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Assim que descobrir que você sofre de candidíase oral (o popular “sapinho"), é necessário realizar o tratamento o mais rápido possível. Essa condição consiste no crescimento exagerado do fungo Candida albicanis dentro e em volta das áreas mucosas da boca. Tais fungos são normais na flora do corpo, presentes em áreas como as cavidades orais, a faringe, o esôfago e no trato gastrointestinal, mas precisam ser tratados quando crescem de forma desordenada. [1] Geralmente, a candidíase oral é encontrada em bebês, indivíduos sob tratamento de antibióticos ou esteroides ou ainda em pessoas com o sistema imunológico comprometido. Na maioria dos casos, as infecções causadas pela Cândida não são graves e são simples de serem tratadas; no entanto, sempre existirão oportunidades onde a infecção poderá ser erradicada apenas através de remédios prescritos e sob cuidados médicos.

Método 1
Método 1 de 2:

Tratando a candidíase oral em casa

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  1. O consumo de probióticos (bactérias saudáveis) pode auxiliar no combate a esse problema, já que os microrganismos benéficos atacam os fungos “invasores” e restauram o equilíbrio normal das membranas mucosas. Procure por um suplemento probiótico com ao menos cinco bilhões de UFCs (unidade formadora de colônias) por dose, tomando-as de duas a três vezes por dia. [2]
    • Se o paciente for um bebê ou criança, abra as cápsulas e despeje o conteúdo sobre o alimento. Caso prefira, faça uma “papinha” com o pó probiótico e dê na boca do bebê.
  2. Os probióticos também estão disponíveis em alimentos fermentados, como iogurtes; no entanto, a dose é bem menor e a eficácia pode ser pouca.
    • Tome apenas iogurtes sem açúcar, pois o ingrediente faz com que a cândida cresça mais rapidamente.
    • Ingira iogurtes uma ou duas vezes por dia. Coma sem pressa e deixe uma colher cheia de iogurte o mais próximo possível das lesões durante cerca de 30 segundos antes de engolir. [3]
    • A eficácia dos probióticos ainda é discutida em relação às culturas de iogurte, mas no geral, esse método possui poucos efeitos negativos. [4]
  3. São vários os tipos de “bochechos” que podem ser experimentados no combate à candidíase oral. As instruções são as mesmas para cada uma: bochechar a solução na boca de duas a quatro vezes por dia e cuspi-la. Algumas das opções são:
    • Água com sal: 1/2 colher de chá com sal em uma xícara d’água. [5]
    • Vinagre de maçã: 1 colher de sopa de vinagre em um copo d’água.
    • Óleo de melaleuca: algumas gotinhas do óleo em um copo d’água. Cuidado para não engolir o óleo, já que ele é tóxico se ingerido; bocheche e cuspa-o. [6]
  4. Um dos mais antigos remédios para tratar a candidíase é um corante chamado de violeta de genciana, que não precisa de receita para ser comprado. Despeje uma pequena quantidade sobre um cotonete e cubra cuidadosamente os locais afetados; uma aplicação deve ser o suficiente. Como esse produto é um corante, cuidado para não derramá-lo sobre roupas ou quaisquer outros itens que não deseja manchar; vista luvas durante o uso e não passe-o sobre os lábios, já que eles ficarão roxos por algum tempo.
    • Use esse remédio apenas sob liberação de um médico, já que ele pode causar úlceras na boca e foi ligado ao câncer da orofaringe em um estudo recente. [7]
    • Não ingira a violeta de genciana, pois ela pode ser tóxica ao corpo quando absorvida sistemicamente.
  5. O consumo de vitamina C, bem como de outras vitaminas e minerais, pode beneficiar o organismo e o sistema imunológico, ajudando a combater infecções e reduzir inflamações. Algumas dosagens sugeridas são: [8]
    • Vitamina C - 500 mg a 1000 mg por dia.
    • Vitamina E - 200 UI a 400 UI por dia.
    • Selênio - 200 mcg por dia.
  6. Eles auxiliam a reduzir a inflamação ao mesmo tempo que fornecem benefícios adicionais, como a diminuição de gorduras animais da dieta normal. O ômega-6, por exemplo, pode ser consumido junto ao ômega-3 (óleo de peixe) com uma dose de 2 colheres de sopa com óleo por dia, ou 1000 mg a 1500 mg duas vezes por dia. [9]
    • Outra opção é tomar ácido caprílico, um ácido graxo com propriedades antifúngicas. Esse suplemento pode ser consumido em uma dose de 1 g junto às refeições. [10]
  7. O própolis é uma substância natural obtida da resina de pinheiro e que é criada por abelhas; testes de laboratórios demonstraram resultados antifúngicos positivos. No entanto, saiba que indivíduos alérgicos ao mel ou com asma devem consultar um médico antes de adotar qualquer tratamento com própolis. [11]
  8. É muito importante avaliar suplementos de ervas (e as possíveis interações medicamentosas) com um médico antes de iniciar qualquer tipo de tratamento. Apesar das ervas serem benéficas à saúde na maioria dos casos, elas também podem interagir negativamente e afetar o bem-estar do paciente. Alguns dos suplementos de ervas que podem ser úteis no combate à candidíase oral são:
    • Alho: já foi comprovado que o alho possui propriedades antifúngicas. Geralmente, um dente de alho por dia (cerca de 4.000 a 5.000 mcg de alicina) é a “dose” recomendada, mas tome cuidado; o alho pode interagir com medicamentos, aumentando a chance de sangramento. É comprovado que há uma interferência em afinadores do sangue, como clopidogrel (Plavix), varfarina (Coumadin) e aspirinas, bem como em remédios para o tratamento do HIV. [12]
    • Equinácea: o suco derivado da equinácea (planta medicinal) fornece resistência contra infecções de leveduras vaginais frequentes. O consumo de 2 ml a 4 ml todos os dias pode combater esse problema, mas a equinácea também possui interações medicamentosas, tornando fundamental a discussão de complicações em potencial com o médico antes do consumir quaisquer produtos com a planta na composição. [13]
    • Óleo de melaleuca: diversos estudos já comprovaram que o óleo de melaleuca possui propriedades antifúngicas quando usados como “bochecho”, tendo eficácia no combate à candidíase oral. Não engula o óleo de melaleuca, pois ele pode ser tóxico; antes de utilizá-lo, consulte um médico.
    • Romã: o gel de romã combate a candidíase oral de maneira tão eficaz quanto o gel de miconazol, em um estudo associado com a estomatite protética. [14]
  9. Quando a contaminação atacar um bebê que estiver sendo amamentado, a mãe pode contrair uma infecção por cândida em volta dos mamilos. Nesse caso, eles ficarão vermelhos, escamosos e coçando, com possível dor durante a amamentação. Veja duas das maneiras de tratar essa infecção:
    • Creme de nistatina: pode ser prescrito por qualquer médico, sendo aplicado de duas a três vezes por dia.
    • Solução de vinagre: misture uma colher de sopa com vinagre (vinagre branco ou de maçã) em um copo d’água. Esfregue a solução sobre os mamilos após a amamentação e permita que sequem naturalmente.
  10. É importantíssimo higienizar ou jogar fora itens que entraram em contato com os fungos para evitar que a candidíase retorne. Troque de escova de dentes ou deixe as dentaduras em uma solução para limpá-las durante a noite inteira. [15]
    • Mergulhe os itens do bebê – como chupetas e mamadeiras – em água fervente. Lave todos os pratos e talheres em água quente (mais de 50 °C) e não compartilhe utensílios de cozinha com outros familiares.
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Método 2
Método 2 de 2:

Tratando a candidíase oral através de medicamentos

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  1. Médicos e dentistas conseguem diagnosticar a candidíase oral apenas observando as lesões na boca, mas alguns profissionais farão uma cultura do material para análise.
    • Vá ao médico se os remédios caseiros não funcionarem após dois dias de uso ou caso não tenha certeza se o problema é realmente candidíase oral.
  2. O gel de miconazol (Daktarin) é de venda livre, mas é necessário tomar algumas medidas extras antes de iniciar o tratamento em pessoas com problemas no fígado, em mães que estão amamentando e em bebês com menos de seis meses. [16]
    • Aplique uma pequena quantidade de gel diretamente sobre as feridas. Caso não tenha saiba fazê-lo corretamente, leia as instruções da bula.
  3. A nistatina é um medicamento que combate infecções e o desenvolvimento de leveduras, devendo ser bochechado na boca por alguns minutos e de três a cinco vezes por dia. Essa solução deve ser engolida para limpar o esôfago e a garganta.
    • Suspensão de nistatina: 100.000 UI/ml consumidos de quatro a seis vezes por dia. [17]
  4. A nistatina ou o clotrimazol podem ser administrados em forma de pastilhas que se dissolvem na boca. Deixe uma pastilha na boca e movimente-a para que ela entre em contato com todas as superfícies internas, sempre engolindo após alguns minutos para limpar os fungos alojados na garganta. [18]
    • Independentemente de ser administrada como pastilha ou na forma líquida, continue utilizando-a por pelo menos 48 horas após o desaparecimento dos sintomas.
    • Pastilhas de nistatina: 200.000 UI cada, consumidas quatro vezes por dia durante uma ou duas semanas. [19]
  5. Quando antissépticos bucais ou pastilhas não forem suficiente para exterminar os fungos, ou se outras partes do corpo já foram contaminadas, vá ao médico para obter uma receita de remédios mais fortes. O tratamento oral (via comprimidos) geralmente é feito com fluconazol ou equinocandina; o médico determinará qual o remédio mais adequado de acordo com a estirpe de Candida e da situação do paciente (o estágio da doença, se há presença de outras doenças, alergias e mais fatores). [20]
    • Medicamentos antifúngicos via oral que podem ser consumidos nesse caso são: clotrimazol (Mycelex) e fluconazol (Diflucan). [21]
    • Geralmente, o fluconazol é prescrito na forma de comprimidos de 400 mg; dois são consumidos no primeiro dia e um nos dias seguintes. A candidíase oral pode aparentemente melhorar dentro dos dois primeiros dias da administração do fluconazol, mas é fundamental continuar o tratamento recomendado, que geralmente é de cerca de duas semanas. [22]
    • A equinocandina é receitada através do remédio Caspofungina, com dosagem de 70 mg no primeiro dia e 50 mg nos dias seguintes. Outra opção é o medicamento Ecalta (anidulafungina), consumindo 200 mg no primeiro dia e 100 mg durante o resto do tratamento. [23]
  6. Alguns médicos começarão receitando comprimidos para combater a infecção mais rapidamente e com os melhores resultados; porém, é importante comunicar ao médico caso prefira outro método para atacar a candidíase oral antes do consumo de remédios orais.
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Dicas

  • Não compartilhe nada que tocou ou se aproximou da boca.
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Avisos

  • Caso esteja tomando medicamentos e a infecção não melhore, consulte um médico imediatamente.
  • Quando a infecção não melhorar após o uso do remédio caseiro durante dois dias, vá ao médico o quanto antes.
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