, e você não se assustará ao acordar de madrugada e ver que o lado dela está vazio. [6]
  5. Se os seus hábitos não permitem que siga com a vida, tente encontrar novos padrões. Isso não significa que está abandonando a pessoa que se foi, mas sim que está planejando o seu futuro. [7]
    • Caso sinta que não consegue seguir em frente, pois tudo que vê o lembra da pessoa que partiu, experimente reorganizar a decoração da casa.
    • Se assistia a um programa de TV com o ente querido, chame um amigo para assistir com você.
    • Se um lugar específico da cidade sempre o lembra da pessoa, faça um caminho diferente.
    • Lembre-se de retomar suas antigas atividades quando superar o luto. Isso não significa que está se esquecendo da pessoa que faleceu, mas que está se permitindo seguir em frente. Assim, as lembranças dela vão trazer alegria, não tristeza.
  6. Depois de se permitir processar o luto e a dor, retome seus hábitos e volte à rotina. Isso vai ajudar a distraí-lo da dor, além de criar um "novo status normal". Essas atividades serão ainda mais importantes se puderem fornecer amizades e uma sensação de companheirismo.
  7. Após um tempo, é hora de retornar ao mundo profissional, seja por gostar do que faz, seja por questões financeiras. Por mais que o começo seja difícil, esforce-se para focar também no futuro.
    • Pergunte se pode trabalhar em horários reduzidos no começo. Se não está pronto para trabalhar em período integral ainda, tudo bem. Veja se pode reduzir algumas funções ou trabalhar meio período. É possível que sua empresa faça algumas acomodações. [8]
    • Converse sobre suas necessidades no trabalho. Se não quer discutir a morte do seu ente querido, peça que os colegas evitem o assunto. Se quer falar sobre isso, talvez o responsável pelo setor de RH possa conversar com os colegas para instruí-los a tocar no assunto de modo delicado. [9]
  8. Quer vender a casa ou mudar de cidade? É normal pensar essas coisas, mas tais decisões não devem ser tomadas com a cabeça quente. Antes de fazer uma mudança drástica, pare e pense nas consequências. Se possível, discuta isso com um terapeuta.
  9. Se sempre quis visitar um lugar ou praticar um hobby, agora é a hora. Essas experiências não vão acabar com a sua dor, mas podem ajudá-lo a encontrar novas pessoas e novas possibilidades. [10] Uma boa opção seria participar de atividades com outras pessoas de luto para que processem a experiência e sigam em frente juntos.
  10. Ao perder alguém, é normal ficar distraído, cometer erros ou perder a mão das coisas. Perdoe os seus erros, pois eles são normais e mais do que esperados. Não vai ser possível fingir que nada aconteceu, e as coisas vão levar um tempo para voltar ao normal. Permita-se esse tempo para a recuperação, sem julgamentos.
  11. Mesmo depois de reassumir o controle da sua vida, a tristeza da perda surgirá em momentos inesperados. [11] Veja o luto como o mar, com ondas que baixam em alguns momentos e voltam mais fortes em outros. [12] Permita-se sentir esses sentimentos quando eles surgirem, mas busque apoio de outras pessoas quando sentir necessidade.
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Parte 2
Parte 2 de 3:

Passando pelo luto

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  1. Esta é uma situação muito dolorosa, mas é preciso passar por ela para se recuperar e seguir em frente com a sua vida. [13] Se possível, resista à tentação de se desconectar dos outros ou de fingir que a pessoa não morreu. Não negue o acontecimento ruim e nem finja que sua dor não existe. O sofrimento do luto é saudável e natural, e ele não é sinal de fraqueza. [14]
  2. Por mais que cada pessoa sofra do próprio jeito, acredita-se que existem cinco fases em comum nesse processo — essa teoria não é aceita por todos os psicólogos, mas existem estudos que demonstram que ela representa a experiência da maioria das pessoas. [15] Saber disso não vai acabar com a dor que está sentindo, mas o deixará mais preparado para lidar com ela.
    • Nem todo mundo passa pelas fases na mesma ordem. Algumas pessoas ficam mais tempo em uma fase do que em outra, outras passam por mais de uma fase ao mesmo tempo, etc. Não há uma regra quando o assunto é lidar com a morte. Alguns indivíduos são capazes de seguir com a vida rapidamente, sem sequer experimentar alguma das fases do luto. [16] Lembre-se de que cada caso é um caso, mas tente entender o processo do luto para saber lidar melhor com ele. [17]
  3. Logo após a morte da pessoa, é normal não sentir nada, pois o cérebro não consegue processar o que aconteceu e você não acreditará que a pessoa realmente se foi. [18] Esses sentimentos normalmente são mais comuns nos casos em que o indivíduo faleceu repentinamente. [19] Por conta da negação, talvez você não consiga chorar ou demonstrar muitas emoções, mas lembre-se de que isso não é um problema: trata-se de um sinal de que você se importa demais . A negação o ajudará a lidar com os primeiros dias, permitindo que organize o funeral, entre em contato com pessoas próximas e lide com a parte financeira do enterro. [20] Muitas vezes, é no velório que a ficha cai. [21]
    • Caso esteja se preparando para o falecimento da pessoa há um tempo, é possível que você pule a fase da negação. Por exemplo, se o seu parceiro sofreu por um bom tempo com uma doença terminal, a sua negação provavelmente já foi processada antes. [22]
  4. Quando a ficha do falecimento cai, muitas pessoas ficam nervosas com qualquer coisa: com elas mesmas, com os familiares, com os amigos, com aqueles que nunca passaram por uma situação similar, com os médicos ou até mesmo com o indivíduo que se foi. [23] Não se sinta culpado por isso, pois é um sentimento normal e até mesmo saudável.
  5. Se perdeu um ente querido, é normal fantasiar sobre tudo que poderia ter feito para evitar essa morte. [24] Você também pode sentir remorso e pensar em como reverter a situação, mas isso não é possível. Caso se pegue pensando coisas como "Se eu tivesse feito algo diferente" ou "Eu juro que vou ser uma pessoa melhor se ele voltar", sinal de que você está na fase da culpa. Lembre-se de que a morte da pessoa não é uma punição para você! A morte muitas vezes é repentina, ilógica e aleatória.
  6. Essa normalmente é a fase mais longa do luto. Muitas pessoas sentem vontade de se isolar enquanto passam por ela, apresentando também sintomas como perda de apetite, falta de sono e surtos de choro. [25] A tristeza é normal e completamente compreensível, mas os comportamentos autodestrutivos e a incapacidade de seguir em frente com a vida devem ser analisados por um médico ou um psicólogo. [26]
  7. Normalmente, esse é o último passo do luto e ele significa que você aprendeu a viver sem aquela pessoa especial. Por mais que sempre vá sentir a falta dela, você conseguirá criar um novo "normal" para sua vida, sem a presença de quem se foi. Muitas pessoas se sentem culpadas por seguirem em frente, como se estivessem traindo a memória do falecido, mas lembre-se de que ele não ia querer que você ficasse depressivo para sempre. [27] Tocar a sua vida é honrar a memória de quem se foi. Lembre-se disso.
  8. O processo do luto pode levar muito tempo. Algumas pessoas superam a perda em meses, outras em anos. Mesmo depois de muito tempo, é possível sentir alguns lapsos de dor, principalmente em datas comemorativas especiais. [28] Lembre-se de que não é possível escolher quando vai superar o ocorrido e que talvez você vá sofrer esporadicamente pelo resto da vida.
    • Por mais que seja normal sentir um pouco de tristeza por anos após uma perda, esses sentimentos não devem atrapalhar a sua vida cotidiana. Se não consegue trabalhar ou viver por conta da dor, é melhor procurar um terapeuta. A tristeza talvez nunca vá embora, mas ela não deve dominar a sua vida. [29]
  9. Muitas das fases do luto encorajam o isolamento e, por mais que o processo seja sim solitário, você certamente será mais forte na companhia de pessoas que sentem tanta falta do ente que se foi quanto você. Compartilhem as emoções de vocês, sejam elas tristes ou felizes. No fim, elas entenderão a sua dor como ninguém. Compartilhem a dor para que possam seguir em frente juntos.
  10. Aqueles que conheciam o ente querido podem ajudar compartilhando a sua dor, mas os outros indivíduos da sua vida também podem ajudá-lo a retomar a sua vida. Não hesite em contatar amigos e conhecidos caso precise de ajuda, seja para cuidar dos seus filhos ou para se distrair um pouco. [30]
    • Seja específico no seu pedido. Se não tem comida em casa, peça que um amigo leve algo para vocês comerem juntos. Se não tem energias para levar as crianças na escola, peça a ajuda de um vizinho. Você se surpreenderá com a quantidade de pessoas que o apoiarão nesse momento.
    • Não tenha vergonha do luto. Você certamente se pegará chorando repentinamente, repetindo as mesmas histórias ou processando o sofrimento na frente dos outros, mas nada disso é motivo para vergonha. Tratam-se de comportamentos normais e compreensivos. [31]
  11. Muitas pessoas conseguem superar o luto por conta própria com o apoio de amigos e familiares. Ainda assim, uma parcela precisa de um pouco mais de apoio, e não há nada de errado com isso. Caso esteja se sentindo isolado, more longe de seus amigos ou esteja com dificuldade para levar sua vida, procure ajuda profissional. [32] Procure por psicólogos e psiquiatras; converse com eles. Outra opção seria participar de um grupo de apoio.
    • Caso seja uma pessoa religiosa, entre em contato com a sua igreja para conversar. Muitos líderes espirituais têm experiência em conversar com pessoas passando pelo processo de luto. Isso pode ajudar!
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Parte 3
Parte 3 de 3:

Honrando a memória de quem partiu

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  1. O processo do luto não deve apenas honrar os mortos, mas permitir que os vivos aceitem a perda. Muitos rituais são realizados durante o funeral ou o velório. Por exemplo, usar uma cor específica ou recitar uma oração são coisas que permitem que as pessoas expressem o luto juntar. Não importa a sua cultura, um ritual de luto pode ajudá-lo a se recuperar.
  2. Segundo estudos, alguns comportamentos contínuos podem ajudar a superar uma perda, principalmente se realizados logo após um funeral. [33] Esses rituais normalmente são únicos para cada pessoa, mas são uma forma importante de honrar o falecido e se recuperar. [34] Alguns exemplos:
    • Tocar em um objeto da pessoa que se foi, sempre que você se sentir triste.
    • Sentar no banco preferido da pessoa no parque, uma vez por semana.
    • Ouvir o CD preferido da pessoa enquanto cozinha.
    • Dizer boa noite para a pessoa antes de dormir.
  3. Conforme segue em frente com a sua vida, é possível que você fique feliz ao se lembrar daquele que se foi. Aceite os sentimentos felizes e pense em todos os presentes que recebeu do seu ente querido. Para que as lembranças sejam felizes e não tristes, pense em como vai preservar a memória do ente querido. Compartilhe-as com outras pessoas e sinta aquele calorzinho do amor!
  4. Converse com amigos e parentes, perguntando sobre as experiências preferidas deles com a pessoa que faleceu. Ela tinha uma piada ou história preferida? Você tem uma foto dela rindo? Reúna imagens, lembranças e citações em um livro. Nos dias mais tristes, leia o livro e lembre-se da alegria que ela trazia para o mundo!
  5. É uma boa ideia montar um álbum com as fotos dela ou emoldurar uma imagem de vocês juntos. Lembre-se de que a morte não foi o momento decisivo da vida dela! O tempo que passaram juntos foi muito mais importante.
  6. Você não precisa de um objeto físico para preservar a memória da pessoa. Junte-se com aqueles que se importavam com o falecido e troquem histórias e experiências. Lembrem-se dos bons momentos, das risadas e da sabedoria daquele que partiu.
  7. Quando se pegar pensando na pessoa que se foi, coloque tudo no papel em um diário. Talvez você se lembre de uma experiência incrível na qual não tinha pensado há muito tempo. Ou, você pode se lembrar de um momento em que ficou nervoso com a pessoa e precise processar essa situação. Não afaste os pensamentos do seu ente querido: aceite-os como parte da sua vida e do seu futuro.
    • Caso o diário seja demais e você se sinta se sobrecarregado, defina limites. Por exemplo, escreva por dez minutos ao dia, use guias para organizar os pensamentos ou escreva apenas listas, em vez de frases completas.
  8. É muito importante tentar seguir em frente com a sua vida e buscar a felicidade. A pessoa que faleceu não ia querer que você ficasse preso em um ciclo de agonia. Sofra, mas siga em frente com a sua vida. Você tem um futuro muito feliz pela frente, junto de todas as memórias da pessoa que se foi.
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Dicas

  • Superar o falecimento de uma pessoa querida não significa que você a abandonou, mas sim que está optando por se lembrar da vida dela, não da morte.
  • Mesmo depois de aceitar a morte, é normal sofrer em momentos inesperados. Isso faz parte do processo de luto.
  • Converse com amigos, parentes, guias espirituais e psicólogos durante os momentos mais difíceis.
  • Permita-se sofrer no seu próprio tempo.
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Avisos

  • Caso sinta vontade de se machucar ou de machucar outras pessoas, contate os serviços de emergência ou o Centro de Valorização da Vida no telefone 188. É normal sentir tristeza no luto, mas pensamentos suicidas ou violentos precisam ser tratados.
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  1. http://www.wsj.com/articles/SB10001424052702304610404579402940770172268
  2. http://www.mayoclinic.org/healthy-lifestyle/end-of-life/in-depth/grief/art-20045340?pg=2
  3. http://kidshealth.org/teen/your_mind/emotions/someone_died.html#
  4. http://www.twu.edu/downloads/counseling/E-14_Grief_and_Loss.pdf
  5. http://kidshealth.org/teen/your_mind/emotions/someone_died.html
  6. http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=205661
  7. https://www.psychology.org.au/publications/inpsych/2011/december/hall/
  8. http://www.cpa.ca/docs/File/Publications/FactSheets/PsychologyWorksFactSheet_GriefInAdults.pdf
  9. http://www.webmd.com/mental-health/mental-health-coping-with-grief
  10. http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=205661
  11. http://www.rcpsych.ac.uk/healthadvice/problemsdisorders/bereavement.aspx
  12. http://www.rcpsych.ac.uk/healthadvice/problemsdisorders/bereavement.aspx
  13. http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=205661
  14. http://psychcentral.com/lib/the-5-stages-of-loss-and-grief/
  15. http://www.webmd.com/mental-health/mental-health-coping-with-grief
  16. http://www.webmd.com/mental-health/mental-health-coping-with-grief
  17. http://www.twu.edu/downloads/counseling/E-14_Grief_and_Loss.pdf
  18. http://www.twu.edu/downloads/counseling/E-14_Grief_and_Loss.pdf
  19. http://www.mayoclinic.org/healthy-lifestyle/end-of-life/in-depth/grief/art-20045340
  20. http://www.twu.edu/downloads/counseling/E-14_Grief_and_Loss.pdf
  21. http://www.rcpsych.ac.uk/healthadvice/problemsdisorders/bereavement.aspx
  22. http://www.rcpsych.ac.uk/healthadvice/problemsdisorders/bereavement.aspx
  23. http://www.rcpsych.ac.uk/healthadvice/problemsdisorders/bereavement.aspx
  24. http://www.theatlantic.com/health/archive/2014/03/in-grief-try-personal-rituals/284397/
  25. http://www.hbs.edu/faculty/Publication%20Files/norton%20gino%202014_e44eb177-f8f4-4f0d-a458-625c1268b391.pdf

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