Ter um cão com megaesôfago pode ser bem complicado, mas há formas de facilitar a vida dele e do dono. É uma condição comum, que ocorre quando o esôfago do animal é maior do que o normal e não funciona adequadamente, fazendo com que o alimento fique preso nele. Para cuidar do cachorro, adote algumas medidas, como mudar a forma de alimentá-lo para que a digestão seja facilitada, ou escolha uma intervenção médica.
Passos
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Deixe o pratinho do pet em um local mais alto para que consiga deglutir o alimento com maior facilidade. Para que a gravidade “empurre” a ração e faça com que ela passe pelo esôfago, coloque o pratinho de comida do animal sobre uma escadinha ou uma banqueta mais baixa, por exemplo; com o passar dos dias, aumente a altura aos poucos até que ele se acostume a comer dessa maneira. [1] X Fonte de pesquisa
- As patas dianteiras dele devem ficar sobre o primeiro degrau da escadinha (ou qualquer lugar que já o deixe mais elevado) para que tenha mais apoio na hora de comer. Quanto mais alto o cão estiver, mais facilidade ele terá em engolir a ração.
- O ângulo ideal é quando a coluna e o pescoço ficam em um ângulo de 45 a 90° em relação ao chão, de forma que a cabeça fique acima do nível do coração e do estômago.
Dica: Também é possível treinar o cão para que ele use uma “cadeira especial” (chamada de “Bailey Chair” ou “Cadeira Bailey”), que faz com que ele se alimente e fique bem reto ao mesmo tempo.
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Deixe-o “em pé” por 20 a 30 minutos após a refeição. Assim que o cão terminar de comer, não permita que ele deite por 20 a 30 minutos, que é o tempo necessário para que o alimento passe do esôfago ao estômago. Faça com que o pet fique “em pé” para que a gravidade dê um “empurrão” no processo de digestão. [2] X Fonte de pesquisa
- Use algumas almofadas ou lençóis para que o cachorro tenha mais conforto.
- Outra opção é treiná-lo para sentar ou ficar “em pé” após comer. Dessa forma, ele permanecerá na postura certa mesmo se você não estiver por perto para dar o comando.
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A ração dada deve ser líquida ou úmida para facilitar a digestão. Em vez de ração seca ou crocante, forneça um alimento líquido ou com uma consistência mais molhada, bem como os que possuem muitas calorias, mas são de fácil deglutição. Ainda assim, analise a embalagem e os ingredientes para confirmar que a nova comida é tão nutritiva quanto a ração seca. [3] X Fonte de pesquisa
- Você também pode preparar uma ração “líquida”: basta despejar a comida seca em um liquidificador e batê-la até que fique com uma textura bem suave.
- Veja se não há pedaços muito grandes no pratinho; eles podem ficar presos no esôfago do dog.
- Converse com um veterinário para saber se é melhor dar comida líquida ou apenas “úmida”. A primeira opção pode fazer com que o conteúdo acabe adentrando os pulmões do animal, causando pneumonia aspirativa.
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Dê três ou quatro refeições menores ao cão por dia. Ao sofrer desse problema, o pet terá dificuldade em digerir a ração; quanto menos ele deglutir em uma refeição, melhor, logo, o ideal é alimentá-lo diversas vezes por dia com uma quantidade menor, não o contrário. Divida as refeições em porções menores, que não exigirão tanto trabalho do sistema digestivo do cachorro. [4] X Fonte de pesquisa
- O melhor a se fazer é dar essas refeições menores mais ou menos no mesmo horário todos os dias para que ele se acostume.
- Separe bem as refeições ao longo do dia para que ele tenha de digerir bem os alimentos.
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Dê antiácidos para diminuir o desconforto causado pela náusea. Após cada refeição — ou até três vezes por dia —, dê um antiácido para o cachorro, que diminuirá a quantidade de ácido estomacal. Alguns dos mais comuns e de venda livre são omeprazol, ranitidina ou famotidina. [5] X Fonte de pesquisa
- Não se esqueça de que você deve sempre consultar um veterinário antes de dar qualquer medicação ao seu cão. Quando necessário, antiácidos mais potentes serão prescritos.
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No veterinário, indague se é necessário dar um remetido que melhore a motilidade do sistema digestivo ou que fortaleça o esôfago. Metoclopramida, cisaprida ou eritromicina, por exemplo, aumentam a tônus muscular, evitando que o alimento seja regurgitado e expulso do estômago. São fármacos que exigem prescrição para serem comprados, portanto, vá ao veterinário para que tracem um plano de tratamento e saiba qual a dosagem certa para o seu cão. [6] X Fonte de pesquisa
- Após consumir um medicamento via oral, dê algo para o pet beber. Alguns comprimidos podem ficar presos no esôfago, causando queimaduras e danificando o revestimento do órgão.
- Depois de tomar o remédio via oral, deixe a cabeça dele bem elevada.
Aviso: apesar de medicamentos do tipo serem usados com certa frequência para combater o megaesôfago, há chance de que causem uma reação adversa, piorando a situação do trato digestivo. É muito importante monitorar o pet de perto ao realizar esse tratamento, de forma que garanta que não há complicações.
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Saiba mais sobre o uso de uma sonda se o cão apresentar muita dificuldade de alimentação. Quando nenhum outro método der certo e o dog não conseguir manter a comida no estômago, talvez a melhor opção seja colocar uma sonda. Antes de qualquer coisa, o dono deverá se comprometer a ajudar o animal de forma quase constante. No entanto, a sonda poderá melhorar bastante a qualidade de vida do cachorro e até ajudá-lo a viver por mais tempo. [7] X Fonte de pesquisa
- Para usar a sonda, a ração deverá ser batida até ficar líquida. Após todas as refeições, lave-a bem usando água.
- Tanto a sonda como a área em volta do local em que ela foi colocada deverão ser bem limpas para evitar infecções.
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Caso não seja possível a colocação de uma sonda para alimentação, a cirurgia pode ser a única alternativa. Quando o esôfago estiver muito lesionado, a cirurgia para colocação de uma sonda gástrica no estômago poderá ser feita. Novamente, fale sobre isso com o veterinário e peça recomendações de cirurgiões veterinários especializados em tórax para que a intervenção seja feita.
- Com carinho e atenção, analise os riscos e os cuidados que deverão ser dispendidos no pós-cirúrgico para que se sinta confiante em permitir a operação do pet.
- O custo dessa cirurgia é alto e pode ficar ainda maior dependendo de quanto tempo o dog precisar ficar internado no hospital veterinário.
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Observe se o pet regurgita com muita frequência após se alimentar. Esse é o principal sintoma do megaesôfago e ocorre menos de uma hora depois da refeição. [8] X Fonte de pesquisa
Qual a diferença entre regurgitar e vomitar?
Ao regurgitar, não há tanto “esforço” e há ausência de movimentação estomacal do cão, ao contrário do vômito, em que há contração muscular.
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Monitore o cachorro ao perceber que ele começou a perder peso de forma repentina. Esse sintoma pode acontecer devido ao megaesôfago, quando o animal não consegue fazer com que o alimento passe pela garganta e chegue ao estômago. Para saber se ele está emagrecendo, observe se as costelas estão visíveis ou monitore o peso dele por algumas semanas. [9] X Fonte de pesquisa
- Elimine outros fatores que possam causar perda de peso, como maior carga de exercícios físicos ou falta de apetite.
- Para pesar o cachorro em casa, suba na balança sozinho, e depois segurando o pet. Subtraia o seu peso desse valor para saber qual é o do cão.
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Procure por indícios de pneumonia aspirativa, como tosse ou letargia. A presença do megaesôfago pode ocasionar condições secundárias, como a pneumonia aspirativa, uma das comuns. Veja se o cão apresenta algum dos sintomas abaixo, em especial ao notar que ele está com dificuldade em respirar, tosse persistente e se locomove com dificuldade. [10] X Fonte de pesquisa
- Ouça atentamente à tosse, notando se ela é produtiva e possui chiado.
- Febre e diminuição do apetite também podem ser algumas das possíveis manifestações. Leve o animal ao veterinário o quanto antes.
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Faça uma radiografia ou ultrassom do tórax. No veterinário, pergunte se esses exames diagnósticos são feitos no local e se são necessários; analise os resultados acompanhado do veterinário para constatar se há aumento do esôfago, pneumonia aspirativa ou presença de restos no esôfago. São todos problemas que podem indicar o megaesôfago. [11] X Fonte de pesquisa
- A radiografia pode custar de R$ 80,00 a R$ 100,00 enquanto o ultrassom varia entre R$ 110,00 a R$ 200,00.
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De acordo com a idade do cachorro, será possível identificar o tipo de megaesôfago. Existem dois tipos diferentes: a variação congênita, que aparece nos primeiros meses de vida do cão, ou a adquirida, que é comum nos dogs mais idosos. Ao levar em conta a idade dele, você poderá saber qual o tipo da doença presente. [12] X Fonte de pesquisa
- Sempre peça a opinião profissional do veterinário para a confirmação do diagnóstico. É importante saber o tipo do megaesôfago para realizar o tratamento adequado.
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Dicas
- Para melhorar a digestão do animalzinho, treine o dog a ficar “em pé” (nas quatro patas) por 20 a 30 minutos após se alimentar.
- Deixe o pratinho de ração dele sobre uma banqueta ou degrau de uma escadinha. Isso faz com que a gravidade auxilie com a passagem da comida pela garganta do animal.
- A ração deve ser bem úmida ou até líquida para que ele tenha maior facilidade de digestão.
- Em vez de alimentá-lo apenas uma vez ao dia com muita ração, divida as refeições em várias (e pequenas) porções ao longo do dia.
Avisos
- Leve o cão ao veterinário o quanto antes ao perceber que ele está com sintomas graves, como perda de peso repentina, dificuldade em respirar e tosse produtiva.
- Em cachorros com sonda de alimentação, é importante limpá-la — junto à área em volta dela — após cada refeição para evitar infecções.
- Esteja ciente dos riscos e do alto custo da cirurgia antes de optar por esse método de tratamento para seu pet.
Referências
- ↑ https://www.petcarerx.com/article/why-megaesophagus-in-dogs-is-difficult-to-treat/2814
- ↑ https://www.petmd.com/blogs/nutritionnuggets/dr-coates/2014/november/tips-feeding-dogs-megaesophagus-32123
- ↑ http://www.vetstreet.com/care/megaesophagus
- ↑ https://www.petmd.com/blogs/nutritionnuggets/dr-coates/2014/november/tips-feeding-dogs-megaesophagus-32123
- ↑ https://www.petcarerx.com/article/why-megaesophagus-in-dogs-is-difficult-to-treat/2814
- ↑ https://www.vin.com/apputil/project/defaultadv1.aspx?pId=17256&SAId=1&catId=93482&id=5887292&ind=1011&objTypeID=1007
- ↑ https://www.petcarerx.com/article/why-megaesophagus-in-dogs-is-difficult-to-treat/2814
- ↑ https://www.petcarerx.com/article/why-megaesophagus-in-dogs-is-difficult-to-treat/2814
- ↑ https://www.petcarerx.com/article/why-megaesophagus-in-dogs-is-difficult-to-treat/2814