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A ambientação é tudo aquilo que rodeia as personagens de uma história: lugar, época, clima — fatores que desempenham papel importantíssimo numa obra literária. Além do mais, ambientar adequadamente a história ajuda o leitor a mergulhar no mundo fictício que você criou. Deve-se dar vida à ambientação não apenas pelas descrições detalhadas, mas também pelo modo como as personagens interagem com ela. Se você acertar na ambientação, a sua história ganhará vida!

Método 1
Método 1 de 3:

Criando uma ambientação detalhada

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  1. O tato, o gosto, a visão, a audição e o olfato são o que cria a imersão, permitindo ao leitor colocar-se no lugar das personagens. Medite a respeito do cenário e pense nos estímulos sensoriais a que as suas personagens seriam expostas estando ali. [1]
    • Por exemplo: numa praia, pode-se descrever a sensação da areia entre os dedos dos pés, o gosto do sal que vem pelo ar, o barulho das ondas, o odor do mar, o contorno das dunas ao redor.
  2. A vivência em primeira mão vai ajudá-lo a criar uma representação mais fiel caso a sua história se passe no mundo real. Leve consigo um bloco de notas e uma caneta, e registre todas as suas sensações, as quais conferirão um grau maior de autenticidade à escrita.
  3. Para quem está com problemas em imaginar o cenário, buscar imagens na internet pode ser uma ajuda e tanto. Analise as imagens atentamente, à procura de detalhes que possam ser úteis. Salve as fotografias, juntamente com algumas anotações rápidas, para consultar quando precisar. [2]
    • Se se trata de um lugar existente no mundo real, use o Google Street View para explorá-lo com mais liberdade.
    • Quanto a cenários imaginários, você pode procurar ilustrações em sites como Artstation ou Pinterest.
    • Combine detalhes reais e inventados para dar mais personalidade à história.
  4. Se a obra é situada no passado, você pode pesquisar quais eventos ocorreram na mesma época. Sugira o período histórico por meio de, no mínimo, uma ou duas referências — detalhes a respeito do estágio tecnológico, moda, cultura, entre outros, o que ajudará o leitor a se situar. [3]
    • Uma boa introdução para um romance que se passa no final da Segunda Guerra seria: "Os aviões rasgavam o céu da cidade, abandonando as pilhas de escombros e cinzas que até um tempo atrás eram as nossas casas". O trecho explicita de que modo o cenário da cidade foi moldado pelo conflito.
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Método 2
Método 2 de 3:

Incorporando detalhes à história

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  1. O excesso de detalhes causaria uma sobrecarga mental no leitor e emperraria o avanço da história. Concentre-se em aspectos marcantes e que tenham relevância sobre a vida da personagem, e incorpore-os à escrita. [4]
    • Ao descrever uma casa abandonada, por exemplo, comente o papel de parede descascado, os degraus quebrados na escada, as tábuas podres pregadas às molduras das janelas.
  2. Entulhar toda a ambientação num único parágrafo pode ser um incentivo para que o leitor o ignore, perdendo detalhes importantes que porventura estejam entremeados com a descrição. Salpique as frases descritivas no início do parágrafo, intercalando-as com as ações das personagens. Caso seja necessário pesar um pouco a mão nos detalhes, deixe-os para o final do parágrafo. [5]
    • Retomando o exemplo da casa abandonada: "Tentei espiar pelas janelas, mas as tábuas bloqueavam a visão. Empurrei a porta, que se abriu com um rangido alto das dobradiças enferrujadas. Meus dedos roçaram as tiras soltas do papel de parede quando adentrei a casa". Vê-se que os detalhes estão espalhados de um modo que não cansa o leitor.
  3. A ambientação mostra não apenas as imediações da personagem, mas pode também iluminar as suas emoções ou ajudar o leitor a juntar os pontos da trama. Use as comparações para dar o tom da cena. [6]
    • Por exemplo: "Os cabos recobriam completamente o piso do porão, como heras à espera de me enredar na sua armadilha". A passagem coloca muita ênfase sobre o volume e a desordem dos cabos no porão.

    Exemplo de descrição simbólica

    Pequenas chamas agitavam-se no tronco de uma árvore e dali partiam a rastejar pelas folhas e pelo matagal, dividindo-se e intensificando-se. Uma língua de fogo tocou um tronco de árvore e escalou-o feito um esquilo incandescente. A fumaça aumentava, revoluteava, dispersava-se. O esquilo lançou-se às asas do vento e agarrou-se a outra árvore ereta, devorando-a de cima para baixo.

    William Golding, O senhor das moscas .

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Método 3
Método 3 de 3:

Vinculando a ambientação às personagens

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  1. O detalhamento minucioso do cenário é raramente importante para a história. Evite-o. No entanto, haverá elementos da ambientação que influenciam as emoções e reações da personagem. Esses são os que você deve enfatizar. [7]
    • Digamos que duas personagens suas travem um diálogo enquanto andam pela rua. Descrições detalhadas não fazem falta, nesse caso. Por outro lado, se vai descrever um acidente automobilístico, você pode incluir detalhes que permitam antevê-lo: um semáforo com defeito, uma placa de sinalização tombada etc.
    • Procure fazer com que a maioria das suas descrições, se não todas, seja relevante para as personagens.
  2. De acordo com esse princípio, resumido pelo adágio "não diga, mostre", as emoções e atitudes das personagens não devem ser explicitadas pelo narrador, mas transparecer pelo acúmulo de detalhes narrativos. É assim que se cria uma história cativante e empolgante. [8]
    • Em vez de escrever, por exemplo, "Ela tropeçou no tronco que estava no caminho", opte por "Ela embrenhava-se na escura trilha que seguia floresta adentro, mas tropeçou num tronco e caiu no mato alto".
  3. Um lugar desperta certas emoções em quem está nele. A hora do dia ou as condições climáticas podem simbolizar a situação de determinada personagem. Do mesmo modo, a evolução do estado de espírito dela pode ser ilustrada por mudanças na ambientação. [9]
    • No exemplo a seguir, a tristeza da personagem é reforçada pelas transformações às quais o cenário é submetido: "Ela estava limpando as lágrimas das bochechas quando o sol desapareceu e gotas de chuva começaram a tamborilar na calçada. Foi então que ela sentiu uma fria rajada de vento".
  4. Tema e ambientação caminham de mãos dadas, e cabe ao narrador manifestar essa relação. Medite sobre o tema da história e povoe-a com detalhes que o enfatizem. [10]
    • Se o tema da história é aprender a amar, você pode criar uma transição do inverno para o verão, o que salienta o modo como as personagens aprenderam a ser calorosas uma com a outra.

    Exemplo de caracterização do estado de espírito pela ambientação

    As verdes profundezas do rio Salinas estavam imóveis no fim daquela tarde. O sol já havia deixado o vale para escalar as encostas das montanhas Gabilan, e viam-se os cimos rosados ao sol. Contudo, à beira do rio, uma agradável sombra baixara entre os sicômoros pintalgados.

    Nesse trecho de Ratos e homens , de John Steinbeck, fica claro como a margem do rio é um lugar de conforto para Lennie.

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Dicas

  • Não existem mandamentos de escrita. Crie uma história única e fiel às suas crenças.
  • Tenha sempre consigo um caderno para praticar descrições. Descreva nele os lugares que você visita ou vê em séries de televisão, por exemplo. [11]
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Avisos

  • Evite ser exageradamente detalhado, o que dá um peso desnecessário à narração e pode desinteressar o leitor.
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