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Embora seja muito comum em seres humanos, o refluxo gastroesofágico também afeta cachorros. Ele surge quando o suco gástrico sai do estômago e passa para o esôfago, o tubo que serve para transportar o alimento no processo da digestão. Isso pode acontecer se o esfíncter esofágico, a válvula que protege a entrada do estômago, não se fechar bem. Como a experiência é bastante dolorosa para o animal, é muito importante buscar tratamento o quanto antes — mesmo que você só esteja em dúvida se é ou não o caso. Leia os métodos deste artigo para entender melhor o problema!

Método 1
Método 1 de 3:

Tratando o refluxo gastroesofágico por meio da alimentação

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    Leve o cachorro ao veterinário se ele tiver crises de vômito ou parecer desconfortável. Se o seu cachorro regurgitar a ração (ou outro tipo de comida), perder o apetite ou ganir quando for engolir, pode ser que ele esteja com refluxo gastroesofágico. Nesse caso, marque uma consulta com o veterinário o quanto antes. [1]
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    Comece a dar alimentos com pouca gordura e proteína ao cachorro. Evite dar rações e outros alimentos com muita gordura e proteína ao seu cachorro, pois essas substâncias podem aumentar a produção de suco gástrico no estômago. É melhor optar por produtos ricos em carboidratos, como arroz, massas e batata assada, além de carnes magras (frango, peixe, peito de peru etc.).
    • Salsicha, bacon, manteiga e patê são alguns exemplos de alimentos nocivos e que você deve evitar.
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    Dê quatro refeições pequenas ao cachorro por dia. Se você tem o hábito de dar de comer ao seu cachorro duas ou três vezes ao dia, ele vai acabar correndo um risco maior de ficar com o estômago cheio — o que acaba distendendo o esfíncter esofágico e causando vazamentos do suco gástrico.
    • Continue dando produtos com pouca gordura e proteína ao seu cachorro até ele passar pelo menos sete dias sem apresentar nenhum sintoma. Após isso, você pode voltar à alimentação normal (seja com ração ou certos tipos de comida).
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    Coloque a tigela de ração em uma superfície mais elevada. Se você colocar a tigela de ração ou comida do seu cachorro em uma superfície mais elevada, ele vai ter que levantar a cabeça por cima dos ombros. Isso faz com que o esôfago adote uma posição declinda (virada para baixo), o que evita que o suco gástrico volte.
    • Não coloque a tigela em uma plataforma muito alta, ou o seu cachorro pode desenvolver a dilatação vólvulo-gástrica — quadro no qual o estômago se distorce e fica cheio de gases (e que tem alto risco de morte).
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Método 2
Método 2 de 3:

Tratando o refluxo gastroesofágico por meio de gastroprotetores

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    Dê um gastroprotetor ao cachorro. Gastroprotetores ajudam a evitar uma série de quadros no estômago e no esôfago. O mais comum deles é o sucralfato, encontrado na maioria das drogarias como o medicamento Sucrafilm (comprimidos mastigáveis), mas existem diversas alternativas.
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    Dê omeprazol ao cachorro. O omeprazol é um fármaco bastante comum no Brasil, muitas vezes vendido sem receita em drogarias. Trata-se de um inibidor de bomba de prótons capaz de evitar a produção de ácido no estômago estimulado (em processo de digestão) ou em repouso (quando o cachorro está de barriga vazia).
    • De modo geral, o ideal é que você dê uma dose diária de omeprazol com 0,5 mg para cada 1 kg de peso do cachorro. O medicamento é vendido na forma de cápsulas de pesos diferentes, como 10, 20 ou 40 mg. Sendo assim, o ideal para um cão de 30 kg seria tomar o equivalente a 15 mg do fármaco ao dia (por via oral). [2]
    • O omeprazol é seguro e apresenta poucos efeitos colaterais. Alguns especialistas apontam que, quando ele é usado sem parar por muitos meses, a baixa acidez no estômago acaba levando à proliferação de fungos — mas não há provas de que isso acontece de fato.
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    Peça para o veterinário receitar sucralfato ao cachorro. Como dito acima, o sucralfato é um medicamento comum para combater problemas no estômago. Embora ele seja recomendado para humanos, há veterinários que também fazem uso do fármaco em cachorros. O sucralfato se transforma em uma espécie de pasta quando entra em contato com o suco gástrico, grudando no tecido inflamado e protegendo certas áreas do contato com essa substância ácida.
    • Dependendo do tamanho do seu pet, o ideal é que você dê três doses diárias de sucralfato com 0,5 a 1 g cada ao cachorro. A aplicação se dá por via oral. [3] Por outro lado, a forma líquida do medicamento é mais eficaz do que as cápsulas no combate ao refluxo gastroesofágico, já que consegue cobrir o esôfago conforme desde pelo tubo. Nesse caso, a dose recomendada é de 2,5 a 5 ml (também em três aplicações ao dia). [4]
    • A barreira que o sucralfato cria é tão eficaz que pode até impedir que o organismo do cachorro absorva novos medicamentos. Por isso, se você estiver tratando o seu pet com outro fármaco, administre-o pelo menos uma hora antes do sucralfato em si.
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    Dê um procinético ao cachorro. Procinéticos são medicamentos que aumentam o tônus muscular do trato digestivo. Isso é essencial, pois contrai o esfíncter esofágico e reduz o risco de o suco gástrico vazar para o esôfago do cachorro. O procinético mais comum é a metoclopramida.
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    Pergunte ao veterinário sobre o uso de metoclopramida. A metoclopramida ajuda o trato gastrointestinal a lidar com a acetilcolina, neurotransmissor que leva à contração muscular. Isso ajuda a manter o esfíncter esofágico fechado, o que impede que o suco gástrico passe para o esôfago.
    • O ideal é que você dê quatro doses diárias de metoclopramida ao cachorro, cada uma com 0,1 a 0,4 mg para cada 1 kg de peso corporal, sempre por via oral. Por exemplo: se o seu pet tem 30 kg, ele precisaria de cerca de uma cápsula de 5 mg por dia. [5]
    • Não dê metoclopramida ao seu cachorro se ele tiver qualquer obstrução intestinal, pois os músculos vão se contrair com mais força e podem provocar perfurações no intestino.
    • Além disso, especialistas acreditam que a metoclopramida aumenta a secreção de prolactina, hormônio que estimula a produção de leite. Portanto, não a use se a sua cachorra estiver com sintomas de uma gravidez psicológica — pois eles só vão piorar. A gravidez psicológica, também conhecida como pseudociese, acontece quando os hormônios levam a fêmea a pensar que está prenha. Assim, seu corpo começa a se preparar para amamentar os filhotes "fantasmas" na barriga. Como esses filhotes não existem de verdade, as glândulas mamárias do animal correm o risco de acabar desenvolvendo infecções sérias.
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    Experimente antiácidos. Antiácidos ajudam a reduzir a produção de suco gástrico no estômago, o que limita o volume que poderia vazar e passar pelo esôfago do cachorro.
    • Você pode comprar antiácidos mais fracos em qualquer drogaria, mas peça uma receita ao veterinário se precisar de alternativas mais fortes.
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    Compre famotidina para o cachorro. A famotidina é um anti-histamínico H 2 , ou seja, reduz a produção e a secreção de suco gástrico no estômago do cachorro.
    • Você pode comprar a famotidina em qualquer drogaria sem receita (e sem mesmo consultar um veterinário). A dose recomendada varia bastante, mas o ideal costuma ser aplicar duas doses diárias com 0,5 mg para cada 1 kg de peso do cachorro. Mais uma vez, o tratamento se dá por via oral. [6]
    • Por exemplo: se o seu cachorro tem 30 kg, dê uma cápsula e meia de 10 mg de famotidina a ele duas vezes por dia — sempre de estômago vazio. E não se preocupe: a famotidina não gera efeitos quando usada por períodos prolongados. [7]
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Método 3
Método 3 de 3:

Detectando e diagnosticando o refluxo gastroesofágico

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    Busque sinais de que o cachorro tem refluxo gastroesofágico. Se o seu cachorro tiver refluxo, ele pode começar a apresentar alguns dos seguintes sintomas: [8]
    • Cuspir a ração ou comida.
    • Ganir ou choramingar depois de engolir.
    • Perder peso ou o apetite.
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    Leve o cachorro ao veterinário para um exame. O veterinário deve fazer uma endoscopia para determinar se o seu cachorro tem ou não refluxo gastroesofágico. Nesse exame, ele vai inserir uma câmera pequena pela garganta do animal e dar uma olhada nas paredes internas do esôfago. [9]
    • O esôfago de um cachorro com refluxo gastroesofágico apresenta manchas vermelhas, úlceras e outras feridas perto da boca do estômago.
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    Siga à risca o tratamento que o veterinário sugerir. Este artigo traz algumas medidas gerais que você pode tomar para ajudar o seu cachorro, mas é essencial prestar atenção ao que o veterinário recomenda em termos de tratamento específico.
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Dicas

  • O esôfago tem uma camada fina de muco que serve para proteger as paredes internas do órgão — mas não é feita para resistir aos efeitos corrosivos do suco gástrico. Quando essa camada sofre algum tipo de deterioração, o tecido do tubo fica inflamado (o que causa uma dor enorme).
  • O problema costuma acontecer quando o cachorro está sob efeito de anestesia geral, mas também pode ocorrer sem motivo aparente.
  • Existem várias formas de você aliviar o sofrimento do seu cachorro causado pelo refluxo, sendo que as principais estão listadas neste artigo: uma alimentação controlada, gastroprotetores (medicamentos que formam uma camada de proteção em volta do tecido inflamado), procinéticos e antiácidos (medicamentos que reduzem a produção de suco gástrico).
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Referências

  1. https://www.petmd.com/dog/conditions/digestive/c_multi_gastroesophageal_reflux
  2. Omeprazole. Plumb's Veterinary Drug Handbook.
  3. Sucralfate. Plumb's Veterinary Drug Handbook. Donald Plumb.
  4. Sucralfate. Plumb's Veterinary Drug Handbook. Donald Plumb
  5. Metoclopramide. Plumb's Veterinary Drug Handbook. Donald Plumb
  6. Famotidine. Plumb's Veterinary Drug Handbook. Donald Plumb
  7. Famotidine. Plumb's Veterinary Drug Handbook. Donald Plumb
  8. http://www.petmd.com/dog/conditions/digestive/c_multi_gastroesophageal_reflux
  9. Esophagitis. The 5-minute Veterinary Consult. Tilley and Smith. Publisher Williams & Wilkins. pp 568-569

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